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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Nunca me procura para fazermos amor!”

“Amo a minha namorada, namoramos há três anos, mas tenho que ser sempre eu a procurá-la para termos relações. Será que há algo de errado?”

 

José, Sacavém

 

Caro leitor,

As diferentes necessidades de cada pessoa a nível sexual são muitas vezes o factor principal para que haja desentendimento entre casais. O que pode fazer é conversar com a sua namorada, pois deve existir alguma razão que explique o seu comportamento. Pode ser por razões culturais ou religiosas, segundo as quais a mulher não deve iniciar o contacto sexual. Pode também dar-se o caso de ela ser muito tímida e ter receio de ser rejeitada, ou sentir que você inicia sempre a relação sexual não lhe dando a hipótese de dar o primeiro passo. Outra hipótese a considerar é o facto de ela sentir que cada vez que têm relações sexuais as suas necessidades não são satisfeitas, o que faz com que ela evite ter relações consigo. Aconselho-o a falar com a sua namorada pois só assim poderá compreender o porquê do seu comportamento.

 

“O meu pénis é muito pequeno…”

 

“Tenho 17 anos e acho que não me estou a desenvolver da mesma forma que os meus colegas de escola, pois todos eles são bastante altos e fortes, e parecem ter um pénis maior do que o meu (ou pelo menos parecem-me quando os vejo no ginásio). Será que eu não sou normal?”

 

Luís, Leiria

 

Caro leitor,

Cada pessoa cresce de forma diferente, alguns jovens desenvolvem-se muito cedo enquanto que noutros esse desenvolvimento só ocorre mais tarde, o que parece ser o seu caso pois você tem apenas 17 anos e os homens continuam em crescimento / desenvolvimento até aos 21 anos. Por isso não se preocupe, dê tempo ao tempo, pois a não ser que você seja da altura de uma criança de 10 ou 12 anos, então não deve haver qualquer problema, mas de qualquer forma pode falar com os seus pais e decidir consultar um médico para que este lhe dê uma opinião especializada. Quanto ao tamanho do pénis passa-se o mesmo, você está ainda em fase de desenvolvimento, e por isso não há forma de saber qual o tamanho final dos seus órgãos genitais.

 

 

“Não me apetece fazer amor!”

“Tenho 39 anos e sempre gostei de sexo, mas ultimamente não me apetece fazer amor. Tenho uma ótima relação com o meu marido mas já nem sequer consigo dormir ao seu lado, opto por dormir no sofá. Não me sinto mal mas sei que faço o meu marido sofrer.”

Carla, Odemira

 

 

Cara leitora,

As principais causas para a falta de desejo sexual nas mulheres são a entrada na menopausa, problemas de saúde e problemas na relação matrimonial. Parece-me que nenhum destes casos se aplica a si pois diz ter uma boa relação com o seu marido e não ter problemas de saúde. Pode dar-se o caso de ter iniciado o processo da menopausa, o que frequentemente causa dificuldades a este nível. O seu desinteresse sexual pode dever-se também à monotonia. Aconselho-a a experimentar coisas novas com o seu marido, tenham imaginação e criem fantasias. Se quiser pode também tomar um suplemento natural para repor a energia sexual, este pode ser tomado todos os dias e demonstra resultados após duas semanas. Trata-se de um produto que contém afrodisíacos naturais e não necessita de receita médica. Empenhe-se mais na vossa relação e verá que as coisas começarão a aquecer!

“A minha mulher não consegue engravidar”

“Sou casado há 10 anos e há cerca de dois eu e a minha mulher temos tentado ter um filho mas ela nunca conseguiu engravidar. Já consultámos vários especialistas mas nunca chegaram a nenhuma conclusão. Será que temos algum problema?”

Gonçalo, Tomar

 

 

Caro leitor,

Estudos indicam que a partir dos 34 anos a fertilidade feminina começa a diminuir significativamente e consequentemente as hipóteses de engravidar são menores.

Tendo em conta que tem tido o cuidado de consultar alguns especialistas de forma a averiguar que tanto o leitor como a sua mulher reúnem os requisitos físicos para serem pais, a melhor atitude a tomar é controlar o estado de ansiedade em que se encontram. Em muitas situações, a ansiedade é uma das causas que impede algumas mulheres de ficarem grávidas. Tanto o leitor como a sua mulher devem adotar uma atitude mais tranquila, evitem o stress, procurem descansar mais, sobretudo durante o período fértil, e ter em consideração alguns cuidados que ajudam a sua mulher a ficar mais fértil. Sendo assim, recomende à sua mulher que aumente a sua exposição ao sol e que tenha uma alimentação equilibrada, fatores que facilitam uma ovulação regular. 

“Acho que estou grávida”

“Iniciei um relacionamento há pouco tempo e, apesar de ser uma relação pouco estável, tivemos relações sexuais, sem proteção. Estou com receio pois ainda não me veio o período. Será que estou grávida?”

      Cristina, Palmela

Cara leitora,

Segundo os especialistas basta um espermatozoide para fertilizar um óvulo. A fertilização pode ocorrer entre poucos minutos e algumas horas ou mesmo dias após a deposição do sémen no aparelho reprodutivo da mulher, pois o sémen consegue sobreviver no aparelho reprodutivo da mulher cerca de dois dias e a fecundação do óvulo e a formação de um novo ser ocorrem naturalmente (sem a interferência do homem). Apesar da probabilidade de um único espermatozoide atingir um óvulo ser quase nula, não deve nunca ser descartada. As probabilidades de uma mulher engravidar aquando da não utilização de contracetivos, vai depender grandemente da fertilidade de cada mulher e da fase do ciclo menstrual em que ela se encontra. Em todo o caso, mesmo que não sinta quaisquer alterações a nível físico aconselho-a a ir ao seu médico de família para ter certeza de que não está grávida. 

“Amo um mas desejo o outro…”

“Sei que isto não parece bem, até pode ser suscetível de vários julgamentos, mas a verdade é que amo o meu namorado só que não consigo alcançar o prazer com ele. Porém, envolvi-me com um colega que é casado e que sei que não é a pessoa certa para mim, mas sexualmente parece que fomos feitos um para o outro. Estarei a ser leviana?

 

Diana, Lisboa

 

Cara Leitora,

Em primeiro lugar é importante que não tenha uma imagem tão negativa de si que a leve a fazer autodesignações destrutivas. Neste momento, a leitora está a viver um verdadeiro dilema, ou seja, está dividida entre o afeto e o companheirismo de uma pessoa e a aventura e o ritmo sexual que outra lhe proporciona. Para que possa tomar uma decisão da qual não se arrependa mais tarde, aconselho a que faça uma reflexão séria e ponderada. Talvez essa dúvida, seja fruto de alguma imaturidade e inconsciência que concerteza irá adquirir com a idade e com a experiência de vida. Pense com consciência aquilo que realmente deseja para o seu futuro. Veja se prefere uma vida estável e com verdadeiros momentos de ternura ou se prefere apenas uma vida sexual bastante ativa, mas sem consistência. O ideal seria encontrar uma pessoa que amasse de verdade e que tivessem um bom entendimento sexual. Pense bem, pois talvez nenhum dos dois será a pessoal ideal para si. Dê tempo ao tempo.

 

“Devo falar com a minha filha sobre sexo?”

“Tenho uma filha com 14 anos que começou recentemente a namorar. Embora saiba que é normal na idade dela aparecerem os primeiros namorados preocupa-me que não esteja informada acerca das implicações e de riscos que corre. Devo falar com ela sobre sexo ou será que ainda é muito cedo? Tenho receio de abordar este assunto e ela ainda ter um namoro “inocente”, sem qualquer implicação sexual. O que devo fazer?”

 

Lurdes, Coimbra

 

Cara leitora,

Acho que não é cedo de mais para ter uma conversa (ou várias conversas) acerca da vida sexual com a sua filha. Uma vez que ela tem 14 anos e já namora, já pode saber muito mais acerca de sexo do que você pode imaginar, pois os jovens conversam sobre o assunto, e têm acesso a muita informação através de revistas e da internet. Por isso, para ter a certeza que ela toma os cuidados necessários quando decidir iniciar a sua vida sexual, fale com ela sobre como se proteger de doenças sexuais e de uma gravidez indesejada. Talvez seja bom comprar um livro sobre o assunto especialmente escrito para jovens, bem como leva-la a uma consulta do planeamento familiar.

“Ela está quase… mas nunca consegue chegar lá!”

 

“Tenho 20 anos e gosto muito da minha namorada, com que namoro há já dois anos. Começámos a ter relações sexuais seis meses depois de nos envolvermos pois éramos ambos virgens e quisemos esperar, mas desde o início da relação que praticámos sexo oral um no outro. Contudo, a minha namorada nunca consegue chegar ao orgasmo. Parece que está quase… mas não consegue, como se algo a impedisse. Já tentámos várias técnicas e posições, mas mesmo quando se masturba ela também não consegue. Há algo que possamos fazer?”

 

Carlos, Porto

Caro leitor,

Cada mulher precisa do seu tempo, sensibilidade e paciência para explorar o seu corpo e visto que a sua namorada era virgem estão ainda a fazer ambos a descoberta da vossa maneira de viver a sexualidade. Há mulheres que se encontram numa fase pré-orgásmica, quando ainda não experimentaram um orgasmo nem na relação sexual nem através da masturbação, podendo ser anorgásmicas quando não chegam a consegui-lo. Apesar de não alcançarem o orgasmo, outros aspetos da relação sexual podem proporcionar-lhes prazer, sendo essencial que se sintam bem ao desfrutarem do sexo e da intimidade com o parceiro. É também muito importante que ter um orgasmo não se torne uma pressão, pois essa sim pode minar o prazer. Relaxar e focar-se naquilo que a faz sentir-se bem, no que lhe dá prazer e lhe provoca sensações positivas é o ponto de partida, sendo que algumas mulheres que têm dificuldade em ter um orgasmo conseguem-no através do uso de um vibrador, usando lubrificante, perto do clítoris. Sem pressas nem pressão, dediquem mais tempo a explorar o corpo dela, a dois e ela sozinha, e o mais provável será acabar por conseguir “chegar lá”. Se mesmo assim não aconteça, o acompanhamento de um terapeuta irá ajudá-la. 

“Deixei de ter prazer…”

“Há cerca de um mês para cá, deixei de ter prazer com o meu namorado. A nossa vida sexual era ótima, mas já não consigo ter um orgasmo. Consigo sentir-me com vontade de fazer amor, mas assim que a relação sexual começa deixo de sentir o que sentia. Por vezes dói, outras vezes não. O que é que se passa comigo?”

 

Carla, Bragança

 

Cara leitora,

As mudanças na vida sexual tanto podem ser excitantes, como frustrantes e preocupantes. Há muitas coisas que interferem negativamente com o prazer sexual e, consequentemente, com a relação, pois provocam dor e desconforto. Uma vez que até há pouco tempo não tinha este tipo de problema, é aconselhável consultar um ginecologista pois pode estar com um problema de saúde tal como uma infeção vaginal. Alguns medicamentos, como os antidepressivos e tranquilizantes, podem interferir com o prazer, fazendo com que tenha maior dificuldade em ficar excitada, o que naturalmente lhe causará desconforto e até mesmo dor. A secura da vagina também pode causar dor, e pode surgir se não estiver suficientemente excitada ou lubrificada antes da penetração, o que pode ser resolvido se dedicarem mais tempo aos preliminares. Aconselho-a a consultar um ginecologista, pois a situação que descreve aponta para a forte probabilidade de se tratar de um problema físico.

 

“Gostava de ver a minha namorada masturbar-se”

“De há uns tempos para cá tenho a fantasia de ver a minha namorada a masturbar-se. Gostava de lhe pedir mas tenho receio que ela leve a mal.”

 

Ricardo, Sesimbra

 

Caro Leitor,

Não se sinta incomodado pela sua fantasia porque a masturbação faz parte de um processo de descoberta do próprio corpo e do prazer que este lhe pode dar.

O receio que sente em pedir à sua namorada para se masturbar à sua frente é perfeitamente compreensível, pois o ato de masturbação é geralmente praticado num ambiente privado. Desta forma, é natural que às primeiras impressões a sua namorada se sinta desconfortável com a sua presença e queira evitar que o leitor faça parte de um mundo que é só seu. Porém, a partilha desse momento a dois pode ser a plataforma que falta para quebrar a rotina instalada na vossa relação. Assim sendo, sinta-se à vontade para falar com a sua namorada, pois a honestidade e a frontalidade podem ser cruciais para a vossa realização sexual. Liberte-se, dê asas à sua imaginação, seja ousado, sensual, muito erótico  e aproveite ao máximo esses momentos.

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