“Tenho 23 anos e sou doente diabética, tomo medicação para controlar a doença. Uma vez que tenho um namorado há pouco tempo estou com algum receio que a minha doença possa interferir negativamente na minha vida sexual. Gostaria que me esclarecesse a esse respeito e que me indicasse o que posso fazer.”
Sílvia, Beja
Cara Leitora,
Alguns estudos têm demonstrado que algumas mulheres com diabetes têm tendência a ter algumas dificuldades no que respeita ao seu desempenho sexual. Alguns dos problemas mais frequentemente diagnosticados são a diminuição do desejo sexual, a redução da lubrificação vaginal e dor durante a penetração sexual.
Porém, se receia que o facto de ter diabetes e de ter uma medicação rígida de alguma forma possa condicionar a sua vida sexual, é importante que fale com o seu médico assistente ou solicite a ajuda dos membros da sua equipa de aconselhamento da diabetes para que juntos possam encontrar alternativas para ultrapassar esta questão. Alguns medicamentos para a diabetes têm como efeito secundário a redução da libido que é responsável pelo desejo sexual. Mas tenha em consideração que cada pessoa é um caso e a diabetes tem diferentes repercussões de pessoa para pessoa.
Não encare a diabetes como um entrave à sua vida sexual. Tente ter uma postura mais descontraída e se considerar necessário, peça ajuda ou uma orientação médica.
“Sempre me disseram que quando um grupo de mulheres é muito unido as menstruações começam a ocorrer ao mesmo tempo. Achava que era um mito, mas a verdade é que isso tem acontecido comigo e com as minhas amigas. Há alguma explicação científica??”
Teresa, Vila Verde
Cara leitora,
De facto, há muitas pessoas que falam sobre a sincronicidade dos ciclos menstruais de mulheres que têm uma relação de proximidade ou mesmo uma convivência diária, como por exemplo no caso de colegas que trabalham na mesma sala. Este fenómeno foi primeiro estudado em 1971 por um investigador que constatou que existem fatores, como a libertação de feromonas, que influenciam o ciclo menstrual, fazendo-o aproximar-se do de outras mulheres com quem existe proximidade. Mais tarde, estudos feitos apontaram para erros que podem ter condicionado o resultado nesse primeiro estudo, e as investigações mais recentes não apoiam essa teoria. O que acontece, provavelmente, é que quando duas ou mais mulheres têm uma relação de anos e anos de convivência naturalmente que, em alguma altura ou outra, o seu ciclo menstrual acaba por coincidir! Hoje em dia não se considera que as feromonas afetem o ciclo menstrual, mas há outros fatores que o condicionam, nomeadamente a toma da pílula, o stress, a existência de doenças, perturbações alimentares, etc.
“Tenho 46 anos e estou a entrar na menopausa. Já consultei o meu médico e estou a fazer reposição hormonal, o que tem ajudado bastante a aliviar os sintomas. Apesar de estar a fazer o tratamento, tenho alguns problemas a nível sexual, pois todas as vezes que tenho relações sinto dores durante a penetração. O que posso fazer para reduzir este desconforto?”
Sofia, Porto de Mós
Cara leitora.
Muitas mulheres sofrem alterações nas suas vidas sexuais depois de entrarem na menopausa, podem sentir dores, falta de apetite sexual, dificuldade em atingir o orgasmo, entre outras. No seu caso a leitora sente dores, isso é devido à falta de lubrificação da vagina, o que é bastante normal na sua situação. Aconselho a usar um lubrificante antes da penetração, o que reduzirá bastante o seu desconforto. Existem vários lubrificantes no mercado, alguns até com sabores, o que pode trazer novidade à vossa relação. Caso os sintomas persistam, deverá comunicar esse facto ao seu médico.
“Eu e o meu namorado gostamos de dar largas à imaginação e experimentamos por em prática as mais loucas fantasias. Aqui há tempos experimentei fazer-lhe sexo anal com um dildo e ele adorou, de tal maneira que a partir daí a verdade é que dou por mim a questionar-me se ele poderá ser gay…"
Clara, Porto
Cara leitora, o facto de ele ter gostado não significa que tenha tendências homossexuais. A maioria dos homens sentiria igual prazer, se tivesse coragem de experimentar. Isto porque, perto da entrada do ânus, está localizada a próstata. Por trás desta encontra-se uma das zonas mais sensíveis do corpo masculino, devido a ter uma rede bastante rica de nervos, que causam um prazer intenso quando estimulados. Infelizmente, para os homens, a estimulação da próstata através da introdução do dedo no ânus não é comum e é muitas vezes associada a práticas homossexuais, o que está errado. Existem muitos casais que praticam esse tipo de estimulação e há muitos homens que, independentemente da sua orientação sexual, deliram com essa prática.
“Apareceram-me uma manchas vermelhas no céu da boca e estou com receio que seja herpes. Sou virgem, nunca tive nenhum tipo de relação sexual, mas fiquei com receio de ter contraído o vírus de alguma forma, pois já beijei dois rapazes. Como posso ter a certeza?”
Joana, Montijo
Cara leitora,
É essencial consultar o médico e fazer os exames que ele achar convenientes pois nenhum diagnóstico fidedigno pode ser feito se não houver uma consulta presencial. Os sintomas que descreve podem ser causados por uma grande variedade de fatores, e importa conhecê-los e reconhecer o que se passa para poder ser devidamente tratada. O herpes oral pode ser transmitido através do contacto com saliva de uma pessoa infetada, nomeadamente pelo beijo ou pela partilha de objetos, como talheres. As manchas vermelhas que diz ter no céu da boca podem ser indício de herpes se forem sucedidas por uma úlcera branca ou acinzentada que aparece no centro das manchas. No entanto, apenas o médico pode examiná-la e fazer o diagnóstico, pois estas manchas também podem indiciar outro tipo de infeção oral ou serem resultantes de uma ferida que fez no céu da boca ao mastigar um alimento mais duro, por exemplo.
“O meu ex-namorado terminou comigo há um ano e meio, após quatro anos de namoro. Já tenho outro namorado mas o problema é que continuo a seguir todos os passos do meu ex-namorado e da namorada dele, por mais que tente não consigo evitar! Não sei o que fazer…”
Lígia, Coimbra
Cara leitora,
Aceitar o fim de uma relação nem sempre é fácil, especialmente quando foi a outra pessoa que decidiu terminar. No entanto, a situação que refere é uma falta de respeito para com o espaço individual do seu ex-namorado, que está no seu direito de refazer a sua vida, para com o seu atual namorado, que está a construir uma relação com uma pessoa que ainda vive presa a outra, e para consigo, que não se permite a si própria seguir em frente. Nesse sentido, para que possa ser feliz e deixar que as outras pessoas também o sejam, é aconselhável consultar um psicólogo, que possa explorar consigo as causas que a fazem continuar a agir dessa forma e, através do acompanhamento terapêutico, ajudá-la a libertar-se dessa situação. Reflita sobre aquilo que não está bem na sua vida, e que a faz continuar ligada a alguém com quem já não tem uma relação. Refere que tem um namorado, mas continua a seguir o seu ex-namorado, o que pode indiciar pouco interesse da sua parte no seu relacionamento atual. Avalie se não terá necessidade de estar sozinha para que, devidamente acompanhada por um terapeuta, possa compreender o que deseja para a sua vida, que lições aprendeu com esta experiência e o que pode realmente fazer para ser feliz, concentrando-se única e exclusivamente em si, e naquilo que pode fazer pelo seu bem-estar e realização.
“Tenho 19 anos e ainda sou virgem, mas namoro há seis meses com um rapaz com quem planeio perder a virgindade. Tenho receio das dores, porque as minhas amigas que já perderam a virgindade relatam experiências dolorosas. Como posso evitar que isso aconteça comigo?”
Joana, Barcelos
Cara leitora,
A chamada “primeira vez” pode, de facto, não ser tão idílica como acontece nos filmes, pois a esse momento estão associados nervosismo, ansiedade e falta de à vontade que podem defraudar as expetativas e criar cenários muito diferentes daqueles que antes se idealizaram. Antes de mais, é importante assegurar-se de que quer dar esse passo e fazê-lo em segurança. Deve ir ao médico e pedir ao seu namorado que faça também exames para ter a certeza de que não corre riscos para a sua saúde. Depois, é fundamental usar preservativo, que além de a proteger contra uma gravidez indesejada também a protege de infeções sexualmente transmissíveis. Em relação às dores, não pense antecipadamente que as vai ter, pois quanto mais relaxado o seu corpo estiver menor probabilidade terá de sentir dores. Ter uma boa lubrificação é essencial, e nesse sentido aconselho a que dediquem bastante tempo aos preliminares, explorando toques, carícias, masturbação mútua e sexo oral antes de passarem à penetração. Quanto melhor forem conhecendo o corpo um do outro, reconhecendo aquilo que lhes dá prazer, maiores probabilidades terão de que a relação sexual flua de forma harmoniosa e sem dores. Só devem avançar quando se sentir preparada e quando o seu corpo estiver completamente relaxado e excitado, para que a lubrificação facilite a penetração. Podem usar um lubrificante à base de água e devem avançar gradualmente para que o corpo possa habituar-se, sem movimentos bruscos. A comunicação, verbal e não verbal, é também um ponto chave para que tudo corra bem, por isso não tenha receio de ir dizendo ao seu namorado aquilo que sente e de deixar que o seu corpo se manifeste, para que ele possa compreender de que forma gosta mais de ser tocada, e como podem proporcionar maior prazer um ao outro.
"O meu namorado sente dores quando urina e quando ejacula. Nenhum de nós teve outro parceiro sexual e nenhum de nós tem infeções sexualmente transmissíveis. Andámos a pesquisar na Internet e temos receio que ele tenha uma inflamação. Será que o sexo oral pode danificar a uretra?"
Vanessa, Guimarães
Cara leitora,
pela informação que dá não refere se o seu namorado sente dor sempre que urina ou ejacula, ou apenas de vez em quando. Numa questão desta natureza é fundamental e imperativo que ele seja visto por um médico especialista. É relativamente comum os homens sentirem ardor ou desconforto quando urinam imediatamente após a ejaculação, o que sucede devido à fricção aplicada à uretra durante a masturbação, o sexo anal ou vaginal. No caso do sexo oral esta irritação provocada aos tecidos da uretra é menor, por isso em princípio não terá sido essa a causa do desconforto e dor que refere. Esta dor pode também dever-se a uma infeção ou inflamação da uretra, da próstata ou do epididimo, canal que leva o esperma dentro dos testículos. Tanto as infeções sexualmente transmissíveis como as que se transmitem de outro modo podem afetar todas estas partes do sistema reprodutor. A alergia aos ingredients usados na composição dos preservativos e lubrificantes também pode causar esse desconforto. Por isso, é aconselhável que ele consulte um médico para averiguar o que se está a passar.
“Desconfio que a minha namorada está grávida, mas ela recusa-se a fazer o teste de gravidez e acha que é imaginação minha. Como podemos ter a certeza em relação a uma possível gravidez? Quando surgem os primeiros sintomas?”
Valter, Almada
Caro leitor,
É muito importante advertir a sua namorada para a importância de detetar uma gravidez o mais cedo possível, para que possa ser acompanhada pelo médico e garantir o máximo de segurança tanto para ela como para um possível bebé. Nesse sentido, ela deve fazer um teste de gravidez se o seu período já está em falta e consultar o médico para que possa ser acompanhada. Muitas mulheres notam os primeiros sintomas logo ao fim de poucas semanas, e estes geralmente manifestam-se como fadiga excessiva, náuseas e até mesmo vómitos, dores de cabeça, mudanças de humor, obstipação, dores mamárias, desejo súbito de certas comidas, ou aversão inexplicável por outras, enjoos perante cheiros que antes lhe eram agradáveis. Algumas mulheres podem ter algum fluxo menstrual, antes do tempo, outras podem chegar a ter febre. Convença a sua namorada a fazer um teste de gravidez o quanto antes, pois é fundamental que, caso esteja grávida receba o acompanhamento médico devido.
"A minha namorada foi ao médico e foi-lhe diagnosticada uma infeção urinária. Está a tomar a medicação devida, mas gostávamos de saber se existe algum risco em continuarmos a ter relações sexuais enquanto ela não estiver restabelecida."
Pedro, Corroios
Caro leitor,
As infeções urinárias provocam ardor e desconforto vaginal, o que por si só pode fazer com que a sua namorada não sinta vontade de ter relações sexuais enquanto continua a ter esses sintomas. Muitos médicos desaconselham a prática sexual enquanto se tem um infeção urinária, e até duas semanas após o desaparecimento dos sintomas. Uma vez que o ato sexual pode causar dor por pressionar a uretra ou a bexiga que estão inflamadas, apenas a sua namorada poderá dizer-lhe quando se sente preparada para retomar a vossa vida sexual normal. No caso de a infeção urinária ter sido provocada por uma infeção sexualmente transmissível, como a clamídia, por exemplo, existe ainda o risco de ela o contagiar, e nesse sentido é importante que tenham ainda maiores cuidados, usando preservativo quando retomarem as relações sexuais, caso não o costumem usar. Nesta fase em que a sua namorada se encontra com este problema de saúde, dêem largas à imaginação e explorem outras formas de retirarem prazer, como beijos e carícias, massagens e outro tipo de contacto íntimo que não envolva a penetração ou a fricção na área que neste momento está a ser tratada.