“Namorei sete meses com a mulher que julgava ser a minha alma-gémea, até que um dia descobri que ela era casada. Já tentei esquecê-la, mas não consigo, assim como não a consigo deixar. Acho que me apaixonei por ela. O que posso fazer para a esquecer?”
Jorge, Almoçageme
Caro leitor,
Sem qualquer intenção envolveu-se com uma pessoa casada e pelo que conta dá a entender que reprova esta situação. Porém, agora vê-se sem muitas alternativas, pois sente-se incomodado com a situação gerada, mas também não a consegue esquecer pelo facto de a amar bastante. Apesar de estar a viver uma situação constrangedora, sente-se realizado com a relação de ambos, ou seja, sente que está a viver a sua história de amor devido aos bons momentos que passam juntos. Por outro lado, encontra-se a viver um pesadelo pois está apaixonado por uma mulher casada com quem não pode casar ou constituir família. Porém, cabe-lhe a si reflectir no que deseja para a sua vida daqui a frente, visto que a pessoa que ama não pretende deixar o marido. Pense na sua felicidade e veja se vale a pena estar a investir numa relação em que vai estar sempre em segundo plano.
“Eu e o meu namorado adoramos fazer sexo mas neste momento ele tem herpes e eu não o quero apanhar. Ele disse-me que se fizermos sexo oral, o contágio não acontece. É verdade?”
Ana, Palmela
Cara Leitora,
Tem toda a razão em sentir-se preocupada com este assunto, uma vez que o herpes é uma doença sexualmente transmissível. Como tal, é necessário ter cuidados redobrados. O herpes é uma doença que dura toda a vida, pois fica incubado e quando existe uma fraqueza imunológica ela reaparece. Apesar do vírus do herpes poder ser transmitido a qualquer altura, este é mais contagioso aquando da existência de lesões na zona genital. Nessa altura não recomendo de forma alguma que tenha relações sexuais com o seu namorado nem mesmo com a utilização do preservativo. Quando não existe qualquer tipo de lesões, o herpes pode mesmo assim ser transmitido, mas as probabilidades são menores. Por isso, é importante que o seu namorado entenda a sua preocupação. Caso o seu namorado não fique satisfeito com a sua justificação, convide-o a procurar a ajuda de um médico para que possam aprender a forma mais segura de ter relações. Não se esqueçam da importância extrema do preservativo, pois este é indispensável para uma boa saúde, dado que ajuda a prevenir as DST (doenças sexualmente transmissíveis).
“Tenho 33 anos, vivo junto com a minha companheira há 8 e sempre fui fiel. Mas desde que comecei a frequentar a casa dum amigo e colega da faculdade senti-me muito atraído pela mãe dele e acabámos por nos envolver. Tanto eu como ela nos sentimos mal por nos termos envolvido um com o outro. O que devo fazer?”
Celso, Matosinhos
Caro leitor,
A situação em que se encontra está a conduzi-lo a uma condição de instabilidade emocional. Sente-se muito confuso dado que se sente culpado pela situação gerada, pois como relata tem um relacionamento sério e equilibrado e não vê nenhuma razão para fazer o que fez. Todavia, o padrão da relação extra-conjugal que mantém distancia-se da forma como o seu relacionamento é conduzido, ou seja, o relacionamento que tem com a sua companheira é algo que faz parte da sua rotina há oito anos e têm um modelo criado por vós, enquanto que a relação que tem em paralelo é algo desregrado e sem qualquer compromisso. A relação que mantém com a sua companheira é baseada em algo sólido tal como a amizade, carinho e companheirismo enquanto que a relação que mantém com a mãe do seu amigo é baseada em algo passageiro e superficial que é o desejo e atracção sexual. Cabe a si reflectir e averiguar em qual das relações se sente melhor e quais as suas metas. Deve evitar continuar a viver nesse dilema que tem vivido ultimamente, pois viver relações simultâneas não é justo nem correcto para nenhuma das partes.
“Sou viúva há 6 anos e conheci há pouco tempo um senhor com quem me sinto bem. Mas tenho medo da reacção do meu filho, que tem agora 15 anos. O que devo fazer?”
Maria Clara, Benfica
Cara leitora,
A sua carta demonstra que é uma mãe extremamente preocupada e interessada com o bem-estar do seu filho, mas tenha cuidado para não deixar de viver a sua vida por causa do medo de o magoar. Seis anos parece ser tempo suficiente para estar sem alguém a seu lado e agora que o seu filho já é um adolescente, já tem idade para compreender o facto de ter arranjado uma pessoa com quem compartilhar a sua vida. Tem é que fazer com que ele perceba que tal facto não vai mudar o amor que sente por ele. É perfeitamente normal que após o falecimento do pai ele esteja mais apegado a si, pois sente-se inseguro e com medo de a perder, mas já é tempo de ele perceber que a leitora tem necessidade de ter um companheiro com quem partilhar a sua intimidade. Até porque, em breve, ou talvez até já esteja a acontecer, ele próprio se vai começar a interessar por raparigas e vai começar a namorar. Por isso, o melhor é ter uma conversa calma com o seu filho e prepará-lo para o facto de que qualquer dia a leitora quererá voltar a partilhar a sua vida. Agora que encontrou alguém com quem pretende iniciar uma relação séria, não lhe diga já de quem se trata, comece por apresentar o seu novo companheiro como um amigo e, a pouco e pouco, o seu filho verá a vossa relação com outros olhos. Não abdique da sua felicidade, mas também não o force a aceitar uma pessoa que ele mal conhece. Dê-lhe tempo para ele se adaptar e verá que tudo vai correr bem.
“A minha namorada já usou vários tipos de contraceptivos orais, mas por vezes ela esquece-se de os tomar. Eu odeio o preservativo, sinto-me desconfortável. Já ouvimos falar dum outro método contraceptivo, o de barreiras vaginais. Será que resulta?”
Nuno, Olivais
Caro leitor,
Este tipo de contraceptivo, Barreiras Vaginais, é um método relativamente recente. Tem a forma de um cilindro fino de poliuretano com cerca de 15 cm de comprimento e 5 cm de largura, sendo que uma das extremidades é aberta e a outra extremidade fechada. A extremidade aberta coloca-se fora dos lábios vaginais prevenindo assim a entrada do esperma. Este método combina contracepção e protecção das doenças sexualmente transmissíveis.
Este método contraceptivo ainda não tem muita procura por parte da população feminina devido ao seu tamanho e por ser mais caro que o preservativo masculino. Alguns utilizadores alegam que o preservativo feminino diminui a sensibilidade de ambos os parceiros. Segundo algumas investigações, a taxa de insucesso deste preservativo é de 5 %. No caso da sua namorada é aconselhável o uso do mesmo, ela não deve recear a sua utilização porque certamente irá adaptar-se bastante bem. De qualquer forma, se a sua namorada sentir algum tipo de desconforto durante a utilização deste preservativo, aconselho-os a procurar o médico ginecologista para que ele vos informe sobre outros métodos contraceptivos existentes no mercado.
Tenho dois primos de quem sou muito amigo, e um deles disse-me que uma noite viu o pai dele a abusar da própria filha, irmã dele. Queria muito ajudá-los mas não sei como devo proceder. Será que me poderia ajudar?”
Bruno, Porto de Mós
Caro Leitor,
A situação que me descreve é bastante preocupante, dado que existe a possibilidade de existir incesto. Como tal, é muito difícil para uma jovem lidar com este tipo de investidas sexuais por parte de um adulto, principalmente sendo este o próprio pai. Tal situação deve ser informada imediatamente às entidades competentes, pois é punida por Lei e, como tal, o pai da sua prima deve ser detido. O Incesto significa a prática de relações sexuais com indivíduos da mesma família e com os quais não podemos casar, tal como irmãos, pais, etc. Infelizmente o abuso sexual de menores acontece, na sua maioria, entre membros da mesma família, principalmente entre pais e filhos, e entre irmãos. Estes indivíduos, vítimas de incesto, evidenciam perturbações muito graves a nível psicológico quando adultos. A melhor atitude que poderá tomar em relação à sua prima é informá-la e apoiá-la neste momento tão difícil para ela. Fale com ela e com o seu primo, juntos tentem saber qual a sua relação com a mãe de modo a que possam falar com ela, se não se sentirem à vontade para tal, pois nem sempre isso acontece, tente que ela se dirija a uma pessoa adulta com a qual haja confiança, tal como um médico, um professor ou um psicólogo. Qualquer um deles poderá agir de forma que esta situação seja rapidamente encaminhada e resolvida nos trâmites legais, para que não haja mais ameaças à saúde tanto física como psicológica da sua prima.
“Estou com o meu namorado 5 anos e amo-o muito, mas há dois anos tive um affair com o meu ex-namorado e engravidei. Amo muito o meu actual namorado e ele sabe toda a verdade mas fico perturbada pois não sei se ele ainda me ama.
Teresa, Tomar
Cara Leitora,
A aventura sexual que teve há dois anos com o seu ex-namorado fragilizou o seu actual relacionamento, o que é compreensível uma vez que a leitora traiu o seu namorado ao dormir com outro homem de quem teve um filho. Se, apesar de tudo o seu namorado ainda está ao seu lado é porque a ama verdadeiramente e porque o que ambos sentem um pelo outro é tão forte que consegue ultrapassar todas as barreiras. Acredite nos sentimentos do seu actual namorado pois ele já lhe demonstrou que a ama e que quer ficar consigo. Tente não focar tanta energia no passado, e lute pela felicidade ao lado do seu namorado que já lhe deu mais do que suficientes provas do seu amor.
“Há tempos entrei numa sex-shop e com a ajuda do responsável pela loja escolhi um vibrador e fiquei a conhecer o seu funcionamento. Eu e a minha namorada experimentámos utiliza-lo e foi muito bom. Mas o que me deixa preocupada é que parece que a minha namorada agora só quer utilizar o vibrador?”
Diogo, Alcoitão
Caro leitor,
Variar a vida sexual é algo a salutar entre casais pois ajuda a quebrar a monotonia. Actualmente, é perfeitamente normal visitar sex-shops à procura de novas formas para dinamizar a vida sexual e fugir à rotina. Todavia, é importante que o casal esteja de comum acordo no uso de qualquer objecto ou na prática de jogos de sedução. Não é legítimo que a sua namorada a obrigue a fazer o que quer que seja contra a sua vontade, por isso converse com ela e mostre-lhe que a sexualidade do casal apenas resulta se ambos concordarem e tiverem motivação para participar nas aventuras eróticas traçadas pelo casal. O sentido de obrigatoriedade fará com que o leitor, progressivamente, vá perdendo a vontade de estar intimamente com a sua namorada e por isso a comunicação e respeito mútuo são bastante importantes.
“Estou casado há 3 anos, e ainda hoje fico excitadíssimo quando vejo a minha mulher nua. Desejo-a muito mas às vezes penso se será normal que depois destes anos de casado ainda ter este tipo de reacções.
Cristóvão, Cascais
Caro leitor,
O facto de se sentir atraído pela sua mulher passado alguns anos de casado não é algo que deve deixá-lo preocupado e com a sensação de estar a fazer algo imoral. Pelo contrário, é muito positivo que, ainda hoje, fique com o coração acelerado e que o seu corpo manifeste impulsos ofegantes com a nudez da sua esposa. Veja este facto como algo benéfico e que serve para melhorar e estimular a vossa vida sexual. Alie o útil ao agradável, o primeiro passo está dado, sendo o alcance da excitação e o segundo é aprender a usar a imaginação e desenvolver o seu poder de sedução para que juntos possam embarcar num jogo envolvente rumo ao auge do prazer, desenvolvido pela cumplicidade conjugal. A sua desenvoltura sexual não pode e nem deve ser encarada por si como algo anormal e vergonhoso. Aproveite ao máximo os momentos da vossa intimidade conjugal.
O meu marido é responsável pela gestão de um hospital, o que faz com que se dedique inteiramente à carreira profissional e nem queira ouvir falar em ter filhos. Ele trabalha demais e eu já não sei como lidar com a situação.”
Joana, Castelo Branco
Cara Leitora,
As exigências da sociedade actual fazem com que muitas pessoas alterem a sua rotina diária favorecendo a vida profissional em detrimento da vida familiar, verificando-se, então, uma mudança nos padrões sociais inicialme te estipulados. Hoje em dia, algumas pessoas escolhem abdicar do desempenho do papel de pais em favor do prestígio e êxito profissional. Porém, apesar de o seu marido pensar assim, parece que a leitora discorda deste tipo de vida, gostaria que o seu marido trabalhasse menos horas e que constituíssem família. Nesse sentido, aconselho-a a ter uma conversa séria e frontal com o seu marido, dizendo que respeita a sua postura, mas que para si também seria muito importante ter uma família para lhe dar o seu amor e carinho. É fundamental que cheguem a um consenso que promova o equilíbrio e a felicidade do casal.