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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Apaixonei-me por um rapaz mais novo”

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“Tenho 35 anos, sou divorciada e não tenho filhos, mas tenho receio de assumir a relação com um rapaz 10 anos mais novo do que eu, e não sei o que devo fazer, pois ele está a pressionar-me para o fazer.

 

Luísa, Carregado

Cara leitora,

É comum a insegurança que diz sentir nesta situação, pois trata-se de um cenário menos comum numa sociedade que infelizmente ainda faz muitos juízos de valor. No seu caso, faça uma avaliação dos seus sentimentos por esse rapaz, e do rumo que essa relação poderá ter, uma vez que tem sido uma relação camuflada e longe dos olhares das outras pessoas. Tenha uma conversa franca com o seu companheiro de modo a averiguar se ele está na disposição de assumir publicamente o vosso amor, bem como todas as consequências que disso podem advir. Se verificar que, de facto, essa relação reúne condições para seguir em frente, por mais que lhe custe, não a oculte da sua família e amigos. Conte-lhes a verdade pois de facto você não está a fazer nada de errado, e tem todo o direito de ser feliz.

Não sei o que dizer à minha mãe!”

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 “Tenho 19 anos e há uns dias, quando estava a fazer amor com o meu namorado, o preservativo rompeu-se. Ficámos com medo e por isso tomei a pílula do dia seguinte, mas deixei a embalagem no meu quarto e a tenho a certeza que a minha mãe a viu. Ela não me disse nada mas estou apavorada, não sei o que lhe hei-de dizer!”

Jessica, Sesimbra

 

Cara leitora,

Em primeiro lugar é importante alertar que a toma da pílula do dia seguinte não deve ser nunca usada como método contracetivo, comporta riscos para a saúde e só deve ser usada como recurso em situações de emergência, como a que descreve. Em segundo lugar, deve sempre praticar relações sexuais com segurança, utilizando preservativo, como referiu ter feito. Uma vez que o preservativo pode romper-se, como sucedeu, é importante lembrar, a todos os leitores, que uma vida sexual consciente passa por conhecer o parceiro e o seu historial clínico, evitando a troca de parceiros e fazendo testes com regularidade. Por fim, compreendo que seja constrangedor falar sobre a sua vida sexual com os seus pais, mas eles querem o melhor para si e por isso é preferível ser sincera e abordar o assunto com frontalidade, explicando à sua mãe que está consciente dos riscos que corre e que por isso procurou resolver a situação. Dependendo da confiança que tem com a sua mãe em relação a este tipo de assuntos a reação dela poderá ser mais ou menos compreensiva, mas seja como for uma mãe deve sempre procurar ajudar os seus filhos, a sua mãe já teve a sua idade e saberá compreendê-la e orientá-la.

O sexo contribui para uma vida mais saudável

Estudos indicam que o sexo contribui para uma vida mais saudável e até actua como 'medicamento' preventivo em certas situações. De que forma e em que aspectos isto pode ser verificado?

 

A sexualidade é uma dimensão muito importante da vida dos humanos, ainda mais hoje em dia, em que a sociedade está muito "sexualizada". Os estímulos sexuais chegam-nos de toda a parte e por qualquer coisa. Nunca se falou e mostrou tanto sexo na história. No entanto, tal não significa mais informação adequada e sempre correcta. Provavelmente há tantos mitos e tabus como antes.  

O que constitui uma vida saudável depende muito de cada pessoa, mas para a maior parte de nós certamente que a sexualidade (e o sexo é apenas uma parte dela!) é uma fatia relevante do bolo. Os afectos entre as pessoas, as relações familiares e íntimas, os contactos físicos e de proximidade são necessidades e factores de boa saúde mental e qualidade de vida no geral, que fazem parte da nossa sexualidade enquanto seres humanos. Pode prevenir-se assim a depressão e a ansiedade, o isolamento social e a solidão, as somatizações que alguns de nós têm (sintomas físicos - como dores de cabeça, de costas ou outros - que reflectem problemas inconscientes de foro psicológico) e mesmo doenças que surgem a longo prazo na vida e que uma satisfação e qualidade de vida podem retardar o seu aparecimento.

Ao nível do sexo propriamente dito, das relações sexuais, o provérbio popular responde bem: "A função faz o órgão" – ter ao longo dos anos uma vida sexual saudável e satisfatória previne o aparecimento de disfunções sexuais como a disfunção eréctil (a impotência como se dizia antes), a falta de desejo ou libido, as dificuldades de excitação e de atingir o orgasmo. Desde que seja sexo seguro, protegido pelo preservativo e seguido medicamente pelo menos uma vez por ano (para avaliar possíveis infecções sexualmente transmissíveis, células pré-cancerígenas, fazer o acompanhamento da contracepção utilizada, etc.) é saudável e muito desejável para o corpo e a mente terem uma vida sexual activa e feliz.

 

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Tema de hoje: menopausa

 
“Tenho quarenta anos e devido à minha idade gostaria de saber como identificar se entrei na menopausa ou não?”
 
Filipa, Monte Gordo
 
 
Cara leitora,
A menopausa trata-se da última menstruação e o climatério é a fase em que a mulher passa do período fértil para o infértil, onde existe uma diminuição significativa da produção das hormonas sexuais. Nesta nova etapa da vida da mulher, os ovários deixam de funcionar, quebrando, então, as menstruações. Esta redução a nível hormonal pode provocar algumas alterações físicas e psicológicas, por vezes condicionando a sua vida afectiva e social. Os sintomas mais comuns são sensações de calor que causam um certo desconforto, alterações urogenitais causadas pela falta de estrogénio, diferentes formas de encarar a sexualidade (falta de desejo), variações súbitas de humor (ansiedade, depressão, fadiga, insónia, falta de memória), problemas ósseos e doenças cardiovasculares.

“Será que ele pode ter cancro nos testículos?”

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O meu namorado tem 37 anos de idade e o seu testículo direito está inchado e dói-lhe imenso quando lhe toco, e não sei porquê. Será que ele tem um problema grave como cancro testicular?

Liliana, Linda-a-Velha

 Cara leitora,

De facto os sintomas que descreve são geralmente sinónimo de algum problema a nível testicular, mas não significa obrigatoriamente que se trate de cancro testicular. É importante que o seu namorado marque uma consulta com o um médico de forma a que este lhe possa fazer um exame físico detalhado. Geralmente o cancro testicular manifesta-se através de um inchaço dos testículos, na maioria das vezes não acompanhado de dor. Este tipo de cancro é relativamente raro, mas vale sempre a pena avaliar a causa da dor. Pode dar-se o caso de o seu namorado ter feito uma lesão do testículo resultante de pancada ou alguma atividade física, por isso é importante que ele consulte o seu médico para que este lhe possa indicar o diagnóstico e tratamento mais indicados para o caso dele.

“Os meus orgasmos estão a perder a intensidade”

 

“Tenho 60 anos e sempre tive uma vida sexual activa, que ainda mantenho. Até há pouco tempo atrás costumava ter orgasmos bastante intensos, mas ultimamente não sei o que se passa, pois os meus orgasmos têm sido bem mais fracos. Será devido à minha idade?”
 
Lúcia, Almada
 
Cara leitora
O orgasmo consiste na expectativa em sentir prazer e em libertar tensão sexual, e quanto maior essa expectativa, mais intenso o orgasmo. Por vezes a expectativa em ter um orgasmo diminui devido ao stress, desinteresse ou cansaço. Uma forma de fazer com que tenha um orgasmo mais intenso é aumentar a expectativa do prazer, ou seja, aumentar a expectativa e desejo de atingir o orgasmo. Experimente masturbar-se utilizando um lubrificante, mas pare uns instantes antes de atingir o orgasmo, espere alguns segundos e recomece a masturbar-se parando novamente quando estiver quase a atingir o orgasmo. Repita esta sequência as vezes que forem necessárias até que a tensão sexual e o desejo de ter o orgasmo se tornem tão fortes que já não consiga parar. Continue a praticar esta técnica e verá que em breve terá orgasmos bastante mais fortes dos que os que costumava ter quando era mais nova.  

Disfunções sexuais

 

 

 

Não existem dúvidas, o seu prazer sexual pode ser afectado por diversas disfunções sexuais , que podem causar dor ou algum sofrimento psicológico. Muitas mulheres, passam uma vida inteira a pensar que o seu desempenho na intimidade é fraco ou diferente, mas aquilo que não entendem
é que as suas respostas aos estímulos sexuais podem não ser mais melhores, simplesmente porque sofrem de um problema físico ou psicológico, que pode ser perfeitamente tratado. Vaginismo, dispareunia, anorgasmia ou desejo sexual hipoactivo são alguns dos problemas que se podem manifestar na mulher. Para resolvê-los basta que procure a resolução para eles, junto de algum terapeuta sexual ou do seu ginecologista.

Os mais usuais:

Desejo sexual hipoactivo (falta de prazer no acto sexual): Não existe ou diminui o desejo e as fantasias sexuais.

Aversão sexual (fobia no acto sexual): Existem sentimentos de repulsa pelo parceiro, na intimidade, acompanhados de alguma ansiedade e medo.

Transtorno de excitação (Frigidez): Existe uma capacidade quase permanente de manter a lubrificação vaginal até ao final do acto sexual.
A mulher tem também falta de excitação.

Anorgasmia (Inibição do orgasmo): Mesmo após um estímulo sexual adequado, a mulher pode não conseguir atingir o orgasmo.

Dispareunia: É a dor genital que a mulher sente durante um acto sexual, desde que não existam outros factores como nódulos ou infecções.

Vaginismo: Quando existe uma contracção permanente dos músculos da vagina que impedem a penetração pelo pénis.

Disfunção sexual devido a uma condição
médica:
Quando existem outras doenças, como por exemplo a Diabetes que fazem com que o desejo
sexual diminua.

Disfunção sexual induzida por substâncias: Quando existe
diminuição do desejo sexual devido à ingestão de algumas substâncias orgânicas,
como por exemplo, anti-depressivos.

Engravidar depois dos 40

A minha mulher ainda pode engravidar com 40 anos?

 João Cláudio da Cunha Nunes

 

Caro João,

 

A gravidez depois dos 35 anos é considerada de risco, mas tal não significa que não se possa arriscar com cuidados e alguma segurança relativa.

Há hoje muitos exames médicos que se realizam complementarmente aos exames habituais da gravidez que diagnosticam precocemente algumas das possíveis complicações que podem advir da idade tardia da mãe, como a amniocentese, por exemplo, identificando possíveis malformações fetais a tempo de se agir e impedir a gravidez de continuar, de modo seguro e previsto dentro das leis do nosso país.

Se ter um filho é desejo de ambos e o momento da vossa vida vos permite tal, não há razões para esperar mais.

Falem com o vosso médico de família, para fazerem alguns exames prévios e arrisquem, sabendo que podem ter uma gravidez um pouco mais complicada e, como tal, a sua mulher pode precisar bastante da sua ajuda e participação. Não se esqueçam que a maturidade e o amor adulto dos pais na educação de uma criança podem ser grandes vantagens para a futura criança.

Boa Sorte!

 

“Devo fazer terapia sexual?”

“Tenho 46 anos, sou casado há 17, mas de há uns três anos para cá eu e a minha esposa deixámos de nos dar bem a nível sexual. Embora tivéssemos recorrido ao apoio de um
Psicólogo, continuámos com o mesmo problema. Será que consultar um especialista
em sexualidade poderá ajudar?”

Tiago, Seixal

 

Caro leitor,

Sem dúvida que sim, um sexólogo credenciado tem a formação e o treino necessário para saber lidar com qualquer tipo de problema do foro sexual. Se tem tido dificuldades a nível sexual com a sua esposa, definitivamente aconselho-o a procurar um especialista. Além disso, é bastante
importante que ambos sejam sinceros durante a terapia tanto um com o outro como
com o vosso terapeuta, e que ambos participem activamente na terapia indo às
sessões, fazendo os exercícios recomendados em casa e demonstrando empenho e
vontade de melhorar, pois apenas com o empenho de ambos verão resultados.

“A asfixia pode ser erótica?”

“Tenho um amigo que gosta de práticas sado-masoquistas e ele já me disse que por vezes quando se masturba pratica a autoasfixia. Tive vergonha de lhe perguntar porque não queria que me achasse ignorante, mas fiquei sem compreender aquilo que ele me disse. A asfixia pode ser erótica?”

 

Vítor, Leiria

 

Caro leitor,

A autoasfixia erótica consiste em inibir a chegada de cérebro ao sangue através de métodos autoinduzidos de sufocamento, praticados em simultâneo com a masturbação. Ao limitar o fornecimento de sangue que chega ao cérebro, este procedimento provoca um défice de oxigénio no cérebro, que os praticantes deste tipo de estimulação acreditam que intensifica as sensações, trazendo uma leveza cerebral que potencia as sensações do orgasmo. O facto de representar um risco grave, pois pode induzir à morte, também funciona como um estímulo para algumas pessoas. O facto de esta prática também poder levar à morte, pois a pessoa perde facilmente o controlo e se o cérebro não recebe oxigénio acaba por asfixiar, faz com que seja muitas vezes secreta, até que se sabe de alguma morte ocasional. Mesmo que não induza à morte, dependendo do tempo em que o cérebro está privado de oxigénio a autoasfixia também pode causar danos cerebrais muito graves.