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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Não sei o que a minha mulher gosta que eu faça na cama”


“A minha mulher não me diz o que gosta que eu faça na cama, por isso tenho medo de experimentar coisas novas porque não sei se ela vai gostar.”

Luís, Matosinhos

 

Caro leitor

Algumas mulheres são mais tímidas do que outras sentindo-se pouco à vontade em falar sobre sexo. Talvez a sua mulher tenha tido uma educação bastante conservadora fazendo com que ela tenha dificuldade em comunicar-lhe os seus desejos. Alguns homens têm bastante dificuldade em lidar com comentários das suas parceiras quando estes são menos positivos por isso pode dar-se o caso de ela ter receio de o magoar. Talvez ela tenha tido uma experiência no passado na qual o seu parceiro teve uma reacção negativa quando ela falou de sexo, fazendo com que ela sinta que a sua opinião não é importante, tendo receio que o leitor tenha a mesma reacção. Converse com a sua mulher e pergunte-lhe o que ela mais gosta e o que ela gostaria que fizesse diferente. Assegure-a de que ela pode falar abertamente sobre sexo e que não vai ficar chateado com o que ela lhe disser, e que fará os possíveis para realizar as suas fantasias. Verá que desta forma fortificará a vossa relação atingindo um novo grau de intimidade.

“ Ela gosta mais do vibrador do que de mim!”

“No Natal ofereci um vibrador à minha mulher para ela se entreter enquanto eu vou em viagens de trabalho. Agora mesmo quando eu estou cá noto que ela gosta mais do vibrador do que de mim...”

 

 

Caro leitor:

Relembro ao leitor que um vibrador é um mero diapositivo eléctrico para estimular os órgãos sexuais. Concerteza a sua mulher gosta mais de si do que de um objecto. Talvez a nível sexual ela prefira o vibrador, por isso mude de táctica. Comece a excita-la mais, a dar-lhe mais carinho, e a procurar saber o que ela mais gosta a nível sexual. Partilhe com a sua esposa as suas inseguranças.

Existem práticas Sadomasoquistas seguras?

 

Tenho 25 anos e recentemente comecei a interessar-me por práticas Sadomasoquistas, mas não sei se existe uma forma de as praticar sem que ninguém saia magoado.

Júlio, Porto,

 

Caro leitor,

 

Existem milhares de pessoas em todo o mundo que participam da praticas sexuais Sadomasoquistas de forma segura e consentida. O principal factor a ter em consideração e o consentimento de todos os intervenientes e o entendimento de que a cena Sadomasoquista pode ser interrompida imediatamente assim que um dos intervenientes o desejar.
Ou seja, ninguém deve forçar ninguém a fazer nada que este não deseje. Desta forma há que aprender os limites de Role-play de cada parceiro através de um diálogo franco e aberto. Existem muitos livros e associações que ensinam a pratica segura do Sadomasoquismo, por isso aconselho-a a consulta-los.

“Como podemos fazer para engravidar?”

“Há um ano que pretendo engravidar e comigo está tudo bem, mas o meu marido tem poucos espermatozóides. Já fomos ao médico e ele não receitou nada. Disse que não era necessário. Gostaria de saber se é possível engravidar e se me podia dizer algum medicamento para ele tomar e a sua forma de tomar. Por favor responda, gostávamos mesmo de ter um bebé.

Guida, Montemor-o-Novo

 

 

 

Cara leitora,

A medicina só costuma aplicar tratamentos de fertilidade a casais que estão a tentar há mais de um ano e meio a dois anos, sem contracepção e sem conseguir a gravidez. Como só está a tentar há um ano, pode ser a vossa ansiedade de ter um bebé que não deixa o processo desenrolar-se naturalmente, tente relaxar e simplesmente deixar-se levar pelo prazer do sexo, sem pensar demasiado no seu desejo de engravidar.

Se sente que o seu médico não lhe responde às suas dúvidas tente marcar uma consulta para outro especialista e confronte opiniões. Não poderei dar-lhe uma resposta mais completa por e-mail, pois nestas questões complexas de conseguir ou não engravidar terá mesmo de ser uma equipa
especializada a fazer o seu trabalho presencialmente. Boa sorte!



“Dores nos testículos”

 

 

“Até há uns meses atrás tudo corria bem com o meu funcionamento sexual, certo dia aleijei-me no testículo esquerdo e na altura senti uma grande dor. Passou durante algumas horas mas depois voltou a doer.

Estas dores são muito fortes e apareciam frequentemente durante o dia.

Alguns dias depois quando estava a masturbar-me reparei que a erecção não era muito forte, não fiquei muito preocupado, o pior foi quando cheguei ao orgasmo e ejaculei reparei que a quantidade de esperma era bastante reduzida e ainda fiquei mais preocupado. Cerca de 2 dias depois, queria-me masturbar, não conseguia de nenhuma maneira obter uma erecção.

Pensei recorrer a um médico mas resolvi esperar. Passou-se cerca de uma semana e já conseguia dificilmente obter uma erecção mas quando ejaculava não saia nada.
Passados quase 4 meses voltou quase tudo ao normal. Consigo obter uma erecção apesar de parecer que não conseguir ter uma erecção completa ou não tão forte como era, e quando ejaculo sinto uma sensação esquisita que não existia antes e que não sei bem explicar.
Com isto não sei se se passará algo de errado e se deveria consultar um médico. Não sei se o urologista é o indicado.


Martinho

 

Caro Martinho,

Penso que deve consultar um médico, seja urologista directamente, seja um recomendado pelo seu médico de família. Só ele lhe poderá fazer um diagnóstico diferencial e determinar se o seu problema é fisiológico ou psicológico.

Da minha parte, penso que a dor que sentiu pode ter desenvolvido em si um medo exagerado de sofrer consequências ao nível sexual e, como tal, entrou num ciclo vicioso de observação atenta do seu pénis e da resposta sexual que ele fazia, a um ponto que a sua atenção deixou de estar focada no prazer sexual, mas sim na performance, no seu desempenho.

Este ciclo faz com que o próprio corpo não responda da melhor maneira, pois sente-se avaliado, observado e daí que sinta erecções menos fortes e sensações esquisitas na ejaculação.

Esclareça com o médico se ficou com sequelas no testículo ou no aparelho reproductor e tente não ser observador de si próprio.

Entregue-se às suas fantasias sexuais e deixe-se levar pelo prazer da masturbação, sem se desviar para pormenores técnicos da sua resposta sexual – verá que a sua resposta sexual vai melhorar. Não deixe este problema crescer em bola de neve e consulte um sexólogo/a se persistir. 

 

Tema de Hoje: Sexo Oral

 “Imagino que o pénis do meu companheiro é um alimento”

 

“Sempre que tenho relações sexuais com o meu companheiro, tenho tendência para imaginar que o seu pénis é um alimento e que é ingerido pelos dois com muita satisfação. Existe explicação para o facto de só conseguir atingir o orgasmo desta forma?”

Carla – Barreiro

 

Cara Leitora,

Como deve calcular todas as pessoas têm fantasias, sejam elas de que tipo forem, principalmente a nível sexual. Quando somos transportados para o mundo da fantasia, tudo é possível e não existe qualquer tipo de regras ou responsabilidades, apenas satisfazemos todos os nossos desejos, sem que ninguém nos acuse. As fantasias são situações idealizadas que temos liberdade de inventar e que, na realidade, são quase sempre impraticáveis ou difíceis de atingir. No entanto, os efeitos que elas provocam no nosso pensamento é estrondoso e a nossa vida sexual fica ao rubro. Existe uma ligação directa entre as fantasias sexuais e o aumento do desejo, ou seja, a Libido. Quantas mais fantasias sexuais tiver maior será o seu desejo de as ver realizadas. É, por assim dizer, um acessório sexual que, além de ser muito eficaz, não tem custos adicionais, os pensamentos são seus e não existem regras. Deste modo, a maioria dos indivíduos, tem uma fantasia sexual que lhes garante a satisfação sexual, isto é, o atingir do orgasmo, seja ele por relação sexual com o parceiro ou por masturbação. Deste modo, por onde quer que os seus pensamentos voem, um dos seus destinos é, quase sempre, um lugar onde possa dar asas a um sexo escaldante.

 

Relação e Desejo

Tenho 22 anos e a minha mulher 25.. Estou com minha mulher há 3 anos e há mais ou menos 1 mês, ela quis terminar comigo pois não sentia mais desejo por mim. Ainda moramos juntos e amamo-nos muito , ela disse-me isto. Não quero perdê-la. O que devo fazer para que volte a desejar-me e que voltemos a estar juntos?
Francisco
 
 
 
Caro Francisco,
 
A sua dúvida é difícil de responder. É importante que tomem a decisão de estar juntos ou de se separarem com segurança e invistam nesse caminho – a incerteza poderá afastar-vos em vez de vos unir na procura de soluções para os vossos problemas.
Os problemas do desejo sexual são muitas vezes influenciados por factores externos ao casal: problemas, cansaço, trabalho, horários desintonizados, etc… é importante que falem se alguma coisa vos está a perturbar a vontade de ter sexo.
Depois há os factores internos, como o casal se excitar com diferentes estímulos (o homem geralmente mais visuais e espontâneos e a mulher mais contextuais e de relação), sentir a vontade em diferentes momentos não compatíveis, não se encontrar “o momento certo”.
Se escolherem ficar juntos e apostar na vossa relação, tente perceber onde ela precisa mais de si: nas tarefas de casa, no romantismo, nos desabafos de trabalho…Surpreenda-a com pequenas coisas que lhe agradem: banhos de imersão de surpresa, jantares feitos por si, ofertas eróticas para experimentarem os dois…estas são algumas sugestões minhas, mas confio muito mais na sua imaginação e no facto de conhecer intimamente a sua parceira para descobrir e criar novas ideias para a vossa relação – dê largas à sua imaginação e ao seu amor!

tema de hoje: fantasias

(José Manuel Rodrigues)

 

Tenho 23 anos e namoro com uma rapariga há quase 4 anos. Sentimos muito amor um pelo outro, porém, há alguns meses observei que minha namorada está muito inconstante na vida sexual.
Eu preocupo-me em excitá-la ao máximo, fazendo carinhos e conversando sobre suas fantasias. Costumamos ter sexo de noite na casa dela, o problema é que muitas vezes ela pára no meio da relação, dizendo que não está relaxada ou simplesmente pára e chora nos meus braços. Conversamos muitas vezes sobre isso, ela dá uma desculpa diferente, ora dizendo que não estava com vontade (mas eu percebia que ela estava excitada), ora dizendo que sente-se mal por fazer sexo comigo na casa dela. Já tentamos ir a outros lugares, como um hotel bonito, mas além de ser muito caro, já houve vezes em que ela também parou.
Já não sei o que fazer! Faço tudo para excitá-la, converso, pergunto, mas mesmo assim isto acontece com frequência.
Já houve vezes em que eu a satisfazia 13 vezes em menos de 2 dias. Percebi que fazemos menos sexo hoje, o meu desejo continua o mesmo, mas o dela diminuiu.
Que conselhos me dá?
Hugo
 
Caro Hugo,
 
A sua namorada parece estar a sofrer dificuldades sexuais, mas pela sua descrição não saberei bem quais. Por vezes as mulheres sentem-se culpadas ou envergonhadas de ter uma vida sexual activa, pelos preconceitos de que “uma senhora” não gosta de sexo, não o faz antes do casamento…ou outras ideias feitas e preconceituosas, principalmente em relação à mulher. As exigências sociais sobre a mulher são muito duras com elas e mais brandas com o homem (embora também sejam uma forma de pressão sobre eles) e, por vezes, influenciam a felicidade individual que não se consegue libertar e viver à vontade o prazer.
Tem de falar com ela honestamente e sem pressões, sobre o que a preocupa, como ela gostava que fosse a vossa vida sexual, o que poderá ter mudado para ela… Sem pressões nem preconceitos, pelo vosso amor. Pode tentar ter relações noutro local, onde se sintam à vontade, íntimo e privado e criar um ambiente especial. Tente explorar com ela o prazer sem a pressão da penetração: diga-lhe em sussurro que vão fazer amor sem penetração e veja como ela reage (pode ser que ela goste mais da excitação do que da penetração, o que é muito frequente em muitas mulheres); faça-lhe massagens e carícias sem fim; dê-lhe um banho perfumado; leia-lhe histórias eróticas como se fossem vós as personagens principais…use a sua imaginação para lhe oferecer pedaços de prazer inesquecíveis!
Se as suas tentativas não funcionarem, deve precisar de bastante tempo para sentir alterações, pense em ir com ela a uma consulta de planeamento familiar ou de sexologia para falarem com um especialista sobre a questão e tentarem encontrar soluções em casal. Boa sorte.

Dicas Sexuais

 "Acariciar os seios da sua parceira pode acelerar bastante o orgasmo - acaricie-os ligeiramente com os dedos ou lamba-os, para aumentar a excitação."

 

 

 

(Sexo Ardente, Flic Everett)

 

“Será que o meu marido vai ficar impotente?”

“Estou casada há 15 anos e sempre tivemos uma vida sexual ativa e sem problemas. No entanto, no outro dia, estávamos em pleno ato e o meu marido não conseguiu ter ereção. Ficámos os dois constrangidos e confusos, porque nunca tinha acontecido. Será que ele se está a tornar impotente? ”

Carolina, Lagos

Cara Leitora,

O facto de o seu marido não ter conseguido ter ereção numa ocasião não significa que ele esteja a ficar impotente. Podem existir várias explicações para o sucedido sendo as mais frequentes o cansaço, o stress ou a monotonia. É normal que, passados alguns anos de casados, as coisas comecem a arrefecer e a rotina acaba por muitas vezes atrapalhar o bom desempenho sexual, seja da sua parte ou da parte dele. No entanto, cabe a si e ao seu marido fazer os possíveis para que o sexo não deixe de ser novidade. Use a imaginação, faça surpresas, prepare um fim de semana romântico e crie cenários e fantasias exóticas para dar um pouco mais de tempero à sua relação. Quanto ao episódio em que o seu marido teve dificuldade em ter uma ereção, não faça desse sucedido um bicho de sete cabeças. Como deve calcular, com o avançar da idade, poderá tornar-se um pouco mais difícil para ele ter uma ereção, mas isso não é regra geral nem significa impotência. Procurem desfrutar da vida sexual sem ansiedade. Mantenham a atenção, no entanto, para a ocorrência dessas situações, pois se se tornarem frequentes então sim exigem providências.

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