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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Clítoris inchado”

Tenho 18 anos e cada vez que eu e o meu namorado curtimos ele toca-me no clítoris, mas eu nunca atinjo o orgasmo, o problema é que passados alguns dias este ainda está inchado e dói-me. O que será que devo fazer?

 

Margarida, Alcácer
do Sal

 

Cara leitora,

Quando as mulheres estão sexualmente excitadas dá-se um aumento da circulação sanguínea na zona genital, e algumas mulheres atingem o orgasmo e outras não. No seu caso, a leitora fica excitada mas acaba por não atingir o orgasmo, o que se deve à sua pouca idade e inexperiência sexual. Por isso não se preocupe pois uma vez que conheça melhor o seu corpo, vai ver que se tornará mais fácil sentir prazer sexual. Quanto ao inchaço do seu clítoris este deve ser devido a um excesso de estimulação por parte do seu namorado, por isso fale com ele para que a estimule de forma mais gentil e durante menos tempo. Experimente também utilizar um gel lubrificante durante a masturbação mutua, ou experimente guiar a mão do seu namorado, para que ele saiba onde e de que forma a deve tocar sem causar desconforto.

 

“Veia varicosa no pénis”

“Boa tarde, tenho detectado uma veia saliente no meu pénis, fiz uma pesquisa para tentar esclarecer o que pode ser e estou com receio de que seja uma veia varicosa e que isso afecte a minha fertilidade. Existe a possibilidade de se tratar de uma veia nefasta para a saúde, pelo seu tamanho?”

 

João, Évora

 

Caro leitor,

A varicocele, que designa a formação de varizes na região do escroto e perto dos testículos, é uma condição bastante comum, que afecta cerca de 10 a 15 % dos homens, e que normalmente se destaca mais no testículo esquerdo do que no direito. A varicocele acontece na maior parte das vezes por
mau funcionamento das válvulas testiculares, e embora possa provocar desconforto à partida não comporta consequências mais graves para a saúde. Para fazer um diagnóstico é essencial fazer exames, e caso se confirme pode ser tratada através do uso de roupa interior específica que alivie a pressão. Ainda que não seja uma consequência directa, a varicocele pode afectar a fertilidade porque pode diminuir o número de espermatozóides e provocar alterações na forma e na movimentação dos mesmos, porque a veia varicosa pode exercer uma pressão maior que também aumenta a temperatura no mesmo. É fundamental que consulte o seu médico ou um urologista para poder avaliar e tratar o seu caso. A remoção cirúrgica da varicocele melhora os níveis e o funcionamento do esperma em 70 % dos casos.

 

“Os orgasmos das mulheres são diferentes dos orgasmos dos homens?”

 “Gostava de saber se, a nível biológico, os orgasmos dos homens diferem dos das mulheres, ou se apesar de se manifestarem de formas diferentes aquilo que sentem é exatamente o mesmo.”

André, Mafra

 

Caro leitor,

Embora este assunto seja amplamente discutido, há um crescente consenso que aponta para a similaridade entre os orgasmos masculinos e os orgasmos femininos em termos biológicos. Os orgasmos são geralmente caraterizados pela contração dos músculos do chão pélvico, por uma intensa sensação de prazer, pela libertação de endorfinas e de hormonas e, normalmente, pela libertação de fluidos. Durante o clímax as pessoas notam diferenças de respiração, sensações de calor, suor, vibrações corporais e, muitas vezes, o desejo de gemer ou gritar para expressar o seu prazer – e todas estas caraterísticas são comuns a ambos os sexos. Assim, mais do que diferenças entre os dois sexos, as variações entre os orgasmos acontecem de pessoa para pessoa, dizendo neste caso respeito à facilidade com que se atinge o orgasmo, a frequência com que o têm e a forma como o vivem. Embora não haja diferenças biológicas entre as sensações de orgasmo, as diferenças anatómicas podem afetar o desempenho sexual. Por exemplo, uma mulher que tenha uma distância maior entre o clitóris e a abertura da uretra pode ter mais dificuldade em atingir o orgasmo através da penetração do que uma mulher que tem uma distância menor entre eles.  Geralmente os homens têm pouca dificuldade em ter um orgasmo, mas há mulheres que têm orgasmos mais frequentes e mais intensos do que o seu parceiro. Por outro lado, há ainda as questões sócio-culturais, que podem afetar a forma como cada pessoa expressa os seus orgasmos.

“Ela engasga-se quando me faz sexo oral!”

“Tenho um pénis de tamanho normal mas a minha namorada não consegue fazer-me sexo oral, pois engasga-se logo que começa a introduzir o pénis na boca. Ambos gostamos de o fazer, mas ela não consegue evitar engasgar-se. O que podemos fazer?”

Pedro, Damaia

 

Caro leitor,

O sexo oral pode ser muito prazeroso desde que ambos os parceiros se sintam confortáveis com ele e tenham vontade de fazê-lo. Assim, a comunicação com a sua namorada é fundamental para que possam encontrar uma solução, pois a ansiedade, o nervosismo, ou a relutância em fazê-lo – mesmo que ela não lhe diga – são fatores impeditivos do prazer. Uma vez que as bocas têm tamanhos aproximados e que refere que o seu pénis não tem um tamanho acima da média, ela pode estar a fazê-lo de uma forma que lhe provoca dificuldades. Deve experimentar gradualmente, procurando posições diferentes e explorando a totalidade do pénis, sem procurar introduzi-lo de uma só vez. Devem também explorar posições diferentes, sentados, deitados ou de forma criativa, para que encontrem a forma que anatomicamente resulta melhor para vós.

“Tenho dificuldade em engravidar”

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“Sou uma mulher de 32 anos e sempre fui saudável, mas já estou a tentar engravidar há algum tempo e não temos tido sucesso, o que me está a deixar desesperada. Gostava que me pudesse dar algumas explicações para o facto de eu ter tanta dificuldade em engravidar. Será que se trata de uma questão de fertilidade?”

Susana, Seixal

 

Cara Leitora,

O tema sobre fertilidade está a ser muito debatido nos dias de hoje. Pode existir uma panóplia de causas para que a mulher não consiga engravidar. Posso enumerar algumas destas causas, no entanto, o mais aconselhado é falar com o seu médico ginecologista de modo a poderem esclarecer todas as dúvidas sobre este tema. Assim, algumas das causas possíveis são a idade de ambos os parceiros, pois quanto mais avançada a idade da mulher maior a dificuldade em engravidar, há quanto tempo está a tentar engravidar, ou seja, se começou há pouco tempo (refiro-me a meses), ou se já anda a tentar engravidar há mais (refiro-me a anos). Por vezes é mais difícil engravidar do que aquilo que se imagina; tem de verificar se tem relações sexuais com frequência e no período fértil; se algum dos parceiros já teve filhos, pois pode-se fazer uma triagem de quem é que poderá ter um problema; se existe algum impedimento a nível médico, tal como intervenções cirúrgicas, ou algum tipo de infeção que tenha sido transmitida por via sexual; se o ato sexual é normal ou existem fatores que impeçam o seu normal desenvolvimento; se existem deficiências nos órgãos sexuais, impedindo o normal funcionamento dos mesmos. As razões pelas quais uma mulher não consegue engravidar podem ser tantas, que para ter uma resposta à sua pergunta, aconselho-a a consultar um médico especialista em fertilidade. No entanto tenha em mente que a ansiedade e o stress influenciam bastante a fertilidade feminina. Existem milhares de casos de mulheres que não conseguem engravidar durante anos, e no momento que descontraem e deixam de tentar, aí sim acabam por engravidar sem se aperceberem de tal. Por isso descontraia!

 

“O que devo fazer para me sentir segura na fase de pós-menopausa?”

 

Unravelling to unwind: Why middle-aged women are drinking more - The Globe  and Mail

“Já estou na pós-menopausa e gostava que me desse algumas ideias de como fazer para não me sentir insegura em relação a mim mesma, pois a minha autoestima esta muito fragilizada. Como me posso manter sexualmente atraente e em forma física?

Alexandra, Cascais

 

Cara Leitora,

Como deve saber, a menopausa é uma fase do desenvolvimento da mulher que provoca algumas alterações corporais, nomeadamente ao nível dos órgãos sexuais. No entanto, existem benefícios com esta fase, podendo tornar as relações sexuais mais eróticas, pois não existe a preocupação de se engravidar. É nesta fase que muitas mulheres se libertam de preconceitos e inibições que lhes foram incutidas e também do medo que tinham em relação à liberdade e privacidade. Para além de todas estas características, existe o fator tempo, que agora é muito maior, logo a satisfação pode ser mais prolongada e a relação mais apreciada, sob o ponto de vista da cumplicidade do casal. Inscreva-se num ginásio e pratique desporto com alguma regularidade, de modo libertar-se de tensões, tanto físicas como mentais e, deste modo, estar mais disponível para usufruir de tudo o que está ao seu alcance. Tente ter uma alimentação cuidada, de modo a evitar alguns problemas de saúde. Se ainda trabalha, procure ter um horário mais reduzido, mas não deixe de se cultivar. Inove a sua relação sexual com surpresas ao seu marido, desde lingerie a massagens sensuais, de modo a quebrar a rotina.

 

“Posso ficar impotente devido ao tabaco?”

Pin on Beaux mecs : réels

 

“Sei que fumar faz mal ao organismo, mas continuo a fumar bastante. Li nos maços de tabaco que fumar causa impotência. Será verdade?”

 

João Maria, Tomar

 

Caro Leitor,

Como sabe, o tabaco não causa apenas lesões a nível sexual, mas também em outras vertentes, pois existem milhares de pessoas que morrem diariamente vítimas do cancro do pulmão. A partir deste exemplo é possível verificar os efeitos nefastos que o tabaco pode causar. 

O tabaco provoca problemas a nível respiratório, que podem causar problemas sanguíneos, e para que a ereção aconteça é necessário que haja um bom fluxo sanguíneo no pénis. Assim, quando existem problemas de circulação, esse fluxo não vai ser suficiente, o que causa a incapacidade de ter uma ereção. Portanto, o tabaco associado à má circulação pode provocar alguns problemas de saúde, entre os quais a impotência e infertilidade.

 

 

“Não a deixo chegar ao orgasmo!” 

“Sempre tive uma vida sexual muito ativa, mas de há algum tempo para cá durante o ato sexual com a minha companheira ejaculo precocemente, impedindo-a de atingir o orgasmo. Sinto que isso está a prejudicar a relação mas não sei como proceder, pois não sou capaz de evitar que isso aconteça.” Marco, Funchal Caro Leitor,Em primeiro lugar deixe-me felicitá-lo pela coragem e pela identificação da situação que está a vivenciar, o que só irá facilitar a rápida resolução da mesma e um adequado diagnóstico. É importante perceber o que mudou na sua vida, o que o torna agora incapaz de exercer um controlo eficaz sobre o tempo de obtenção do orgasmo e assim impedir a vivência a dois dos momentos de prazer. Este aspeto é fundamental para o diagnóstico adequado dado que esta situação poderá ser apenas decorrente de um período, mais ou menos difícil, que está a viver e que condiciona o seu desempenho sexual. Se assim o for, a solução passa pela procura da causa da ansiedade, que o impede de dar o seu melhor durante o ato sexual. Mas se tal assim não for, seria aconselhável consultar um especialista para lhe transmitir alguma confiança e ajudá-lo nesta tarefa. No entanto, lembre-se que se trata de uma situação muito frequente entre casais, para a qual já existe tratamento, tais como a técnica Squeeze na qual o leitor deve fazer uma pausa quando sentir que está prestes a ejacular e deve apertar a base do pénis com o dedo polegar e indicador durante 5 segundos antes de recomeçar a relação sexual. 

“Quando estou com o meu namorado, não consigo ser eu mesma!”

couple, argument, bed, sad, fighting, stressed, worried - MeetMindful | A  Fuller Life Together

 

 “Nunca gostei de compromissos e sempre tive casos de uma noite ou de pequena duração, meramente sexuais e com os quais me sentia satisfeita. No entanto, conheci um homem por quem me apaixonei e com quem namoro há 6 meses, mas está a acontecer-me algo muito estranho e que me incomoda: não consigo mostrar ao meu namorado o meu lado selvagem da mesma forma que o faço com alguém com quem passo apenas uma noite, pois tenho medo que ele pense que sou muito experiente e não queira estar comigo.”

Maria, Porto

 

Cara leitora,

É normal que, quando inicia uma relação estável, se preocupe mais com o que o seu parceiro pensa acerca de si, mas daí a pensar que por ser uma amante fogosa ele vai pensar que tem muita experiência e não vai querer estar consigo é exagero. Não é por ter tido uma vida sexual mais “vivida” que agora não amará com toda a sinceridade o seu par, e além disso acho que são poucos os homens que vão reclamar por ter uma namorada fogosa. Pode-se dar o caso de a leitora estar a projetar no seu namorado aquilo que realmente sente em relação a si mesma. Se for esse o caso, aconselho-a a procurar um psicólogo para resolver o que está por detrás desse comportamento. Aceite a sua sexualidade sem preconceitos, pois nunca se sentirá completamente feliz numa relação na qual não está a ser autêntica. Vença o receio da intimidade e permita que o amor traga uma nova dimensão à sua própria sexualidade.

 

“Estou a pensar pôr implantes no peito”

“Sempre tive o peito pequeno, e por isso estou a ponderar a hipótese de colocar implantes, mas tenho receio que isso traga consequências negativas para a minha saúde, nomeadamente que me impeça de vir a amamentar. Quais são os efeitos secundários de colocar implantes no peito?”

Luísa, Viana do Castelo

 

Cara leitora,

É bastante sensato da sua parte informar-se antes de tomar uma decisão como aquela que refere. Os implantes mamários podem trazer alguns riscos para a saúde, razão pela qual é fundamental que se aconselhe com o seu médico antes de avançar para essa possibilidade. Caso decida fazer a operação, o cirurgião irá esclarecê-la e discutir consigo várias opções, nomeadamente o tipo de implante, o tipo de inicisão, a anestesia, etc. O risco de infeção, dor, hemorragia, rutura do implante, dificuldades de cicatrização, alterações temporárias ou permanentes nas sensações dos seios… são alguns dos possíveis efeitos secundários, caso a cirgurgia não corra bem. Quanto à sua questão, não há estudos que comprovem o impacto dos implantes na capacidade de amamentação, até porque a forma como estes são colocados não afeta geralmente as glândulas mamárias e permite a produção de leite, assim como a sua deslocação. Ainda assim, é possível que haja uma certa remoção de tecido mamário na cirurgia e isso pode interferir com a qualidade do leite produzido ou com a facilidade em fazê-lo. O mesmo pode suceder em relação ao tipo de incisão feita, pois em alguns casos esta pode danificar nervos essenciais à amamentação.

 

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