Preciso da sua ajuda para esclarecimentos sobre homossexualidade.Tenho 45 anos, sou casado e tenho um filho. Tive a minha primeira relação com um menino, tinha 12 anos, sempre tive atracção pelo sexo masculino, casei com 21 anos, pensava que os meus desejos e pensamentos eram apenas fantasias malucas.
Vivo num eterno conflito comigo mesmo. Às vezes penso que vou explodir, tenho desejos fortes incontroláveis, já pensei em me assumir, mas ao mesmo tempo tenho muito medo em tomar uma decisão precipitada. Uma vez fui a um sexólogo para tirar dúvidas, e ele disse-me que eu não tinha jeito de gay, e que não devia me assumir como tal.
Tudo para que se relaciona com homossexualidade me atrai, parece um imã, como fico envolvido com esses assuntos. E sempre tenho desejos homossexuais, lá no fundo sei que sou gay, posso não ter coragem de assumir, mas sei que sou. abraços.
Roberto
Caro Roberto,
Não sei se o poderei esclarecer sobre a homossexualidade, pois é uma coisa que faz parte do ser humano, sempre fez e é muito complexa.
Tente ler livros, procurar associações na internet (http://portugalgay.pt) e sítios onde possa conhecer pessoas homossexuais, que o poderão esclarecer melhor do que eu e ajudá-lo a passar pelos momentos certamente confusos e difíceis por que está a passar. Há Associações como a ILGA-Portugal, As Panteras Rosa, A nao te prives, a Rede Ex-aequo...entre outras.
O desejo, a fantasia, a atracção e os comportamentos entre pessoas do mesmo sexo são dimensões da nossa sexualidade difíceis de controlar, de ignorar apenas pela vontade de querer conformar-se, como bem sabe. Aliás, quanto mais nos esforçamos por esconder um segredo, mais vemos esse segredo por toda a parte – como o leitor descreve. Isso pode deixá-lo extenuado e frustrado, pois contrariar as nossas emoções e sentimentos é muito duro. Penso que o leitor faz isso por causa da homofobia, ou seja, das emoções negativas que algumas pessoas têm em relação a questões do mesmo sexo e, muitas vezes, a própria sociedade, quando encara os homossexuais como inferiores aos heterossexuais. Mas hoje em dia sabemos que a homossexualidade é perfeitamente normal, não é doença e, em alguns países, atingiu-se mesmo a igualdade de direitos (casamento, adopção, etc) com a heterossexualidade. Não deixe que esta discriminação e estigmatização se instalem em si, negando os seus sentimentos (bem mais importantes que qualquer impressão de um sexólogo) e sentindo-se como que inferior aos heterossexuais – a chamada homofobia internalizada. Há terapias adequadas a este processo de desenvolvimento pessoal e se pedir ajuda a um especialista, tente fazer com alguém que saiba de questões lésbicas, gay, bissexuais ou transsexuais. Nem todos os profissionais o podem acompanhar no seu processo.
Lembre-se que quando tiver relações sexuais com outros homens, deve utilizar sempre preservativo, pois há algumas práticas (como o sexo anal, que não tem necessariamente de fazer) que são mais infecciosas no que toca ao VIH/SIDA. Proteja-se a si mesmo na descoberta que pode ser difícil, mas pode trazer-lhe também uma satisfação grande com a sua sexualidade.
Namoro há um bom tempo e tenho problemas na hora do sexo. Coloco o preservativo com cuidado no pénis, segurando a ponta na hora de colocar e desenrolando-o até a base. Porém, na hora do ato sexual, a camisinha costuma escorregar e a base começa a se desenrolar, por mais cuidado que tomemos. O que devo fazer?
Rodrigo
Caro Rodrigo,
A colocação correcta do preservativo é mais complicada do que parece e do que se fala…muita gente passa por problemas semelhantes. A correcta utilização deste método de barreira inicia-se antes de se abrir a embalagem (vendo a data de validade, o estado do pacote, o certificado de qualidade) e termina logo depois do orgasmo e da ejaculação, e logo depois mesmo, em que tem de ser retirado. Depois da ejaculação, o pénis do homem perde a erecção por alguns momentos e se o preservativo ainda estiver a ser utilizado na penetração pode facilmente escorregar.
Se não for esse o seu caso, poderá ainda ser uma questão de tamanho. Não se preocupe, pois todos os pénis variam muito em comprimento e largura, flácidos e erectos e, para o prazer da mulher, não interessa o tamanho mas o prazer que ela sente logo no primeiro terço da vagina (onde estão os nervos) e no clítoris. Pode ter de procurar tamanhos mais justos ou mesmo optar pelo preservativo feminino, que não levanta estas questões.
Devem ainda ir a uma consulta de planeamento familiar e escolher um método contraceptivo mais eficaz para vocês e que vos deixe descansados para se entregarem aos prazeres da vossa sexualidade!
Tive uma relação sexual com a minha companheira e essa relação resultou numa pequena infecção, gostaria de perguntar se é grave ou se são situações normais que passam com o tempo.. Um dia depois da relação sinto muita comichão no meu pénis um ligeiro inchaço e quando deslizo a pele do pénis para trás deparo-me que ele ganha uma espécie de liquido grosso branco ou seja parecendo um creme.. A minha dúvida é se será isso grave e se terei de procurar um médico ou se será uma ligeira infecção que venha a passar com o tempo.
Gonçalo
Caro Gonçalo,
As infecções virais e bacterianas NÃO tendem a desaparecer com o tempo, mas sim com os tratamentos, pelo que deve dirigir-se com urgência a um médico de clínica geral ou urologista – de modo a prevenir que piore a condição e que reinfecte a sua parceria. Por email e pela sua descrição, penso que pode ser, com efeito, uma infecção sexualmente transmissível, pelo que até finalizar o tratamento deve utilizar preservativo em todas as relações sexuais e evitar contactos genitais desprotegidos. Não tenha vergonha de mostrar o seu pénis a um técnico de saúde – ele saberá ajudá-lo e está habituado a observar profissionalmente todas as partes do corpo. É importante que passe por uma consulta de diagnóstico e que siga o tratamento proposto. Há consultas de planeamento familiar que são gratuitas e há em vários centros de saúde.
Tenho 38 anos e divorciei-me há 3. Tenho já 2 filhos e voltei a ter uma vida sexual activa há 1 ano, quando conheci um colega da empresa, que mora noutra cidade. Damo-nos bem, ele também é divorciado e temos um "compromisso relativo" - vemo-nos de vez em quando e divertimo-nos muito.
Agora engravidei, já fiz um teste e uma ecografia, estou de 8 semanas, (acho que o DIU que tinha posto ainda casada passou de prazo sem que eu me lembrasse) e não quero continuar esta gravidez.
Sei como é, acho tarde demais e tenho muito prazer em ser mãe dos meus filhos, mas não quero recomeçar agora tudo. Acho que ele sentiria o mesmo que eu, mas nem arrisco contar-lhe.
Agora que a lei em Portugal mudou - o que posso fazer?
Mara
Cara Mara,
Desde que a lei da Interrupção Voluntária de Gravidez (I.V.G.) foi aprovada, interromper uma gravidez até às dez semanas de gestação, por opção da mulher, tornou-se um direito de todas as mulheres residentes em Portugal (portuguesas ou estrangeiras), o que implica um acompanhamento médico total, seguro e gratuito no Sistema Nacional de Saúde português.
Para interromper a gravidez terá necessariamente que passar antes por uma Consulta Prévia de Interrupção de Gravidez. Estas consultas são dadas nos hospitais e nos centros de saúde, no entanto, nem todos os centros de saúde fazem consulta prévia de IV.G. Se não conseguir ter esta consulta será porque ainda não existe no centro de saúde em questão. Neste caso os profissionais que a atenderem são obrigados a dar-lhe todas informações que necessitar, como indicar-lhe o hospital da sua área de residência. Mesmo nos hospitais que declararam objecção de consciência são obrigados a dar-lhe informação sobre as clínicas privadas com quem fizeram protocolos e têm de ajudá-la com todas as despesas, incluindo as de deslocação.
Para saber os números de telefone dos hospitais (e assim poder marcar a consulta prévia de I.V.G. no hospital) pode ligar para a linha do Ministério da Saúde – Saúde 24 – 808 24 24 24.
Depois da consulta prévia de I.V.G., ser-lhe-ão marcadas análises e uma ecografia, para datar o tempo exacto da gravidez. De seguida terá mais uma consulta e um período de reflexão obrigatório de três dias. A decisão pertence apenas a si, portanto não é obrigada a partilhá-la com o seu parceiro. No entanto, não passe por este processo sozinha e conte a alguém em quem confie que a possa apoiar. Se desejar poderá ter aconselhamento psicológico e/ou social. Se ao fim desse tempo estiver decidida a fazer a I.V.G esta terá de ser marcada no prazo máximo de cinco dias. Como está de 8 semanas tem de se apressar, pois já não tem muito tempo.
Para ter mais informações pode consultar o site da Direcção Geral de Saúde (www.dgs.pt) e a Associação Médicos Pela Escolha (www.medicospelaescolha.pt) – repare no folheto sobre interrupção de gravidez que se encontra online. Nele encontrará um mapa com a referência de todos os hospitais que fazem I.V.G..
Quero explicar o meu problema e gostaria que me dessem uma ajuda. Eu engravidei no ano passado e o meu marido deixou de ter relações sexuais comigo, mas antes disso já não era o que era, porque ele era uma pessoa que tinha sempre vontade. Depois disso já tivemos relações, mas acho que ele deixou de ter desejo por mim, não sente vontade de o fazer, ele diz que me ama e gosta de mim, e não sei como resolver esta situação. Não sei o que fazer, e gostaria que me pudessem ajudar.
Sandra
Cara Sandra,
A gravidez e o nascimento de uma criança podem alterar muito a vida de um casal. Só o seu marido lhe poderá dizer o que sente, mas fale com ele e esclareça as suas preocupações. O desejo sexual alimenta-se de pormenores que por vezes esquecemos na azáfama dos dias: podem estar mais cansados que antigamente, ele pode não a querer pressionar por ser mãe (apesar de continuar a ser mulher), podem ter ainda a criança no vosso quarto e tal inibi-lo … Há muitos factores que podem estar a influenciar a vossa vida sexual, comuniquem um com o outro, sem discussões nem exigências para que perceba quais estão a influenciar a vossa.
Uma relação intima evolui muito ao longo dos anos e tal não é negativo: ao início há mais desejo de proximidade e, depois, há um afastamento saudável que o amor permite por se sentirem seguros para viver as vidas independentemente, embora juntos. Não crie expectativas irrealistas sobre o vosso amor, que limitem as vivências novas que podem ainda experimentar.
Boa sorte para a sua conversa e acredite no vosso casamento e na força da vossa família.
Se ainda assim precisar de ajuda, não hesite em consultar técnicos de sexologia ou de terapia de casal, para que percebam o que vos aconteceu. Nós damos consultas em Lisboa, no Saldanha, com marcações através do número de telefone 21 318 25 91.
O meu namorado é um jovem de 18 anos, saudável. Passou fases de abstinência sexual relativamente alargadas, quando ainda não estamos juntos e tem um problema que tem vindo a perturbar-lhe e a mim também há algum tempo: quando se envolve comigo e durante a fase pré-sexo, onde nos beijamos, costuma ficar bastante entusiasmado e surgem-lhe regularmente erecções. O problema que lhe aparece é numa fase posterior, durante o acto sexual propriamente dito tem dificuldades em ter erecções. Tem bastante dificuldade em perceber o porquê desta questão, visto que não tem problema em ter uma erecção quando está sozinho, ou durante a tal dita fase de pré-sexo. Parece que isto não aconteceu apenas comigo, pois já tinha acontecido numa relação anterior.
Irina
Cara Irina,
O problema que descreve pode tratar-se de disfunção eréctil um dos problemas sexuais mais comuns nos homens: pode tratar-se de uma incapacidade de manter a erecção por um curto período até conseguir obtê-la de todo. É muito normal que os homens passem por isto em algum período das suas vidas ou em situações pontuais por factores circunstanciais (cansaço, ter bebido demasiado álcool, estar a fazer determinada medicação, etc). O problema começa muitas vezes com uma situação pontual, mas que a preocupação em antecipação e no momento sexual posterior levam a que se instale uma disfunção sexual.
Uma das causas mais comuns da disfunção eréctil é uma condição na qual embora o sangue aflua ao pénis da forma habitual durante a erecção, volta de novo para trás e o pénis fica flácido. Isto acontece devido ao sistema de bloqueio, que normalmente mantém o sangue dentro do pénis, deixar de funcionar convenientemente. Este problema pode ser ultrapassado utilizando um anel concebido medicamente que encaixa à volta da base do pénis – experimente comprá-lo num sex-shop.
Os problemas de erecção do seu parceiro parecem ter uma origem psicológica, visto que ele consegue ter erecções antes da penetração. Por exemplo, se estiver preocupado com o seu desempenho sexual, ou com sentimentos de inadequação, culpa, ou ressentimento, estes podem manifestar-se como uma incapacidade de ter ou manter a erecção.
Como este problema já tem algum tempo, devem em casal fazer uma terapia sexual, que vos pode ajudar a ultrapassar este problema (nós damos consultas em Lisboa, com marcações através do número de telefone 21 318 25 91). Se adiarem demasiado o tratamento as dificuldades podem instalar-se e dificultar ainda mais a que o seu parceiro, e a Isabel, se sintam satisfeitos com a vossa vida sexual e com a relação. Não hesitem e peçam ajuda profissional – verão que não se arrependerão!
Fiquei muito feliz em encontrar seu site. De há uns tempo para cá tenho tido um cheiro mau na vagina, posso tomar banho que com menos de meia hora está aquele cheiro de xixi forte e se eu comer alguns tipos de peixe o odor piora.
Gostaria da sua ajuda pois amo meu marido e não quero perdê-lo pois ele não entende por que não consigo e agora é por vergonha do odor.
Esperança
Cara Esperança,
A sua situação acontece a muitas mulheres e não deve deixar de tentar viver a sua sexualidade por estar agora a sentir isto. O cheiro que descreve dos seus genitais deve ser normal e aconselho-a a NÃO lavar demais a sua vagina, pois só aumentará o cheiro (uma vez por dia é suficiente, durante a sua higiene habitual) e ao fazê-lo utilize produtos ou sabões neutros, pouco agressivos para a flora vaginal.
O seu órgão genital tem uma “flora” que tem um cheiro característico, que pode estar relacionado com a alimentação, composto de microorganismos que protegem a sua saúde genital. No entanto, por vezes, estes microorganismos podem aumentar em número e levar a certos corrimentos, cheiros ou desconfortos, pelo que uma consulta ginecológica é essencial para que um médico lhe faça uma observação, mesmo que apenas externa.