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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Sexo durante o período?


“A minha namorada quer fazer amor quando está com o período, mas para mim isso parece pouco natural ou higiénico. Eu acho bastante estranho este comportamento, mas não sei se é normal noutros casais?”



Não existe problema algum em ter relações durante o período, e fazê-lo ou não, vai depender apenas da preferência de cada indivíduo. Algumas mulheres sentem-se bastante excitadas durante esses dias enquanto que outras têm dores e não querem nem pensar em sexo. Alguns homens gostam de ter relações quando a sua parceira está com o período, pois as chances de engravidar são bastante reduzidas, enquanto que outros acham desconfortável e pouco higiénico, o que parece ser o seu caso. Existem algumas formas de resolver a situação agradando a ambos. A sua namorada pode começar a tomar a pílula o que vai fazer com que os seus períodos sejam mais curtos e tenham menos fluxo, ou então ela pode usar um diafragma antes de terem relações, o que vai bloquear temporariamente o corrimento sanguíneo, no entanto, ela deve tira-lo assim que terminarem. Aproveite ao máximo e tente não se preocupar com "pormenores".

 

Tema de hoje: Dores na relação sexual

 

Estou a escrever porque estou a ficar preocupada, pois já tentei ter inúmeras vezes ter relações sexuais e as dores são tão fortes que não conseguimos. O meu namorado diz que é normal isso acontecer, que eu fico muito nervosa mas começo a sentir-me mal com isto. No ano passado fui à ginecologista e ela garantiu-me que estava tudo bem e que não tenho qualquer problema mas confesso que começo a sentir-me mal.
Susana
Cara Susana,
Pela sua descrição não posso saber ao certo a causa das dores. Poderá ser por uma lubrificação fraca, que acontece em muitas mulheres e pode ser resolvida com lubrificantes artificiais; poderá tratar-se de alguma infecção vaginal, pois deve ir à sua médica ginecologista cada 6 meses e fazer alguns exames que despistem possíveis bactérias ou vírus; poderá ainda ser uma perturbação sexual feminina, como a dispareunia ou vaginismo (não sei ao certo se sentirá contracções da vagina). Por enquanto podem explorar outras formas de ter relações sexuais, não só através da penetração… Explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua, o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites!
Para tentar reolver as dores no sexo, compre lubrificante numa sexshop ou numa farmácia e peça ao seu namorado que a penetre aos poucos e de forma gentil, ou seja, sem colocar o pénis todo na vagina de uma vez, e à medida que ele for introduzindo o pénis deve controlar a profundidade e velocidade da penetração, deve também contrair e relaxar os músculos da vagina durante este exercício. Desta forma vai sentir mais controle durante a penetração e vai acabar por descontrair e por sua vez sentir mais prazer. Tenha pensamentos positivos, imagine-se em lugares de sonho, crie uma fantasia e partilhem-na (a encenação de uma cena que a relaxe, por exemplo), não se deixe levar pela ansiedade.
Aconselho também que explore o seu corpo através da masturbação, para que possa descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá prazer, pois o primeiro passo para sentir prazer com um parceiro é ser capaz de o fazer sozinha.

Tema de hoje: falta de desejo sexual

 

Tenho 26 anos e nunca tive um namorado, nem estive com alguém e também não sinto muita vontade de o fazer. Vejo que as minhas amigas e as pessoas à minha volta não são assim. Serei normal?

 

 

Cara Leitora,

A sexualidade é uma dimensão importante da nossa vida, mas nem todos nós precisamos de ter uma relação para nos sentirmos felizes na nossa vida. A questão principal é mesmo se se sente feliz tal como está. A intimidade é uma experiência que nos enriquece muito, que nos traz grande felicidade e nos faz evoluir como pessoas; mas pode também ser vivida em relações de amizade, familiares ou outras – não tem obrigatoriamente de passar por namorar.

É verdade que quanto menos exercitamos a nossa vida sexual, menos temos vontade de ter relações sexuais. Analise se não tem mesmo vontade de entrar numa relação íntima ou se as evita por medo de se dar a conhecer, por receio que não gostem de si, por medo de arriscar descobrir esta nova dimensão da sua vida.

Não entre numa relação por pressão social ou porque os outros o fazem, mas tente conhecer-se a si mesma, ao seu corpo e ao prazer que pode tirar dele (na masturbação, por exemplo) e arrisque encontrar a melhor maneira de viver a sua vida e a sua sexualidade.

...


“Ultimamente a minha filha de 13 anos tem se vestido e comportado de forma sedutora cada vez que o meu namorado está na minha casa. Será que devemos falar com ela sobre isso ou devemos ignorar esse comportamento?”

Teresa, Sacavém

Cara leitora

A sua filha está a entrar numa fase de transformação na qual ela necessita validar a sua sensualidade, e por isso ela pode estar a vestir-se e a comportar-se dessa forma com todas as pessoas, mas a leitora só reparou quando isso acontece em casa. Pode também dar-se o caso dela estar a querer competir consigo pela atenção e afecto do seu namorado e para tal ela está a copiar o seu comportamento quando o seu namorado está na sua casa. Ela pode também estar a expressar a sua frustração por a leitora partilhar o seu tempo com alguém que não ela. Como vê as hipóteses para o comportamento da sua filha são várias e por isso o mais importante não é criticar a forma como ela se veste ou comporta mas sim descobrir a razão desse comportamento. Converse com ela e pergunte como ela se sente em relação a você ter um namorado e passar tempo com ele? Pergunte também como ela acha que as pessoas a vêm quando ela se comporta e veste de forma sedutora?. Explique-lhe que o seu corpo está a alterar-se e ela está a tornar-se uma mulher, e que por isso deve ter cuidado pois as nossas acções mandam mensagens que nem sempre são aquelas que queremos mandar!

“ Tenho medo de mostrar o meu lado selvagem”


“Quando tenho uma relação duradoura não consigo mostrar o meu lado selvagem da mesma forma que o faço com alguém com que passo apenas uma noite, pois tenho medo que a pessoa que está comigo pense que sou um tarado e que durmo com muitas mulheres.”

 

Leonel, Portimão

 

Caro Leitor:

É normal que quando assume uma relação estável se preocupe mais com o que a sua companheiro pensa acerca de si, mas dai a pensar que por ser um parceiro fogoso ela vai pensar que é um tarado e que dorme com muitas mulheres não faz muito sentido. Não é através da libido de uma pessoa que se pode avaliar quantos companheiros essa pessoa teve e além disso acho que são poucas as mulheres no planeta que vão reclamar por o namorado ser um bom amante!!! Pode-se dar o caso de você estar a projectar na seu parceira aquilo que realmente sente em relação a si mesmo. Se for esse o caso, aconselho-a a procurar um psicólogo para resolver o que está por detrás desse comportamento. Aceite a sua sexualidade sem preconceitos pois nunca se sentirá completamente feliz numa relação na qual não está a ser autentico.

“A vagina da minha namorada é pequena”


“Comecei há pouco tempo a ter relações com a minha namorada e normalmente a penetração é dolorosa. Será que a vagina da minha namorada é muito pequena. O que deverei fazer? ”

Pedro, Aveiro


Caro Leitor:

Quando se inicia a actividade sexual é normal que isso aconteça. A sua namorada está nervosa o que pode provocar tensão dos músculos da vagina, e falta de lubrificação adequada. Aconselho-o a dedicar mais tempo e atenção aos preliminares e só tentar a penetração quando a sua namorada lhe disser que está preparada para isso. Experimente também utilizar um lubrificante para facilitar a penetração o que além de ser divertido fará com que a sua namorada se sinta menos tensa. Não pressione a sua namorada e adopte a posição na qual ela se sente mais confortável.

Tema de hoje: relacionamento

Nobuyoshi Araki

 

 

Olá Doutora Maria Helena,
Tenho uma namorada de quem gosto muito, temos uma vida sexual activa, faço-lhe muitas carícias, ela não se queixa, fazemos sexo oral, etc. Ela tem 21 anos, já teve outros parceiros, no entanto, certo dia disse-me que não sabe se tem orgamos. Desde esse dia, aprofundei ainda mais os meus carinhos, tentando aumentar a sua excitação. Ela diz-me
que sente coisas fortes, muito prazer, e que parece que vai explodir... aí fico a pensar, será que tenho uma namorada que não tem orgasmos? O que devo fazer? Acho que já fiz de tudo... ela disse-me que não se masturba pois não gosta, não sente nada. Já a masturbei e nesse momento ela gostou e sentiu prazer e contorcia-se toda. No sexo oral ela fica louca e pede para a penetrar pois já não aguenta mais, quando fazemos amor ela gosta que eu faça movimentos bem profundos... Então, será que ela tem realmente orgamos? Uma amiga minha disse-me que não tem, pois se tivesse saberia e não teria dúvidas. Acho que o orgamo na mulher realmente é diferente de uma para outra. Tenho dúvidas se tenho que melhorar ou não... se tenho que aumentar o tempo de penetração. Ja tentei ficar mais tempo a penetrá-la, mas não adianta muito, pelo contrário, o que parece é que ela gosta de sexo mais curto, rápido e intenso. Ela mesma me disse que o tempo não importa. Já tentei colocá-la por cima de mim pois dizem que assim as mulheres sentem mais prazer, mas ela não gosta, diz que dói, que faz pressão interna, e nem adianta tentar, para ela não adianta. Então o que devo fazer? Ou devo continuar como estou, pois está a sentir prazer e orgasmos (mesmo sem saber se os tem ou não).

Grato
Savio
Caro Savio,
Você parece ter um bom relacionamento emocional e sexual com a sua namorada, pois tem o à-vontade para conversar acerca deste tipo de temas sem ter tabus ou preconceitos, o que é bastante saudável. O que eu aconselho é que continue a ser um bom namorado e amante atento para a sua namorada. Continue a conversar acerca do que lhe dá prazer mas sem a pressionar a ter um orgasmo, concentre-se apenas no facto de que ambos gostam de estar juntos e gostam de disfrutar dos corpos um do outro. Incentive a sua namorada a experimentar novas posições e mesmo a masturbar-se, talvez se ela o fizer consigo encontre mais prazer nisso.  Naturalmente, ela irá sentir-se mais à vontade e cada vez terá mais prazer durante o acto sexual.

“Não consigo atingir o orgasmo quando faço amor!”

“Tenho 25 anos e consigo sempre ter orgasmos quando me masturbo, mas raramente consigo atingir o orgasmo durante sexo. Será que há alguma quando errada comigo, ou será que eu não me conheço tão bem como eu pensava?”

Clara, Matosinhos

 

Cara leitora

Não existe nada de errado consigo, pois existem muitas mulheres que não conseguem atingir o orgasmo através da penetração necessitando estimulação manual ou oral do clítoris. Quando a questionar-se se conhece o seu corpo tão bem como pensava, perece-me que a leitora se conhece bastante bem pois sabe como gosta de ser tocada conseguindo atingir o orgasmo sempre que se masturba. Talvez o problema seja o seu parceiro não a conhecer bem. Muitos homens queimar-se de que as mulheres não comunicam aquilo que mais gostam fazendo com que eles se sintam bastante perdidos. Converse com o seu parceiro e explique-lhe como gosta de ser tocada. Peça-lhe que a estimule manualmente ou oralmente antes de a penetrar. Experimente também novas posições nas quais o seu clítoris pode ser estimulado durante a penetração. Parece-me que o seu caso pode ser facilmente resolvido com uma boa dose de “descontracção e comunicação”.

 

 

tema de hoje: Maternidade e desejo sexual

 

Tenho um problema já há tempo e gostaria de saber a sua opinião. Namorei cerca de 3 anos e durante esse tempo não tive qualquer problema ao nível de desejo sexual, entretanto casei e engravidei e tudo correu bem.
Depois do nascimento do meu filho (há 6 meses) e depois de começar a tomar a pílula notei que comecei a perder esse desejo e neste momento não sinto vontade de ter relações sexuais com o meu marido. Eu continuo a gostar dele e quando consigo ter relações até sinto imenso prazer, mas não me apetece. O que posso fazer?
Cátia
Cara Cátia,
O que está a viver é bastante comum: depois do nascimento dos filhos o casal passa por alterações muito grandes na vida que podem levar a certas crises, sendo que crise não é necessariamente negativo, mas sim um período que precisa de reorganizações e reequilíbrios que podem ser difíceis.
Como o seu filho nasceu há apenas seis meses ainda pode estar a amamentar e é muito normal que sinta o seu desejo menos activo (ou hipoactivo). É uma resposta adaptativa do seu corpo, que enquanto tem um bebé para cuidar, se protege da gravidez de um próximo. Durante a amamentação os níveis de progesterona estão mais baixos e os de prolactina estão mais elevados, o que causam redução no desejo sexual. Após deixar de amamentar o seu organismo demora cerca de 8 semanas a voltar ao normal. Se a Cátia não esta a amamentar e continua a sentir falta de desejo sexual, e aconselhável que faça análises ao sangue para ver se tudo está bem consigo ao nível hormonal.
O facto de tomar a pílula pode deixá-la descansada em relação a uma nova gravidez, pelo que é importante tomá-la, mas pode também acontecer que não esteja a adaptar-se bem a essa marca específica. Existem algumas pílulas contraceptivas que devido ao tipo de hormonas e concentração das mesmas, causam redução do desejo sexual nas mulheres, por isso fale com o seu médico e veja se será esse o motivo da sua falta de desejo e tentem encontrar uma solução contraceptiva que a faça sentir-se bem.
Mas outros factores externos a si mesma podem estar a influenciar a sua libido, como por exemplo, o cansaço de cuidar de um bebé e de trabalhar, o ter muitas mais tarefas em casa para fazer, onde é que o vosso filho dorme (já terá ele o seu próprio quarto?), terem menos tempo para se dedicarem um ao outro, a relação de si mesma com o seu corpo – psicologicamente porque ele se altera na gravidez e depois dela e fisicamente porque o parto pode alterar a resposta da sua vagina e vai ter de se habituar às diferenças.
É importante que comunique com o seu marido aquilo que está a sentir, para que encontrem juntos soluções: pode precisar de mais ajuda nas tarefas de casa, agora que têm mais uma pessoa de quem cuidar, de modo a sentir-se menos cansada; pode pedir ajuda a familiares ou amigos para que encontrem um tempo só para os dois, para namorar, ir ao cinema, jantar fora; marquem semanalmente momentos em que se dediquem um ao outro, por exemplo, quando o bebé estiver a dormir, para que recuperem o espaço de intimidade que tinham antes; experimente inovações na sua relação sexual compradas em sex-shops (lubrificantes, vibradores, brinquedos…).

“Sinto-me atraído por uma aluna minha”


“Sou viúvo, tenho 50 anos e sou professor numa universidade. Sinto-me bastante atraído por uma aluna minha de 37 anos, mas não sei o que fazer pois tenho medo de vir a ter problemas se me envolver com ela.”

 

Paulo, Lisboa

 

Caro leitor

Sendo professor numa universidade faz com que conheça bastantes pessoas durante cada ano lectivo, por isso era de esperar que mais tarde ou mais cedo viesse a encontrar alguém por quem se sentisse atraído. Desconheço qualquer lei em Portugal que impeça a vossa relação, mas posso dizer-lhe que nos Estados Unidos a relação entra um professor e uma aluna é estritamente proibida podendo resultar em despedimento do professor e total impedimento de voltar a ensinar. Para evitar problemas aconselho-o a esperar que ela cabe a sua cadeira e que deixe de ser sua aluna, e só depois inicie uma relação com ela. Evite ter qualquer tipo de contacto com ela a nível académico de forma a não ser acusado por colegas ou alunos de a estar a favorecer ou ela o acusar mais tarde de assedio sexual caso a relação não resulte. Se ela está também interessada em ter uma relação consigo com certeza que irá compreender se conversar com ela e lhe explicar as sua preocupação. Avalie a situação e faça o que achar melhor para si.

 

 

 

 

 

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