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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Atraso na menstruação

Estou preocupada. Eu tomava um anticoncepcional que me fazia muito mal, sendo assim parei de tomá-lo quando a ultima menstruação veio. No entanto eu não tomei outro tipo de anticoncepcional porque já havia passado o tempo de tomá-lo e a menstruação veio de novo, ficou por dois dias e acabou. O problema é que hoje já seria altura de vir de novo e ainda não aconteceu. Tive relações duas vezes e ainda assim o meu marido não gozou. A dúvida é: O que está acontecendo com meu organismo...é normal essa demora para vir o periodo ou estou grávida?
 
Amélia
 
Cara Amélia,
 
Tomar e parar um contraceptivo deve ser feito com conselho médico. Quando parou a pílula devia ter usado o preservativo, pois estaria mais segura de prevenir qualquer gravidez indesejada. Mesmo que o seu marido não ejacule, na lubrificação natural masculina já pode haver alguns espermatozóides. No entanto, não quer dizer que esteja grávida, é natural haver flutuações mensais na menstruação.
Anote numa agenda o primeiro dia da menstruação – é essa a data relevante para perceber quantos dias em média tem o seu ciclo menstrual. Depois de alguns meses, poderá perceber a duração do ciclo e calcular o seu intervalo fértil, a partir do dia que fica ao meio, contam-se três a cinco dias (a duração média de vida dos espermatozóides) para trás e para a frente e neste intervalo tem absolutamente de utilizar um método contraceptivo, pois as probabilidades de engravidar são grandes.
Tente esclarecer as suas dúvidas no seu médico de família ou ginecologista e encontrar o método certo para si, de modo a sentir-se à vontade para viver a sua sexualidade e sentir o máximo de prazer possível.

“Ela está demasiado ousada…”

 

“Não sei o que se passa, mas a minha namorada tem feito cada vez mais propostas indecentes em termos sexuais. Não tenho gostado da situação pois parecia uma rapariga doce e até ingénua, e agora mostra-se quase feroz. A continuar assim, não sei se não é melhor terminar com ela…”
Cláudio, Tomar
 
Caro Leitor,
Para que possa pôr termo, de uma vez por todas, às propostas da sua companheira, antes de terminar a relação que mantém actualmente, é importante que tenha uma conversa séria e objectiva com ela. Evite tomar atitudes precipitadas para que não se arrependa mais tarde. Lembre-se que a via do diálogo é fundamental para esclarecer qualquer tipo de situação. Seja sincero e diga-lhe que não gosta do tipo de propostas sexuais que ela lhe tem feito e que, se ela pretende continuar a estar consigo, terão de encontrar um equilíbrio que satisfaça ambos. Mostre-lhe aquilo que está a sentir neste momento, não tenha receio de lhe dizer aquilo que lhe vai na alma. Tome a sua decisão após uma conversa directa e franca.

Bebé e masturbação

Chamo-me Júlia e tenho um problema com o meu bebé de apenas 1 ano e 8 meses. Ele faz umas coisas muito preocupantes. Às vezes apanho-o deitado em cima do travesseiro como se estivesse num acto sexual, isso também acontece quando ele brinca, anda de triciclo e até mesmo no nosso colo. Nesses momentos eu procuro ver o pénis dele e sempre está durinho. Parece que ele sente prazer a fazer isto. Não sei se ele viu alguém a ter sexo mas o que me preocupa é que ele precisa ir para a creche e eu não consegui fazê-lo este ano por medo dele fazer isto na escola. Ele já sabe que é errado, mas continua. Não sei o que pensar nem o que fazer ...
Júlia
 
Cara Júlia,
 
O comportamento do seu filho é perfeitamente normal e não deve ser considerado sexual: ele descobriu o prazer de estimular os seus genitais, mas não associa tal à sexualidade, que ainda desconhece nem tem fantasias associadas (como acontece na masturbação). A exploração do corpo faz parte do desenvolvimento, tal como por o dedo no nariz, e em crianças tão jovens não deve ter qualquer ligação com ter visto alguém a ter comportamentos sexuais ou qualquer situação de abuso sexual (que nestas idades os leva a ficarem alheados do meio envolvente ou a problemas de sono).
Não deve dar demasiada atenção a este comportamento, pois tal levará a que ele o faça também. Não entre em pânico, não há nada com que se preocupar. Se ignorar este comportamento ele irá diminuir por si mesmo; enquanto que se o reprimir, castigar ou se se zangar com ele só aumentará a sua curiosidade com essa parte especial do seu corpo. Arranje outras brincadeiras para substituir a estimulação genital e o distrair quando a está a fazer: com puzzles, brinquedos, jogos - proponha fazê-las naturalmente, sem se mostrar chocada. Se se aperceber que ele o faz para relaxar mostre-lhe outros modos de o fazer, massajando-o, ouvindo músicas calmas com ele. Tente não o fazer sentir que há partes do corpo que são sujas, mas sim que compreenda lentamente o conceito de privacidade e de comportamentos adequados sozinhos e com outros. Ir para uma creche, como deve compreender agora, é positivo para o seu desenvolvimento social e irá dar-lhe mais actividades para fazer, coisas para aprender e esquecer o prazer dessa brincadeira – não deixe o fazer e não tenha vergonha do seu filho, ele está a crescer e a descobrir o seu próprio corpo.

“Porquê eu?”

“Tenho 30 anos e hoje tenho a certeza que sou gay, no entanto não deixo de me perguntar o porquê de isto me ter acontecido a mim. Preferia ser um rapaz como os meus amigos, que já estão todos a casar e a construir uma família. Sei que se os meus pais soubessem teriam um desgosto enorme, mas também não quero viver para sempre na clandestinidade.”

 

João, Viana do Castelo

 

Caro Leitor, Parece-me que apesar de ter a sua orientação sexual bem definida, não é percepcionada por si como uma coisa positiva. Pelo contrário, é uma situação que lhe causa desconforto e sofrimento, pelo que o primeiro passo será reflectir sobre o que lhe provoca esses sentimentos. Perceber o motivo de sentir-se assim com algo como a sexualidade, que por si só deveria ser indutora de prazer. Depois, é importante ter em mente que a homossexualidade não é ensinada, nem é aprendida e que mais importante que procurar possíveis causas é compreender que homossexualidade em si não é algo negativo. O primeiro desafio é aceitar o seu próprio desejo sexual e aprender a viver de uma forma saudável a sua orientação sexual, retirando dela o máximo de prazer possível. A partir do momento em que for capaz de estar bem e em paz consigo próprio as pessoas que realmente gostam de si e o querem ver feliz aceitarão com naturalidade este facto, mesmo que possam levar algum tempo a adaptarem-se, pois podem ter outra ideia feita a seu respeito. Hoje em dia é possível também para casais homossexuais construírem uma família, por isso procure acima de tudo a sua própria felicidade.

“Ele compara-me com a ex namorada…”

“Namoro com um rapaz há dois meses e iniciamos a nossa vida sexual. Como é o meu primeiro namorado a serio sinto-me ainda insegura, embora tente disfarçar. Contudo, ele comentou comigo que a vagina da ex-namorada é mais apertada do que a minha, o que fez sentir muito envergonhada. Ele é o segundo rapaz com quem tenho relações sexuais, penso que ele está a insinuar que tive mais namorados, mas não é verdade.”

Luísa, Coimbra

Cara leitora,

Antes de mais qualquer relação deve assentar no respeito mútuo de ambos os parceiros. Assim, não é correcto da parte do seu namorado fazer comparações entre si e a anterior namorada, ainda para mais relativamente a aspectos físicos que são variáveis de mulher para mulher, de corpo para corpo. Converse com ele e explique-lhe que está magoada, pergunte-lhe como é que ele se sentiria se você comparasse o pénis dele com o do outro rapaz com quem esteve. Para que um relacionamento resulte é importante que ambos os parceiros expressem aquilo que sentem, o que gostam e o que não gostam na relação e também a nível sexual, mas devem sempre focar-se no momento presente, pondo as relações anteriores que tiveram no lugar onde pertencem – o passado.

“Tenho medo que ele ache que sou gorda!”

“Tenho 25 anos, namoro há dois meses e cada vez mais se aproxima o momento em que haverá envolvimento sexual entre mim e o meu namorado, mas tenho receio que ele me ache gorda.”

 

Joana, Lisboa

 

Cara Leitora,

Não se preocupe e não se sinta única a viver estes sentimentos, dado que são muitas as mulheres que se preocupam de tal modo com o seu aspecto físico que colocam o prazer em segundo lugar. Lembre-se de que se o seu namorado escolheu estar consigo é porque ele gosta de si tal como você é. É importante perceberem que o acto sexual é um momento único envolto em magia e prazer, não um desfile de moda em que se está a reparar no excesso de gordura do outro ou nas suas imperfeições. Desta forma, não se preocupe com o seu aspecto físico e viva intensamente e sem preconceitos o momento do envolvimento sexual, tirando partido de cada carícia, de cada movimento, tendo em vista um estado pleno de prazer. Também é importante perceber porque se sente assim, qual a origem dessa falta de confiança que a impede de vivenciar de forma plena a sua sexualidade. Faça uma reflexão cuidada e tente encontrar a origem desta falta de confiança tendo em vista a resolução desta situação, de modo a evoluir para um estado de satisfação.

“Queremos casar virgens”

“Eu e o meu namorado temos 17 anos e queremos casar-nos virgens. No entanto, gostávamos de apimentar o nosso relacionamento… há algum tipo de preliminares que possamos fazer sem ir contra a nossa vontade de nos mantermos virgens? Podemos tocar-nos, desde que continuemos vestidos? Há alguma forma de eu o deixar louco sem chegar a vias de facto?”

Cátia, Vila Franca de Xira

 

Cara leitora,

A vossa decisão de continuarem virgens é legítima e até curiosa num tempo em que a ideia de casar virgem perdeu a importância social que tinha, sendo cada vez menos frequente. No entanto, para manterem acesa a chama da paixão é positivo experimentarem a vossa sexualidade dando largas à imaginação. A provocação verbal é um poderoso estímulo, por isso antes de mais comece por sussurrar mensagens insinuantes ao ouvido do seu namorado, “jogue” com ele ao “gato e ao rato”, provocando-o. Explorem o corpo um do outro com todo o tipo de carícias, massagens, uso de óleos perfumados, etc. A masturbação mútua é um poderoso estímulo sem chegar a consumar o acto sexual, porque não há penetração. O sexo oral é muito apreciado, principalmente pelos homens, pelo que é uma boa forma de estimular a libido do seu namorado. Não devem, no entanto, fazer algo com que não se sintam confortáveis. O dialogo mutuo é fundamental para que possam avançar juntos e com segurança. Tenham também em atenção que o sexo oral transporta riscos para a saúde, pelo que devem fazê-lo sempre com preservativo.

“Gosto de raparigas mas também olho para rapazes”

“Olá, chamo-me Paulo e tenho 17 anos. Já tive relações sexuais com raparigas, mas também dou por mim a olhar para os meus colegas no balneário, e já tive sonhos eróticos com rapazes. No entanto, também gosto de raparigas e tenho prazer com elas… não entendo o que se passa comigo!”

Paulo, Barcarena

Caro leitor,

As suas dúvidas são mais habituais do que pensa. Embora muitas pessoas sejam tendencialmente heterossexuais, e outras homossexuais, existem também muitas pessoas que sentem prazer e interesse por pessoas de ambos os sexos, como parece ser o seu caso. Assim, embora ainda seja
muito jovem, parece tratar-se de uma questão de bissexualidade. Poderá, no decurso da sua vida, ter tendência para preferir um sexo, mas pontualmente pode sentir interesse pelo envolvimento por pessoas do outro sexo. Uma vez que é ainda adolescente, poderá também sentir-se meramente curioso, o que é perfeitamente natural, sem que isso implique necessariamente tendências gay ou bissexuais. Procure ler na internet e em livros especializados mais sobre estes temas e, se sentir à vontade, experimente conhecer amigos gay. Siga o seu coração e não se sinta pressionado, dê tempo a si próprio para conhecer-se melhor.

“Não sei como devo fazer!”

“Tenho dezassete anos e comecei a namorar há dois meses. Iniciámos recentemente a minha vida sexual, mas a verdade é que não sei o que devo fazer. Ele já não é virgem, eu era, e como tenho vergonha de lhe dizer a ele e às minhas amigas que não tenho experiência limito-me a ficar quieta enquanto ele faz tudo, porque não sei o que devo fazer! Eu noto que ele espera uma atitude diferente da minha parte, tenho medo de o perder mas não sei como agir.”

Dina, Coimbra

Cara leitora,

Essa sua inexperiência é perfeitamente natural e, mesmo que não a expressem, certamente que as suas amigas – e até o seu namorado – também se sentem inseguros. Ficar quieta e deixar que o seu namorado assuma o comando é muito pior para si e para a relação do que dizer abertamente que tem duvidas e pedir que ele a oriente para as esclarecer. De inicio pode sentir-se insegura, mas com o tempo, o carinho e a confiança entre vós acabará por ganhar mais segurança e à vontade, tornando-se mais desinibida. Enquanto beija o seu namorado entregue-se ao beijo, perca tempo a explorar o seu corpo e o corpo dele e aprenda a reconhecer os sinais de prazer nele e em si. Mude de posição, experimente inverter os papéis, não deixe que seja sempre ele a comandar. Esta variação vai trazer à sua relação o dinamismo que tanto deseja.

“Deixei de gostar de fazer amor com ele…”

 

“Olá, tenho dezanove anos e o meu namorado tem vinte e três. Estamos juntos há um ano e começámos a ter relações sexuais há cerca de seis meses. Contudo, ultimamente perdi o desejo de fazer amor com ele. Já não consigo ficar excitada como antes, quando ele me toca e me tenta excitar acabo sempre por afastá-lo porque fico irritada. Antes adorava que ele me fizesse sexo oral, agora causa-me nojo. Não sei como dizer-lhe isto, porque continuo a gostar dele…”

 

Tânia, Vilamoura

 

Cara leitora,

Em primeiro lugar e antes de falar com o seu namorado, é fundamental que consiga perceber o que se passa consigo e porque razão ache dessa forma perante algo que antes lhe proporcionava prazer. Tem andado mais stressada, por causa das aulas, exames, etc.? O vosso relacionamento continua a ser satisfatório para si? Ainda se sente atraída por ele? Começou a tomar a pílula ou outro método contraceptivo, e está ainda na fase de adaptação ao fármaco? Existem inúmeras razões para a perda de interesse sexual, sendo que a forma como o manifesta expressa algo muito mais intimo. Quando anda preocupada com outros assuntos é normal que sinta menos desejo sexual. Também pode acontecer continuar a gostar do seu namorado mas ter perdido o desejo por ele. A paixão esmorece com o tempo, por isso procure avaliar que tipo de sentimentos a ligam a esse rapaz. Será que não se transformou numa boa amizade, alguém por quem tem carinho, mas que já não ateia a chama da paixão? Reflicta, também, acerca daquilo que gosta a nível sexual, que tipo de estímulos prefere. Procure falar com o seu namorado acerca do que gosta e do que sente, ele também merece saber o que se passa na vossa relação.

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