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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

O meu filho parece ser gay… O que posso fazer?

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"O meu filho tem 8 anos e preocupa-me muito. Na creche ele brincava mais às coisas de meninas e agora na escola dá-se mais com raparigas. Recentemente só fala de um amigo, com uma paixão que até aprece apaixonado…Será gay? É possível assim tão cedo? O que posso fazer para ajudá-lo?"

 Ana Maria - Coimbra

 

Cara leitora,

Como o seu filho é muito novo e precoce falar-se de homossexualidade – deixe-o desenvolver-se e ajude-o a aceitar-se tal como é, mesmo que se sinta diferente dos outros em algumas caraterísticas. Não é obrigatório que todos os rapazes gostem de jogar futebol e as raparigas de brincar às bonecas – as raparigas já conquistaram o direito de ter mais comportamentos "masculinos", de maria-rapaz sem serem discriminadas, mas aos rapazes ainda se fazem muitas exigências sociais desnecessárias e pouco saudáveis. Dê-lhe tempo para descobrir a sua sexualidade ao seu ritmo. Ser ou não ser homossexual no futuro não define muito do que ele será, apenas por quem se apaixonará e provavelmente algumas dificuldades sociais, por vivermos numa sociedade pouco aberta, em alguns contextos.

Será prejudicial para o casamento não ter relações frequentemente?

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"Dei por mim a pensar se será prejudicial, para o meu casamento, não ter relações sexuais com frequência. A nossa vida mudou nos últimos anos, temos vindo a ter cada vez menos vezes relações sexuais, e tenho receio que isto possa ter repercussões negativas e acabe por ditar o fim do nosso casamento. É possível que assim seja?"

Mário, Santo Tirso

 

Caro Leitor,

As pessoas têm tendência a diminuir a frequência das relações sexuais com o avançar do tempo. No início de uma relação, existem maiores probabilidades de terem relações sexuais mais vezes do que com o passar dos anos. No entanto, desde que estabeleçam um padrão de frequência dessas mesmas relações e que ambos concordem, não existe preocupação para tal. Não se preocupe tanto com o aspeto sexual da vossa relação, pois apesar de ser importante, não é o principal fator determinante do sucesso de uma relação. A longevidade de uma relação depende de muitos fatores, nomeadamente da qualidade do relacionamento durante o dia a dia, dos interesses que possuem em comum, dos filhos, da intensidade com que cada um investe na relação, seja esta de que forma for e, evidentemente, se gostam um do outro. A frequência das relações sexuais depende de inúmeros fatores e os estudos efetuados neste sentido revelam que a passagem do tempo provoca um declínio natural no ritmo das relações. Existem ações que poderão, de certa forma, colmatar esta falta, como gestos de carinho e ternura, beijos e elogios que demonstrem o verdadeiro afeto que nutrem um pelo outro.

“Tenho medo do coming out…”

 

“Cheguei a ter namoradas mas nunca me senti plenamente realizado com elas. Cheguei à conclusão que sou gay e iniciei recentemente um relacionamento com um homem. Não tenho quaisquer dúvidas quanto à minha orientação sexual, mas não sei como contar à minha família e amigos, especialmente aos meus pais, pois acho que vão reagir mal.”

 

Marco

Caro Leitor,

Apesar de existir socialmente uma maior abertura de mentalidades, a questão da homossexualidade continua a ser assunto tabu rejeitado por muitas famílias. Neste sentido, é natural o seu receio em abordar esta questão com os seus pais. Existem algumas condicionantes que justificam a relutância, principalmente quando os implicados se tratam de filhos. As expectativas dos pais é quase sempre que os filhos se casem e lhes dêem netos de modo a alargar a família. Por isso, muitas vezes, falar de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo revela-se bastante complicado. Tente compreender a posição dos seus pais, não é fácil aceitar e lidar com uma situação que em nada tem a ver com aquela que idealizaram. Daí, por vezes, a aceitação não seja tão positiva.

De forma cautelosa, procure mostrar aos seus pais que a sua felicidade está junto da pessoa que ama, independentemente do seu sexo. Mostre-lhes que compreende a posição deles, mas peça-lhes que compreendam também os seus sentimentos. Certamente, por gostarem de si, entenderão e respeitarão a sua decisão.

“Depois do orgasmo não consigo respirar!”

“Tenho 30 anos e recentemente comecei a ter um problema que nunca me tinha acontecido antes. No momento em que atinjo o orgasmo a minha garganta fecha-se e durante algum tempo não consigo respirar. Apanhei um grande susto porque da última vez estive meia hora com a garganta fechada, conseguia respirar de dois em dois minutos e depois voltava a fechar. Neste momento tenho medo de voltar a ter um orgasmo e do que pode acontecer a seguir! O que posso fazer?”

 

Teresa, Viana do Castelo

 

Cara leitora,

Algumas pessoas sofrem ataques de asma durante ou depois de atividade física mais exaustiva, mas embora a situação que descreve se possa dever a asma, nesta situação é indispensável consultar o seu médico para poder detetar a causa da situação e resolvê-la. No caso de se tratar de asma, em princípio utilizar uma bomba inaladora antes de fazer amor poderá evitar que fique com falta de ar quando atinge o orgasmo ou quando a sua respiração acelera. A exposição a substâncias às quais é alérgica também pode estar na origem dessas dificuldades respiratórias que relata. Por exemplo, são relativamente frequentes os casos de alergia ao látex dos preservativos, sendo que nesse caso a alergia se agrava com a repetida exposição ao material que a provoca, devendo experimentar usar preservativos de poliuretano, por exemplo. Por outro lado, a falta de respiração que descreve também pode estar associada a um ataque de pânico, um fenómeno químico que muitas pessoas experienciam e que pode ser despoletado por inúmeras razões. Uma vez que existem inúmeras causas possíveis e que se refletem numa questão fisiológica de grande importância deve sem dúvida consultar o médico para fazer exames e chegar a um diagnóstico.

“ Quando atinjo o orgasmo tenho dores de cabeça muito fortes”

“Ultimamente tenho sentido dores de cabeça muito intensas durante e depois do orgasmo, gostaria de saber qual é o problema. Devido a isso tenho evitado ter relações, mas a minha esposa acha que estou a inventar desculpas para não fazer amor com ela…”

 

Caro leitor:

De acordo com a Nacional Headache Foundation nos Estados Unidos uma pessoa pode experimentar dois tipos de dor de cabeça durante a relação sexual.

A “Dor Coital” que ocorre durante a relação sexual e antes do orgasmo. Essa dor é devida à simultânea dilatação das veias do cérebro e à contracção dos músculos do pescoço e cabeça em preparação para o orgasmo. Geralmente essa dor não está associada a graves problemas médicos. Tente tomar um comprimido para as dores de cabeça antes de iniciar a relação sexual, e manter a cabeça quieta durante uns segundos. O outro tipo de dor é a “Dor Orgásmica” que ocorre imediatamente antes do orgasmo. Esta dor pode ser devido à pressão alta e geralmente afecta mais homens do que mulheres.

Em ambos os casos se as dores lhe ocorrem com frequência aí aconselho-o a consultar um médico pois podem ser sintomas de algo mais sério.

“Descobri que fui traído”

 

“Descobri que a minha esposa traiu-me com um colega de trabalho. Estou possesso e apetece-me fazer justiça com as próprias mãos. O que devo fazer? Estou muito confuso…”

Roberto, Bobadela

 

Caro Leitor,

A situação que está a atravessar é realmente bastante complicada e desta forma o seu tipo de comportamento é perfeitamente compreensível. Porém, ressalvo-lhe que não pense em fazer justiça com as suas próprias mãos, pois por certo essa não será a melhor via de resolver os seus problemas, aliás apenas poderá trazer-lhe mais complicações. Neste sentido, por mais difícil que possa ser para si, mantenha a calma e pense numa forma coerente de abordar esta questão com a sua esposa.

Tente controlar essa revolta para que não chegue a consumar a agressão. Procure agir com razão para que não perca as rédeas da situação. Lembro-lhe que a violência não resolve nada e é importante que não percam o pouco respeito que ainda têm um pelo outro. Converse com a sua esposa e diga-lhe tudo aquilo que sente, depois de escutar o que ela tem para dizer, tome a decisão que considerar mais correta para si.

“Não quer fazer amor comigo…”

“Há mais ou menos três meses que a minha esposa se recusa a fazer amor comigo. A situação está a ficar saturante e acho que o meu casamento está por um fio.”

 

Rui, Alenquer

Caro Leitor,

Nem sempre as coisas correm da forma como mais desejamos, ainda mais numa vida partilhada a dois. É neste tipo de caso que o diálogo é extremamente fundamental para que os problemas não se arrastem por um tempo indeterminável ou que se agravem mais.

O comportamento que a sua esposa adotou é de alguma reserva e é importante que o motivo dessa apatia sexual seja averiguado. Procure perceber se a sua esposa está a atravessar um período difícil ou se existe algum mal-entendido entre vós que está a inibi-la sexualmente.

É fundamental que se lembrem que uma relação deve-se basear em atitudes de compreensão, diálogo, respeito e tolerância. Comportem-se com humildade e conversem sobre o estado em que se encontra o vosso casamento. Se se amam verdadeiramente não deixem que problemas como estes dominem a vossa vida.