“Tenho 38 anos e estou casada há cinco. Embora tenha uma vida sexual satisfatória, o meu marido é muito dominador e defende que a mulher deve ter um papel passivo na cama. Fui aceitando a maneira de ser dele, mas começo a estar farta desta situação, pois gostava de ser também eu a comandar. Não sei o que posso fazer.”
Cristina, Vila Franca de Xira
Cara Leitora,
Através do seu relato pude depreender que o seu marido é um pouco conservador e estabelece algumas fronteiras quanto ao papel desempenhado pelo homem e pela mulher durante o acto sexual. Pelo que parece para ele a mulher deve assumir um papel passivo e de aceitação, face à vontade dominadora do homem. Procure conquistar um espaço para o diálogo sobre este tipo de questão, mostrando ao seu marido que a vossa vida sexual poderá ser muito mais salutar se ambos tiverem um papel activo. É bom que ambos possam sugerir fantasias, posições, novas experiências. Será uma conquista para ambos porque aos poucos poderá realizar descobertas que estimulam positivamente a vossa performance sexual e a predisposição para a obtenção do clímax.
“Durante muitos anos namorei com uma rapariga, mas há algum tempo que me imagino a fazer sexo com outros homens. São pensamentos que me têm ocorrido frequentemente e sinceramente estou a ficar preocupado. Não sei se é pelo facto de ter acabado com a minha namorada, mas o que é certo é que só penso noutros homens!”
Gustavo, Cacém
Caro leitor,
O leitor parece estar bastante surpreendido e perturbado com a atracção que recentemente tem sentido por outros homens, uma vez que teve uma namorada durante muito tempo. O leitor está numa fase de transição na sua vida, pois terminou uma relação bastante longa encontrando-se sozinho pela primeira vez. Talvez o facto de estar numa nova fase da sua vida tenha feito com que desejos que estavam dantes recalcados tenham finalmente tido a oportunidade de manifestar-se. É natural que se sinta baralhado, mas não se martirize, pois fantasias homossexuais são mais comuns entre homens e mulheres do que aquilo que possa imaginar. Muitas pessoas as têm mas muito poucas pessoas as assumem. É essencial que faça uma reflexão séria sobre de forma a averiguar qual é a sua preferência sexual. Esteja consciente do que realmente deseja. Caso conclua que esses pensamentos têm fundamento, não se acanhe, pois tem todo o direito de viver a sua sexualidade da forma como bem entender.
“Namoro há dois anos com a minha namorada. Este é o namoro mais estável que já tive, pois antes estava sempre a trocar de companheira. Nunca trai a minha namorada, mas uma mulher bonita não me passa despercebida. Porque reajo assim?”
João, Alhandra
Caro Leitor,
Estar atento ao universo feminino para si funciona como uma forma de afirmação, mostrando a sua faceta sedutora e até manipuladora perante o sexo oposto. Por outro lado, esse seu comportamento pode demonstrar alguma imaturidade da sua parte e transmitir à sua namorada alguma insegurança face às suas atitudes.
É importante que tente, pelos menos junto à sua namorada, controlar essa tendência, pois pode colocar em risco uma relação que aparenta ser estável.
Procure comportar-se de uma fora mais madura e responsável para não ferir susceptibilidades e para conseguir levar a bom porto a sua actual relação.
Pense nisso, se colocar em prática essa mudança de atitude, possivelmente, verificará que conseguirá valorizar muito mais a sua afectividade em detrimento do apego a mulheres que não conhece e apenas o atraem pela sua simples vontade de dar nas vistas.
Estou bastante incomodada com algo e preciso da sua ajuda. Ontem à noite apanhei o meu filho, no seu quarto, a masturbar-se, mas ele não notou... na altura não liguei porque como ele é adolescente, e é algo "normal". Hoje quando fui ao computador (é o único da casa) e abri a internet apercebi-me do que é que ele estava a ver ontem à noite e fiquei deveras assustada. Ele estava a ver porn de esquilos!!! Eu nem sabia que existia disso nas internets e agora estou bastante assustada. Aproveitei e cusquei o resto dos sites que ele via (eu sei que não se faz, mas fiquei mesmo muito assustada) e descobri que ele também visitava um site bastante esquisito, chamado bazul ou bâzul, já nem me recordo. Que faço? Deverei falar com ele? É melhor fingir que nunca vi o que vi? Maria Sofia
Cara Maria Sofia,
Em primeiro ligar, para evitar invasões da privacidade do seu filho, deve bater sempre à porta e esperar que ele lhe responda para entrar. Tal promove o respeito de ambos da vossa intimidade e privacidade e ainda reforça a autonomia dele, tão importante na adolescência.
Não conheço o site que refere e sobre a questão do que ele estava a ver só lhe posso lembrar que se recebe muitos emails de brincadeiras e coisas para impressionar (e os jovens gostam dessas brincadeiras da internet). Tal parece-me isso mesmo, mais do que uma pesquisa de sexo com animais, uma brincadeira de jovens com questões sexuais.
Se só há um computador em casa não precisa de fingir que não viu nada, diga que encontrou o tal site por acaso e converse com ele naturalmente sobre o que anda a ver. Lembre-se que como mãe tem todo o direito de acompanhar o crescimento do seu filho e de explorar com ele as experiencias que vai tendo. Não o faça em tom de castigo ou repreensão, mas sim como reflexão conjunta, curiosidade sobre os seus interesses e graças e, porque não!?, mostre-lhe a sua preocupação com a sua sexualidade sem dramatizar. O mais importante é mostrar-lhe que se preocupa com ele e com o que vai sentindo e que está presente para se ele precisar de esclarecer dúvidas ou partilhar problemas que vão surgindo.
“Estou muito preocupado, pois num destes dias para tentar combater esta fase de solidão pela qual estou a atravessar tive relações sexuais com uma prostituta. O maior problema é que não utilizámos qualquer forma de protecção… E agora?”
Vítor, Porto
Caro Leitor,
Para que a sexualidade seja vivida de uma forma tranquila e despreocupada é essencial ter em mente a prevenção, isto é, a utilização de um método contraceptivo adequado. Pela situação vivida, o uso do preservativo seria imprescindível, não só para evitar uma gravidez não desejada bem como para a protecção de doenças sexualmente transmissíveis.
Neste caso é que deve aplicar o tradicional provérbio “mais vale prevenir do que remediar”. Agora, de forma a clarificar todas as dúvidas o melhor será consultar o seu médico assistente para que possa realizar todos os exames médicos recomendados para a despistagem de doenças do foro sexual.
Tenha em mente que a protecção, actualmente, é crucial, principalmente, para a protecção das doenças transmissíveis pela via sexual.
Tenho uma vida sexual muito activa, no entanto a minha namorada queixa-se que nunca conseguiu atingir o orgasmo. O que posso fazer? Ouvi dizer que existe um sítio na vagina que se chama ponto G e que se eu lá tocar, ela tem orgasmos. Onde fica o ponto G?
Jorge, Coimbra
Caro leitor:
O ponto G é uma pequena aglomeração de terminações nervosas e glândulas, situado no nas paredes da vagina. Sendo uma zona particularmente sensível, pode fazer qualquer mulher atingir um grau de excitação muito alto e intenso. A localização exacta não é conhecida, afirmando alguns especialistas que ele só é perceptível quando estimulado. A melhor maneira de o descobrir é colocar por baixo do traseiro da sua companheira uma almofada, estando ela deitada de barriga para baixo sob a cama, ou deixando a sua parceira ficar por cima. Para que a sua namorada atinja o orgasmo, converse com ela sobre o que lhe dá mais prazer e faça o que ela pedir. Descontraiam, e surgirá naturalmente.
Dica sensual
Para apimentar a sua vida sexual, faça um acordo com o seu parceiro e comprometam-se a não ter relações durante uns dias… Abuse da sedução, use a imaginação para ficarem ambos completamente fora de controlo. Façam amor só quando os dois não conseguirem mais aguentar tanto desejo. Aí… aproveite!
“Muitas vezes, ao masturbar-me, sinto muitas dores, principalmente quando fricciono o clítoris. É normal?”
Carla, Setúbal
Cara leitora,
Os órgãos sexuais são bastante delicados e quando tocados de forma excessiva ou incorrecta podem causar dor. Por isso, o que o seu corpo lhe está a dizer é que deve mudar a forma, a frequência ou intensidade com que se masturba. É importante que conheça melhor o seu corpo para que não tenha que recorrer à fricção do clítoris com tanta força, o que tanto a magoa e que tanto desconforto traz. Comece da estaca zero e explore as zonas que são mais sensíveis ao toque e que lhe proporcionam a excitação e a produção de lubrificação necessárias para facilitar o acto sexual, quer seja através da masturbação ou não. Experimente utilizar um lubrificante durante a masturbação, pois este diminui a fricção. Porém, caso continue a sentir dores, recomendo que procure um ginecologista e lhe apresente os seus problemas. Desta forma, será mais fácil dissipar as suas dúvidas.
A menopausa marca o fim da fertilidade da mulher e ocorre, geralmente, entre os 45 e os 55 anos de idade. Durante a fase de preparação para a menopausa – perimenopausa,os níveis de estrogéneo oscilam e a ovulação torna-se inconstante. Nesta fase a mulher pode ter menstruação nalguns meses, seguindo-se de um período de ausência de vários meses. Devido às alterações hormonais que ocorrem durante a menopausa a mulher pode começar a experimentar variadíssimos sintomas, tais como afrontamentos e suores nocturnos, ansiedade, irritabilidade, alterações de humor e tendência para a depressão, esquecimento, dificuldade de concentração, dores nas articulações, fadiga, secura da pele, cabelo, olhos e boca. A oscilação dos níveis das hormonas pode provocar também dificuldades físicas e emocionais durante as relações sexuais.
Alívio e Tratamento
Alguns métodos de auto-ajuda, bem como os Tratamentos de Substituição Hormonal, podem ajudar a restabelecer os níveis de estrogéneo e aliviar os sintomas físicos.
O Tratamento de Substituição Hormonal alivia os sintomas da menopausa, previne a atrofia genital e as mudanças ao nível do corpo. Pensa-se que este tratamento pode ajudar a proteger de doenças como o Cancro e a Osteoporose, mas no entanto há médicos que acreditam que este tipo de tratamento pode acelerar o desenvolvimento de quistos. Os Tratamentos de Substituição Hormonal podem ser prescritos em forma de comprimidos, adesivos e implantes. Os cremes de estrogéneos podem ser aplicados na vulva e na vagina. A hormona Testosterona pode ser receitada para ajudar a recuperar a libido.
Se a menopausa está a afectar a sua vida sexual, alguns dos métodos que se seguem podem ajudá-la:
1 – Para ficar bem lubrificada, não ignore os preliminares e, caso seja necessário, use um bom lubrificante.
2- A uretra e a vagina podem ficar menos almofadadas após a menopausa e os movimentos durante o acto sexual podem provocar dor e irritação. Se tem tendência para sofrer infecções urinárias, esvazie a bexiga após o acto sexual.
3 – Pratique exercício, mantendo o seu corpo em forma. Coma alimentos que nutram a pele e o cabelo. Pode usar suplementos alimentares.
4 – A medicina alternativa, a homeopatia, a naturopatia e a medicina chinesa têm à disposição tratamentos para as mulheres na fase da menopausa.
5 – Não perca a auto-estima e cuide da sua imagem.
“Considero-me virgem, apesar de me masturbar frequentemente. Por vezes, sinto-me envergonhada pelo facto de me masturbar e fico preocupada com a minha virgindade.”
Tânia, Porto
Cara Leitora,
A masturbação é uma forma natural de conhecer o seu próprio corpo e a partir daí decifrar os seus pontos sensíveis, que a ajudam a atingir o ponto máximo de prazer. A masturbação é algo perfeitamente normal do qual não deve ter vergonha ou sentir qualquer tipo de preconceito. Portanto, consciencialize-se de que a masturbação é um acto normal de que não se deve envergonhar. Tendo em conta que na masturbação não existe necessariamente a penetração não existe motivo para duvidar da sua virgindade. Só se perde a virgindade a partir do momento em que se tem uma relação sexual com outro indivíduo e durante a qual se dá a penetração.
“Já tive dois namorados, mas o que senti por eles não é nada em comparação pelo que eu sinto por uma amiga de infância. Sei que tenho um sentimento muito forte por ela, mas não sou correspondida. O que devo fazer?”
Sónia, Lisboa
Cara Leitora,
Desde tenra idade a tendência para se construir amizades com pessoas do mesmo sexo é algo comum. O tempo que passam juntas, a afinidade existente entre vós, a cumplicidade que se cria são factores que conduzem à confusão de sentimentos. Pense bem no que se passa consigo, pois é na passagem da adolescência para a idade adulta que se começa a definir a identidade sexual de uma forma mais sólida. Porém, as dúvidas a respeito da orientação sexual de alguns indivíduos são comuns, o que me parece ser o seu caso. Possivelmente, a grande identificação que tem com a sua amiga levou-a a ficar convicta da sua homossexualidade. Procure conhecer novas pessoas, frequentar outros locais e só depois dê como definida a sua orientação sexual.