“Tenho uma vida sexual muito activa, no entanto a minha namorada queixa-se que nunca conseguiu atingir o orgasmo. O que posso fazer? Ouvi dizer que existe um sítio na vagina que se chama ponto G e que se eu lá tocar, ela tem orgasmos. Onde fica o ponto G?...”
Jorge, Coimbra
Caro leitor:
O ponto G é uma pequena aglomeração de terminações nervosas e glândulas, situado no nas paredes da vagina. Sendo uma zona particularmente sensível, pode fazer qualquer mulher atingir um grau de excitação muito alto e intenso. A localização exacta não é conhecida, afirmando alguns especialistas que ele só é perceptível quando estimulado. A melhor maneira de o descobrir é colocar por baixo do traseiro da sua companheira uma almofada, estando ela deitada de barriga para baixo sob a cama, ou deixando a sua parceira ficar por cima. Para que a sua namorada atinja o orgasmo, converse com ela sobre o que lhe dá mais prazer e faça o que ela pedir. Descontraiam, e surgirá naturalmente.
“Olá, tenho 22 anos e comecei a namorar com uma colega da Faculdade. Só agora iniciei a minha vida sexual. No entanto, embora sinta que estou apaixonado pela minha namorada tenho um problema que me está a deixar um pouco confuso: apesar de obter prazer não atinjo o orgasmo! Fico constrangido e envergonhado, tenho acabado por evitar a intimidade com a minha namorada para que ela não se aperceba. O que hei-de fazer?”
Fábio, Leiria
Caro Leitor,
Sentir prazer sem atingir o orgasmo é naturalmente possível e acontece com frequência, no entanto, é importante perceber se se trata de uma situação passageira, decorrente de algum nervosismo e/ou ansiedade associado a esta etapa de vida e ao facto de ser ainda muito pouco experiente, ou se pelo contrário estamos na presença de uma disfunção, a ejaculação retardada. Nesta disfunção o homem, apesar de conseguir manter uma erecção, tem extrema dificuldade em ejacular, pelo menos quando o pénis está no interior da vagina. De modo a proceder a um diagnóstico adequado e uma avaliação correcta da situação, é importante recorrer a um especialista numa consulta presencial, até para desfazer qualquer dúvida que paire na sua cabeça. A partir do momento em que perceber o que se passa consigo será muito mais fácil resolver e superar esta situação. Entretanto, é aconselhável abordar desde já este assunto com a sua namorada dado o constrangimento que esta situação provoca para ambas as partes. Evitar o assunto apenas contribui para o vosso afastamento, algo que o leitor não quer.
“Apesar de amar a minha esposa e de termos uma vida sexual ativa e feliz, nos últimos tempos tem sucedido algo que me está a inquietar muito. Ejaculo muito cedo, antes dela chegar ao orgasmo, o que tem prejudicado as nossas relações sexuais. Como posso prolongar a minha excitação para lhe dar tempo de ela ter um orgasmo?”
Paulo, Guimarães
Caro Leitor,
É muito positivo que se aperceba dessa situação e procure resolvê-la, pois é mais frequente do que se pensa e muitos homens nem se dão conta dela ou não têm a coragem de tentar resolvê-la. Assim, em primeiro lugar é importante perceber o que mudou na sua vida, o que o torna agora incapaz de exercer um controlo eficaz sobre o tempo de obtenção do orgasmo e assim impedir a vivência a dois dos momentos de prazer. Este aspeto é fundamental para o diagnóstico adequado dado que esta situação poderá ser apenas decorrente de um período, mais ou menos difícil, que está a viver e que condiciona o seu desempenho sexual. Se assim o for, a solução passa pela procura da causa da ansiedade, que o impede de dar o seu melhor durante o ato sexual. Mas se tal assim não for, seria aconselhável consultar um especialista para lhe transmitir alguma confiança e ajudá-lo nesta tarefa. No entanto, lembre-se que se trata de uma situação muito frequente entre casais, para a qual já existe tratamento, tais como a técnica Squeeze na qual o leitor deve fazer uma pausa quando sentir que está prestes a ejacular e deve apertar a base do pénis com o dedo polegar e indicador durante 5 segundos antes de recomeçar a relação sexual.
“Tenho 22 anos e apesar de já ter iniciado a minha vida sexual, tenho dificuldades em conseguir atingir o orgasmo, pelo que gostava que me ajudasse nesse sentido. O que posso fazer para ter orgasmos mais facilmente enquanto estou a fazer amor com o meu namorado?”
Cátia, Caneças
Cara leitora,
O orgasmo é o ponto em que toda a tensão que o corpo vai acumulando é subitamente libertada sob a forma de uma série de contrações musculares involuntárias e que proporcionam prazer, e que se podem sentir na vagina, no útero e no reto. Pressionar e massajar o clítoris conduz a essa tensão e a inúmeras sensações de estremecimento e de preenchimento pélvico. Há muitas mulheres que têm dificuldade em alcançar o orgasmo, quer seja sozinhas quer com um parceiro. A vergonha em tocar o próprio corpo, a falta de conhecimento do mesmo e medos desconhecidos são apenas alguns dos fatores que dificultam esta libertação física, cuja componente psicológica é também muito importante. Os orgasmos podem ter intensidades diferentes, conforme a mulher, o momento, o tipo de estimulação, o parceiro, etc. Para conseguir ter um orgasmo mais facilmente, evite concentrar-se mais nos pensamentos do que nas sensações, pois é fácil distrair-se com ideias que a afastam do seu propósito, como por pensar se está a agir corretamente, pensar no que o parceiro pode estar a pensar ou se está impaciente, aborrecendo-se consigo mesma e desistindo dos estímulos que está a receber. Não deve também alimentar o receio de não conseguir ter um orgasmo ou de pedir mais do seu parceiro, pois dessa forma estará a criar uma pressão mental que tornará mais difícil a libertação. Os sentimentos de culpa a respeito do sexo, ou pensar que se devia concentrar mais no seu parceiro, são também prejudiciais, bem como querer acelerar o processo. Dê mais tempo a si própria e deixe-se apenas guiar pelas sensações e pelo seu próprio prazer, deixando-se ir, e verá como se tornará mais fácil.
Tenho algumas dúvidas sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis, isto porque a que mais é divulgada é a SIDA. Quantas existem e quais são as que se manifestam com maior frequência?
Anabela, Barreiro
Cara leitora,
Efectivamente a SIDA é considerada a mais dominante de todas as IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) no momento, como antes tinha sido a Sífilis. Qualquer IST, quando diagnosticada e tratada em tempo útil, pode evitar o contágio a outras pessoas / parceiros, e consequentes problemas de saúde. Os sintomas das IST são, em alguns casos, difíceis de detectar e por esta razão deverá ser efectuado sempre o rastreio ao nível da saúde sexual, mesmo se não evidenciar qualquer sintoma. Se achar, por qualquer razão, que foi infectada, o melhor será dirigir-se ao médico, pois não deverá deixar uma infecção destas por tratar, correndo o risco de originar mais problemas e complicações. As IST que se verificam com maior frequência são: o HIV, que conduz à SIDA; as Verrugas Genitais, pequenos e duros inchaços que aparecem junto aos órgãos genitais; o Herpes Genital, semelhante ao cieiro habitual da boca e dos lábios; a Gonorreia que, tanto em homens como em mulheres, poderá ser evidenciada por sensação de ardor ao urinar, sendo unicamente tratada com penicilina; a Sífilis, a qual deverá ser detectada logo na fase inicial, pois poderá afectar a saúde de todo o organismo podendo até mesmo levar à morte; a Clamídia ou Uretite não específica, em que os sintomas são semelhantes aos da Gonorreia; a Tricomoníase, causada por um parasita e que provoca infecções do tracto urinário; a Pediculose Púbica que é causada por piolhos, os quais provocam uma comichão intensa na zona púbica; a Vaginite que, geralmente, é causada por uma bactéria devido à falta de higiene adequada da mulher. Como tal, deverá estar atenta a quaisquer sinais fora do normal, tanto em si como no seu parceiro, de modo a que sejam tratados na fase inicial. Claro está que a melhor técnica a adoptar será o sexo seguro, isto é, cada vez que tiver relações sexuais, o melhor caminho para a prevenção será o uso regular do preservativo.
“Tenho 21 anos e desde os 16 que iniciei a minha vida sexual. Já tive 3 parceiros e actualmente estou com o mesmo parceiro há mais de 5 anos.
O que acontece é que nunca consegui atingir o orgasmo, primeiro pensámos que era por ainda ser inexperiente, mas passado tanto tempo e de tentarmos tantas posições, contactos, e novas maneiras de prazer, confesso que estou muito preocupada, uma vez que quando estou quase a atingir o orgasmo, sinto uma dor que me dá vontade de parar, e essa situação acaba por me frustrar a mim e ao meu marido, já não sei o que fazer...”
Ana, Matosinhos
Cara leitora,
É importante saber se conseguiu atingir o orgasmo com outros parceiros antes do seu actual. E sozinha, na masturbação? Não tenha vergonha de descobrir como prefere a estimulação na sua intimidade pessoal – tal é essencial para a descobrir numa relação íntima posteriormente. Apenas neste sentido a experiência é importante: o orgasmo feminino é aprendido, encenado num contexto de erotismo e romantismo, muitas vezes diferente do masculino.
Não tenha vergonha de pedir ao seu parceiro para a ajudar nesta encenação: faça jantares à luz da vela, banhos de imersão com aromas de que goste, conversas apaixonadas sobre o vosso amor…qualquer coisa que a estimule a sentir-se à vontade, apaixonada e liberta de preconceitos com a sua sexualidade.
As experiências que fez (de posições, contactos, etc.) podem falhar o objectivo do orgasmo por estar a pensar demasiado nele. A atenção focada no que está a acontecer pode influenciar que a sua resposta sexual seja interrompida e desviada do prazer, para focar essa preocupação de não estar a sentir a satisfação do orgasmo. Isto é um ciclo vicioso que deve tentar contrariar através de pensamentos positivos, fantasias sexuais que lhe agradem, pensar no prazer do que está a sentir sem racionalizar demasiado. Este ciclo é ainda reforçado pela ansiedade de antecipação e pela frustração que vos afasta depois do sexo, em vez de se aproximarem.
Note bem que a maioria das mulheres atinge o orgasmo mais facilmente com outras estimulações sexuais, sem penetração vaginal. As carícias no clítoris, o sexo oral, a masturbação recíproca são modos que pode explorar na sua relação e que têm bons resultados.
A terapia sexual pode ser adequada para si e o seu parceiro, poderão explorar mais sugestões que vos agradem e evoluir juntos na descoberta da vossa sexualidade.
“Eu e a minha namorada gostaríamos de saber o que é e onde se situa o Ponto G para que ela possa ter orgasmos mais intensos.”
Bruno, Oeiras
Caro leitor:
A existência, localização e importância do Ponto G para o orgasmo feminino foi descoberto recentemente pelos sexólogos americanos Perry e Whipple. O Ponto G é constituído por uma pequena aglomeração de terminações nervosas e glândulas no interior da vagina que, quando estimulado, pode fazer a mulher alcançar um grau de excitação extremamente intenso capaz de provocar o que os autores definem como “orgasmos uterinos”. O Ponto G situa-se na parede superior da vagina e é uma zona particularmente sensível que pode fazer qualquer mulher perder o controlo. Para conseguir proporcionar este tipo de orgasmo à sua companheira aconselho-o a estimular manualmente o interior da vagina conversando com a sua namorada sobre o que lhe dá mais prazer. Um factor bastante importante é que ela relaxe e não se sinta pressionada a atingir o orgasmo, pois só assim ele surgirá naturalmente.
“Namoro há dois anos com a minha namorada e gostaríamos de iniciar a nossa vida sexual, no entanto a minha namorada diz que gostaria de experimentar a posição de missionário, mas eu não sei que posição é essa. ”
Nuno, Covilhã
Caro leitor,
A chamada posição de missionário é uma posição sexual que consiste na mulher deitada de costas e o homem deitado por cima. Essa posição é, provavelmente, a mais utilizada entre casais. Essa posição parece ideal para quando iniciarem a vossa vida sexual, pois permite facilmente controlar o ritmo e profundidade da penetração, e como estão de frente um para o outro podem trocar olhares e falar para que tanto o leitor como a sua namorada possam comunicar como se estão a sentir.
Existem várias posições que podem experimentar uma vez iniciada a vossa vida sexual, faça experiências e descubra a posição que melhor se adequa a si e à sua namorada. Se tiver muitas dúvidas experimente comprar um bom livro acerca deste assunto.
Tenho 31 anos, e nunca tive uma vida sexual muito activa. Mas a ultima relação sexual que tive foi com uma pessoa que amava muito, mas não consegui satisfazer o meu ex companheiro, não consegui ser penetrada, tenho bastantes dores, mas acho que é um problema psicológico meu porque não relaxo. Mas isso está-me a prejudicar bastante. É que agora estava a começar um relacionamento e parece que tenho trauma de ter relações, envolvo-me bastante e tenho desejo de continuar mas de repente (parece que se passa algo) e paro e o meu companheiro não entende porque faço isso. Acho que é um problema que não consigo resolver.
Gostava que me ajudassem a suportar este problema e perguntar se devo procurar ajuda clínica ou psicológica. Patrícia
Cara Patrícia,
O seu caso pode ser de uma perturbação sexual feminina, mas tal diagnóstico só pode ser feito numa consulta presencial e com avaliação fisiológica médica e sexológica. Existem duas perturbações sexuais femininas da dor: o vaginismo e a dispareunia. Estes problemas acontecem a muitas mulheres e não deve deixar de tentar viver a sua sexualidade por isto lhe acontecer, nem sentir-se culpada. Deve procurar ajuda especializada para esclarecer se as suas dificuldades são psicológicas ou fisiológicas e reflectir sobre um tratamento adequado.
Por enquanto podem explorar outras formas de ter relações sexuais, não só através da penetração… Explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua (pode começar sozinha para descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá mais prazer), o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites!