“Tenho 31 anos, e nunca tive uma vida sexual muito activa. Na minha última relação, apesar de amar o meu companheiro, não conseguia satisfazê-lo porque tinha muito medo de ser penetrada. Sinto muitas dores, mas acho que é um problema psicológico, porque não consigo relaxar. Isto está-me a prejudicar bastante, iniciei recentemente um relacionamento mas parece que tenho trauma de ter relações, envolvo-me bastante e tenho desejo de continuar mas de repente (parece que se passa algo) páro e o meu companheiro não entende porque faço isso. Acho que é um problema que não consigo resolver. Gostava que me indicasse se devo procurar ajuda clínica ou psicológica.
Teresa, Guimarães
Cara leitora,
O seu caso pode tratar-se de uma perturbação sexual feminina, mas tal diagnóstico só pode ser feito numa consulta presencial e com avaliação fisiológica médica e sexológica. Existem duas perturbações sexuais femininas da dor: o vaginismo e a dispareunia. Estes problemas acontecem a muitas mulheres, e não deve deixar de tentar viver a sua sexualidade por isto lhe acontecer nem sentir-se culpada. Deve procurar ajuda especializada para esclarecer se as suas dificuldades são psicológicas ou fisiológicas e reflectir sobre um tratamento adequado. Entretanto pode explorar com o seu novo companheiro outras formas de ter relações sexuais, não só através da penetração… Explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua (pode começar sozinha para descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá mais prazer), o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites!
“Tenho 16 anos e estou muito preocupada porque perdi a virgindade há 3 meses com o meu namorado, temos tido relações sexuais muito frequentemente e desta vez já estou com um atraso de 3 dias. Isto assusta-me porque, apesar de usarmos sempre preservativo, a minha menstruação nunca atrasou antes. Apesar de usar preservativo pode existir o risco de gravidez? Estou assustada porque somos ainda muito novos para ser pais.”
Tatiana, Setúbal
Cara leitora,
Os métodos contraceptivos cumprem o seu papel se forem bem utilizados. Os sinais de que um preservativo não foi bem utilizado são: ficar dentro da vagina/ânus, estar rasgado depois de retirado, ter ar lá dentro depois de colocado… Um atraso de 3 dias não é ainda razão para se preocuparem com uma gravidez indesejada, pode ser devido a muitas razões, mas se continuar façam um teste de gravidez numa farmácia e planeiem ir juntos a uma consulta de planeamento familiar. Há outros métodos contraceptivos que podem deixar-vos mais descansados para gozarem a vossa vida sexual (por exemplo a pílula, o anel vaginal, os adesivos, etc.). Mesmo assim, a utilização adicional do preservativo é desejável, pois é o único a prevenir as infecções sexualmente transmissíveis, para além da gravidez.
“Tenho 21 anos e nunca tive nenhuma relação sexual. No entanto, comecei a sair com uma rapariga de quem gosto muito e sempre que estamos juntos e temos algum contacto mais íntimo (beijos, carícias…) involuntariamente sinto uma breve erecção, que passado uns 30 segundos volta ao normal. Quase sempre que isto acontece há uma pequena libertação de um líquido (penso que não seja esperma pois é incolor/transparente) através da uretra. Isto é muito embaraçoso para mim pois tenho receio de avançar com a relação para algo mais sério devido a esta situação.”
João, Albufeira
Caro leitor,
A resposta sexual humana tem várias fases: desejo, excitação, planalto, orgasmo e resolução. Nas situações sexuais podemos passar por algumas ou por todas estas fases: o que descreve são situações em que se sente excitado e, como tal, é muito natural que sinta pequenas erecções e libertação de lubrificante masculino, que não é bem sémen, mas contém já alguns espermatozóides. Não há razão para se sentir preocupado nem com vergonha – a sua namorada e amiga compreenderá que a resposta sexual masculina é diferente da feminina e que na vossa sexualidade há muito a descobrir!
Experimente ter relações sexuais, levem o tempo que for necessário para se sentirem confortáveis e íntimos um com o outro - não se trata só de penetração, mas de dar e de receber prazer - e façam uma consulta de planeamento familiar antes para utilizarem um método contraceptivo adequado e não terem a preocupação de uma gravidez indesejada a invadir o vosso prazer. Se quiser utilizar preservativo, que vos protege igualmente das infecções sexualmente transmissíveis, tente usá-lo sozinho na masturbação primeiro, para que se habitue a ele e seja mais fácil a sua utilização posterior na relação sexual.
Uma relação amorosa pode dar origem a bastante felicidade, mas também a muita mágoa e sofrimento, quando não corre tão bem quanto desejado. A maioria das pessoas passa horas a preocupar-se com as suas relações amorosas, pois estas são uma parte integrante das suas vidas.
O ser humano é curioso e procura compreender como os seus relacionamentos começam, como se desenvolvem e como, por vezes, terminam num labirinto de ódio e dor.
Segundo investigadores norte-americanos, o ser humano necessita de estabelecer relacionamentos íntimos duradouros para funcionar normalmente. Existe uma necessidade humana de ser aceite e amado pelos outros, que é satisfeita através de relacionamentos íntimos duradouros. Uma vez que essa necessidade seja satisfeita, a busca de intimidade cessa, mas se isto não for conseguido podem surgir vários problemas emocionais.
Devido a esta necessidade humana de ser aceite e amado o fim de um relacionamento pode ser muito doloroso, fazendo com que os indivíduos lutem durante muito tempo para manter relações que há muito deviam ter terminado.
Investigações norte-americanas sugerem que pessoas divorciadas, que perderam o parceiro, ou que estão sozinhas há muito tempo, têm a pressão arterial mais elevada, menor longevidade de vida e o sistema imunitário mais fraco do que as pessoas que têm relacionamentos estáveis, duradouros e felizes.
A qualidade dos relacionamentos amorosos, além de influenciar o bem estar físico de um indivíduo, influencia também a sua saúde mental. Pessoas que têm casamentos felizes têm menos depressões, menos problemas de alcoolismo, menos desordens alimentares e doenças mentais, do que aquelas que vivem relacionamento infelizes, em que as suas necessidades básicas de aceitação e carinho não estão a ser satisfeitas.
Podemos portanto dizer que o bem estar físico e emocional de grande maioria das pessoas está diretamente relacionado com a sua satisfação em relação aos seus relacionamentos íntimos. Fatores como a água, comida e abrigo são obviamente essenciais para a sobrevivência humana, no entanto, a necessidade de ser aceite e de criar intimidade é também fundamental para uma vida longa e feliz.
Não existe nenhuma fórmula mágica que possa garantir durabilidade e felicidade numa relação, mas existem vários factores que podem contribuir para o seu sucesso:
* Partilha
Um desses fatores é a partilha de sentimento, sonhos e receios, ou seja, para o sucesso de uma relação os parceiros devem sentir-se seguros e confortáveis um em relação ao outro, de forma a poderem partilhar os aspectos mais privados das suas vidas.
* Ligação forte
Outro aspeto bastante importante é o desenvolvimento de uma ligação saudável e forte entre os parceiros, pois o comportamento de um parceiro vai inevitavelmente afectar o comportamento do outro, por isso o respeito e a comunicação são fundamentais na vida de um casal.
* Dependência saudável
Nas relações amorosas, principalmente nas mais longas, existe também uma dependência entre parceiros que pode ser emocional, física e mesmo financeira. Na maioria das vezes, esta dependência pode controlar as decisões de cada parceiro durante a relação, ou mesmo depois desta ter terminado. A dependência entre um casal é saudável até certo ponto, mas por vezes pode tornar-se perigosa e doentia, se um dos parceiros for controlador e o outro for submisso e emocionalmente fraco, fazendo com que a relação se torne abusiva. Desta forma, para que uma relação seja saudável, duradoura e feliz é fundamental que a dependência entre parceiros exista com peso e medida, de forma saudável e produtiva, e não doentia e destrutiva.
* Planos a dois
À medida que uma relação evolui e as pessoas se vão sentindo mais seguras e emocionalmente envolvidas, passam a considerar-se um casal em vez de duas pessoas totalmente independentes. Desta forma, passam a ver o mundo em termos do "nós" fazendo planos a dois e não na base do "eu", na qual cada indivíduo se preocupa apenas com o seu próprio futuro e bem-estar. Esta mudança na forma de ver o futuro é um sinal de que o relacionamento está a progredir e que tem hipóteses de se tornar duradouro.
* Confiança
Outro factor fundamental num relacionamento é a confiança, pois uma vez que esta seja danificada vai fazer com que os parceiros se afastem e comecem a pensar novamente em termos do "eu" e não do "nós".
* Compromisso
O compromisso, tal como a confiança, é outro factor essencial para que uma relação se desenvolva de forma positiva. A grande maioria das relações estáveis e duradouras requerem compromisso e investimento por parte dos dois intervenientes. Este compromisso e investimento fazem com que ambos juntem forças para garantir o futuro do relacionamento. Caso isto não suceda, pessoas que já foram bastante próximas distanciam-se cada vez mais, levando, eventualmente, ao fim do relacionamento. Em conclusão, nenhum destes fatores, por si só, é responsável pelo sucesso de uma relação amorosa, mas quanto maior forem a harmonia e entendimento entre o casal a nível dos fatores mencionados previamente, maiores serão as hipóteses de que a relação seja estável e duradoura.
“Tenho 45 anos, sou casada há 15, e ultimamente tenho-me sentido insatisfeita sexualmente. Como devo lidar com a situação?”
Carla, Coimbra
Cara Leitora,
Uma vez que já está com o seu marido há 15 anos pode fazer com que a vossa relação tenha caído na rotina. Reflicta um pouco para que possa averiguar o que gostaria de alterar no vosso relacionamento, e converse com o seu marido para que juntos possam delinear estratégias que devolvam alguma diversidade à vossa vida sexual. Tenha imaginação e tente descobrir, juntamente com o seu marido, novas formas de sentir prazer e de estimular a vossa imaginação, não deixe que a vossa relação caia na rotina.
“As infecções urinárias podem ser transmitidas através das relações sexuais?”
“Ultimamente, tenho feito vários tratamentos para tratar infecções urinarias mas tenho uma dúvida, será que as infecções urinárias podem ser transmitidas através das relações sexuais?”
Sonia, Gondomar
Cara Leitora,
Existem algumas doenças sexualmente transmissíveis que podem causar inflamação na uretra, porém, as infecções do aparelho urinário e as bactérias a si inerentes não são consideradas DTS, o que não invalida que estas possam estar relacionadas com o acto sexual. Isto tendo em conta que as mulheres que têm uma vida sexual activa estão mais predispostas a estas infecções do que as não que não tem uma vida sexual activa. Em alguns casos após o acto sexual algumas bactérias instaladas na zona vaginal podem ser direccionadas para a bexiga através da uretra. Desta forma, um dos meios de prevenção é urinar logo após o acto sexual para que possa expelir as bactérias do aparelho urinário. Advirto-a para a importância do devido acompanhamento médico para estes casos, ainda para mais quando é uma pessoa bastante permeável a estas situações.
“Eu sei que as mulheres costumam reclamar dos homens por estes não serem emocionalmente insensíveis, mas o meu problema é exactamente o oposto. O meu namorado é sensível demais! O que começou por ser algo atractivo está a tornar-se bastante aborrecido pois ele está sempre a choramingar e eu tenho de lhe fazer as vontades todas! O que devo fazer?”
Liliana, Sacavém
Cara leitora, Realmente isso pode ser bastante aborrecido. O homem ideal seria aquele que é capaz de expressar as suas emoções e de ouvir a sua parceira fazendo-a sentir-se amada e compreendida, sem nunca deixar de ser o homem da relação! No seu caso, parece que o seu namorado é bastante imaturo preocupando-se apenas com as suas necessidades, sem ter em consideração os seus sentimentos. O seu namorado está a utilizar esse tipo de comportamento como uma forma de a controlar, o que demonstra bastante insegurança e egoísmo da parte dele. Compreendo que no princípio ele a tenha atraído pela sua sensibilidade, pois era algo diferente. Infelizmente, por mais que a leitora tente, não o vai conseguir mudar pois existem problemas mais profundos que o fazem comportar-se dessa forma. Se quiser continuar nessa relação aconselho-a a procurar apoio profissional.
“Estou com o mesmo namorado há dez anos e tenho notado que o meu apetite sexual tem diminuído. As minhas relações sexuais têm sido mais espaçadas. Será que isto é normal?”
Nuno, Lisboa
Caro Leitor,
Os impulsos sexuais são controlados pela hormona sexual masculina, a testosterona, que é variável de pessoa para pessoa. A frequência com que um casal tem relações sexuais depende de vários fatores, nomeadamente da longevidade da relação, pois quanto mais tempo estiverem juntos é natural que a frequência das relações diminua ao longo desse tempo. A saúde de ambos tem muita influência nas relações sexuais, se existir algum problema de saúde é natural que a frequência seja menor. O nível financeiro do casal, quem tem uma vida profissional muito ativa tem menos tempo para relações sexuais. A idade de ambos é um fator a não esquecer, pois quando envelhecemos há uma diminuição da frequência do ato sexual. Para tentar mudar o que lhe está a acontecer, e que o está a preocupar, o melhor será evitar alguns fatores, tais como o stress, o consumo de bebidas alcoólicas, deixar de fumar, verificar com o seu médico a sua medicação que poderá estar a influenciar o seu desempenho e tente praticar mais exercício físico. Experimente também ter uma conversa com o seu companheiro, de forma a quebrar a monotonia e apimentar a vossa vida sexual.
O nosso aniversário de namoro está próximo e eu gostaria de surpreender a minha namorada com uma massagem erótica, mas não sei como proceder.”
Gustavo, Lisboa
Caro Leitor,
A pele que reveste o corpo humano pode ser considerado como um órgão bastante complexo no que respeita à resposta sexual e por isso as massagens eróticas são uma boa forma de criar um encontro mais sensual e excitante, fazendo com que a sua namorada delire de prazer. O corpo humano está repleto de áreas com especial sensibilidade sexual, que são fortes zonas erógenas se forem corretamente estimuladas. Se quer impressionar a sua namorada, aconselho-o a comprar um livro que o ensine a respeito dessas zonas erógenas, tais como os pés ou as palmas das mãos. Depois utilize um creme de massagem com aroma sensual e deixe que a sua namorada aproveite todo o prazer que uma massagem lhe pode proporcionar.
Olá, eu e o meu namorado temos relações, e ele tem problemas com ejaculação retardada, pois não consegue ter orgasmos apenas com a penetração, para ele gozar é necessário que ele tire o pénis e faça sexo oral e então ele consegue chegar ao orgasmo! Além disso, quando ele vai gozar, é preciso que ele contraia seus músculos e precisa colocar muita pressão!!! Conversámos e ele acha que deve ter algum problema! O que poderá ser? Quero ajudá-lo para que ele tenha mais prazer e não que tenha que fazer força??!! Eu penso que seja um pouco psicológico, pois ele disse que antes de namorar comigo ficava com as garotas, tinha relações, porém nunca tinha orgasmos por medo ou por não confiar...sexo para ele era só status!!
Marieta
Cara Marieta,
Parece que o seu namorado tem dificuldades de ejaculação retardada, em que o homem sente bastantes dificuldades em ejacular, mas tal deve ser diagnosticado em consultas presenciais e por especialistas em sexologia. As nossas consultas podem ser marcadas em 21 318 25 91 e o consultório fica no Saldanha, em Lisboa. No entanto, algumas causas desta perturbação podem ser medicamentos que esteja a tomar (como por exemplo SSRI’S/anti-depressivos), por isso se for esse o caso, consulte o se medico e explorem a possibilidade de alterar a medicação ou a dose.
Notem bem que o tempo da ejaculação depende de homem para homem e da pessoa com quem está a ter relações sexuais – lento e demorado para uns pode ser curto e rápido para outros. A confiança na parceira é realmente importante para se atingir o orgasmo e o seu namorada deve explorar modos de o atingir, consigo, que dêem prazer a ambos. Por exemplo: juntar lubrificante (há de vários tipos, que aumentam a circulação sanguínea, líquidos, pomadas, com diferentes aromas…), ter o orgasmo com masturbação em vez da penetração vaginal, sexo oral, e mesmo a utilização de um vibrador para ajudar a estimular e atingir o orgasmo mais rapidamente. Se ainda assim não se sentirem satisfeitos com a vossa vida sexual procurem ajuda especializada de sexologia e muito boa sorte!