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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Não tenho prazer sexual!”

Estou casada há vários anos mas sinto-me frustrada pois nunca atingi o orgasmo. É normal que isso se passe comigo?

Susana, Santarém

 

 

Cara leitora,

A dificuldade em atingir o orgasmo ou a anorgasmia é um problema bastante frequente na sexualidade feminina. Existem várias causas que provocam este problema, entre os quais se encontram as especificidades anatómicas de cada mulher. Segundo alguns sexólogos, se a estimulação do clítoris for inexistente é quase impossível a obtenção de orgasmo. Desta forma, a leitora e o seu marido devem dar ênfase aos preliminares, desfrutar ao máximo
essa fase e não ficar com o pensamento fixo no alcance do orgasmo. Evite o coito como primeira etapa. Antes de passarem para a penetração sejam ousados, abusem das carícias e mantenha-se tranquila e relaxada. Caso isto não resulte, aconselho-a a procurar a ajuda de um especialista. A pressão exercida pela sua vontade em atingir o clímax, de certo não ajudará a atingir e a conhecer a sensação do tão desejado orgasmo.

“Os nervos aumentam as dores?”

 

Pablo Picasso

 

 

 “Tenho 21 anos e iniciei há um mês a minha vida sexual, infelizmente até agora só senti dores durante a penetração, e mesmo quando eu e o meu namorado tentamos aumentar os preliminares não sinto qualquer tipo de prazer, tudo é uma impressão incomodativa e desconfortável. Será que estou a confundir o que sinto, não estarei descontraída o suficiente para me abstrair de tudo à minha volta? A minha médica, amigas e a própria mãe dizem-me que só preciso de me acalmar e que isto é mais nervos que outra coisa. Como ultrapassar este problema?”

 

Rita, Cascais

 

Cara leitora,

Parece que o seu problema se relaciona realmente com os nervos que sente durante o acto sexual, que fazem com que não consiga sentir prazer. Embora já tenha consultado uma médica aconselho que o faça novamente se as dores continuarem, pois pode dar-se o caso de ter alguma infecção que pode causar desconforto durante a penetração. Se verificar que não é esse o caso, experimente utilizar um gel lubrificante durante o acto sexual, pois este faz com que sinta maior prazer durante a penetração. Tente também pedir ao seu namorado que a penetre aos poucos e de forma gentil, ou seja, sem colocar o pénis todo na vagina de uma vez e, à medida que ele for introduzindo o pénis, procure controlar a profundidade e velocidade da penetração, ao mesmo tempo que contrai e relaxa os músculos da vagina durante este exercício. Desta forma vai sentir maior controlo durante a penetração e vai acabar por descontrair e por sua vez sentir mais prazer. Aconselho também que explore o seu corpo através da masturbação, para que possa descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá prazer, pois o primeiro passo para sentir prazer com um parceiro é ser capaz de o fazer sozinha. Boa Sorte!!!

"A pílula afecta os orgasmos?"

 

"Vou começar a tomar a pílula e gostava que me esclarecesse a respeito de uma dúvida que tenho quanto à sua interferência nos orgasmos. Enquanto algumas amigas me dizem que torna os orgasmos mais fáceis, outras dizem-me que os dificulta. Afinal, quem tem razão?"

 

Susana, Loures

 

 

 

Cara leitora,

 

Os efeitos da pílula não são iguais para todas as pessoas, até porque variam de acordo com a pílula tomada. Assim, a divergência de opiniões que as suas amigas tem relaciona-se não só com o facto de serem pessoas diferentes como também, certamente, com a diferença entre as pílulas que tomam. As pílulas, sejam de que tipo forem, enganam o organismo fazendo-o "crer" que engravidou, para que desta forma não liberte um óvulo. Contudo, as respostas sexuais do nosso organismo estão fortemente ligadas aos nossos níveis hormonais e seja qual for a pílula tomada ela pode diminuir a libido em algumas mulheres. Contudo, tenha em conta que os orgasmos resultam da combinação de fatores físicos e psicológicos, e que poderá contornar os eventuais efeitos da pílula aumentando o tempo de preliminares ou estimulando manualmente o clítoris durante a relação sexual. Há mulheres que têm maiores dificuldades em atingir o orgasmo, mesmo sem tomarem a pílula. É essencial aprender aquilo que despoleta o seu prazer para que, mesmo tomando a pílula, não sofra com os seus eventuais efeitos nocivos.

 

“Os preliminares são assim tão importantes?”

“Adoro a minha mulher, já temos uma relação estável há 5 anos. No entanto, ela está constantemente a pedir-me para demorar mais tempo nos preliminares e às vezes queixa-se que eu não lhe dou prazer suficiente. A verdade é que nem sempre tenho paciência para preliminares… fazem assim tanta falta?”

Cláudio, Mafra

Caro leitor,

Em primeiro lugar precisa de estabelecer uma maior intimidade com a sua companheira durante a relação. Procure saber aquilo que mais a satisfaz e não tenha preconceitos em satisfazê-la, pois se o fizer é garantido que você também irá tirar maior prazer. Lembre-se que a relação sexual é um prazer a dois. Para a mulher o acto sexual é algo muito íntimo carregado de valor sentimental, por isso muitas mulheres gostam que o seu parceiro demonstre carinho, que as abrace e que as excite antes da penetração. Neste sentido, as mulheres dão muita importância aos preliminares, pois são eles que lhe permitem atingir o grau de excitação necessário para atingirem mais facilmente o orgasmo.

“Como posso recuperar a auto-estima e o prazer?”

 

O meu marido teve problemas financeiros e eu ajudei-o a pagar algumas dívidas, agora culpo-o pelas nossas dificuldades sem que ele saiba. Não sei se por causa disso, tenho um problema: não consigo ficar excitada, a minha razão quer mas a minha emoção não responde.

Tive problemas com fungos devido ao stress e contagiava o meu parceiro, isto acontecia com muita frequência, depois de um certo tempo fui-me sentindo culpada e automaticamente deixo de ficar lubrificada, só sinto sono e vontade de fugir. Como posso aumentar a minha auto estima e voltar a ser normal?”

 

Carmo, Loures

 

Cara leitora,

Como a sua relação tem algumas questões a serem resolvidas, a terapia de casal pode ajudar-vos e ter consequências positivas na vossa sexualidade. Procure terapeutas familiares ou de casal, decerto poderá encontrá-los na sua zona. As preocupações são contrárias ao prazer e à excitação (onde a lubrificação é um sinal físico), pelo que a vossa sexualidade está a sofrer de assuntos por resolver entre o casal.

O facto de referir as dívidas leva-me a pensar se não estará a encarar a sua vida conjugal como demasiado estereotipada: o marido dá o sustento e a mulher cuida dos filhos... liberte-se dessas ideias feitas e seja criativa, adapte-se à sua situação individual e em equipa, em casal. 

"Que devo fazer para proporcionar à minha namorada orgasmos múltiplos?”

Amo imenso a minha namorada e gostava de lhe dar mais prazer. Ouvi falar em orgasmo múltiplo, o que é isso? Como posso praticar isso com a minha namorada?...”

 

Luís Pedro, Sintra

 

 

Caro Leitor,

 

Os orgasmos múltiplos são uma sequência de vários orgasmos cuja intensidade, quantidade e velocidade varia de mulher para mulher. O primeiro passo para atingir o orgasmo múltiplo é dar bastante atenção aos preliminares e estar atento às reacções da sua namorada durante o acto sexual. Descubra o tipo de estimulação que ela mais gosta, e faça-o durante mais tempo do que o normal, sem parar após o primeiro orgasmo. Basicamente, para que uma mulher atinja orgasmos múltiplos requer que o homem proporcione uma estimulação contínua e mais prolongada. Tenha no entanto em mente que nem todas as mulheres têm a capacidade de os experimentar, muitas mulheres com vidas sexuais completamente normais e satisfatórias apenas experienciam um orgasmo independentemente da estimulação que recebam. Converse com a sua namorada sobre isso, pois nenhuma mulher no mundo se vai importar se o seu parceiro lhe quiser dar mais prazer!

 

 

“Deixei de gostar de fazer amor com ele…”

 

“Olá, tenho dezanove anos e o meu namorado tem vinte e três. Estamos juntos há um ano e começámos a ter relações sexuais há cerca de seis meses. Contudo, ultimamente perdi o desejo de fazer amor com ele. Já não consigo ficar excitada como antes, quando ele me toca e me tenta excitar acabo sempre por afastá-lo porque fico irritada. Antes adorava que ele me fizesse sexo oral, agora causa-me nojo. Não sei como dizer-lhe isto, porque continuo a gostar dele…”

 

Tânia, Vilamoura

 

Cara leitora,

Em primeiro lugar e antes de falar com o seu namorado, é fundamental que consiga perceber o que se passa consigo e porque razão ache dessa forma perante algo que antes lhe proporcionava prazer. Tem andado mais stressada, por causa das aulas, exames, etc.? O vosso relacionamento continua a ser satisfatório para si? Ainda se sente atraída por ele? Começou a tomar a pílula ou outro método contraceptivo, e está ainda na fase de adaptação ao fármaco? Existem inúmeras razões para a perda de interesse sexual, sendo que a forma como o manifesta expressa algo muito mais intimo. Quando anda preocupada com outros assuntos é normal que sinta menos desejo sexual. Também pode acontecer continuar a gostar do seu namorado mas ter perdido o desejo por ele. A paixão esmorece com o tempo, por isso procure avaliar que tipo de sentimentos a ligam a esse rapaz. Será que não se transformou numa boa amizade, alguém por quem tem carinho, mas que já não ateia a chama da paixão? Reflicta, também, acerca daquilo que gosta a nível sexual, que tipo de estímulos prefere. Procure falar com o seu namorado acerca do que gosta e do que sente, ele também merece saber o que se passa na vossa relação.

“ O meu namorado não me satisfaz!”

 
“Namoro há um ano e há pouco mais de 3 meses iniciei a vida sexual com o meu namorado. Acontece que ele não me satisfaz como eu queria… Gostava que me aconselhasse sobre como hei-de fazer para que perceba isso sem o magoar, pois apesar de ele ser mau na cama amo-o muito!...”
 
Tânia, Sesimbra
 
Cara Leitora:
Se não disser ao seu namorado aquilo que gosta que ele lhe faça, ele provavelmente nunca o irá perceber, e continuará na ilusão de que tem desempenhado o seu papel na perfeição. Também pode adoptar outra estratégia que é a de fazer-lhe a ele o que gostaria que ele lhe fizesse a si, talvez assim ele perceba a dica, ou fazer comentários durante o acto sexual pode também resultar. Verbalize as suas preferências pedindo-lhe que continue ou que experimente fazer algo de outra forma. Reforce os comportamentos que quer que ele continue a ter dizendo-lhe o quão bem ele os faz. Faça sugestões de uma forma sedutora, não tenha medo nem receio de falar com o seu namorado acerca de sexo, mas de uma forma calma, sem lhe dar ordens ou fazendo-o sentir-se um fracasso.
 O diálogo aberto e sem tabus é fundamental numa relação a dois, não tenha medo de falar com o seu namorado acerca desse assunto.
 
 

“Ela só tem prazer se estiver excitada?”

 
 
 
“Comecei a namorar com uma rapariga por quem estou apaixonado. Quero muito agradar-lhe, mas tenho uma dúvida que gostaria que esclarecesse. Será que ela só tem prazer se estiver muito excitada?”
 
Custódio, Sacavém
 
Caro Leitor,
A obtenção de prazer e, consequentemente, de orgasmo é algo que está associado a diversos factores e nem sempre é alcançada da mesma forma. Assim sendo, a cumplicidade que se tem com a parceira, a entrega e o grau de excitação são critérios fundamentais para o êxtase, tanto dela quanto seu. Assim como existem factores que propiciam o clímax, existem outros que dificultam – a fadiga, o stress, a rotina do dia-a-dia, o esgotamento físico e psicológico. A forma como se entrega à relação revela-se preponderante para a obtenção de prazer. Se apostar nos preliminares pode encontrar o verdadeiro caminho para a excitação e daí a obtenção de prazer.
 

“Só agora sei o que é ter prazer…”

 

“Tenho 50 anos e separei-me do meu marido porque estava farta de ser maltratada e humilhada por ele. Obrigava-me a ter relações sexuais quando eu não queria, e nunca gostei de sexo com ele. Foi difícil recomeçar do zero, mas embora estivesse muito desconfiada conheci um senhor e começámos a envolver-nos. Só agora entendo aquilo que eu nunca tinha vivido, pois pela primeira vez na vida gosto de fazer amor, e queria partilhar a minha história para que outras mulheres saibam que devem acreditar na sua felicidade.”
Mariana, Queluz
Cara Leitora,
Durante muitos anos limitou-se a obedecer e a fazer todo o tipo de vontades ao seu marido, esquecendo-se de si mesma, o que manifesta que estava subjugada à sua prepotência. Deixou de concretizar os seus desejos, entre os quais os sexuais, o que fez com que deixasse de acreditar na felicidade e na possibilidade de obter prazer sexual. O facto de se ter separado do seu marido foi um passo bastante positivo, pois teve a coragem para renegar o comportamento nefasto que ele estava a exercer sobre si. Felizmente, encontrou um companheiro que conseguiu mostrar-lhe que existem coisas positivas e belas numa relação a dois. A amizade, a compreensão e a confiança são fundamentais para o bem-estar do casal. É bom saber que tem uma vida pela frente e que agora poderá desfrutar bons momentos ao lado da pessoa que ama e que demonstra amá-la, também.