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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Como é que as mulheres ejaculam?”

 

“Sou um homem de 37 anos sexualmente ativo e interessado em proporcionar o máximo de prazer às mulheres com quem me envolvo. Tenho ouvido falar em ejaculação feminina e gostava de saber exatamente em que consiste.”

 

Sérgio, Braga

Caro leitor,

A ejaculação feminina é um assunto que já provocou alguma controvérsia, porque o fluido em questão é expelido pela uretra após o orgasmo, o que fez com que se pensasse tratar de um descontrolo urinário. Hoje em dia com as pesquisas e estudos efetuados acredita-se que o fluido ejaculado é produzido pelas glândulas de Skene, localizadas perto da uretra da mulher e feitas de um tecido que é semelhante na sua composição à próstata do homem. Embora naturalmente não contenha sémen, o líquido ejaculatório feminino tem semelhanças na sua composição com aquele que é ejaculado pelo homem. As mulheres que experienciam a ejaculação feminina e os orgasmos intensos que geralmente a acompanham sentem um enorme prazer.

“O meu noivo masturba-se com muita regularidade!”

“Namoro com o meu noivo há quase 10 anos e há pouco tempo descobri que ele se masturba com muita regularidade. Temos uma vida sexual ativa e, mesmo assim, ele sente a necessidade de se masturbar quase todos os dias. Será que pratica este ato porque não está satisfeito com a nossa vida sexual? Vai continuar a ser assim depois de casarmos? ”

                                                                                              Teresa, Castelo Branco

 

 

Cara leitora,

A masturbação é algo que faz parte da sexualidade masculina (e também feminina) independentemente de a pessoa ter um parceiro ou não. O facto de o seu noivo se masturbar, não significa que ele não esteja satisfeito com a vossa vida sexual, pois a maioria dos homens continua a masturbar-se independentemente de terem uma companheira. A maioria dos homens pratica a masturbação durante toda a sua vida, mas quando estão numa relação fazem-no menos frequentemente. Não deixe que esta descoberta seja uma fonte de desacordo entre ambos, aproveite a oportunidade para conversar com ele sobre o assunto. Fale-lhe sobre os seus receios e, mais importante, as suas necessidades, o que vai ser bastante benéfico para a vossa relação.

 

 

“Quero comprar um vibrador”

 

“Tenho 22 anos e tenho curiosidade a respeito de vibradores, e gostaria de comprar um, mas não sei como.”
 Sofia, Braga
 
 
 Cara leitora,
A compra de um vibrador não deve ser motivo de vergonha, pois milhões de mulheres em todo o Mundo compram e utilizam vibradores como parte da sua vida sexual. O motivo pelo qual tantas mulheres compram vibradores é que apenas 25% das mulheres atingem o orgasmo através da penetração, por isso o vibrador é a forma ideal para estimular o clítoris e causar o orgasmo em poucos minutos. Experimente visitar uma sex shop na sua cidade, e quando estiver na loja teste a vibração do vibrador na ponta do nariz, e se essa sensação for muito intensa, então deve escolher um vibrador mais fraco. O mais comum é o “Bullet”, um vibrador pequeno em forma de ovo, ou bala. Os vibradores não necessitam ter uma forma fálica, uma vez que a maioria das mulheres não utilizam o vibrador no interior da vagina, mas sim no clítoris. Se sentir vergonha pode também comprá-los na Internet, dessa forma não necessita sair da sua casa para o fazer.

“Quero fazer amor com dois homens”

“Tenho namorado, no entanto, de há uns tempos para cá, não consigo deixar de pensar em fazer amor com dois homens ao mesmo tempo. Sei que o meu namorado nunca iria concordar, mas não consigo deixar de pensar nesta minha fantasia…”

Sara, Moscavide

 

Cara Leitora,

Fantasiar sobre os mais variados cenários sexuais é perfeitamente normal, sendo a sua fantasia comum nas mulheres. O único problema é quando as fantasias começam a interferir na relação do casal, o que parece ser o seu caso, visto que não consegue deixar de pensar em fazer amor com dois homens ao mesmo tempo. As fantasias podem ser bastante divertidas, mas lembre-se que nem sempre devem ser passadas à prática pois podem ter repercussões bastante sérias não valendo a pena os problemas que podem vir a causar. Segundo nos disse, o seu namorado não iria concordar com essa prática, por isso, se gosta realmente dele, não tenha nenhuma atitude que possa prejudicar a vossa relação. Lembre-se que a realidade pode ser bastante diferente da fantasia!

“Gostava de ser algemada!”

“Já há muitos anos
que tenho um fetiche que gostaria de o experimentar com o meu namorado. Queria
que ele me algemasse à cama durante a relação sexual. Como hei-de fazer para
lhe dizer? Namoramos há 3 meses e não quero que ache que sou uma tarada
sexual!”

 

Sara, Almada

 

Cara Leitora,

Realmente este assunto é bastante delicado e um pouco
difícil de ser abordado, mas a melhor forma de conseguir realizar a sua
fantasia será conversar com o seu namorado sobre esta questão. Considera-se
este tipo de jogos como fazendo parte do chamado Sadismo, no qual a pessoa que
controla tem prazer através do sofrimento do outro, embora o Sadismo faça parte
integrante das relações humanas mais elementares e seja vivido consoante os
preconceitos de cada indivíduo. Nos jogos Sadomasoquistas, de acordo mútuo, a
cada sádico corresponde uma vítima, o masoquista, e é necessário existir por
parte de ambos um acordo. É necessário que tenham atenção aos instrumentos
utilizados, para que os actos não provoquem dor. Como tal, em vez de utilizar
as algemas que poderão provocar ferimentos, usem gravatas ou lenços em que os
nós sejam fáceis de desapertar, se por qualquer razão for necessário. Deve
responder de forma calma e serena a todas as dúvidas que ele lhe colocar, e se
por qualquer motivo ele não aceitar, seja compreensiva e tente entender as suas
razões. Terão ambos que acordar para que, assim que um de vós se sinta
desconfortável, o jogo termine, de modo a que não provoque qualquer tipo de
dor.

 

“É possível fazer sexo seguro na piscina?”

“Eu e a minha namorada adoramos água e gostávamos muito de experimentar fazer sexo na piscina, pois o pai dela trabalha num hotel e podemos estar a sós na piscina. No entanto, temos receio de praticar sexo sem preservativo, pois apesar de sermos o primeiro parceiro um do outro e à partida estarmos livres de doenças ainda temos ambos 17 anos e não queremos uma gravidez indesejada…”

 

João, Oeiras

Caro leitor,

A sua questão é pertinente e demonstra maturidade da sua parte. Na verdade, os preservativos não são habitualmente testados em piscinas ou banheiras de jacuzzi, por exemplo, nem com os produtos químicos que geralmente se encontram nestes ambientes. De qualquer dos modos, a prática de sexo na banheira não é segura pois a água não imobiliza nem extermina os espermatozoides, e os vírus podem ser transmitidos da mesma forma. Por outro lado, o espermicida é facilmente dissipável na água, perdendo o seu efeito, e a água pode deteriorar o látex. As bactérias e químicos existentes na água da piscina podem também provocar irritações e infeções vaginais. Embora seja preferível usar preservativo na água do que fazer sexo sem qualquer proteção, tenham em conta que o grau de proteção mesmo assim é muito reduzido. 

“Durante e após o acto sexual tenho muitas dores na vagina”

“Comecei recentemente a ter relações com o meu namorado, mas cada vez que fazemos amor sinto-me dorida. Ele é muito gentil comigo, tenta sempre não me magoar, mas mesmo assim tenho dores. Isto é normal?...”

 

Cara leitora:

Dor durante e depois do acto sexual pode ter várias origens. Pode tratar-se de uma infecção vaginal (que é bastante comum em mulheres) e nesse caso a fricção causa dor, ou pode ser alergia ao tipo de preservativo que usam. Consulte um ginecologista para ter certeza de que fisicamente está tudo bem consigo. Se esse for o caso, não se preocupe pois é normal sentir dor nas primeiras vezes que tem relações, parece que o seu namorado se preocupa com o seu bem estar, por isso continue a “praticar” pois com tempo e com paciência tudo vai ao lugar.

Não tenho lubrificação suficiente para ter relações sexuais

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"Sou casada há 5 anos e a melhor coisa que tenho na vida é a relação que tenho com o meu marido. Ultimamente tenho tido problemas sérios no trabalho e acho que se estão a transbordar também para casa. Chego cansada, não me apetece conversar com ele e quando tentamos fazer amor não tenho lubrificação suficiente. O que se passa comigo? Não quero perder a melhor coisa que tenho e começo a ficar assustada".

Sara - Amadora

 

Cara leitora,

Como descreve que tem problemas sérios no trabalho é natural que estes se reflitam no seu estado de humor em casa igualmente e na sua maneira de viver as relações sexuais. Se forem passageiros, tente ter paciência e dar tempo ao tempo para que passem. Se previr que se manterão por muito tempo, então deve encontrar modos saudáveis para si de lidar com eles, de os aceitar e de conseguir abstrair-se deles (pelo menos em casa e noutros contextos), ou mesmo de considerar a procura e mudança de trabalho.

A lubrificação vaginal é um sinal de excitação, mas pode sofrer influências do modo como se sente, pelo que pode experimentar utilizar lubrificantes líquidos, em pomadas, comprados em sex-shops, farmácias ou mesmo supermercados. Não a ter ou perdê-la não significa que não esteja a gozar a relação sexual e deve comunicar com o parceiro se desejar uma fase mais longa de preliminares.

Comuniquem sobre as coisas que a preocupam, mas dedique-lhes um tempo limitado (por exemplo, meia hora diária depois de chegar do trabalho e não mais do que isso), para que consiga aproveitar o tempo e recuperar as suas forças no seu tempo livre.

Boa sorte!

“Demoro muito a ejacular…”

 

Tenho 28 anos e demoro muito tempo a ejacular. Gostaria de saber se é normal, acontece apenas de vez em quando, mas é preocupante pois ainda sou muito novo para ter problemas de ejaculação! Sinto-me constrangido pois às vezes a minha namorada perde a lubrificação com a minha demora.”

 

Cláudio, Porto

 

Caro leitor,

O tempo da ejaculação depende de homem para homem e da pessoa com quem está a ter relações sexuais – o que é lento e demorado para uns pode ser curto e rápido para outros. Saiba que uma relação sexual, desde o momento da penetração até à ejaculação e sem contar com os preliminares, dura para a maioria dos casais de 3 a 13 minutos. Conversas públicas muitas vezes criam-nos expectativas irrealistas e podem deixar-nos insatisfeitos com situações perfeitamente normais.

Existe uma perturbação sexual chamada ejaculação retardada, em que o homem sente bastantes dificuldades em ejacular, mas tal deve ser diagnosticado em consultas presenciais e por especialistas em sexologia. Algumas causas desta perturbação podem ser medicamentos que esteja a tomar (como por exemplo alguns anti-depressivos), por isso se for esse o seu caso, consulte o seu médico e explorem a possibilidade de alterar a medicação ou a sua dose. Procurem experimentar novas formas de viver a relação sexual: juntar lubrificante (há de vários tipos, que aumentam a circulação sanguínea, líquidos, pomadas, com diferentes aromas…), ter o orgasmo com masturbação em vez da penetração vaginal, sexo oral, e mesmo a utilização de um vibrador para ajudar a estimular e atingir o orgasmo mais rapidamente - falem um com o outro sobre questões que vos preocupem e possam interferir com o prazer de estarem juntos.

Treine-se para arrasar no sexo oral

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Para evitar dores musculares na língua e nos maxilares depois de uma sessão tórrida de sexo oral convém que faça alguns exercícios de "aquecimento" com regularidade:

- Assim, abra bem a boca, deite a língua de fora e estique-a para baixo, o mais para a frente que puder.

- Os maxilares devem estar bem relaxados. 

- Descaia o maxilar inferior e levante a língua, esticando-a até ao nariz.

- Movimente-a para a esquerda e para a direita. 

-  Para relaxar, deixe a boca ligeiramente aberta. 

- Use a ponta da língua para massajar a parte da frente do céu da boca.

 

Note bem: o sexo oral também comporta riscos para a saúde e a possibilidade de contrair infeções e doenças sexualmente transmissíveis, pelo que deve usar preservativo e ser criteriosa na escolha de parceiro sexual.

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