A minha namorada quer dar-me umas “palmadinhas” de prenda de aniversário, uma por cada ano de vida, mas não sei bem se devo concordar com esse pedido.
Luís, Abrantes
Caro Leitor,
Se o leitor nunca experimentou nenhuma prática de sexo sadomasoquista é natural que se sinta um pouco apreensivo. No entanto a sua namorada só lhe quer dar umas palmadinhas de amor, não o quer espancar ou amarrar à cama com correntes. Converse com a sua namorada e veja o que ela tem em mente, pois pode até ser divertido para si. Se decidir levar avante essa ideia, é importante que ambos comuniquem o quão longe querem ir com essa brincadeira e em que ponto vão decidir parar para que nenhum dos parceiros se deixe levar pelo entusiasmo e acabe por magoar o outro.
"Tenho 45 anos e estou casada há 20. A nossa vida sexual sempre foi satisfatória, mas desde que entrei na menopausa sinto menos apetite sexual, e quando tenho relações com o meu marido sofro muito com as dores. É normal?"
Teresa - Viana do Castelo
Cara leitora,
O que está a sentir é algo bastante comum. Durante a menopausa o seu corpo passa por várias alterações hormonais que podem causar redução do desejo sexual e da lubrificação vaginal, daí o motivo do seu desconforto. Sugiro-lhe que consulte o seu ginecologista para averiguar melhor o seu caso e ter a certeza de que tudo está bem a nível físico. Depois consulte um endocrinologista que seja especializado em questões relacionadas com a menopausa, pois hoje em dia existem vários tratamentos para reduzir os seus efeitos. Mas se se decidir por algum tratamento informe-se muito bem dos efeitos secundários da medicação antes de tomar qualquer decisão. Entretanto use lubrificante durante as relações sexuais para evitar o desconforto.
"Sempre gostei de ser dominado por mulheres mais experientes e com uma postura dominadora. A minha actual namorada é muito tímida, como posso pedir-lhe para ser o escravo sexual dela, sem que ela pense que eu sou um tarado?..."
Nuno, Espinho
Caro Leitor,
Não há mal nenhum em ser uma pessoa cheia de imaginação! A sua fantasia não é invulgar, de facto existem pessoas por todo o mundo que partilham a mesma preferência. Essa prática é considerada uma das inúmeras possibilidades de interacção sexual entre o casal e chama-se DS, ou seja, Dominação e Submissão. O DS é praticado por indivíduos que gostam de ter relações sexuais nas quais um parceiro é o dominante, no seu caso a sua namorada, e o outro parceiro é o submisso, neste caso você. Fale com a sua namorada e explique-lhe esta sua fantasia, diga-lhe que o seu objectivo é o prazer mútuo e que não a forçará a fazer nada de que ela não goste. Mostre à sua namorada as vantagens desta situação, ela pode pedir-lhe que faça qualquer coisa, desde os mais tímidos carinhos aos mais picantes!
“Tenho 19 anos e a minha namorada quer ter relações sexuais, mas eu tenho medo de apanhar alguma doença ou infeção sexualmente transmitida. Como posso fazer para o evitar? Basta usar preservativo?”
Gustavo, Alverca
Caro Leitor,
Iniciar a vida sexual é um passo bastante importante que só deve ser tomado quando se tem a certeza daquilo que se quer fazer. Se tem receio de contrair alguma doença sexualmente transmissível, converse com a sua namorada e explique-lhe como se sente em relação a este assunto, pois o sexo é algo saudável e bonito que deve ser partilhado com alguém em quem confiamos. Aconselho que consultem um médico de forma a averiguar o estado de saúde de ambos e a dissipar dúvidas. Se a sua namorada é virgem as probabilidades de ela ter uma doença sexualmente transmissível é quase nula, mas se ela já teve relações sexuais antes de si, aí então deve realizar os testes necessários para assegurar que está bem de saúde. Uma vez que recebam os resultados, e se tudo estiver bem com ambos, devem escolher um método de contraceção, além de usarem sempre o preservativo.
"Sou lésbica e não tive muitas experiências sexuais, mas gostaria de vir a ter. Tenho procurado informação na Internet e em revistas e ouvi falar sobre o fisting, mas não sei exatamente de que se trata ou como seu faz. Pode esclarecer-me?"
Filipa - Sacavém
Cara leitora,
A técnica do fisting, que tanto pode ser utilizada entre mulheres como numa relação heterossexual, não é geralmente explicada mesmo quando se abordam as questões relativas às técnicas sexuais. O fisting consiste em introduzir toda a mão dentro da vagina ou do ânus da parceira/(o), e aqueles que são adeptos desta técnica consideram que traz sensações de prazer muito intensas para ambos os parceiros. Há que ter em conta, contudo, que existem riscos envolvidos, pois embora possa proporcionar um prazer muito intenso também causa dor e pode danificar os tecidos da pele. Nesta técnica é fundamental que haja comunicação e confiança mútua, descontração e muito lubrificante. As unhas devem estar cortadas e limpas, sendo aconselhável usar uma luva de látex, bem lubrificada, na mão que é introduzida. Além de o látex tornar a entrada mais suave, funciona como uma barreira de protecção que impede a transmissão de doenças. No caso de fisting vaginal, deve ser utilizado um lubrificante à base de água porque não irrita a pele, no caso de anal pode ser um lubrificante mais oleoso o à base de silicone, para que seja mais duradouro. Embora os lubrificantes oleosos danifiquem o látex as luvas são mais resistentes do que os preservativos. Antes de por esta técnica em prática é fundamental que ambos os parceiros estejam absolutamente descontraídos, e a pessoa que penetra a outra deve começar suavemente por introduzir os dedos, gradualmente e sem pressas. Quando os dedos estiverem introduzidos, devem enrolar suavemente até o punho fechar, enquanto a mão é introduzida também. Quando toda a mão estiver dentro da vagina ou do ânus, a pessoa que faz a penetração pode abri-la e fechá-la suavemente, como se estivesse a apertar uma bola antistress, para estimular a outra pessoa. Durante todo este processo é fundamental que haja uma boa comunicação entre os parceiros para evitar a dor, e tudo deve ser feito com calma e muita suavidade.
Tenho 17 anos e cada vez que eu e o meu namorado curtimos ele toca-me no clítoris, mas eu nunca atinjo o orgasmo, o problema é que passados alguns dias este ainda está inchado e dói-me. O que será que devo fazer?
Margarida, Alcácer do Sal
Cara leitora,
Quando as mulheres estão sexualmente excitadas dá-se um aumento da circulação sanguínea na zona genital, e algumas mulheres atingem o orgasmo e outras não. No seu caso, a leitora fica excitada mas acaba por não atingir o orgasmo, o que se deve à sua pouca idade e inexperiência sexual. Por isso não se preocupe pois uma vez que conheça melhor o seu corpo, vai ver que se tornará mais fácil sentir prazer sexual. Quanto ao inchaço do seu clítoris este deve ser devido a um excesso de estimulação por parte do seu namorado, por isso fale com ele para que a estimule de forma mais gentil e durante menos tempo. Experimente também utilizar um gel lubrificante durante a masturbação mutua, ou experimente guiar a mão do seu namorado, para que ele saiba onde e de que forma a deve tocar sem causar desconforto.
“Desde que entrei na menopausa a minha vida alterou-se por completo. Sinto que já não sou a mesma pessoa, tanto física como psicologicamente. O meu marido não entende as minhas atitudes, o que tem gerado alguns conflitos na nossa relação, principalmente no que diz respeito à nossa vida sexual. O que se passa comigo?”
Guida, Mafra
Cara Leitora,
Antes de mais gostaria de salientar que nesta fase da vida da mulher existem dois estados: a menopausa e o climatério. A menopausa trata-se da última menstruação e o climatério é a fase em que a mulher passa do período fértil para o infértil, onde existe uma diminuição significativa da produção das hormonas sexuais. Nesta nova etapa da vida da mulher, os ovários deixam de funcionar, terminando, então, as menstruações. Esta redução a nível hormonal pode provocar algumas alterações físicas e psicológicas, por vezes condicionando a sua vida afetiva e social (que é o que está a passar-se consigo).
Esta fase tem um grande peso na vida das mulheres no que diz respeito à forma como se vive a sexualidade e na forma como evidenciam alguns comportamentos e atitudes. Neste sentido, deve ter uma conversa séria com o seu marido, lembrando-lhe que a leitora está a passar por uma fase de adaptação de um novo momento da sua vida e por esse motivo é importante que ele seja mais compreensivo de forma a evitarem conflitos desnecessários.
“Tenho 36 anos e estou casado há quatro. Sempre fui feliz com a minha companheira, ambos gostamos de experimentar, a nível sexual, tudo o que nos passa pela cabeça. Agora estou indeciso em aderir ao Swing, talvez por desconhecimento ou receio. Já ouvi falar nesse tipo de prática e estou muito curioso, mas preocupa-me o facto de não saber ser é seguro, não só a nível de saúde, como também para a relação. Será que não vai por em risco o relacionamento?”
Alexandre, Odivelas
Caro Leitor,
O swing ou troca de casais obedece a inúmeras regras estabelecidas desde o início da relação por todos os intervenientes. Existem bares e clubes exclusivamente para conhecimento de parceiros de swing, havendo no entanto os riscos inerentes a qualquer relação sexual com parceiros que não se conhecem bem. Assim, é importante fazer sexo seguro e procurar conhecer bem o casal com quem se vão relacionar. O swinger encara a sexualidade desprovida de preconceitos, havendo uma libertação de tabus, e as fantasias ganham vida com outros casais, aceitando que o parceiro tenha relações sexuais com outras pessoas. Há um envolvimento físico e nunca deve tornar-se sentimental. Os swingers encaram o casamento como um partilhar em pleno de uma vida a dois, valorizando a fidelidade emocional em detrimento da física. Por isso, o que tem de perceber e discutir com a sua parceira é o que pretendem enquanto casal. A introdução desta nova prática sexual na vida do casal pode provocar profundas mudanças na forma de viver a vossa relação de casal e a vossa sexualidade. Procure, em conjunto com a sua parceira, ponderar os prós e os contras na adesão a esta prática, equacionando o que será melhor e mais proveitoso para ambos.
Estou casada há dois anos e gostaria de inovar a nossa vida sexual através de estimulação anal ao meu marido. Será que isso é muito atrevido, será que ele vai gostar?
Nicole, Madeira
Cara Leitora,
O que é considerado muito atrevido para alguns, é o pão-nosso de cada dia para outros. Existem muitos casais que praticam esse tipo de estimulação e existem de facto muitos homens que, independentemente da sua orientação sexual, deliram com essa prática, chegando mesmo a atingir o orgasmo sem necessitar de mais nenhum tipo de estimulação. Por isso não se preocupe com rótulos e seja inovadora na cama com o seu marido. A estimulação anal em homens deve ser feita sempre com a utilização de um lubrificante e de forma gradual e cuidadosa. Experimente e verá que o seu marido vai gostar.
“Nunca me preocupei com estas coisas de tamanho do pénis, nunca me interessei muito sobre isso. No entanto, agora nesta nova relação sinto que para a minha namorada isso é importante e tenho medo de ter um pénis pequeno…”
Jorge, Cascais
Caro Leitor,
Tranquilize-se porque, de facto, se nunca deu importância a este assunto é porque sempre conseguiu proporcionar prazer às suas companheiras. Lembre-se que o que importa não é tanto o tamanho do pénis, mas sim a satisfação de ambos durante o acto sexual. Não se preocupe com essas questões e reduza a ansiedade associada a esta nova relação. Penso que o que está a preocupá-lo será a novidade associada à relação, e talvez o medo de falhar. Concentre-se na relação a dois, procure proporcionar e obter prazer nesta nova caminhada, que ainda agora teve o seu início. Minimize essas questões do tamanho e siga em frente, no entanto, se continuar a sentir-se desconfortável com esta questão fale abertamente com a sua namorada, verá que esta conversa trará frutos.