“Fui submetida a uma CAF (cirurgia de alta frequência) e gostava de saber quanto tempo depois da mesma é seguro ter relações sexuais.”
Gabriela, Porto
Cara leitora,
A cirurgia de alta frequência é um tipo de biópsia feita ao colo do útero e remove uma pequena quantidade de células para análise, nas quais tenha sido detetada alguma anomalia num teste de Papanicolau ou noutro exame. É aconselhável esperar entre três a quatro semanas após a cirurgia antes de voltar a ter relações sexuais, mesmo que se sinta bem. O tecido cervical é bastante sensível e pode ocorrer sangramento nas semanas posteriores à cirurgia. Embora a penetração seja desaconselhada, pode continuar a ter prazer, estimulando a área exterior do aparelho genital, devendo sempre avaliar o seu nível de conforto para saber se é seguro fazê-lo. No período de recuperação deve também evitar o uso de tampões, que podem causar irritação. Aconselhe-se com o seu médico para que ele possa direcioná-la de acordo com o seu caso.
“Tenho 19 anos e devido a um grande quisto foi-me removido um ovário há 3 anos. O meu ginecologista disse-me que continuo a poder engravidar, mas tenho algum receio. A quebra de estrogénio tem algum efeito negativo a nível físico?”
Joana, Massamá
Cara leitora,
Todos os procedimentos cirúrgicos têm os seus prós e contras. O seu ginecologista, que acompanhou o seu caso, é a pessoa que melhor pode esclarecê-la, uma vez que conhece o seu processo clínico. De um modo geral, o corpo continua a produzir a mesma quantidade de estrogénio – simplesmente passa a ser produzido pelo único ovário que também assume a ovulação total (normalmente os óvulos são produzidos por um ovário de cada vez, em meses alternados). Estudos feitos indicam que as mulheres submetidas a este tipo de intervenção cirúrgica tendem a ter a menopausa mais cedo, e que há também maior probabilidade de terem um filho com síndrome de Down. Quando (e se) desejar engravidar, o processo deve ser acompanhado pelo seu ginecologista, para que possam assegurar que o seu único ovário está a ovular corretamente, visto que pode levar mais tempo a conseguir engravidar (embora também possa não haver qualquer atraso).
“Namorei três anos com o meu companheiro com quem vivo há dois e sempre nos demos bem. Embora tenhamos um relacionamento sério, há algum tempo para cá comecei a sentir-me sexualmente atraída por outro homem. Não sei o que fazer…”
Marina, Alcácer do Sal
Cara leitora,
Compreendo que se encontre bastante confusa e instável a nível emocional pelo que dá a entender pela sua carta. Relativamente a esta questão, é perfeitamente normal sentir-se dividida, e isso é bastante natural. Diz que gosta do seu parceiro actual com quem se relaciona há 5 anos, mas sente-se atraída por outra pessoa a nível sexual. No inicio do vosso namoro o ser conquistada e seduzida fê-la sentir muito especial e amada acima de tudo e de todos, mas após cinco anos a vossa relação já se tornou rotineira e a excitação já não é igual à de antes. O facto de se sentir sexualmente atraída por outro homem sugere que a leitora experimenta a necessidade de voltar a sentir a excitação da conquista. Obviamente que todos nós gostamos da sensação de conquistar e de sermos conquistados, e isso faz parte da natureza humana, mas não se pode esquecer que depois da conquista e do desvendar do mistério que se encontra por detrás da pessoa desejada, facilmente se chegará a um momento de rotina, de insatisfação e de incerteza. Fazer sexo apenas por prazer carnal pode ser uma experiência memorável, mas fazer amor com a pessoa que se ama é uma sensação bem mais intensa. Tendo em conta que tem uma relação estável e com alguns anos é aconselhável que tenha uma atitude mais ponderada e consciente para não tomar precipitadamente qualquer decisão. Se pretende salvaguardar o seu relacionamento, tente quebrar a rotina que possivelmente invadiu a vossa relação e que promoveu este tipo de pensamentos.
“Sempre tive uma vida sexual muito activa, mas de há algum tempo para cá durante o acto sexual com a minha companheira ejaculo precocemente, impedindo-a de atingir o orgasmo. Sinto que isso está a prejudicar a relação mas não sei como proceder, pois não sou capaz de evitar que isso aconteça.”Marco, FunchalCaro Leitor,Em primeiro lugar deixe-me felicitá-lo pela coragem e pela identificação da situação que está a vivenciar, o que só irá facilitar a rápida resolução da mesma e um adequado diagnóstico.É importante perceber o que mudou na sua vida, o que o torna agora incapaz de exercer um controlo eficaz sobre o tempo de obtenção do orgasmo e assim impedir a vivência a dois dos momentos de prazer. Este aspecto é fundamental para o diagnóstico adequado dado que esta situação poderá ser apenas decorrente de um período, mais ou menos difícil, que está a viver e que condiciona o seu desempenho sexual. Se assim o for, a solução passa pela procura da causa da ansiedade, que o impede de dar o seu melhor durante o acto sexual. Mas se tal assim não for, seria aconselhável consultar um especialista para lhe transmitir alguma confiança e ajudá-lo nesta tarefa. No entanto, lembre-se que se trata de uma situação muito frequente entre casais, para a qual já existe tratamento, tais como a técnica Squeeze na qual o leitor deve fazer uma pausa quando sentir que está prestes a ejacular e deve apertar a base do pénis com o dedo polegar e indicador durante 5 segundos antes de recomeçar a relação sexual.
"Tenho 65 anos e sou viúvo. Há um ano e meio que namoro uma senhora de 59 anos de quem gosto e com quem tenciono casar. Damo-nos muito bem e temos uma vida sexual bastante boa, no entanto as pessoas criticam-nos dizendo que somos "velhos demais" para essas coisas e que devíamos ter juízo. Será que eles têm razão?"
Adelino - Carnaxide
Caro leitor,
Claro que não! Ao contrário do que algumas pessoas mais jovens possam pensar, muitos homens e mulheres entre os 50 e 80 anos de idade continuam a ter relações sexuais, havendo mesmo quem afirme que sentem mais prazer agora do que quando eram mais novos. Há indivíduos no entanto que reduzem a sua atividade sexual nessas idades, mas por vezes isso é devido à dificuldade em encontrar parceiro, ou deve-se a pressões sociais como as que o leitor está a ser alvo, tabus a nível pessoal acreditando que não é correto ser sexualmente ativo, ou mesmo preocupações de saúde achando que o sexo pode causar doenças. É difícil estimar a atividade sexual em indivíduos de idades mais avançadas, pois tal como os adolescentes, eles tendem a reprimir e esconder a sua vida íntima com medo de serem criticados. Não se preocupe com aquilo que os outros pensam pois provavelmente têm ciúmes da sua relação. Aproveite a boa disposição da sua companheira, divirtam-se e vivam a vossa relação da forma que vos trouxer mais felicidade. Façam aquilo com o qual se sintam confortáveis.
"Os manuais de amor chineses vêm da tradição taoísta, os taoístas viam o sexo como uma questão de saúde, mais do que uma questão moral.
Estes sábios achavam que o desenvolvimento saudável de energia sexual é tão crucial para o bem-estar como os alimentos que comemos e o ar que respiramos
A sabedoria sexual Taoísta permite uma abordagem holística do sexo, que atrai muitos casais modernos em busca de técnicas que unam corpo, mente e espírito."
“Aqui há tempos estava numa loja e vi à venda uma colónia que continha feromonas, perguntei para que serviam e a vendedora explicou-me que as feromonas são uma substância química que fazem com que as mulheres se sintam atraídas pelos homens, assim como acontece com os animais que se atraem pelo cheiro. Isso é mesmo verdade?”
João Paulo, Sintra
Caro leitor,
As feromonas são substâncias hormonais libertadas pelos seres humanos, pelos animais, insetos e outros organismos, sendo mais popularmente conhecidas pela sua capacidade de atrair ou estimular sexualmente um ser da mesma espécie, normalmente do sexo oposto. No caso dos animais, as feromonas permitem detetar a atração sexual conducente a um comportamento de acasalamento, ou funcionam como um aviso de perigo ou risco de conflito. Os seres humanos não conseguem detetá-las conscientemente, e a forma como o corpo reage ou não é bastante variável. Contudo, o cheiro é, por si só, um dos estímulos sexuais mais importantes, sendo capaz de evocar memórias e associações mesmo passado muito tempo. Isto sucede porque a informação que o cheiro dá ao cérebro é menos filtrada e processada do que aquela que é apreendida por outros sentidos como a visão e o paladar.
Gostaria de saber quais os dias mais férteis de cada mês, quando se inicia e quando termina.
Obrigado
Cara leitora,
Antes de mais gostaria de a informar que existem outras formas de contracepção mais eficazes do que o método do calendário, em que se calcula o intervalo de tempo em que há mais probabilidades de acontecer uma gravidez, e que não evita a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis. Neste sentido, o primeiro passo que deve dar é procurar um ginecologista ou recorrer às consultas de planeamento familiar para que lhe recomendem um contraceptivo mais indicado para si.
O período fértil é calculado a partir do número de dias de cada ciclo menstrual, pelo que a mulher deve fazer o registo sistemático e perceber a sua própria regularidade, sem qualquer esquecimento. Este período inicia-se sensivelmente cinco dias antes da ovulação e cinco dias depois, que ocorre a meio de cada ciclo. Por isso, durante o seu período fértil é aconselhável não ter relações sexuais ou utilizar o preservativo nestes dias.
Este método é, ainda, desvantajoso porque implica que as menstruações sejam bastante regulares e que conheça bastante bem o seu aparelho reprodutor, para saber exactamente quando ocorre a ovulação. Este método é bastante ineficaz e muito raramente utilizado por quem não pretende engravidar, pelo deve consultar, o quanto antes, um especialista nesta área.
“Amo o meu marido mas não sou capaz de lhe dizer que não me apetece fazer amor, pois tenho medo que não me compreenda e me deixe. Fazer amor torna-se um sacrifício! O que hei-de fazer?”
Soraia, Setúbal
Cara Leitora,
A falta de desejo a nível sexual pode ser resultante de problemas emocionais entre o casal, um parto, a amamentação, a menopausa e disfunções sexuais. Esta situação também pode ser provocada por doenças orgânicas, medicação e abuso de substâncias. O stress vivido no dia-a-dia, a rotina do próprio casal, e o cansaço físico e mental agravam ainda mais esta situação. O desinteresse sexual não deve ser confundido com falta de amor, pois este é um sentimento verdadeiro e profundo. Para que não surjam mal entendidos no seu casamento converse com o seu marido e procurem juntos descobrir a causa do seu desinteresse sexual. E, se necessário, consulte um especialista em sexologia, para que este os possa ajudar a respeito do tratamento mais eficaz para si.