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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Ela é casada!”

“Namorei sete meses com a mulher que julgava ser a minha alma-gémea, até que um dia descobri que ela era casada. Já tentei esquecê-la, mas não consigo, assim como não a consigo deixar. Acho que me apaixonei por ela. O que posso fazer para a esquecer?”

Jorge, Almoçageme

Caro leitor,

Sem qualquer intenção envolveu-se com uma pessoa casada e pelo que conta dá a entender que reprova esta situação. Porém, agora vê-se sem muitas alternativas, pois sente-se incomodado com a situação gerada, mas também não a consegue esquecer pelo facto de a amar bastante. Apesar de
estar a viver uma situação constrangedora, sente-se realizado com a relação de ambos, ou seja, sente que está a viver a sua história de amor devido aos bons momentos que passam juntos. Por outro lado, encontra-se a viver um pesadelo pois está apaixonado por uma mulher casada com quem não pode casar ou constituir família. Porém, cabe-lhe a si reflectir no que deseja para a sua vida daqui a frente, visto que a pessoa que ama não pretende deixar o marido. Pense na sua felicidade e veja se vale a pena estar a investir numa relação em que vai estar sempre em segundo plano.

“Não quero que ele me contagie com o herpes.”

“Eu e o meu namorado adoramos fazer sexo mas neste momento ele tem herpes e eu não o quero apanhar. Ele disse-me que se fizermos sexo oral, o contágio não acontece. É verdade?”

Ana, Palmela

Cara Leitora,

Tem toda a razão em sentir-se preocupada com este assunto, uma vez que o herpes é uma doença sexualmente transmissível. Como tal, é necessário ter cuidados redobrados. O herpes é uma doença que dura toda a vida, pois fica incubado e quando existe uma fraqueza imunológica ela reaparece. Apesar do vírus do herpes poder ser transmitido a qualquer altura, este é mais contagioso aquando da existência de lesões na zona genital. Nessa altura não recomendo de forma alguma que tenha relações sexuais com o seu namorado nem mesmo com a utilização do preservativo. Quando não existe qualquer tipo de lesões, o herpes pode mesmo assim ser transmitido, mas as probabilidades são menores. Por isso, é importante que o seu namorado entenda a sua preocupação. Caso o seu namorado não fique satisfeito com a sua justificação, convide-o a procurar a ajuda de um médico para que possam aprender a forma mais segura de ter relações. Não se esqueçam da importância extrema do preservativo, pois este é indispensável para uma boa saúde, dado que ajuda a prevenir as DST (doenças sexualmente transmissíveis).

“Envolvi-me com a mãe do meu amigo”

“Tenho 33 anos, vivo junto com a minha companheira há 8 e sempre fui fiel. Mas desde que comecei a frequentar a casa dum amigo e colega da faculdade senti-me muito atraído pela mãe dele e acabámos por nos envolver. Tanto eu como ela nos sentimos mal por
nos termos envolvido um com o outro. O que devo fazer?”

 

Celso, Matosinhos

Caro leitor,

A situação em que se encontra está a conduzi-lo a uma condição de instabilidade emocional. Sente-se muito confuso dado que se sente culpado pela situação gerada, pois como relata tem um relacionamento sério e equilibrado e não vê nenhuma razão para fazer o que fez. Todavia, o padrão da relação extra-conjugal que mantém distancia-se da forma como o seu relacionamento é conduzido, ou seja, o relacionamento que tem com a sua companheira é algo que faz parte da sua rotina há oito anos e têm um modelo criado por vós, enquanto que a relação que tem em paralelo é algo desregrado e sem qualquer compromisso. A relação que mantém com a sua companheira é baseada em algo sólido tal como a amizade, carinho e companheirismo enquanto que a relação que mantém com a mãe do seu amigo é baseada em algo passageiro e superficial que é o desejo e atracção sexual. Cabe a si reflectir e averiguar em qual das relações se sente melhor e quais as suas metas. Deve evitar continuar a viver nesse dilema que tem vivido ultimamente, pois viver relações simultâneas não é justo nem correcto para nenhuma das partes.

“O meu filho irá reagir bem se eu arranjar um companheiro?"

“Sou viúva há 6 anos e conheci há pouco tempo um senhor com quem me sinto bem. Mas tenho medo da reacção do meu filho, que tem agora 15 anos. O que devo fazer?”

Maria Clara, Benfica

Cara leitora,

A sua carta demonstra que é uma mãe extremamente preocupada e interessada com o bem-estar do seu filho, mas tenha cuidado para não deixar de viver a sua vida por causa do medo de o magoar. Seis anos parece ser tempo suficiente para estar sem alguém a seu lado e agora que o seu filho
já é um adolescente, já tem idade para compreender o facto de ter arranjado uma pessoa com quem compartilhar a sua vida. Tem é que fazer com que ele perceba que tal facto não vai mudar o amor que sente por ele. É perfeitamente normal que após o falecimento do pai ele esteja mais apegado a si, pois sente-se inseguro e com medo de a perder, mas já é tempo de ele perceber que a leitora tem necessidade de ter um companheiro com quem partilhar a sua intimidade. Até porque, em breve, ou talvez até já esteja a acontecer, ele próprio se vai começar a interessar por raparigas e vai começar a namorar. Por isso, o melhor é ter uma conversa calma com o seu filho e prepará-lo para o facto de que qualquer dia a leitora quererá voltar a partilhar a sua vida. Agora que encontrou alguém com quem pretende iniciar uma relação séria, não lhe diga já de quem se trata, comece por apresentar o seu novo companheiro como um amigo e, a pouco e pouco, o seu filho verá a vossa relação com outros olhos. Não abdique da sua felicidade, mas também não o force a aceitar uma pessoa que ele mal conhece. Dê-lhe tempo para ele se adaptar e verá que tudo vai correr bem.

“A minha namorada não pode tomar a pílula e eu não me sinto confortável com o preservativo.”

“A minha namorada já usou vários tipos de contraceptivos orais, mas por vezes ela esquece-se de os tomar. Eu odeio o preservativo, sinto-me desconfortável. Já ouvimos falar dum outro método contraceptivo, o de barreiras vaginais. Será que resulta?”

Nuno, Olivais

 

Caro leitor,

Este tipo de contraceptivo, Barreiras Vaginais, é um método relativamente recente. Tem a forma de um cilindro fino de poliuretano com cerca de 15 cm de comprimento e 5 cm de largura, sendo que uma das extremidades é aberta e a outra extremidade fechada. A extremidade aberta coloca-se fora dos lábios vaginais prevenindo assim a entrada do esperma. Este método combina contracepção e protecção das doenças sexualmente transmissíveis.

Este método contraceptivo ainda não tem muita procura por parte da população feminina devido ao seu tamanho e por ser mais caro que o preservativo masculino. Alguns utilizadores alegam que o preservativo feminino diminui a sensibilidade de ambos os parceiros. Segundo algumas investigações, a taxa de insucesso deste preservativo é de 5 %. No caso da sua namorada é aconselhável o uso do mesmo, ela não deve recear a sua utilização porque
certamente irá adaptar-se bastante bem. De qualquer forma, se a sua namorada sentir algum tipo de desconforto durante a utilização deste preservativo,
aconselho-os a procurar o médico ginecologista para que ele vos informe sobre outros métodos contraceptivos existentes no mercado.

“O meu primo contou-me que tinha visto o pai dele a abusar da minha prima”

Tenho dois primos de quem sou muito amigo, e um deles disse-me que uma noite viu o pai dele a abusar da própria filha, irmã dele. Queria muito ajudá-los mas não sei como devo proceder. Será que me poderia ajudar?”

Bruno, Porto de Mós

 

Caro Leitor,

A situação que me descreve é bastante preocupante, dado que existe a possibilidade de existir incesto. Como tal, é muito difícil para uma jovem lidar com este tipo de investidas sexuais por parte de um adulto, principalmente sendo este o próprio pai. Tal situação deve ser informada imediatamente às entidades competentes, pois é punida por Lei e, como tal, o pai da sua prima deve ser detido. O Incesto significa a prática de relações sexuais com indivíduos da mesma família e com os quais não podemos casar, tal como irmãos, pais, etc. Infelizmente o abuso sexual de menores acontece, na sua maioria, entre membros da mesma família, principalmente entre pais e filhos, e entre irmãos. Estes indivíduos, vítimas de incesto, evidenciam perturbações muito graves a nível psicológico quando adultos. A melhor atitude que poderá tomar em relação à sua prima é informá-la e apoiá-la neste momento tão difícil para ela. Fale com ela e com o seu primo, juntos tentem saber qual a sua relação com a mãe de modo a que possam falar com
ela, se não se sentirem à vontade para tal, pois nem sempre isso acontece, tente que ela se dirija a uma pessoa adulta com a qual haja confiança, tal como um médico, um professor ou um psicólogo. Qualquer um deles poderá agir de forma que esta situação seja rapidamente encaminhada e resolvida nos trâmites legais, para que não haja mais ameaças à saúde tanto física como psicológica da sua prima.

“Engravidei do meu ex-namorado”

“Estou com o meu namorado 5 anos e amo-o muito, mas há dois anos tive um affair com o meu ex-namorado e engravidei. Amo muito o meu actual namorado e ele sabe toda a verdade mas fico perturbada pois não sei se ele ainda me ama.  

 

Teresa, Tomar

Cara
Leitora,

 

A aventura sexual que teve há dois anos com o seu ex-namorado fragilizou o seu actual relacionamento, o que é compreensível uma vez que a leitora traiu o seu namorado ao dormir com outro homem de quem teve um filho. Se, apesar de tudo o seu namorado ainda está ao seu lado é porque a
ama verdadeiramente e porque o que ambos sentem um pelo outro é tão forte que consegue ultrapassar todas as barreiras. Acredite nos sentimentos do seu actual namorado pois ele já lhe demonstrou que a ama e que quer ficar consigo. Tente não focar tanta energia no passado, e lute pela felicidade ao lado do seu namorado que já lhe deu mais do que suficientes provas do seu amor.

“A minha namorada está viciada no vibrador!”

“Há tempos entrei numa sex-shop e com a ajuda do responsável pela loja escolhi um vibrador e fiquei a conhecer o seu funcionamento. Eu e a minha namorada experimentámos utiliza-lo e foi muito bom. Mas o que me deixa preocupada é que parece que a minha
namorada agora só quer utilizar o vibrador?”

 

Diogo, Alcoitão

 

Caro leitor,

Variar a vida sexual é algo a salutar entre casais pois ajuda a quebrar a monotonia. Actualmente, é perfeitamente normal visitar sex-shops à procura de novas formas para dinamizar a vida sexual e fugir à rotina. Todavia, é importante que o casal esteja de comum acordo no uso de qualquer objecto ou na prática de jogos de sedução. Não é legítimo que a sua namorada a obrigue a fazer o que quer que seja contra a sua vontade, por isso converse com ela e mostre-lhe que a sexualidade do casal apenas resulta se ambos concordarem e tiverem motivação para participar nas aventuras eróticas traçadas pelo casal. O sentido de obrigatoriedade fará com que o leitor, progressivamente, vá perdendo a vontade de estar intimamente com a sua namorada e por isso a comunicação e respeito mútuo são bastante importantes.

“Fico excitadíssimo quando vejo a minha mulher nua”

“Estou casado há 3 anos, e ainda hoje fico excitadíssimo quando vejo a minha mulher nua. Desejo-a muito mas às vezes penso se será normal que depois destes anos de casado ainda ter este tipo de reacções.

 

Cristóvão, Cascais

Caro leitor,

O facto de se sentir atraído pela sua mulher passado alguns anos de casado não é algo que deve deixá-lo preocupado e com a sensação de estar a fazer algo imoral. Pelo contrário, é muito positivo que, ainda hoje, fique com o coração acelerado e que o seu corpo manifeste impulsos ofegantes com a nudez da sua esposa. Veja este facto como algo benéfico e que serve para melhorar e estimular a vossa vida sexual. Alie o útil ao agradável, o primeiro passo está dado, sendo o alcance da excitação e o segundo é aprender a usar a imaginação e desenvolver o seu poder de sedução para que juntos possam
embarcar num jogo envolvente rumo ao auge do prazer, desenvolvido pela cumplicidade conjugal. A sua desenvoltura sexual não pode e nem deve ser
encarada por si como algo anormal e vergonhoso. Aproveite ao máximo os momentos da vossa intimidade conjugal.

 

 

“Ele trabalha demais!”

O meu marido é responsável pela gestão de um hospital, o que faz com que se dedique inteiramente à carreira profissional e nem queira ouvir falar em ter filhos. Ele trabalha demais e eu já não sei como lidar com a situação.”

 

Joana, Castelo Branco

 

Cara
Leitora,

 

As exigências da sociedade actual fazem com que muitas pessoas alterem a sua rotina diária favorecendo a vida profissional em detrimento da vida
familiar, verificando-se, então, uma mudança nos padrões sociais inicialme te estipulados. Hoje em dia, algumas pessoas escolhem abdicar do desempenho do papel de pais em favor do prestígio e êxito profissional. Porém, apesar de o seu marido pensar assim, parece que a leitora discorda deste tipo de vida, gostaria que o seu marido trabalhasse menos horas e que constituíssem família. Nesse sentido, aconselho-a a ter uma conversa séria e frontal com o seu marido, dizendo que respeita a sua postura, mas que para si também seria muito importante ter uma família para lhe dar o seu amor e carinho. É fundamental que cheguem a um consenso que promova o equilíbrio e a felicidade do casal.

 

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