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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Devo deixar de tomar a pílula?”

Wemberly Worried | Text to Talk

“Tenho 18 anos e há dois que tomo a pílula. Desde que comecei a tomá-la que não paro de engordar. Já mudei várias vezes de pílula e o efeito foi sempre o mesmo. Deverei deixar de tomar a pílula de uma vez por todas?”

 Tânia, Alverca

Cara leitora,

Tratando-se de um composto hormonal, a pílula pode provocar alterações de peso, e isso parece ser o que se passa consigo. Porém, cada pessoa é um caso, e cada pílula funciona de maneira diferente conforme o organismo de cada mulher. Inerentemente à toma da pílula podem ocorrer efeitos secundários como o aparecimento de borbulhas, cólicas ou dores de cabeça. Tendo em conta que já experimentou várias pílulas e que o resultado foi sempre o mesmo, ou seja, engordou, deverá aconselhar-se com o seu médico ginecologista e ponderar a adoção de outro método contracetivo.  Poderá optar por um implante hormonal, um anel vaginal, um adesivo contracetivo, o DIU ou o SIU, entre outros. Tenha em atenção que deve sempre usar preservativo, para poder estar protegida contra infeções sexualmente transmissíveis.

“Não me consigo concentrar”

“Devido a muitas situações que aconteceram na minha vida, há muito tempo que não estava com uma mulher. Agora namoro e as coisas estão a correr bem, mas o problema é que tenho medo de falhar e não consigo estar concentrado.”

 

Alberto, Viana do Castelo

Caro Leitor,

 

Depois de tantos anos sem ter contacto direto com uma mulher, é normal que se sinta inseguro e isso se reflita no seu desempenho sexual. A ansiedade e nervosismo são fatores que em nada abonam a seu favor. Neste sentido, deixe-se levar pelos seus sentimentos eróticos e pelos estímulos que o seu corpo emite. Procure relaxar e vá com calma, pois o seu enorme medo de falhar poderá dificultar a ereção e deitar tudo a perder. Aposte nos preliminares e peça a colaboração e compreensão da sua namorada.

Nem sempre é fácil, mas tente manter-se descontraído para que tudo corra pelo melhor. Evite ser tão exigente consigo mesmo e vá à descoberta de novas sensações. Lembre-se que falhar é humano e que aos poucos irá melhorar o seu desempenho e desenvoltura. Acredite em si, pois isso refletir-se-á na sua performance e na sua autoestima.

“Não atingimos o prazer como antigamente.”

 “Acho que deve ser uma crise passageira, mas neste momento eu e o meu namorado não conseguimos atingir o prazer como antigamente. A nossa relação está a tornar-se monótona. É normal isto acontecer? O que posso fazer para o evitar?”

Rita, Coruche

Cara leitora,

É perfeitamente legítimo esse tipo de observação. Porém cabe-lhe a si fazer alguma coisa para alterar esse enquadramento. É muito importante que a Rita e o seu namorado conversem sobre este assunto para tentar contornar esta situação e dar uma vida nova à vossa relação. Como em tudo na vida, ninguém nasce ensinado e a sexualidade não é exceção. Já pensaram variar um pouco as posições sexuais? Conhecer melhor o corpo de cada um, de modo a despertar um maior interesse? Desvendar melhor o campo da sexualidade? Já pensaram nas inúmeras surpresas que poderão ter? Não se iniba e converse serenamente com o seu namorado sobre esta situação. Contudo, não deixe transparecer que ele não tem um bom desempenho sexual. A sexualidade deve ser vivida em comum acordo e de uma forma espontânea, sem se estar unicamente preocupado com o resultado final, isto é, o orgasmo.

“Sinto-me diferente…”

“Tenho 45 anos e sempre fui um homem saudável. No entanto, ultimamente sinto-me esquisito e penso que devia procurar melhorar a minha vida sexual, pois já não me sinto satisfeito como dantes. É normal isto acontecer?”

 Mário – Abrantes

 

Caro leitor,

Durante a nossa vida e amadurecimento é normal que haja mudanças e transformações, e isso também acontece na forma como vivemos a nossa sexualidade. Não fique angustiado por notar que está diferente, procure sim fazer uma análise introspetiva que lhe permita compreender essas alterações pelas quais está a passar e adaptar-se a elas da melhor forma. Para melhorar a sua vida sexual deve começar por se sentir cada vez mais à vontade consigo próprio. Faça alterações que lhe permitam melhorar o seu dia-a-dia, como por exemplo mudar a sua alimentação, reduzir o tabaco e o consumo de álcool e praticar exercício físico. Faça um check-up geral, de modo a tirar qualquer tipo de dúvidas a respeito da sua saúde, e seja acompanhado regularmente pelo seu médico assistente. Ao nível da sexualidade, não tenha preconceitos sobre as alterações do seu corpo, acompanhe as suas modificações, as suas sensações e reações a estímulos, para que ao conhecer-se melhor possa ter uma maior confiança em si mesmo.

Uma Noite Ardente

 

 

 

Planeie a sua noite de sedução começando pelo menos duas horas antes da chegada do seu parceiro. Prepare um menu delicioso, seleccione a sua música favorita, ponha a mesa, e relaxe. Apague as luzes e acenda muitas velas. Crie uma iluminação exótica, adornando as lâmpadas com tecidos. A lareira acesa aquece as emoções no Inverno, bem como uma brisa balançado as cortinas numa noite quente de Verão encanta o ambiente. Monte uma mesa elegante com um simples arranjo floral para criar um ambiente romântico. Mas não se limite! Um sofá com almofadas macias e uma mesa baixa com um buffet de entradas afrodisíacas pode ser confortavelmente sensual. Ou melhor ainda, salte da mesa de jantar para o quarto de dormir, preparando uma mesa revestida com pétalas de rosa na sua cama, de forma a poder explorar os prazeres das comidas. Renda-se à magia dos aromas usando velas aromáticas de baunilha (relaxante), ou canela (hilariante). O cheiro da culinária também excita. Alho cozinhado, pimenta, cebola, especiarias…um quarto com aromas evoca excitação sensual. O que beber com o seu menu sedutor? Pode preparar cocktails e bebidas exóticas, mas não exagere no álcool pois como disse Shakespear, “o álcool provoca desejo, mas prejudica o desempenho”.

 

“Ele pede-me para lhe apertar o pescoço…”

“Namoro há dois anos com o meu namorado e temos uma boa relação. No entanto, quando estamos a fazer amor ele pede-me que lhe aperte o pescoço com força antes dele ter um orgasmo. Eu tenho medo de o matar!”

 Sandra, Aveiro

 

Cara leitora,

a asfixia induzida é uma prática usada por algumas pessoas para intensificar os orgasmos, sendo muito perigosa na medida em que pode facilmente provocar a morte ou danos irreversíveis para o cérebro. Há pessoas que apreciam esta prática porque o facto de o cérebro receber menos oxigénio faz com que o lóbulo frontal se “desligue” e, desse modo, a pessoa perca o autocontrolo, libertando-se mais a nível de fantasias e tendo mais intensidade de sensações, com a possibilidade de ter orgasmos mais intensos. No entanto, esta prática é muito perigosa, e como tal caso aceda em fazer-lhe a vontade é essencial que mantenham uma comunicação clara, e que avance com calma, parando ao mínimo sinal de desconforto dele. Devem estabelecer também um código de segurança, para que ele lhe possa pedir que páre. Nunca avance mais do que sente que é confortável para o seu marido e não prolongue essa atividade por mais que alguns segundos.

“Tenho dificuldade em engravidar”

Pfizer Vaccine Trial Focuses On Pregnant Women“Sou uma mulher de 32 anos e sempre fui saudável, mas já estou a tentar engravidar há algum tempo e não temos tido sucesso, o que me está a deixar desesperada. Gostava que me pudesse dar algumas explicações para o facto de eu ter tanta dificuldade em engravidar. Será que se trata de uma questão de fertilidade?”

Susana, Seixal

 

Cara Leitora,

O tema sobre fertilidade está a ser muito debatido nos dias de hoje. Pode existir uma panóplia de causas para que a mulher não consiga engravidar. Posso enumerar algumas destas causas, no entanto, o mais aconselhado é falar com o seu médico ginecologista de modo a poderem esclarecer todas as dúvidas sobre este tema. Assim, algumas das causas possíveis são a idade de ambos os parceiros, pois quanto mais avançada a idade da mulher maior a dificuldade em engravidar, há quanto tempo está a tentar engravidar, ou seja, se começou há pouco tempo (refiro-me a meses), ou se já anda a tentar engravidar há mais (refiro-me a anos). Por vezes é mais difícil engravidar do que aquilo que se imagina; tem de verificar se tem relações sexuais com frequência e no período fértil; se algum dos parceiros já teve filhos, pois pode-se fazer uma triagem de quem é que poderá ter um problema; se existe algum impedimento a nível médico, tal como intervenções cirúrgicas, ou algum tipo de infeção que tenha sido transmitida por via sexual; se o ato sexual é normal ou existem fatores que impeçam o seu normal desenvolvimento; se existem deficiências nos órgãos sexuais, impedindo o normal funcionamento dos mesmos. As razões pelas quais uma mulher não consegue engravidar podem ser tantas, que para ter uma resposta à sua pergunta, aconselho-a a consultar um médico especialista em fertilidade. No entanto tenha em mente que a ansiedade e o stress influenciam bastante a fertilidade feminina. Existem milhares de casos de mulheres que não conseguem engravidar durante anos, e no momento que descontraem e deixam de tentar, aí sim acabam por engravidar sem se aperceberem de tal. Por isso descontraia!

“O meu namorado não quer fazer sexo oral…”

 

 

 

“O meu namorado já me fez uma vez sexo oral, o que me deixou completamente excitada, e gostava que ele o repetisse, mas cada vez que lhe peço para o fazer diz-me que não. Porque será que ele tem tanta aversão ao sexo oral?”

Carla, Bragança

 

Cara Leitora,

Os homens são bastante diferentes entre si, tendo preferências sexuais também diferentes. Sexo oral é algo que requer bastante confiança e cumplicidade entre parceiros. O mais indicado a fazer na sua situação é perguntar ao seu namorado o que é que ele não gostou da vez que o fizeram, e tentar evitar que isso volte a acontecer. Não deverá obrigá-lo, mas deve dizer-lhe que poderá parar assim que o desejar.

 

“O meu marido nem sempre mantém a erecção durante o acto sexual!”

“Sou casada há quase 40 anos e eu e o meu esposo sempre tivemos uma vida sexual satisfatória e sem problemas. De há uns meses para cá tenho reparado que o meu esposo nem sempre consegue manter a erecção durante o acto sexual, o que nunca tinha
acontecido. O que se passa com ele?”

Reinalda, Póvoa de Santo Adrião

 

Cara Leitora,

 

Devido à idade em que o seu marido se encontra é perfeitamente normal que tenha perdido o vigor sexual que tinha durante a juventude. Já deve ter constatado que o corpo do seu marido sofreu algumas alterações, o que de certa forma justifica a diferença no desempenho sexual. Com o passar dos anos é muito comum as relações sexuais decorrerem com menor frequência e com um menor nível de estimulação relativamente ao desempenho, o que não significa necessariamente que o seu marido esteja a ficar impotente. Com o avançar da idade o homem começa a sentir a necessidade duma estimulação mais directa e prolongada do pénis para conseguir obter e manter a erecção, por isso o casal tem de adaptar a sua forma de fazer amor a este facto. Perante estas últimas dificuldades, fale abertamente com o seu marido sobre o sucedido, não o julgue e colabore com ele de forma a facilitar-lhe uma erecção mais prolongada. Façam valer a cumplicidade do casal para ultrapassar este problema para que ambos possam alcançar relações sexuais mais prolongadas e satisfatórias. Todavia, se o seu marido continuar a perder a erecção devem procurar a ajuda de um especialista para que este possa avaliar o que se está a passar.

 

 

“O clítoris perde sensibilidade?”

“Eu e o meu namorado fazemos amor quase todos os dias, e como geralmente eu fico por cima o meu clitóris é bastante estimulado, e assim atinjo sempre orgasmos. No entanto, noto que de dia para dia os meus orgasmos ficam menos intensos. É possível que o clítoris perca sensibilidade?”

 

Natália, Guimarães

Cara leitora,

Não há estudos que comprovem que a estimulação intensiva faça com que o clítoris perca a sensibilidade, até porque a parte visível dele é apenas uma pequena porção. O clítoris é, na sua totalidade, bem maior, envolvendo as paredes da vagina: por esse motivo, a parte interna do clítoris é estimulada através da penetração, o que intensifica a excitação e favorece os orgasmos. As mulheres cujo clítoris, na sua totalidade, são mais compactos, ocupando menos espaço em torno da vagina, têm geralmente maior sensibilidade à penetração. Essa é uma das razões pelas quais o tipo de estimulação que proporciona maior prazer varia de pessoa para pessoa. Na situação que refere, experimente utilizar outro tipo de estimulação, mudar de posição, variar o tipo de carícias, a intensidade do toque, etc. É normal que a repetição do mesmo tipo de estimulação deixe de causar excitação e, por conseguinte, faça com que os orgasmos percam intensidade. Por outro lado, nunca é demais lembrar que a preocupação em ter um orgasmo é, quase sempre, uma das principais causas que os tornam mais difíceis de alcançar!