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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Não consigo ter prazer total!”

 

Tenho 32 anos e amo o meu marido, com quem vivo há 3 anos. O problema é que não consigo ter relações sexuais na sua plenitude, isto é, não consigo tolerar a penetração.

Penso que o problema não é frigidez, pois tenho prazer com o resto, mas não consinto que ele me penetre, pois magoa-me muito. Sei que o problema é meu e que isto não é normal, mas não sei a quem pedir ajuda, o mais indicado será ir ao ginecologista ou ao sexólogo? Ajude-me, este problema pode dar cabo da relação e eu não quero que isso aconteça!

 

Margarida, Sesimbra

 

Cara leitora,

Este problema sexual que descreve de não conseguir a penetração vaginal acontece a muitas mulheres e deve procurar tratamento com especialistas da área da sexologia para o tentar resolver. Sem muitos dados, eu colocaria as hipóteses de dispareunia ou de vaginismo – duas disfunções sexuais femininas. Deve também consultar um ginecologista para verificar se a dor não se deve a algum problema de natureza ginecológica.  

Diversifique as relações sexuais, explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua, o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites e para não estar tão concentrada na penetração apenas!

Aconselho-a a explorar o seu corpo através da masturbação,  para que possa descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá prazer, pois o primeiro passo para sentir prazer com um parceiro é ser capaz de o fazer sozinha.

Nas suas relações sexuais, deve tentar relaxar e entregar-se a carinhos e festas durante um tempo substancial (a lubrificação depende do prazer que sente antes de iniciar a penetração). Não vou definir-lhe um tempo limitado, mas sugiro-lhe um mínimo de meia hora, antes de tentarem a penetração ou sequer de pensarem nisso (podem até nem chegar a concretizá-la!).

Como o seu problema pode ser mais específico, seria desejável fazer uma consulta presencial de Sexologia, para fazer um diagnóstico diferencial.

“Depois do orgasmo não consigo respirar!”

“Tenho 30 anos e recentemente comecei a ter um problema que nunca me tinha acontecido antes. No momento em que atinjo o orgasmo a minha garganta fecha-se e durante algum tempo não consigo respirar. Apanhei um grande susto porque da última vez estive meia hora com a garganta fechada, conseguia respirar de dois em dois minutos e depois voltava a fechar. Neste momento tenho medo de voltar a ter um orgasmo e do que pode acontecer a seguir! O que posso fazer?”

 

Teresa, Viana do Castelo

 

Cara leitora,

Algumas pessoas sofrem ataques de asma durante ou depois de atividade física mais exaustiva, mas embora a situação que descreve se possa dever a asma, nesta situação é indispensável consultar o seu médico para poder detetar a causa da situação e resolvê-la. No caso de se tratar de asma, em princípio utilizar uma bomba inaladora antes de fazer amor poderá evitar que fique com falta de ar quando atinge o orgasmo ou quando a sua respiração acelera. A exposição a substâncias às quais é alérgica também pode estar na origem dessas dificuldades respiratórias que relata. Por exemplo, são relativamente frequentes os casos de alergia ao látex dos preservativos, sendo que nesse caso a alergia se agrava com a repetida exposição ao material que a provoca, devendo experimentar usar preservativos de poliuretano, por exemplo. Por outro lado, a falta de respiração que descreve também pode estar associada a um ataque de pânico, um fenómeno químico que muitas pessoas experienciam e que pode ser despoletado por inúmeras razões. Uma vez que existem inúmeras causas possíveis e que se refletem numa questão fisiológica de grande importância deve sem dúvida consultar o médico para fazer exames e chegar a um diagnóstico.

Ela para a meio da relação sexual a chorar

 


 

 

Tenho 23 anos e namoro com uma rapariga há quase 4 anos. Sentimos muito amor um pelo outro, porém, há alguns meses observei que minha namorada está muito inconstante na vida sexual.

Eu preocupo-me em excitá-la ao máximo, fazendo carinhos e conversando sobre as suas fantasias. Costumamos ter sexo em casa dela, o problema é que muitas vezes ela pára no meio da relação, dizendo que não está relaxada ou simplesmente pára e chora nos meus braços. Conversamos muitas vezes sobre isso, ela dá uma desculpa diferente, ora dizendo que não estava com vontade (mas eu percebia que ela estava excitada), ora dizendo que se sente mal por fazer sexo comigo na casa dela. Já tentamos ir a outros lugares, como um hotel bonito, mas além de ser muito caro, já houve vezes em que ela também parou.
Já não sei o que fazer! Faço tudo para excitá-la, converso, pergunto, mas mesmo assim isto acontece com frequência.
Já houve vezes em que eu a satisfazia 13 vezes em menos de 2 dias. Percebi que fazemos menos sexo hoje, o meu desejo continua o mesmo, mas o dela diminuiu. Que conselhos me dá?

 

Pedro Miguel, Matosinhos

 

 

Caro leitor,
A sua namorada parece estar a sofrer dificuldades sexuais, mas pela sua descrição não saberei bem quais. Por vezes as mulheres sentem-se culpadas ou envergonhadas de ter uma vida sexual activa, pelos preconceitos de que “uma senhora” não gosta de sexo, não o faz antes do casamento…ou outras ideias feitas e preconceituosas, principalmente em relação à mulher. As exigências sociais sobre a mulher são muito duras com elas e mais brandas com o homem (embora também sejam uma forma de pressão sobre eles) e, por vezes, influenciam a felicidade individual que não se consegue libertar e viver à vontade o prazer.
Tem de falar com ela honestamente e sem pressões, sobre o que a preocupa, como ela gostava que fosse a vossa vida sexual, o que poderá ter mudado para ela… Sem pressões nem preconceitos, pelo vosso amor. Pode tentar ter relações noutro local, onde se sintam à vontade, íntimo e privado e criar um ambiente especial. Tente explorar com ela o prazer sem a pressão da penetração: diga-lhe em sussurro que vão fazer amor sem penetração e veja como ela reage (pode ser que ela goste mais da excitação do que da penetração, o que é muito frequente em muitas mulheres); faça-lhe massagens e carícias sem fim; dê-lhe um banho perfumado; leia-lhe histórias eróticas como se fossem vós as personagens principais…use a sua imaginação para lhe oferecer pedaços de prazer inesquecíveis!
Se as suas tentativas não funcionarem, deve precisar de bastante tempo para sentir alterações, pense em ir com ela a uma consulta de planeamento familiar ou de sexologia para falarem com um especialista sobre a questão e tentarem encontrar soluções em casal. Boa sorte.

 

 

Sinto-me atraída pelas minhas amigas …


“Fui casada durante muitos anos, mas recentemente separei-me do meu marido porque ele era muito bruto comigo. Sei que se passa algo de muito estranho comigo, pois sinto-me atraída por mulheres. Estou preocupada, pois sinto-me bem assim…”

 

Margarida, Paços de Ferreira

Cara Leitora,

A atração entre seres do mesmo sexo é algo comum nas sociedades. O constrangimento e a instabilidade em que vive são perfeitamente compreensíveis devido à indefinição da sua orientação sexual.

Antes de mais, é importante que se sinta bem consigo própria para que possa definir o que se passa verdadeiramente consigo. Não se sinta diferente por optar por uma outra orientação sexual, pois tem todo o direito de optar por aquilo que verdadeiramente a faz feliz.

Assim sendo, caso veja que a atração por pessoas do mesmo sexo é algo consistente, não tenha receio de assumir. O importante é definir muito bem se é isso que deseja para que não tome nenhuma decisão da qual se possa arrepender. Pondere com calma e seja feliz com a decisão que tomar. 

"Dei-lhe um pontapé nos testículos…"


 

"Tenho 17 anos e sem querer dei um pontapé nos testículos do meu irmão. Ele tem 16 anos e ele ficou mesmo com muitas dores. A minha mãe ralhou-me e disse-me que ele pode deixar de poder ter filhos. Tenho-me sentido muito culpada, será que posso ter provocado a esterilidade do meu irmão? Ele ficou encolhido no chão a chorar durante uns bons 5 minutos e estou com muito receio…"

 

Cátia, Almada

Cara leitora,
os testículos possuem uma concentração de terminações nervosas muito superior a outras partes do corpo, em que estas estão espalhadas, e como nem os testículos nem o pénis estão protegidos por músculos nem por ossos, qualquer agressão nessa parte do corpo masculino pode ser extremamente dolorosa. Por outro lado, o facto de serem frágeis e compostos por tecido esponjoso faz com que a dor possa fazer sentir-se no resto do corpo, mesmo quando é provocada por um apertão ou uma pancada um pouco mais forte. Felizmente, a dor provocada não indica necessariamente um problema de saúde grave como a infertilidade, mas é aconselhável que o seu irmão seja visto por um médico especialista para poder ter a certeza que não teve consequências mais graves. Quando a dor persiste de forma aguda ao fim de uma hora ou quando os testículos ganham manchas ou ficam inflamados, ou se houver uma ferida, se sentir vómitos ou náuseas, a pessoa deve ir de imediato ao hospital pois pode ter ocorrido uma lesão interna que, essa sim, pode provocar a infertilidade.

O meu marido engordou bastante e não me apetece fazer amor com ele

homem peso

"Estou casada há 15 anos, e de há algum para cá o meu marido desleixou-se com o seu aspecto físico e tem engordado imenso. Não sei o que devo fazer, pois não me sinto atraída por ele quando ele tem tanto excesso de peso."

 

Maria, Guimarães

 

Cara leitora,

Principalmente depois de uma certa idade não é assim tão fácil mudar o corpo de uma pessoa de um momento para outro… mas também não se pode obrigar ninguém a sentir desejo sexual quando ele não existe. O metabolismo do homem e da mulher sofre alterações com a idade, o que faz com que as pessoas engordem se não reduzirem a quantidade de alimentos que ingerem e se não aumentarem a quantidade de exercício físico que fazem diariamente. Lembre-se que o seu marido está, certamente, tão aborrecido com essa situação como você. Tente conversar com ele de forma carinhosa, tentem "os dois" passar a caminhar juntos de manhã, ou fazer exercício no ginásio. Alterem a vossa alimentação, passando a consumir comida mais saudável, é importante que a leitora participe do processo, para que isso seja um projecto vosso e não uma imposição sua. 

“Sinto-me atraída por uma colega de escola…”

 

 

Tenho dezassete anos e já tive alguns namorados, mas de há uns tempos para cá comecei a sentir-me atraída por uma colega do liceu onde ando. Ouvi dizer que é normal durante a adolescência a atração entre pessoas do mesmo sexo, mas será que isso passa com a idade? Ou serei bissexual ou homossexual?”

Sónia, Odivelas

Cara Leitora,

A passagem da infância para a fase da adolescência é marcada pela descoberta da sexualidade e, muitas vezes, é aí que começam a surgir certas dúvidas no que diz respeito à orientação sexual. Durante a adolescência, para além das transformações físicas, ocorrem também transformações emocionais definindo-se novos papéis sociais e a identidade sexual. Por vezes, a definição da homossexualidade começa apenas como mera curiosidade do funcionamento do corpo e dos afetos de uma pessoa do mesmo sexo. Sendo a adolescência uma fase fortemente marcada pela dúvida e insegurança os desejos que aí ocorrem não são necessariamente os que se vinculam na idade adulta. Sentir-se atraída por alguém do mesmo sexo tende a ser algo comum e com maior recetividade social. Como referi anteriormente, nem sempre os sentimentos da adolescência são aqueles que nos acompanham para a vida adulta. Neste sentido, aja com prudência e saiba escutar o seu coração.

“Como devo falar sobre sexo com a minha namorada?”

 

Tenho 23 anos e tenho uma namorada de quem gosto muito, mas tenho vergonha de falar sobre sexo com ela. O que devo fazer?”

Carlos, Coimbra

 

Caro leitor,

Muitos casais jovens passam pelo mesmo problema quando iniciam as suas vidas sexuais. Seja autentico e descontraido com a sua namorada, e aborde o assunto de forma natural. Explique à sua namorada o seu receio em abordar o tema da sexualidade com ela, e vai ver que ela vai sentir-se também mais descontraida com a sua sinceridade. Falem sobre os vossos desejos e receios e divirtam-se com o prazer das vossas experiências! Exprimir os vossos desejos e fantasias, partilhá-los e comunicar é muito importante para uma relação a dois ser saudável!

“É possível saber quando ela deixou de ser virgem?”

 

 

 

Gostaria de saber se há alguma possibilidade de saber quando foi a primeira relação sexual de uma pessoa, ou seja, em que altura da sua vida…”

 

Tiago, Guarda

 

Caro leitor,

A melhor maneira e a única que conheço de saber tal coisa é perguntar à pessoa quando teve a sua primeira vez. Se está preocupado com a virgindade da sua parceira, lembre-se que não é obrigatório socialmente que todas as pessoas esperem pelo casamento para iniciarem a sua vida sexual. Trata-se antes de uma escolha pessoal e privada. As mulheres foram muito penalizadas com as exigências de virgindade, com observações quase públicas do seu hímen, mas hoje em dia a igualdade permite que cada pessoa defina o seu caminho e como o quer viver e sabemos que cientificamente a membrana do hímen intacta não significa virgindade assegurada, pois mesmo ela pode romper ao longo da vida com outras actividades.

“Ela tem um fetiche e quer que eu a penetre quando está vestida!”

A minha namorada um dia lembrou-se de termos relações sexuais vestidos. O problema é que agora ela só quer que eu a penetre quando estamos vestidos, e não quer ter relações de mais forma nenhuma.”

José, Linda-Velha

 

Caro leitor,

Fantasias e variedade a nível sexual são geralmente algo positivo. No entanto, por vezes é difícil perceber quando certos comportamentos deixam de ser fantasia e começam a ser um fetiche, sem o qual o homem ou a mulher não se conseguem excitar, o que parece ser o caso da sua namorada. Tentem atingir um entendimento em que os dois possam desfrutar das maravilhas do sexo, por isso, fale com a sua namorada acerca deste assunto, e tentem chegar a um meio-termo, talvez fazer amor vestidos apenas algumas vezes em vez de sempre, podendo dessa forma também realizar algumas das suas fantasias. 

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