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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Livros de auto-ajuda sexual

O meu marido teve problemas financeiros e eu o ajudei a pagar algumas dívidas, agora eu o culpo pelas nossas dificuldades sem que ele saiba.
Tenho um problema não consigo fica excitada, a minha razão quer mas a minha emoção não responde.
Tive problemas com fungos em função do stress e o meu parceiro também ficava (bichado), isso acontecia com muita frequência  depois de um certo tempo fui me sentindo culpada e automaticamente não fico mais lubrificada, só sinto sono e vontade de fugir, Como não consegui localizar  um lugar que faça terapia sexual, gostaria da indicação de alguns livros que me  ajudem a aumentar a minha auto estima e voltar a ser normal.
 
Luísa
 
Cara Luísa,
 
Como a sua relação tem algumas questões a serem resolvidas, a terapia de casal pode ajudar-vos e ter consequências positivas na vossa sexualidade. Procure terapeutas familiares ou de casal e poderá encontrá-los na sua zona.
As preocupações são contrárias ao prazer e à excitação (onde a lubrificação é um sinal físico), pelo que a vossa sexualidade está a sofrer de assuntos por resolver entre o casal.
O facto de referir as dívidas leva-me a pensar se não estará a encarar a sua vida conjugal como demasiado esterotipada: o marido dá o sustento e a mulher cuida dos filhos...liberte-se dessas ideias feitas e seja criativa, adapte-se à sua situação individual e em equipa, em casal.
Como estou em Portugal posso recomendar-lhe livroa que não são vendidos no Brasil, por isso, procure em livrarias nas prateleiras de saúde, psicologia ou sexualidade: manuais de auto ajuda na sexualidade com dificuldades, livros sobre o casal, livros de terapia de casal, etc. pode ser que algum desperte a sua curiosidade e responda um pouco à sua vontade de ler mais sobre a questão.
Alguns exemplos de livros que recomendo:
 
- Kamasutra para o homem - Alicia Gallotti (há a versão para mulheres e homossexuais), Publicações Dom Quixote
- Prazer sem limites - as melhores técnicas sexuais - Alicia Gallotti, Publicações Dom Quixote
- Como ser uma boa amante - Lou Paget, Publicações Dom Quixote
- Satisfação - A arte do orgasmo feminino - Kim Cattrall e Mark Levinson, Eigal
 
Note que estes livros podem melhorar a vida sexual de um casal, mas não resolvem os problemas pendentes por si mesmos e podem não responder às suas necessidades específicas. Qualquer livro de literatura, poesia, contos eróticos que lhe agrade podem ter o mesmo efeito desejado na vossa sexualidade.
Pode procurar também na internet, embora deva ter muito cuidado com as fontes onde lê – há muita coisa que não é fiável e científica, certifique-se antes de ler com atenção e dar importância.

Depressão e sexualidade

Gostaria de saber o que acontece quando um marido tem relações sexuais com a esposa e depois se sente muito mal. Fica deprimido. Ele tem depressão, normalmente, mas diz que esse mal estar, esse peso em sua cabeça, piora quando  tem relações sexuais com a esposa. O que é isto?
Cláudia
 
Cara Cláudia,
 
Como o seu marido tem uma condição clínica – a depressão – sofre sentimentos e emoções negativos em relação a quase, senão mesmo tudo. Como consequência da própria depressão ou do seu tratamento (se ele estiver a ser medicado psiquiatricamente) sente igualmente mal-estar nas relações sexuais. Seja compreensiva e aguarde que a depressão passe. Não o pressione para que sinta o prazer como antes de estar deprimido e compreenda que nesta doença o isolamento das pessoas de quem se gosta e magoá-las, causa ainda mais sofrimento, num ciclo vicioso de que é difícil sair, mas possível. O facto de ele dizer que piora quando têm relações é sinal desta tendência dele se isolar e a magoar, sem querer e prejudicando ainda mais a sua saúde – não dê demasiada importância. Provavelmente ele dirá o mesmo de todas as actividades que faz e que experiencia de modo diferente do que quando não estava deprimido.
Se ele não estiver a ser tratado ajude-o para que seja, com um psiquiatra e psicólogo (o tratamento com ambos em equipa é o mais eficaz no combate à depressão), sendo a leitora uma fonte de esperança de que ele pode vir a sentir alegria e a ver as coisas com mais cor, menos cinzentas e, claro, a sentir prazer com o vosso amor.

Abuso Sexual e desejo

Tenho 25 anos e uma ausência total de desejo sexual.
No início do meu relacionamento isso não era problema, mas quando eu e o meu
parceiro começámos com o acto sexual em si, as coisas começaram a piorar.
Há cerca de 4 anos que vivo nesta angústia e desespero. Sinto repulsa, horror
e vontade de fugir. Eu sei que tenho um problema, mais diria um bloqueio. Já
recorri a uma psicóloga sexóloga, como sofri de abusos sexuais (por um
adolescente) na infância, mas não ajudou muito.
A única forma de ter relações sexuais é porque me obrigo a isso e é mais
fácil de dizer que fazer. Não sei o que fazer, aqui em Viseu não encontro
nenhum psiquiatra especializado.
Já tentei recorrer a medicamentos mas tenho receio que possa cortar o efeito da pílula (yasmin), a última coisa que me apetece é engravidar...
O meu relacionamento está por um fio, o meu parceiro tem desejo em abundância e ele já chegou ao limite, não entende que haja pessoas com este problema e não me parece que vá ajudar na resolução do problema.
Para piorar a situação, o acto sexual para mim é doloroso, pois tenho uma
pequena inflamação que parece não ter fim (já tentei tudo: antibióticos,
pomadas, etc).

Catarina

 

Cara Catarina,

 

Há muitas questões a resolver nas dificuldades que demonstra na sua sexualidade. Em primeiro lugar, o trauma de ter sido abusada não é fácil de ultrapassar e tem consequências sérias. Quem inicia a sua vida sexual à força e cedo demais não pode esperar apreciar o sexo em si mesmo sem ajuda especializada e algum esforço. Por isso, aconselho-a a continuar na psicóloga sexóloga e a seguir as suas recomendações, por muito que sejam dolorosas. Infelizmente, ultrapassar uma situação dolorosa requer ainda muita dor, mas tem o benefício de a fazer sentir-se melhor consigo e na sua sexualidade futura. Não desista, valerá a pena.

Dado o que nos conta, compreende-se como é difícil sentir prazer nas suas relações sexuais…e quem sente pouco prazer não sente o desejo a aumentar. Repare como isto aconteceu desde que começaram a fazer amor, pois antes a vossa relação não estava associada a sexo. Mesmo a infecção que refere e que parece difícil de tratar pode estar relacionada com a sua dificuldade em se excitar.

Sobre o seu receio de engravidar, tem de esclarecer com um médico, mas saiba que o desejo feminino é difícil de tratar com medicamentos…terá de ser com a sua imaginação e criatividade. Não se “obrigue” à penetração vaginal, explore outras opções menos invasivas para si, que lhe aumentem o prazer sem a pressionar: pode ser desde massagens eróticas, a banhos de imersão em conjunto, a conversas sobre fantasias sem se tocarem…Invente à vontade a sua forma de se excitar e gostar de sexo!

Por fim, peço-lhe que tente voltar à terapia, pois pode ser uma grande ajuda. Compreendo que custe e que os seus efeitos positivos levem tempo a sentir-se, mas é um passo que a pode ajudar em muito nestas questões. O Hospital de Viseu tem consultas especializadas de sexologia clínica, às terças e quartas feiras à tarde. Boa sorte.

Operação ao pénis

Gostava de saber se depois da operação do freio curto, o pénis fica maior, ou fica igual ao que esta?
João
 
Caro João,
 
Deve esclarecer estas dúvidas com o médico que lhe fará a operação, não tenha receios, os técnicos de saúde sabem responder e não fazem juízos de valor sobre as questões colocadas pelos utentes.
Penso que depois da operação o tamanho do pénis ficará igual, pois o pénis não aumenta nem diminui com operações correctivas de situações problemáticas, mas sim com operações estéticas, que podem ser perigosas para o seu funcionamento sexual.
Não se preocupe com o tamanho do seu pénis, pois o prazer que se tira é semelhante com diferentes tamanhos e formas – o mais importante é a relação com a pessoa com quem está e a forma como decorre a relação, como conseguem comunicar o que necessitam sexualmente para ter e oferecer prazer.

Ejaculação Feminina

Sinto-me envergonhada de fazer esta pergunta, mas tenho de a fazer... Tenho 23 anos, tive poucas relações com meu namorado e já usei pílulas, mas há alguns meses parei.
Na nossa última relação eu estava no período fértil e eu deixei que ele penetrasse sem camisinha. Ele não ejaculou, mas de repente me senti muito molhada e saiu muita substância de mim ou dele, ainda não sei, e isso foi de uma vez, sujou bastante até. Parámos e ele jurou que não era dele. O cheiro característico não parecia ser dele e eu fiquei muito preocupada. Nunca tinha acontecido connosco antes. Entendo que há um líquido, um lubrificante que sai do pénis antes de ejacular, porém nunca percebi isso nele.
Luna
 
Cara Luna,
 
A sua preocupação é válida, mas deve ser diminuída, em relação a uma possível gravidez indesejada com a utilização sistemática de um contraceptivo ou com o preservativo, que a protege igualmente de infecções sexualmente transmissíveis.
O liquido que descreve pode ser o que antecede a ejaculação ou a sua própria ejaculação feminina, que algumas mulheres descrevem. Vá a uma consulta de planeamento familiar e esclareça as suas duvidas, presencialmente e sem medos, e inicie a toma de uma contraceptivo a que deixe descasada e livre para sentir o prazer que pode tirar da sua sexualidade e das relações sexuais.