“Desde que entrei na menopausa a minha vida alterou-se por completo. Sinto que já não sou a mesma pessoa, física e psicologicamente. (…) O meu marido não entende as minhas atitudes, o que tem gerado alguns conflitos. O que se passa comigo?”
Guilhermina, Oliveira de Azeméis
Cara Leitora,
Antes de mais gostaria de salientar que nesta nova fase da vida da mulher existem dois estados: a menopausa e o climatério. A menopausa trata-se da última menstruação e o climatério é a fase em que a mulher passa do período fértil para o infértil, onde existe uma diminuição significativa da produção das hormonas sexuais. Nesta nova etapa da vida da mulher, os ovários deixam de funcionar, terminando, então, as menstruações. Esta redução a nível hormonal pode provocar algumas alterações físicas e psicológicas, por vezes condicionando a sua vida afectiva e social (que é o que está a passar-se consigo).
Esta fase tem um grande peso na vida das mulheres no que diz respeito à forma como se vive a sexualidade e na forma como evidenciam alguns comportamentos e atitudes. Neste sentido, deve ter uma conversa séria com o seu marido, lembrando-lhe que a leitora está a passar por uma fase de adaptação de um novo momento da sua vida e por esse motivo é importante que ele seja mais compreensivo de forma a evitarem conflitos desnecessários.
"Segundo os clássicos, o acto amoroso envolve o despertar de todos os sentidos e o dar erotismo a todas as partes do corpo. Se considerarmos estas lições, o acto de fazer amr transforma-se em algo mais do que sexo: evolui para uma expressão de ternura para um amante e cria a intimidade que provém de passar tempo juntos, tocando, beijando, abraçando e brincando."
"Tenho um fetiche recorrente e gostaria de o experimentar com o meu namorado. Queria que ele me algemasse à cama durante a relação sexual. Como fazer para lhe dizer?"
Sara, Lisboa
Cara Leitora,
Realmente este assunto é bastante delicado e um pouco difícil de ser abordado, mas a melhor forma de conseguir realizar a sua fantasia será conversar com o seu namorado sobre esta questão. Considera-se este tipo de jogos como fazendo parte do chamado Sadismo, no qual a pessoa que controla tem prazer através do sofrimento do outro, embora o Sadismo faça parte integrante das relações humanas mais elementares e seja vivido consoante os preconceitos de cada indivíduo. Nos jogos Sadomasoquistas, de acordo mútuo, a cada sádico corresponde uma vítima, o masoquista, e é necessário existir por parte de ambos um acordo. É necessário que tenham atenção aos instrumentos utilizados, para que os actos não provoquem dor. Como tal, em vez de utilizar as algemas que poderão provocar ferimentos, usem gravatas ou lenços em que os nós sejam fáceis de desapertar, se por qualquer razão for necessário. Deve responder de forma calma e serena a todas as dúvidas que ele lhe colocar, e se por qualquer motivo ele não aceitar, seja compreensiva e tente entender as suas razões. Terão ambos que acordar para que, assim que um de vós se sinta desconfortável, o jogo termine, de modo a que não provoque qualquer tipo de dor.
“Sou uma mulher de 32 anos sexualmente activa. Embora ame o meu namorado, a verdade é que nunca senti muito desejo sexual, com qualquer dos parceiros que já tive. Através de pesquisas feitas na Internet descobri que existe um tratamento chamado terapia hormonal, e gostaria de saber melhor do que se trata.
Vânia, Sesimbra
Cara Leitora,
A falta de desejo sexual é bastante comum entre as mulheres, principalmente quando o stress do dia-a-dia se torna excessivo. Existem hormonas, como por exemplo a testosterona, que quando tomadas em forma de suplementos podem fazer aumentar o desejo sexual. A Deidropiandrosterona, uma substância química que causa o aumento de testosterona nos homens e progesterona e estrogénio nas mulheres, é por vezes receitada por médicos com o objectivo de aumentar o nível de energia e bem-estar, em ambos os sexos. Os resultados deste tipo de terapia não estão totalmente provados e ela acarreta alguns efeitos secundários, por isso uma consulta pessoal com um médico especializado em sexualidade será o mais indicado para decidir se este tipo de terapia é aconselhável para si.
“Tenho 18 anos e gostaria de pôr um piercing no pénis. Ouvi dizer que isso aumenta o prazer sexual da mulher. Gostaria de saber se é verdade, se o piercing vai interferir na minha capacidade de ter relações?”
Iuri, Almada
Caro leitor,
Se único objectivo é aumentar o prazer sexual da sua namorada, não o aconselharia a fazê-lo, pois existem muitas outras formas de aumentar o prazer sexual feminino sem que tenha de se mutilar. Colocar um piercing no pénis é um processo bastante delicado e doloroso, que pode resultar numa infecção grave. O pénis é um órgão bastante sensível e o piercing fará com que não possa ter relações sexuais durante vários meses até que a ferida cicatrize por completo. Além disso poderá perder alguma sensibilidade no pénis. O piercing pode perfurar a sua uretra, e um dia que resolva retirá-lo, a urina poderá ser libertada por três orifícios em vez de um. Ter um orifício no seu pénis que leva meses a sarar aumenta em muito o risco de apanhar doenças transmitidas sexualmente como Herpes ou HIV. Um piercing mal colocado pode danificar músculos do pénis, causando problemas durante a erecção. Pense bem antes de tomar uma decisão e avalie se os riscos que vai correr compensam o resultado.
“Já há algum tempo que tenho uma questão para a qual ainda não encontrei resposta. Há muitos homens que colocam dúvidas sobre masturbação em sites e consultórios sexuais, mas as mulheres parecem mais tímidas a fazê-lo. Será que não se masturbam, ou não têm dúvidas sobre isso? Considero-me uma mulher descomplexada, gostava de saber se é normal o meu comportamento, porque às vezes parece que sou mais liberal que a maioria das mulheres!”
Tânia, Vila Franca de Xira
Cara leitora,
A masturbação feminina é muito mais comum do que possa pensar, mas de acordo com estudos efectuados os homens continuam a superar as mulheres a esse nível em termos numéricos. Através de entrevistas e questionários aplicados na América (The Janus Report on Sexual Behavior (Samuel S. Janus and Cynthia L. Janus; John Wiley & Sons, Inc., 1993) a homens e mulheres entre os 18 e os 59 anos, os investigadores concluíram que 41,7% das mulheres e 63,3% dos homens declararam masturbar-se, 10% das mulheres e 25% dos homens afirmaram masturbar-se diariamente ou várias vezes por semana. 38 % das mulheres e 55 % dos homens declararam masturbar-se com regularidade mensal a semanal. No entanto, e aplicando os resultados também à sociedade europeia, as diferenças de educação que os pais dão às filhas e aos filhos contribui para que ainda muitas mulheres agora em idade adulta considerem que “não fica bem” a uma mulher falar sobre a sua sexualidade e assumir que procura ter prazer mesmo sozinha. Embora hoje em dia a educação esteja a mudar, ainda existe a ideia passada às mulheres pelas famílias que devem ser sexualmente passivas e dependentes, assexuadas, ou que s seus genitais são algo que deve ser mantido como um tesouro secreto. A masturbação feminina foi, até há não muito tempo, um tabu, mas hoje em dia felizmente cada vez mais mulheres começam a assumir a sua sexualidade, assim como a leitora. Não se preocupe por ser liberal, pois estar informada e manter-se actualizada é também uma maneira essencial de viver uma sexualidade saudável.
Planeie a sua noite de sedução começando pelo menos duas horas antes da chegada do seu parceiro. Prepare um menu delicioso, seleccione a sua música favorita, ponha a mesa, e relaxe. Apague as luzes e acenda muitas velas. Crie uma iluminação exótica, adornando as lâmpadas com tecidos. A lareira acesa aquece as emoções no Inverno, assim como uma brisa balançando as cortinas numa noite quente de Verão encanta o ambiente. Monte uma mesa elegante com um arranjo floral para criar um ambiente romântico. Mas não se limite! Um sofá com almofadas macias e uma mesa baixa com um buffet de entradas afrodisíacas pode ser confortavelmente sensual. Ou, melhor ainda, salte da mesa de jantar para o quarto de dormir, preparando uma mesa revestida com pétalas de rosa na sua cama, de forma a poder explorar os prazeres da comida. Renda-se à magia dos aromas usando velas aromáticas de baunilha (relaxante), ou canela (hilariante) ou abóbora (estimulante). O cheiro da culinária também excita. Alho cozinhado, pimenta, cebola, especiarias… um quarto com aromas evoca excitação sensual. O que beber com o seu menu sedutor? Pode preparar cocktails e bebidas exóticas, mas não exagere no álcool pois o álcool provoca desejo, mas prejudica o desempenho sexual.
Sou casada há 16 anos, temos um filho e até há pouco tempo eu era feliz. Desde há uns meses veio uma colega nova para o meu trabalho, estamos frente a frente na secretária e comecei a sentir coisas que nunca tinha sentido… Sei que estou apaixonada por ela, adoro as nossas conversas, as risadas, a maneira como ela se veste e parece, ando ansiosa por voltar ao trabalho. Tenho medo de mim – o que posso fazer? Serei lésbica?
Luisa
Cara Luisa,
A sua certeza na paixão que está a sentir parece estar a indicar-lhe o seu caminho. É normal que sinta medo de descobrir uma nova dimensão da sua sexualidade, principalmente quando não esperava senti-la por uma pessoa do mesmo sexo, mas parece que sentir tais emoções está a deixá-la também feliz.
Não se preocupe com o que é, com nomes e adjectivos sobre a sua orientação sexual. Vivemos numa sociedade muito heterossexista, ou seja, parte-se do princípio que toda a gente é heterossexual e tem relações com pessoas do sexo oposto, mas a realidade não é assim. Como ainda existe alguma discriminação e homofobia (sentimentos negativos face às pessoas lésbicas, gays, bissexuais) pode ser assustador passar pelo que está a passar agora. Mas não se culpabilize nem sinta mal – afinal de contas quem controla os seus sentimentos e por quem bate o coração!?
Oiça o seu coração e expresse os seus sentimentos a alguém em quem confie (a sua colega? Uma amiga que a possa ajudar? Alguém que esteja numa relação com outra pessoa do mesmo sexo ou já tenha estado, pessoas de associações de lésbicas, gays ou bissexuais) de modo a perceber que decisões deve tomar neste momento da sua vida. Procure associações da comunidade em que haja outras pessoas apaixonadas por pessoas do mesmo sexo, para compreender e partilhar livremente os seus sentimentos. Muitas pessoas mudam o rumo do seu casamento, pois este não as satisfaz toda a vida, não se deve culpabilizar por isso e tenha confiança que o seu filho preferirá vê-la feliz do que infeliz por ele.
Gostava que me pudesse ajudar, sou um rapaz sexualmente activo e apareceram-me duas pequenas feridas na membrana do pénis e gostava de saber o que poderá ser. Outra questão, a minha namorada tem sentindo um ardor ao urinar bem como uma dor insuportável na uretra/clítoris, que lhe dói ao andar.
Obrigado,
Agradecia uma resposta.
Caro Tiago,
Os sintomas que descreve parecem indicar que tanto o Tiago como a sua namorada tem uma Infecção Sexualmente Transmissível, dessa forma convém que o Tiago consulte um urologista e que a sua namorada consulte um ginecologista. Até que ambos o façam e ambos recebam tratamento adequado, não devem ter relações sexuais, incluindo penetração, sexo anal ou oral, pois podem continuar a passar a infecção um ou outro repetidamente.
“Ainda não consegui ter uma relação estável pois as mulheres que passaram pela minha vida ficam perplexas com a dimensão do meu pénis. Dizem que é grande de mais.”
Diogo, Terceira
Caro Leitor,
Muitas vezes, a insegurança masculina está associada ao facto de se ter um pénis pequeno. No seu caso, o facto de ter um pénis, de uma grande dimensão assume-se como um problema. De forma, a superar este problema, aconselho a que tenha uma atitude mais descontraída porque se o leitor estiver preocupado com isso, também, acaba por condicionar a qualidade da relação sexual. Assim sendo, relaxe e aposte nos gestos de carinho, de forma a ganhar a confiança da sua parceira e a estimular o seu desejo sexual. Procure ser carinhoso, cuidadoso e preocupado com a satisfação da sua parceira, para que ela se possa sentir à vontade e sentir que pode confiar em si. Não encare com seu órgão sexual como um motivo de dor e repulsa. Lembre-se que a sua própria perceção do seu corpo também influencia o comportamento da sua parceira.