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“Tenho 30 anos e hoje tenho a certeza que sou gay, no entanto não deixo de me perguntar o porquê de isto me ter acontecido a mim. Preferia ser um rapaz como os meus amigos, que já estão todos a casar e a construir uma família. Sei que se os meus pais soubessem teriam um desgosto enorme, mas também não quero viver para sempre na clandestinidade.”
João, Viana do Castelo
Caro Leitor, Parece-me que apesar de ter a sua orientação sexual bem definida, não é percepcionada por si como uma coisa positiva. Pelo contrário, é uma situação que lhe causa desconforto e sofrimento, pelo que o primeiro passo será reflectir sobre o que lhe provoca esses sentimentos. Perceber o motivo de sentir-se assim com algo como a sexualidade, que por si só deveria ser indutora de prazer. Depois, é importante ter em mente que a homossexualidade não é ensinada, nem é aprendida e que mais importante que procurar possíveis causas é compreender que homossexualidade em si não é algo negativo. O primeiro desafio é aceitar o seu próprio desejo sexual e aprender a viver de uma forma saudável a sua orientação sexual, retirando dela o máximo de prazer possível. A partir do momento em que for capaz de estar bem e em paz consigo próprio as pessoas que realmente gostam de si e o querem ver feliz aceitarão com naturalidade este facto, mesmo que possam levar algum tempo a adaptarem-se, pois podem ter outra ideia feita a seu respeito. Hoje em dia é possível também para casais homossexuais construírem uma família, por isso procure acima de tudo a sua própria felicidade.
“Namoro com um rapaz há dois meses e iniciamos a nossa vida sexual. Como é o meu primeiro namorado a serio sinto-me ainda insegura, embora tente disfarçar. Contudo, ele comentou comigo que a vagina da ex-namorada é mais apertada do que a minha, o que fez sentir muito envergonhada. Ele é o segundo rapaz com quem tenho relações sexuais, penso que ele está a insinuar que tive mais namorados, mas não é verdade.”
Luísa, Coimbra
Cara leitora,
Antes de mais qualquer relação deve assentar no respeito mútuo de ambos os parceiros. Assim, não é correcto da parte do seu namorado fazer comparações entre si e a anterior namorada, ainda para mais relativamente a aspectos físicos que são variáveis de mulher para mulher, de corpo para corpo. Converse com ele e explique-lhe que está magoada, pergunte-lhe como é que ele se sentiria se você comparasse o pénis dele com o do outro rapaz com quem esteve. Para que um relacionamento resulte é importante que ambos os parceiros expressem aquilo que sentem, o que gostam e o que não gostam na relação e também a nível sexual, mas devem sempre focar-se no momento presente, pondo as relações anteriores que tiveram no lugar onde pertencem – o passado.
“Tenho 25 anos, namoro há dois meses e cada vez mais se aproxima o momento em que haverá envolvimento sexual entre mim e o meu namorado, mas tenho receio que ele me ache gorda.”
Joana, Lisboa
Cara Leitora,
Não se preocupe e não se sinta única a viver estes sentimentos, dado que são muitas as mulheres que se preocupam de tal modo com o seu aspecto físico que colocam o prazer em segundo lugar. Lembre-se de que se o seu namorado escolheu estar consigo é porque ele gosta de si tal como você é. É importante perceberem que o acto sexual é um momento único envolto em magia e prazer, não um desfile de moda em que se está a reparar no excesso de gordura do outro ou nas suas imperfeições. Desta forma, não se preocupe com o seu aspecto físico e viva intensamente e sem preconceitos o momento do envolvimento sexual, tirando partido de cada carícia, de cada movimento, tendo em vista um estado pleno de prazer. Também é importante perceber porque se sente assim, qual a origem dessa falta de confiança que a impede de vivenciar de forma plena a sua sexualidade. Faça uma reflexão cuidada e tente encontrar a origem desta falta de confiança tendo em vista a resolução desta situação, de modo a evoluir para um estado de satisfação.
“Eu e o meu namorado temos 17 anos e queremos casar-nos virgens. No entanto, gostávamos de apimentar o nosso relacionamento… há algum tipo de preliminares que possamos fazer sem ir contra a nossa vontade de nos mantermos virgens? Podemos tocar-nos, desde que continuemos vestidos? Há alguma forma de eu o deixar louco sem chegar a vias de facto?”
Cátia, Vila Franca de Xira
Cara leitora,
A vossa decisão de continuarem virgens é legítima e até curiosa num tempo em que a ideia de casar virgem perdeu a importância social que tinha, sendo cada vez menos frequente. No entanto, para manterem acesa a chama da paixão é positivo experimentarem a vossa sexualidade dando largas à imaginação. A provocação verbal é um poderoso estímulo, por isso antes de mais comece por sussurrar mensagens insinuantes ao ouvido do seu namorado, “jogue” com ele ao “gato e ao rato”, provocando-o. Explorem o corpo um do outro com todo o tipo de carícias, massagens, uso de óleos perfumados, etc. A masturbação mútua é um poderoso estímulo sem chegar a consumar o acto sexual, porque não há penetração. O sexo oral é muito apreciado, principalmente pelos homens, pelo que é uma boa forma de estimular a libido do seu namorado. Não devem, no entanto, fazer algo com que não se sintam confortáveis. O dialogo mutuo é fundamental para que possam avançar juntos e com segurança. Tenham também em atenção que o sexo oral transporta riscos para a saúde, pelo que devem fazê-lo sempre com preservativo.
“Olá, chamo-me Paulo e tenho 17 anos. Já tive relações sexuais com raparigas, mas também dou por mim a olhar para os meus colegas no balneário, e já tive sonhos eróticos com rapazes. No entanto, também gosto de raparigas e tenho prazer com elas… não entendo o que se passa comigo!”
Paulo, Barcarena
Caro leitor,
As suas dúvidas são mais habituais do que pensa. Embora muitas pessoas sejam tendencialmente heterossexuais, e outras homossexuais, existem também muitas pessoas que sentem prazer e interesse por pessoas de ambos os sexos, como parece ser o seu caso. Assim, embora ainda seja
muito jovem, parece tratar-se de uma questão de bissexualidade. Poderá, no decurso da sua vida, ter tendência para preferir um sexo, mas pontualmente pode sentir interesse pelo envolvimento por pessoas do outro sexo. Uma vez que é ainda adolescente, poderá também sentir-se meramente curioso, o que é perfeitamente natural, sem que isso implique necessariamente tendências gay ou bissexuais. Procure ler na internet e em livros especializados mais sobre estes temas e, se sentir à vontade, experimente conhecer amigos gay. Siga o seu coração e não se sinta pressionado, dê tempo a si próprio para conhecer-se melhor.
“Tenho dezassete anos e comecei a namorar há dois meses. Iniciámos recentemente a minha vida sexual, mas a verdade é que não sei o que devo fazer. Ele já não é virgem, eu era, e como tenho vergonha de lhe dizer a ele e às minhas amigas que não tenho experiência limito-me a ficar quieta enquanto ele faz tudo, porque não sei o que devo fazer! Eu noto que ele espera uma atitude diferente da minha parte, tenho medo de o perder mas não sei como agir.”
Dina, Coimbra
Cara leitora,
Essa sua inexperiência é perfeitamente natural e, mesmo que não a expressem, certamente que as suas amigas – e até o seu namorado – também se sentem inseguros. Ficar quieta e deixar que o seu namorado assuma o comando é muito pior para si e para a relação do que dizer abertamente que tem duvidas e pedir que ele a oriente para as esclarecer. De inicio pode sentir-se insegura, mas com o tempo, o carinho e a confiança entre vós acabará por ganhar mais segurança e à vontade, tornando-se mais desinibida. Enquanto beija o seu namorado entregue-se ao beijo, perca tempo a explorar o seu corpo e o corpo dele e aprenda a reconhecer os sinais de prazer nele e em si. Mude de posição, experimente inverter os papéis, não deixe que seja sempre ele a comandar. Esta variação vai trazer à sua relação o dinamismo que tanto deseja.
“Olá, tenho dezanove anos e o meu namorado tem vinte e três. Estamos juntos há um ano e começámos a ter relações sexuais há cerca de seis meses. Contudo, ultimamente perdi o desejo de fazer amor com ele. Já não consigo ficar excitada como antes, quando ele me toca e me tenta excitar acabo sempre por afastá-lo porque fico irritada. Antes adorava que ele me fizesse sexo oral, agora causa-me nojo. Não sei como dizer-lhe isto, porque continuo a gostar dele…”
Tânia, Vilamoura
Cara leitora,
Em primeiro lugar e antes de falar com o seu namorado, é fundamental que consiga perceber o que se passa consigo e porque razão ache dessa forma perante algo que antes lhe proporcionava prazer. Tem andado mais stressada, por causa das aulas, exames, etc.? O vosso relacionamento continua a ser satisfatório para si? Ainda se sente atraída por ele? Começou a tomar a pílula ou outro método contraceptivo, e está ainda na fase de adaptação ao fármaco? Existem inúmeras razões para a perda de interesse sexual, sendo que a forma como o manifesta expressa algo muito mais intimo. Quando anda preocupada com outros assuntos é normal que sinta menos desejo sexual. Também pode acontecer continuar a gostar do seu namorado mas ter perdido o desejo por ele. A paixão esmorece com o tempo, por isso procure avaliar que tipo de sentimentos a ligam a esse rapaz. Será que não se transformou numa boa amizade, alguém por quem tem carinho, mas que já não ateia a chama da paixão? Reflicta, também, acerca daquilo que gosta a nível sexual, que tipo de estímulos prefere. Procure falar com o seu namorado acerca do que gosta e do que sente, ele também merece saber o que se passa na vossa relação.