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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“O que se passa comigo?!”


“Tenho 28 anos e sou sexualmente activo há 10. No entanto, ultimamente quando tenho relações sexuais não tenho a mesma reacção. Isto aconteceu de momento para o outro, ejaculo muito rapidamente e depois não consigo ter nova erecção. Estou assustado, o que se passa comigo? Sou muito jovem para ter problemas de ejaculação!”

João Pedro, Covilhã


Caro leitor,

Os problemas sexuais podem surgir repentinamente, depois de uma experiência que correu mal e fica marcada na sua memória. A ansiedade de antecipar que pode voltar a acontecer pode levar a que aconteça mesmo, pois está preocupado e menos dedicado a sentir prazer. Por outro lado, outros factores podem influenciar a sua capacidade de ter relações sexuais e a penetração: ter um problema, estar cansado, ter bebido muito álcool. Um médico de família ou um urologista podem ainda pesquisar melhor se haverá causas fisiológicas, através de exames. Como sente que aconteceu de um momento para o outro, o problema deve ter surgido a partir de uma experiência específica: mudar de parceira/o, a situação em que a relação sexual ocorreu trazer-lhe mais ansiedade do que excitação, querer muito agradar à parceira/o, entre muitas outras possíveis. Tente abstrair-se de problemas, relaxar, não partir logo para a penetração mas demorar-se nas carícias, em sentir o corpo da outra pessoa e o prazer e satisfação que lhe pode oferecer, em descobrir as suas zonas erógenas preferidas. Apesar destas sugestões úteis, penso que deveria consultar um especialista, que lhe esclareça esta questão e lhe dê um apoio presencial, pois pode prevenir que este problema continue e o faça sentir-se cada vez pior consigo próprio. Não tenha vergonha, a ejaculação precoce ou prematura é muito frequente em homens de muitas idades e tem tratamento (as nossas consultas podem ser marcadas em 21 318 25 91)!

 

“Desejo muito ser mãe mas tenho medo das dores do parto!!!”

Fritz W. Guerin

 

“Estou casada há 4 anos e tanto eu como o meu marido queremos ter filhos, mas eu tenho adiado a situação porque tenho pavor só de pensar no parto e nas dores que vou sentir. O que me aconselha a fazer para perder esse medo, pois receio que o meu marido termine o casamento se eu não lhe der um filho.”
Dalila, Aveiro
Cara leitora
Ao contrário do que possa pensar, existem muitas mulheres que temem as dores do parto, mas hoje em dia já não existe a necessidade de sofrer para ter filhos. Quando a gravidez é devidamente acompanhada por um médico, os riscos são mínimos quer para a mãe quer para a criança. Segundo a maioria das mulheres, a alegria de ser mão supera em muito qualquer desconforto durante a gravidez ou parto. Devido aos avanços da medicina, a maioria das mulheres recebe anestesia local durante o parto fazendo com este seja bastante tolerável. Mesmo nos casos mais complicado existe a possibilidade de fazer uma cesariana cuja recuperação é relativamente rápida. Se ter um filho é importante para si e para o seu marido tente ultrapassar o medo que sente. Para isso aconselho-a a conversar com um médico de forma a informar-se sobre as diferentes formas de parto sem dor. Aconselho-a também a consultar um psicólogo que a ajude a ultrapassar o medo do parto. Converse com o seu marido, explique-lhe o medo que sente, pois é importante que ele a ajude a superar os seus receios.

“A quimioterapia tirou o meu desejo sexual…”

 

“Recentemente comecei a fazer quimioterapia devido a ter cancro no estômago. Gostaria de saber se essa será a razão pela qual perdi o desejo sexual?”
Rita, Massamá
Cara Leitora,
De facto a quimioterapia pode afectar o desejo sexual tanto nos homens como nas mulheres. O cancro e os seus tratamentos para além de causarem efeitos a nível físico também afectam o indivíduo a nível psicológico, pois provocam alterações ao nível da auto-estima e da imagem corporal. Por outro lado, algumas pessoas sofrem imenso com os efeitos secundários do tratamento, sentindo-se cansadas e indispostas, o que diminui naturalmente a vontade de ter relações sexuais. Assim sendo, é normal que o seu desejo sexual tenha diminuído, pois o cancro e consequentemente a quimioterapia provocam oscilações físicas, psicológicas e emocionais.

“Não quero ficar impotente”

“Estou casado há já 15 anos e tenho muito medo que o sexo entre mim e a minha mulher acabe. A ideia de poder ficar impotente aterroriza-me.”
Marco, Monte Gordo
Caro Leitor,
é normal que passados alguns anos de envolvimento sinta que já não há muita variedade. Cabe a si e à sua esposa fazer os possíveis para que o sexo não deixe de ser novidade, até porque já se conhecem bem. Mas o facto de se conhecerem tão bem até poderá ser uma grande vantagem, pois estão à vontade para experimentar novos territórios. Use a imaginação, faça surpresas, prepare um fim-de-semana romântico e crie cenários e fantasias exóticas para dar um pouco mais tempero à sua relação.
No que diz respeito à impotência, como deve calcular com o avançar da idade poderá tornar-se mais difícil ter uma erecção, mas não é regra geral. E mesmo que aconteça, hoje em dia com os avanços da Medicina isso deixa de ser um problema, não se preocupe com o que pode vir a acontecer no futuro, descontraia e viva o presente.