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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Quais as consequências de uma vasectomia?”

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Tenho 50 anos e o meu médico sugeriu que eu fizesse uma vasectomia. A minha esposa e eu temos algum medo, pois a minha mulher tem 44 anos e uma possível gravidez, nesta fase, será de risco. Também não desejávamos que ela fosse sujeita a uma intervenção mais dolorosa. Será que depois de fazer uma vasectomia, não conseguirei ter erecção e satisfazer a minha esposa como actualmente?

 

André, Figueira da Foz

 

Caro Leitor,

A vasectomia é uma cirurgia para a esterilidade planeada que não significa que vá ficar impotente. A vasectomia é, de facto, uma pequena cirurgia, que demora cerca de 20 a 30 minutos e é feita com anestesia local, para que não haja dor. Nesse momento, executam-se dois pequenos cortes no escroto de forma a cortar o canal, conhecido como canal deferente, de cada um dos lados e ata-se as extremidades. Muitos indivíduos do sexo masculino optam por este tipo de cirurgia para que a sua esposa e/ou parceira não seja submetida a uma operação muito maior e muito mais séria, chamada esterilização feminina.

Isto significa que, embora os espermatozóides continuem a ser produzidos nos testículos, já não conseguem percorrer o caminho até ao pénis. No entanto, não se verifica nenhuma alteração no desempenho sexual, nem tão pouco a perda do desejo sexual.

Qualquer indivíduo que seja submetido a uma vasectomia continua a ter ejaculação tal como antes e, inclusivamente, o sémen parece exatamente igual.

"Os homens podem usar vibradores?"

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"Gostava de saber se existe alguma implicação a nível de saúde para o uso de vibradores pelos homens, pois penso ter adquirido um fungo. Uma vez que nada sei sobre este assunto, manifesto a minha total ignorância e gostava que me esclarecesse pois tenho vergonha de consultar um médico."

 

J.P, Leiria

Caro leitor,

Se mantiver sempre o vibrador devidamente limpo e desinfectado, não terá quaisquer problemas com ele. Contudo, se não o limpar entre utilizações, pode ser um meio de desenvolvimento de fungos e bactérias. Existem no mercado produtos específicos para limpeza e desinfeção de brinquedos sexuais, mas água quente e sabão servem perfeitamente. No caso de materiais porosos, como o silicone e o látex, pode acrescentar um pouquinho de lixívia à mistura de água e sabão. Dildos de silicone ou borracha devem permanecer dentro de água a ferver até oito minutos. Se forem de látex não pode submergê-los pois irão derreter, mas pode e deve lavá-los com água quente. Deve, também, usar um preservativo sempre que utiliza o vibrador, e deitá-lo fora depois de usado. Se acha que contraiu algum tipo de doença ou infeção, ponha a vergonha de lado e consulte um médico, pois é a sua saúde que está aqui em risco e nenhum profissional sério irá julgá-lo ou discriminá-lo. No que diz respeito a dildos e vibradores, os riscos que comportam para a saúde dos homens são os mesmos que para a saúde das mulheres.

“Não sei como falar sobre isto com a minha filha…”

9 Things You Need to Tell Your Teen About Mean People

Sou pai solteiro, a mãe da minha filha deixou-a comigo quando era bebé, e criei-a sozinho. Agora a minha filha tem 14 anos, noto que já tem interesse pelos rapazes e estou preocupado pois ela qualquer dia vai começar a namorar e eu não sei como abordar o tema da sexualidade. Será que devo conversar com ela sobre isso?

António, Odivelas

 

Caro leitor

pela sua pergunta vejo que é um excelente pai, pois tem noção de que, por mais que lhe custe, a sua filha se está a transformar numa mulher. É bastante importante que os jovens sejam bem orientados nesta fase de desenvolvimento e que sintam que têm alguém com quem podem conversar e a quem podem colocar dúvidas quando estas começam a surgir. É normal que se sinta pouco à vontade a falar sobre sexo com a sua filha, por isso tente abordar o assunto com naturalidade, pois a forma como o fizer vai determinar bastante o quão confortável ela se vai sentir ao fazer-lhe perguntas. Converse com ela, explique-lhe que as alterações que está a sentir no seu corpo são normais e que é natural que sinta curiosidade sobre sexualidade, garantindo-lhe que isso faz parte do desenvolvimento de qualquer jovem. Se não se sentir à vontade para abordar o assunto com a sua filha peça a alguém da sua confiança que o faça, pois é fundamental que ela tenha uma orientação adequada nesta fase tão importante do seu desenvolvimento. Existem bons livros sobre sexualidade escritos para jovens, procure comprar-lhe um.

“Não consegui fazer amor com ela!”

“Sinto-me bastante preocupado com uma coisa que me aconteceu recentemente. Tenho 26 anos e nunca tive problemas com a erecção, porém há duas semanas saí com uma pessoa com quem namoro e não consegui fazer sexo. E o que mais me deixou perplexo é que eu já tive relações com ela. Porque é que isto sucedeu?”

Rui, Coimbra

 

Caro leitor,

Não se preocupe com o sucedido, pois o seu problema parece ter surgido por factores de uma situação pontual, ou momentânea – como refere ter saído, pode ter tido essas dificuldades por ter bebido álcool, estar cansado devido ao trabalho, ou mesmo por ter alguma preocupação a atormentá-lo.

Tente não entrar num ciclo vicioso, pois quando sente que uma experiência corre mal, pode começar a sentir ansiedade de antecipação e ficar preocupado com isso, o que influencia muito a próxima relação sexual, de modo negativo.

Um homem não tem de querer e desejar relações sexuais a toda a hora: pode estar bem com a sua parceira, mas não lhe apetecer naquele momento e, por isso, o seu cérebro e o seu corpo não responderem aos estímulos de prazer.

Tente abstrair-se de problemas e não pensar nessa única vez em que as coisas não correram como gostaria, tente relaxar, não partir logo para a penetração mas demorar-se nas carícias, sentir o corpo da outra pessoa e o prazer e satisfação que lhe pode oferecer, descobrir as suas zonas erógenas preferidas…

Se o problema persistir, pense em consultar um médico especialista ou um sexólogo/a, para que não deixe esta pequena dificuldade crescer em bola de neve na sua vida.

"Nunca mais atinjo o orgasmo!"

Worried man in the office by Wavebreakmedia | VideoHive

"Ao contrário de muitos homens que sofrem de ejaculação precoce ou impotência, eu tenho o problema inverso: mantenho um grau de excitação muito elevado durante muito tempo, o que faz com que demore mesmo muito tempo até conseguir atingir o orgasmo, o que é esgotante para a minha companheira. O que posso fazer?"

Tiago, Lisboa

 

Caro leitor,

Atingir o orgasmo é o objetivo que a maior parte das pessoas tem em mente quando tem relações sexuais. Contudo, por vezes o facto de estar tão concentrado em atingir o orgasmo acaba por fazer com que seja mais difícil alcançá-lo. Desfrutar das sensações e concentrar-se única e exclusivamente no momento ajuda, mas algumas pessoas têm dificuldade ou incapacidade em alcançar o orgasmo, devido a fatores fisiológicos ou psicológicos. Manter a excitação durante muito tempo, mas sem conseguir chegar ao clímax, pode também ser um efeito secundário de algum medicamento, como por exemplo os antidepressivos. Consegue atingir o orgasmo mais rapidamente quando se masturba? No caso dos homens, a medicação que tomam pode impedir a ereção, ou mesmo o orgasmo. Se está a tomar algum tipo de medicamento, converse com o seu médico a fim de avaliar se pode ter ou não interferência no seu desempenho sexual. As drogas, como por exemplo a cocaína, também interferem no orgasmo, por isso se experimentou esta dificuldade após ter consumido alguma droga tal pode ter afetado o seu desempenho. É importante distinguir se consegue atingir o orgasmo enquanto se masturba, para perceber se a dificuldade que sente pode ter a ver com ansiedade, com a parceira ou com outros fatores psicológicos, que deverá analisar com um terapeuta que avalie personalizadamente o seu caso.

“As drogas afectam o meu desempenho sexual?”

Boy smoking shared by @ophelia_darling on We Heart It

 

“Tenho dezassete anos e alguns amigos meus consomem drogas antes de praticarem o acto sexual, e dizem que as drogas contribuem para melhorar o seu desempenho. É verdade?”

Carlos, Amadora

 

Caro leitor,

A maioria das afirmações sobre o possível efeito afrodisíaco das drogas é um mito, e a verdade é que estas provocam dependência e, quando consumidas em doses excessivas, podem mesmo levar à morte. Outro aspecto importante é que as pessoas que consomem drogas têm maiores probabilidades de contrair infecções sexualmente transmissíveis por se colocarem em situações de risco. A Cannabis aumenta a excitação, mas as suas consequências são negativas para as capacidades sexuais; a Cocaína pode levar o consumidor a apresentar ejaculação e orgasmos retardados aliados ao desinteresse sexual; a Nicotina diminui a fertilidade e provoca problemas circulatórios que levam à impotência; o Ecstasy leva a uma excitação elevada, que é provocada pela aceleração do ritmo cardíaco, mas a relação sexual não é sentida com prazer; a Heroína provoca ausência de desejo, problemas de orgasmos, fertilidade e de ejaculação; o Álcool provoca desinibição e relaxamento, mas as consequências de consumos excessivos provocam impotência e problemas de ejaculação. Estas são algumas das drogas mais conhecidas, claro que existem outras que também prejudicam as relações sexuais e a própria saúde dos indivíduos. Lembre-se que o prazer não depende de drogas!

“Posso vir a ter cancro da próstata?”

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“Tenho cinquenta anos e ultimamente ando muito apreensivo pois como tenho ouvido falar sobre o cancro da próstata gostaria de saber do que se trata, e como se pode diagnosticar esta doença. Existem possibilidades de vir a contraí-la?”

Luís, Santiago do Cacém

 

Caro leitor,

O cancro da próstata é uma das doenças que mais afecta os homens com idade superior aos cinquenta anos. No sentido de prevenir esta doença, é importante que, a partir dos quarenta e cinco anos, todos os homens consultem um médico e façam o exame do toque rectal. Caso seja diagnosticado algo de anormal, é essencial que se faça uma ecografia transrectal com biopsia prostática. Através das partículas retiradas para a biópsia é possível a realização de um exame de análise da patologia, de modo a avaliar o estado do tumor, pois é necessário averiguar se está apenas restringido à próstata ou se alastrou para outros órgãos periféricos, tais como a bexiga, vesículas seminais ou recto ou se espalhou metástases. Os sintomas mais frequentes neste tipo de doença são a extrema dificuldade em urinar, pouca pressão ao urinar, sensação de não esvaziar a bexiga por completo após urinar e, em alguns casos, sangue na urina. Tal como em muitas doenças, o ideal é manter um espírito de prevenção.

“Não tenho necessidade de fazer sexo!”

“Tenho 26 anos e nunca tive um namorado, nem estive com alguém e também não sinto muita vontade de o fazer. Vejo que as minhas amigas e as pessoas à minha volta não são assim. Serei normal?”

Linda, Bragança

 

Cara Leitora,

A sexualidade é uma dimensão importante da nossa vida, mas nem todos nós precisamos de ter uma relação para nos sentirmos felizes na nossa vida. A questão principal é mesmo se se sente feliz tal como está. A intimidade é uma experiência que nos enriquece muito, que nos traz grande felicidade e nos faz evoluir como pessoas; mas pode também ser vivida em relações de amizade, familiares ou outras – não tem obrigatoriamente de passar por namorar.

É verdade que quanto menos exercitamos a nossa vida sexual, menos temos vontade de ter relações sexuais. Analise se não tem mesmo vontade de entrar numa relação íntima ou se as evita por medo de se dar a conhecer, por receio que não gostem de si, por medo de arriscar descobrir esta nova dimensão da sua vida. Não entre numa relação por pressão social ou porque os outros o fazem, mas tente conhecer-se a si mesma, ao seu corpo e ao prazer que pode tirar dele (na masturbação, por exemplo) e arrisque encontrar a melhor maneira de viver a sua vida e a sua sexualidade.

 

“Como posso facilitar a penetração?

8 Relationship Tips Couples Therapists Are Giving All the Time Right Now |  SELF“Gostava de saber se existe algum produto ou objecto que eu possa introduzir para alargar a vagina, com o objectivo de facilitar a penetração. Existe algum creme para a deixar mais relaxada? Sinto muitas dores durante a penetração!”

Felícia,  Abrantes

Cara leitora, 

A vagina é bastante flexível, permitindo até o nascimento de uma criança, por isso não necessita de objectos para aumentar o seu tamanho. A forma mais adequada para facilitar a sua elasticidade é estar descontraída durante o acto sexual e bem estimulada. Deve também utilizar um gel lubrificante durante a penetração, pois este vai facilitá-la, fazendo com que esta seja menos dolorosa e, logo, que os músculos estejam mais descontraídos.

 

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