"O meu marido anda com problemas na vida dele, o que o tem afectado como homem. Eu acho que o stress o está a tornar impotente, há cura?..."
Cara Leitora:
Vários são os motivos que podem afectar o desempenho sexual do homem, quer sejam factores emocionais, físicos, ou mesmo ambos. Recomendo-lhe que vá a um médico urologista para realizar alguns exames e medir os níveis de testosterona do seu marido. Se estes valores forem normais então terão de procurar outras possíveis causas para o problema. O seu marido está a tomar alguma medicação? tem diabetes? problemas de tensão ou coração? Estas são algumas das causas mais comuns de impotência. Quanto a saber se a impotência tem cura, com o desenvolvimento da medicina, cada vez mais existem soluções de todo o tipo, por isso esteja descansada. Comecem por identificar possíveis causas físicas ou medicas para o problema, se estas forem excluídas então trata-se de algo do foro psicológico, talvez stress, ansiedade, ou mesmo problemas matrimoniais. Dê ao seu companheiro o apoio de que ele necessita e verá que tudo irá correr pelo melhor.
Tenho 24 anos e nunca tive uma namorada séria. Já tive relações sexuais com algumas mulheres e gosto bastante, mas depois de ter sonhado com um colega comecei a pensar mais em experimentar ter relações com outros homens. Estou assustado comigo próprio, não quero entrar nesse mundo…mas será por isso que nunca tive relações sérias com mulheres?”
Jacinto
Caro Jacinto,
Como as pessoas não heterossexuais acabam por ser discriminadas socialmente sentem-se mal consigo e com os seus sentimentos, mas a atracção pelo mesmo sexo sempre existiu e faz parte da sexualidade humana. Por isso não precisa de ter medo de ser ou não ser homossexual. Não é uma decisão que possa tomar, mas sim uma descoberta de si mesmo e da sua sexualidade, que não deve apressar nem ignorar. É natural que tenha prazer nas relações sexuais com mulheres, ser ou não ser homossexual ou bissexual (sentir atracções pelo sexo oposto e pelo mesmo sexo) não se mede pelo prazer que possa sentir, pois a orientação sexual é bem mais complexa que isso.
Experimente encontrar e conhecer outras pessoas e ambientes não heterossexuais, quer em bares e discotecas, quer em associações da comunidade, sites de internet – assim poderá conhecer outras pessoas que passaram por períodos de confusão e de descoberta e tal poderá ajudá-lo a sentir-se melhor e a perceber o que está a sentir.
Tive relações sem preservativo, embora usando a pílula, estou com receio, pois tenho o peito e a barriga inchada, mas neste momento estou com o período, só que pouco e acastanhado. Será que estou grávida??? Alice
Cara Alice,
É possível estar grávida e ter menstruação, ou seja, ter perdas de sangue que são confundidas com menstruação: 25% das mulheres grávidas tem o que se pode chamar de “sangramento de implantação”, e muitas delas confundem esse corrimento sanguíneo com a menstruação, e por isso não descobrem que estão grávidas até vários meses após a fecundação.
No entanto, como refere ter usado a pílula, mesmo que tenha sido na semana de pausa, a eficácia contraceptiva é grande, superior a 95%, portanto não se deve preocupar. Se quiser tirar as dúvidas, dado que ter o peito e a barriga inchados (o que são igualmente sintomas de menstruação apenas e, em alguns casos, de gravidez).
Lembre-se que utilizar a pílula e o preservativo (a contracepção dupla), para além de ser mais eficaz em relação a gravidezes indesejadas protege-a igualmente das infecções sexualmente transmissíveis.
“Vou começar a ter relações com a minha namorada e gostava de saber como ponho o preservativo...”
Caro leitor:
Deverá seguir as indicações dadas na caixa do preservativo.
Aqui ficam algumas indicações: retire o preservativo da caixa cuidadosamente, tenho cuidado com as unhas afiadas ou falhadas. Quando estiver com o pénis erecto desenrole o preservativo sobre o pénis tendo o cuidado de não deixar ar lá dentro, e deixe espaço para o deposito. O preservativo só serve para uma vez.
“Sempre tive o desejo de ver a minha namorada a masturbar para mim, e até já lhe pedi, mas ela disse-me que não se masturba. Será verdade?...”
Caro leitor:
A prática da masturbação é uma escolha pessoal, por isso pode muito bem ser verdade que a sua namorada não se masturba. Existem várias filosofias e religiões que condenam esta prática e talvez por isso a sua namorada não se toque intimamente. Tente realizar outra fantasia com a sua namorada e não a force a nada que ela não goste de fazer.
"Tenho 30 anos e sou saudável, mas nunca senti muito desejo sexual.
Uma amiga falou-me de terapia hormonal, e eu gostaria de saber do que se trata."
Anita, Lisboa
Cara Leitora,
A falta de desejo sexual é bastante comum entre as mulheres, principalmente quando o stress do dia a dia se torna excessivo. Existem hormonas, como por exemplo a testosterona, que quando tomadas em forma de suplementos podem fazer aumentar o desejo sexual. A Deidropiandrosterona, uma substância química que causa o aumento de testosterona nos homens e progesterona e estrogénio nas mulheres, é por vezes receitada por médicos com o objectivo de aumentar o nível de energia e bem-estar, em ambos os sexos. Os resultados deste tipo de terapia não estão totalmente provados e ela acarreta alguns efeitos secundários, por isso um médico especializado em sexualidade será a pessoa mais indicada para decidir se este tipo de terapia é aconselhável para si.
“Sou o mais novo de um grupo de amigos e numa das nossas reuniões de final de tarde abordámos um assunto que me deixou bastante preocupado, o sexo na terceira idade. Ainda me encontro na casa dos 50 mas o que constatei, ao conversar com os meus amigos, é que a partir desta idade o desejo sexual deixa de existir. Gostaria e obter mais informações sobre este caso?”
Manuel, Tavira
Caro leitor,
Um grande número de homens e mulheres na casa dos 50 continuam a ter vidas sexuais bastante satisfatórias. É normal pensar-se que nas pessoas mais idosas já não nasce o desejo sexual, no entanto são eles próprios que vivem a sua vida sexual com culpa devido à educação que tiveram. Existe uma série de dúvidas em relação ao sexo na terceira idade. Por exemplo: Se podem ou não os idosos ter uma vida sexual activa? A resposta é SIM!
Na realidade os idosos não perdem o apetite sexual, apenas já não têm pressa. É claro que a frequência das relações sexuais diminui (pode perder-se alguma da capacidade técnica) mas o grau de satisfação pode ser o mesmo. Afinal, também aqui a experiência conta.
Caro leitor, a expressão “ Não há sexo na terceira idade “ está completamente errada! É um preconceito generalizado, de tal modo que os próprios protagonistas do envelhecimento vão acreditando nele, pondo de parte desejos e prazeres quando acaba o fito da reprodução, pois muita gente ainda atribui ao sexo a mera função reprodutora.
Aconselho-o a viver com calma o seu dia a dia e a desfrutar o melhor que a vida nos oferece.
“ (…) Sempre tive namorados, inclusivamente agora tenho uma relação com um rapaz que demonstra muito amor por mim, mas eu não tenho a certeza dos meus sentimentos. Estou preocupada porque tenho reparado que quando estou com a minha melhor amiga fico imediatamente alterada?
Cristina, Alcobaça
Cara leitora,
Neste momento apresenta uma dualidade de sentimentos que a têm deixado muito apreensiva. Sempre teve um comportamento heterossexual e sentia-se bem dessa forma. Possivelmente, o que estará a acontecer consigo é que devido às dúvidas que apresenta sobre o que realmente sente pelo seu namorado, está insegura e a sua melhor amiga é uma das pessoas pelas quais tem uma especial afeição, o que faz com que no seu coração exista uma mistura de sentimentos. Aconselho-a a reflectir mais seriamente sobre as suas dúvidas em relação à sua orientação sexual. Caso não encontre qualquer resposta dentro de si que a ajude a resolver este dilema, o melhor será procurar apoio a nível psicológico, para a ajudar a definir a sua orientação sexual e a ensinar-lhe mecanismos que a auxiliem na forma como deve agir perante esta situação que tanto a preocupa.
“Tenho 58 anos e ultimamente tenho notado diferenças a nível emocional e sexual, e por isso me pergunto se estarei a entrar na andropausa?
José, Tavira
Caro Leitor,
Da mesma forma que a menopausa provoca alterações no corpo e no comportamento das mulheres, a andropausa manifesta-se nos homens provocando oscilações a nível físico e psicológico. Na andropausa, os homens podem observar mudanças a nível do desempenho sexual, bem como algumas alterações físicas e psicológicas. A andropausa define-se pela diminuição do nível de testosterona no homem, resultando no enfraquecimento do desejo sexual, bem como na dificuldade em manter a erecção. Outros sintomas que podem ser resultantes da andropausa são a diminuição do nível de energia física e a depressão. Convém referir que esta não é uma regra básica, pois cada homem é um caso. Porém, se achar necessário aconselho-o a dissipar as suas dúvidas junto de um especialista.
“Gostaria de ser esclarecida sobre os sintomas apresentados pela mulher ao chegar à menopausa, dado que estou perto de a atingir.”
Teresa, Amadora
Cara leitora,
Há uma clara diferença entre a menopausa, ou seja, a última menstruação, e o climatério. Este é o processo no qual a mulher passa do período fértil para o infértil, e onde existe uma diminuição significativa da produção das hormonas sexuais. Nesta sua nova etapa, os ovários deixam de funcionar, o que leva à quebra das menstruações. Esta redução de hormonas pode provocar algumas alterações físicas e psicológicas, condicionando por vezes a sua vida afectiva e social. Os sintomas mais comuns apresentados são as sensações de calor súbito que causam algum desconforto, alterações urogenitais causadas pela falta de estrogénio, novas formas de encarar a sexualidade (falta de desejo), variações súbitas de humor (ansiedade, depressão, fadiga, insónia, falta de memória), problemas ósseos e doenças cardiovasculares. De qualquer modo, para que a qualidade de vida das mulheres aumente já está disponível a realização de tratamentos hormonais que têm como objectivo repor os níveis de estrogénio. Este tipo de tratamento nunca deve ser feito sem supervisão médica e deve ser contínuo, pois a sua paragem pode trazer consequências prejudiciais para o funcionamento do organismo.