“Tenho 37 anos de idade, sempre fui saudável e sou sexualmente ativo. No entanto, de há umas semanas para cá noto que meu testículo direito está inchado. Dói-lhe imenso quando lhe toco, e às vezes até devido ao roçar das calças. Tenho receio de ter um cancro nos testículos, já marquei consulta para o meu médico mas estou bastante ansioso. Pode esclarecer-me se esse sintoma pode indicar algo grave?”
Mário, Sesimbra
Caro leitor,
os sintomas que descreve são geralmente sinónimo de algum problema a nível testicular, o que não significa obrigatoriamente que se trate de cancro testicular. A consulta com um médico urologista é essencial, de forma a que este lhe possa fazer um exame físico detalhado e presencial. Por norma o cancro testicular manifesta-se através de um inchaço dos testículos, que nem sempre surge acompanhado de dor. Este tipo de cancro é relativamente raro, mas é importante avaliar a causa do inchaço e das dores que sente. Pode dar-se o caso de ter feito uma lesão do testículo resultante de uma pancada ou alguma atividade física, mas terá de aguardar pela consulta médica para que possa conhecer o diagnóstico e tratamento mais indicados para o seu caso.
“Quando eu e a minha namorada temos relações sexuais ela fica extremamente lubrificada, muito mais do que eu, que me considero uma mulher “normal”, e ela sente-se desconfortável com isso, apesar de não me fazer diferença. Porque é que isto acontece? Será algum problema de saúde?”
Luísa, Almada
Cara leitora,
A lubrificação vaginal durante o ato sexual é geralmente um sinal de excitação, facilitando a penetração, tanto com um pénis, no caso de uma relação heterossexual, como de um vibrador ou dildo, ou dos dedos, numa relação entre duas mulheres. Não há uma definição de “normal” na medida em que há muitas mulheres que têm uma lubrificação abundante, e muitas outras que libertam menor quantidade de fluxo, havendo também muitas mulheres que não conseguem produzir uma quantidade suficiente de fluxo, necessitando de usar um lubrificante para facilitar a penetração. Para além de variar de mulher para mulher, a quantidade de fluido segregada através da excitação varia também consoante a fase do ciclo menstrual em que a mulher se encontra. Fatores como a dieta, a toma de alguns medicamentos, o stress e possíveis infeções também influenciam a produção e segregação de fluidos vaginais. É importante saber se a sua namorada sempre teve um fluxo assim tão abundante, e se ele vem acompanhado por um odor mais forte do que o habitual, se tem alterações na cor ou na consistência. Deve consultar o seu ginecologista pois um fluxo excecionalmente abundante pode ser indicador de uma infeção vaginal que precisa de ser tratada. Algumas doenças e infeções podem também causar alterações nos fluidos vaginais. Mesmo que esta condição seja apenas uma caraterística dela, sem estar associada a nenhum problema de saúde, o seu ginecologista poderá aconselhá-la sobre os produtos de higiene íntima mais adequados para ela.
“Tenho 31 anos, e nunca tive uma vida sexual muito ativa. Na minha última relação, apesar de amar o meu companheiro, não conseguia satisfazê-lo porque tinha muito medo de ser penetrada. Sinto muitas dores, mas acho que é um problema psicológico, porque não consigo relaxar. Isto está-me a prejudicar bastante, iniciei recentemente um relacionamento mas parece que tenho trauma de ter relações, envolvo-me bastante e tenho desejo de continuar mas de repente (parece que se passa algo) páro e o meu companheiro não entende porque faço isso. Acho que é um problema que não consigo resolver!
Teresa, Guimarães
Cara leitora,
O seu caso pode tratar-se de uma perturbação sexual feminina, mas tal diagnóstico só pode ser feito numa consulta presencial e com avaliação fisiológica médica e sexológica. Existem duas perturbações sexuais femininas da dor: o vaginismo e a dispareunia. Estes problemas acontecem a muitas mulheres, e não deve deixar de tentar viver a sua sexualidade por isto lhe acontecer nem sentir-se culpada. Deve procurar ajuda especializada para esclarecer se as suas dificuldades são psicológicas ou fisiológicas e refletir sobre um tratamento adequado. Entretanto pode explorar com o seu novo companheiro outras formas de ter relações sexuais, não só através da penetração… Explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua (pode começar sozinha para descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá mais prazer), o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites!
Após um aborto espontâneo de seis semanas quanto tempo se deve esperar para iniciar novamente a vida sexual, ou seja, começar a ter relações sexuais?
Marta Martins
Cara leitora,
O tempo que deve esperar até recomeçar a ter relações sexuais vai depender de como se sente, ou seja, se tiver quaisquer tipo de dores ou corrimento sanguíneo resultante do aborto espontâneo, nesse caso, não deve recomeçar a ter relações sexuais. No entanto, se se sentir bem fisicamente e o seu médico ginecologista lhe disser que está tudo bem consigo a nível físico, aí então pode recomeçar a sua vida sexual uma ou duas semanas após o sucedido sem problemas.