“Os meus orgasmos estão a perder a intensidade”
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Estou casada há vários anos mas sinto-me frustrada pois nunca atingi o orgasmo. É normal que isso se passe comigo?
Susana, Santarém
Cara leitora,
A dificuldade em atingir o orgasmo ou a anorgasmia é um problema bastante frequente na sexualidade feminina. Existem várias causas que provocam este problema, entre os quais se encontram as especificidades anatómicas de cada mulher. Segundo alguns sexólogos, se a estimulação do clítoris for inexistente é quase impossível a obtenção de orgasmo. Desta forma, a leitora e o seu marido devem dar ênfase aos preliminares, desfrutar ao máximo
essa fase e não ficar com o pensamento fixo no alcance do orgasmo. Evite o coito como primeira etapa. Antes de passarem para a penetração sejam ousados, abusem das carícias e mantenha-se tranquila e relaxada. Caso isto não resulte, aconselho-a a procurar a ajuda de um especialista. A pressão exercida pela sua vontade em atingir o clímax, de certo não ajudará a atingir e a conhecer a sensação do tão desejado orgasmo.
"Sempre tive uma vida sexual satisfatória, mas nos últimos tempos tenho tido alguma dificuldade em atingir o orgasmo, o que me incomoda bastante. A minha companheira acha que isso acontece porque eu não gosto dela. O que devo fazer?"
Márcia, Massamá
Cara leitora,
Existem vários factores que podem interferir com a capacidade da mulher em atingir o orgasmo. Pode dar-se o caso de a mulher estar a passar por um período de bastante stress, estar a entrar na menopausa, ou mesmo estar a receber algum tipo de tratamento médico que tenha repercussões a nível sexual. Veja se algum destes casos se aplica a si e converse com a sua companheira sobre o assunto, pois só assim em conjunto poderão tentar encontrar uma solução. Tenha a mente aberta e faça experiências. Existem mil formas de apimentar a vida sexual do casal fazendo com que cada dia seja uma aventura.
"Tenho 28 anos e neste momento estou a viver uma nova relação que dura há 2 meses, mas tenho um problema, tenho dificuldades em atingir o orgasmo. Gosto do meu namorado e sinto-me bem com ele, mas como já sei que vai ser difícil chegar ao orgasmo tenho cada vez maior tendência para fugir ao contacto sexual com ele, invento desculpas para não fazermos amor e sei que isso o deixa infeliz e o afasta de mim. Gostava de resolver o meu problema, mas não sei como.”
Ana, Tomar
Cara Leitora,
A dificuldade em atingir o orgasmo é algo muito frequente e trata-se de uma das causas que mais origina insatisfação no campo sexual e consequentemente provoca abalos na relação de casal. A dificuldade em atingir um orgasmo pode deixar o casal nervoso e gerar uma escalada de ansiedades e insatisfações. Obviamente que as causas são várias e a “culpa” por esta situação não pode ser atribuída exclusivamente a nenhum dos elementos de casal, no entanto, um e outro podem auto-culpabilizar-se por esta situação. Por isso o melhor é discutir este assunto com o seu parceiro, explicando-lhe o que sente e a situação que está a viver. E importante que comunique com o seu namorado de forma a que ele saiba o que lhe dá mais prazer. À primeira vista poderá parecer-lhe uma conversa difícil dado o carácter recente desta relação e também dada a ansiedade que esta situação provoca, no entanto, será uma oportunidade única para o fortalecimento da vossa relação.
“Tenho 29 anos e namoro há 6 com um rapaz por quem estou apaixonada. Tenho muito prazer ao fazer amor com o meu namorado, fico muito excitada, lubrificada, mas nunca atinjo o orgasmo. Porque será que isto acontece?”
Ana, Lisboa
Cara leitora,
Existem mulheres que têm uma chamada disfunção orgásmica, ou seja, sentem a excitação e lubrificação durante o ato sexual mas não chegam a conseguir atingir o orgasmo. Em certos casos esta situação é causada pelo facto de estarem a tomar medicamentos para a depressão ou ansiedade, e se assim for devem pedir ao médico que lhes receite um medicamento que não seja um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI) tal como o Wellbrutin (Bubroprion). Aconselho, também, que pratique regularmente a masturbação, pois dessa forma vai poder explorar melhor o seu corpo o que lhe permitirá descobrir o que mais gosta. Pode também experimentar a utilização de um vibrador na zona do clítoris, o que ajuda a levar ao orgasmo em poucos minutos. Boa sorte e divirta-se.
“Tenho 21 anos e desde os 16 que iniciei a minha vida sexual. Já tive 3 parceiros e actualmente estou com o mesmo parceiro há mais de 5 anos.
O que acontece é que nunca consegui atingir o orgasmo, primeiro pensámos que era por ainda ser inexperiente, mas passado tanto tempo e de tentarmos tantas posições, contactos, e novas maneiras de prazer, confesso que estou muito preocupada, uma vez que quando estou quase a atingir o orgasmo, sinto uma dor que me dá vontade de parar, e essa situação acaba por me frustrar a mim e ao meu marido, já não sei o que fazer...”
Ana, Matosinhos
Cara leitora,
É importante saber se conseguiu atingir o orgasmo com outros parceiros antes do seu actual. E sozinha, na masturbação? Não tenha vergonha de descobrir como prefere a estimulação na sua intimidade pessoal – tal é essencial para a descobrir numa relação íntima posteriormente. Apenas neste sentido a experiência é importante: o orgasmo feminino é aprendido, encenado num contexto de erotismo e romantismo, muitas vezes diferente do masculino.
Não tenha vergonha de pedir ao seu parceiro para a ajudar nesta encenação: faça jantares à luz da vela, banhos de imersão com aromas de que goste, conversas apaixonadas sobre o vosso amor…qualquer coisa que a estimule a sentir-se à vontade, apaixonada e liberta de preconceitos com a sua sexualidade.
As experiências que fez (de posições, contactos, etc.) podem falhar o objectivo do orgasmo por estar a pensar demasiado nele. A atenção focada no que está a acontecer pode influenciar que a sua resposta sexual seja interrompida e desviada do prazer, para focar essa preocupação de não estar a sentir a satisfação do orgasmo. Isto é um ciclo vicioso que deve tentar contrariar através de pensamentos positivos, fantasias sexuais que lhe agradem, pensar no prazer do que está a sentir sem racionalizar demasiado. Este ciclo é ainda reforçado pela ansiedade de antecipação e pela frustração que vos afasta depois do sexo, em vez de se aproximarem.
Note bem que a maioria das mulheres atinge o orgasmo mais facilmente com outras estimulações sexuais, sem penetração vaginal. As carícias no clítoris, o sexo oral, a masturbação recíproca são modos que pode explorar na sua relação e que têm bons resultados.
A terapia sexual pode ser adequada para si e o seu parceiro, poderão explorar mais sugestões que vos agradem e evoluir juntos na descoberta da vossa sexualidade.
(Andy Wharol)
“Já estou há três anos a morar com o meu o namorado e nunca consegui atingir o orgasmo. Será que tenho algum problema?”
Tânia, Faro
Cara leitora,
Atingir o orgasmo depende muito de mulher para mulher e das situações em que sente o prazer. A maioria das mulheres não atinge o orgasmo com a penetração, mas mais facilmente com masturbação, com sexo oral, com estimulação do clítoris… não valorize demasiado a questão de atingir ou não o orgasmo, pois a sua atenção irá desviar-se do prazer e não se entrega às sensações físicas, tirando menos satisfação daquilo que sente.
Como não sei se alguma vez terá sentido orgasmo é difícil responder-lhe, mas procure como gosta do prazer na masturbação sozinha, acaricie-se e à sua vagina – se a leitora souber do que gosta melhor poderá guiar o seu parceiro ou parceira nessa descoberta.
"Vou começar a tomar a pílula e gostava que me esclarecesse a respeito de uma dúvida que tenho quanto à sua interferência nos orgasmos. Enquanto algumas amigas me dizem que torna os orgasmos mais fáceis, outras dizem-me que os dificulta. Afinal, quem tem razão?"
Susana, Loures
Cara leitora,
Os efeitos da pílula não são iguais para todas as pessoas, até porque variam de acordo com a pílula tomada. Assim, a divergência de opiniões que as suas amigas tem relaciona-se não só com o facto de serem pessoas diferentes como também, certamente, com a diferença entre as pílulas que tomam. As pílulas, sejam de que tipo forem, enganam o organismo fazendo-o "crer" que engravidou, para que desta forma não liberte um óvulo. Contudo, as respostas sexuais do nosso organismo estão fortemente ligadas aos nossos níveis hormonais e seja qual for a pílula tomada ela pode diminuir a libido em algumas mulheres. Contudo, tenha em conta que os orgasmos resultam da combinação de fatores físicos e psicológicos, e que poderá contornar os eventuais efeitos da pílula aumentando o tempo de preliminares ou estimulando manualmente o clítoris durante a relação sexual. Há mulheres que têm maiores dificuldades em atingir o orgasmo, mesmo sem tomarem a pílula. É essencial aprender aquilo que despoleta o seu prazer para que, mesmo tomando a pílula, não sofra com os seus eventuais efeitos nocivos.
“Tenho 26 anos e uma vida sexual muito animada com a minha namorada. Ela parece ter um apetite sexual fora do comum, e as nossas relações sexuais duram bastante tempo. No entanto, noutro dia dei por mim a pensar se ela realmente terá prazer, ou se fingirá o orgasmo, pois já ouvi dizer que muitas mulheres o fazem. Como posso perceber se é verdade?”
Tiago, Beja
Caro leitor,
Ter um orgasmo é uma experiência intensamente individual e que também é aprendida. Muitas mulheres começam a praticar a masturbação e a explorar o seu corpo mais tarde, ou nem o fazem, o que dificulta a possibilidade de descobrirem aquilo que as faz atingir o orgasmo. Enquanto para o homem é fácil ter um orgasmo porque a relação sexual provoca-lhe o mesmo tipo de estímulo que experimenta na masturbação, o centro de prazer da mulher concentra-se no clítoris, que não é estimulado por si só durante a penetração. Uma vez que há sempre expectativas no ato sexual, algumas mulheres fingem o orgasmo porque não sabem como atingi-lo ou não conseguem, porque requer mais tempo do que para um homem, e para não desiludirem o parceiro fingem-no. Uma vez que esse pode não ser o caso da sua namorada, converse francamente com ela pois pode estar a alimentar receios infundados.