"No outro dia, quando estava a tomar banho, senti dois caroços no peito. O que devo fazer?"
Ana, Portimão
Cara leitora,
Todas as mulheres com mais de 30 anos de idade devem efetuar um exame da mama de forma regular. Deve ser feito no banho, tal como a leitora fez, e durante este exame a mulher deve colocar sabonete na mão e apalpar cuidadosamente a mama, de forma a sentir se existem quaisquer caroços na mesma. No caso de verificar que sente alguns caroços, o que é o seu caso, a mulher deve consultar o seu médico ginecologista o mais rapidamente possível, este deve sentir o caroço, e se achar adequado recomendar que a mulher faça uma mamografia.
“Namoro há três anos e eu e o meu namorado sempre nos demos bem a nível sexual, mas tanto eu como ele achamos que ele tem um pénis pequeno. Será que não há nada que se possa fazer para aumentar o tamanho do pénis?”
Joana, Santarém
Cara leitora,
O tamanho do pénis é variável de homem para homem, embora essas variações não sejam muito grandes. Para além disso, a grande maioria dos homens tem um órgão sexual cujo tamanho permite a satisfação da parceira Contudo, existem alguns casos excepcionais nos quais o pénis é extremamente grande ou extremamente pequeno, o que provavelmente não é o caso do seu namorado, pois quando digo pequeno refiro-me a alguns centímetros apenas. Existem de facto formas de aumentar o pénis tal como a cirurgia, o que não recomendo a ninguém, uma vez que a cirurgia apenas permite um aumento de mais ou menos 1 centímetro. Como tal, não justifica o seu custo, as dores durante a recuperação e o risco de perda da sensibilidade no pénis. Existe outra forma de aumentar o tamanho do pénis, que é a utilização de um género de prótese de extensão que cobre o pénis da mesma forma que o preservativo. Esta manga é feita de silicone e tem por objectivo o aumento do tamanho do pénis. A utilização desta prótese pode parecer um pouco estranha para si, mas é a única forma de aumentar o tamanho do pénis do seu namorado sem ele ter de recorrer à cirurgia. O que a aconselho a fazer é a conversar com o seu namorado e a perguntar-lhe se ele está disposto a experimentar este produto. De qualquer forma, se a leitora não tem problemas a nível sexual com o seu namorado, significa que o tamanho do pénis dele não constitui um impasse para o vosso prazer.
“Sempre tive o peito pequeno, e por isso estou a ponderar a hipótese de colocar implantes, mas tenho receio que isso traga consequências negativas para a minha saúde, nomeadamente que me impeça de vir a amamentar. Quais são os efeitos secundários de colocar implantes no peito?”
Luísa, Viana do Castelo
Cara leitora,
É bastante sensato da sua parte informar-se antes de tomar uma decisão como aquela que refere. Os implantes mamários podem trazer alguns riscos para a saúde, razão pela qual é fundamental que se aconselhe com o seu médico antes de avançar para essa possibilidade. Caso decida fazer a operação, o cirurgião irá esclarecê-la e discutir consigo várias opções, nomeadamente o tipo de implante, o tipo de inicisão, a anestesia, etc. O risco de infeção, dor, hemorragia, rutura do implante, dificuldades de cicatrização, alterações temporárias ou permanentes nas sensações dos seios… são alguns dos possíveis efeitos secundários, caso a cirgurgia não corra bem. Quanto à sua questão, não há estudos que comprovem o impacto dos implantes na capacidade de amamentação, até porque a forma como estes são colocados não afeta geralmente as glândulas mamárias e permite a produção de leite, assim como a sua deslocação. Ainda assim, é possível que haja uma certa remoção de tecido mamário na cirurgia e isso pode interferir com a qualidade do leite produzido ou com a facilidade em fazê-lo. O mesmo pode suceder em relação ao tipo de incisão feita, pois em alguns casos esta pode danificar nervos essenciais à amamentação.
“Tenho 36 anos e não quero engravidar, já tenho um filho e não pretendo voltar a ser mãe. Há algum problema em fazer laqueação das trompas? Quais são os efeitos secundários? Será que vou ter desequilíbrios hormonais?”
Joana, Massamá
Cara leitora,
A laqueação das trompas é uma forma permanente de evitar uma gravidez e consiste em cortar, unir ou bloquear as trompas de Falópio – dois pequenos tubos que transportam o óvulo dos ovários até ao útero durante a ovulação. Há várias formas de proceder a esta intervenção cirúrgica, que é feita de acordo com aquilo que o médico considerar mais adequado ao seu caso. Estudos recentes apontam para o facto de este procedimento não provocar desequilíbrios hormonais significativos, mas é irreversível, pelo que deve sempre ter em conta que não poderá voltar a engravidar (é possível fazer uma cirurgia para voltar a engravidar, mas esta é bastante delicada e pode não assegurar uma gravidez). A laqueação de trompas não interfere com os níveis hormonais e, por isso, não provoca alterações no ciclo menstrual nem antecipa a menopausa. Os efeitos secundários são, essencialmente, os mesmos que estão implicados em qualquer intervenção cirúrgica: pode haver danos acidentais dos tecidos ou órgãos próximos, reações negativas à anestesia ou à medicação prescrita, infeções e dores.
Por outro lado, embora a laqueação de trompas apresente 99% de eficácia na prevenção de uma gravidez, aumenta o risco de uma gravidez ectópica, a qual acontece quando o óvulo é fertilizado e se desenvolve na trompa de Falópio. Essa situação põe em risco a vida da mulher e do feto, necessitando de intervenção imediata. Por fim, importa lembrar que a laqueação de trompas não protege contra infeções sexualmente transmissíveis, pelo que não substitui o uso de preservativo.
Tenho 33 anos e sempre fui muito regular, a minha menstruação surge a cada 3 semanas e meia. Desta vez, porém, já se passaram 5 semanas e não apareceu. Sei que não estou grávida porque não tenho relações sexuais e tenho estado em isolamento social há mais de dois meses, mas estou a ficar preocupada.”
Nádia, Faro
Cara leitora,
A chamada amenorreia, que descreve a ausência de menstruação, é uma condição que surge na sequência de outros problemas de saúde, e por isso deve falar com o seu médico, especialmente se houver falha de três menstruações consecutivas. Ainda assim, uma das causas possíveis para esta condição é a exposição a situações de elevado stress, que pode ser aquilo que está a suceder consigo. Se não toma qualquer tipo de pílula, e se costuma ser sempre regular, esta alteração pode ser devida à mudança de hábitos, por estar mais tempo em casa, e a situações de stress e ansiedade. Convém também notar se tem outros sintomas a acompanhar a ausência de menstruação, nomeadamente dores de cabeça, vista turva ou problemas de visão, aumento de pêlo facial, mudanças no tamanho do peito, entre outras. As perdas acentuadas de peso são também uma possível causa para esta situação. Aconselho a que fale com o seu médico para que possa esclarecer a sua situação específica.
“Eu e o meu namorado estamos a pensar em ter relações sexuais pela primeira vez, mas tenho 17 anos e tenho medo de engravidar se não usarmos preservativo. Há essa possibilidade? Somos ambos virgens.”
Tatiana, Porto
Cara leitora,
Em primeiro lugar dada o facto de estarmos a enfrentar uma pandemia deve redobrar os cuidados e evitar o contacto físico. Em segundo lugar, mesmo partindo do princípio que ambos são virgens, devem usar preservativo, que protege contra infeções sexualmente transmissíveis que podem ser contraídas em casas-de-banho públicas, por exemplo. Por último, e respondendo à sua questão, sim, é possível engravidar da primeira vez que tem relações sexuais. A fertilização do óvulo pelo espermatozoide nada tem a ver com a experiência sexual: se estiver no período fértil, e se tiver relações sexuais com penetração sexual vaginal, é possível engravidar. Há casais que levam anos a tentar uma gravidez e não têm sucesso, enquanto que há vários casos de mulheres que engravidam na sua primeira relação sexual. é, pois, uma questão relacionada com a fertilidade de ambos. Ponderem bem sobre este passo que pretendem dar, não corram riscos nem ponham em risco a saúde dos outros, tendo em conta o risco de transmissão da Covid-19, e usem preservativo se optarem por ter relações sexuais.
“Tenho uma relação há um ano com uma colega da Faculdade. No entanto, devido à situação atual da pandemia não nos vemos há mais de três meses e ela está cada vez mais distante, raramente demonstra amor por mim, pouco fala sobre nós nas mensagens que trocamos, está sempre ocupada com os estudos e está a pensar em arranjar emprego para ajudar os pais. A minha namorada foi violada quando era mais jovem e tem dificuldade em confiar em alguém. O que devo fazer nesta situação? Amo-a e não a quero perder.”
Rui, Funchal
Caro leitor,
A comunicação é sempre o elemento-chave em qualquer relação e, quer um casal partilhe a mesma casa, quer viva a quilómetros de distância, só ela pode construir um presente estável e assegurar um futuro sólido. O facto de a sua namorada ter sofrido abusos sexuais pode, sem dúvida, condicionar a forma como ela lida com as relações, exigindo da sua parte uma dose maior de compreensão, sabendo respeitar o tempo dela. No entanto, este afastamento pode não ter nada a ver com o passado: ela pode estar preocupada com a situação que está a viver, ou pode sentir que as suas próprias necessidades não são satisfeitas na vossa relação. Por isso, aconselho a que se mostre disponível para ouvi-la, explicando-lhe que sente falta de maior proximidade, mesmo que à distância, e sabendo respeitar a sua resposta e o seu tempo.
“Já disse várias vezes ao meu namorado que a forma do seu pénis não interfere na minha satisfação sexual e não tenho queixas a apontar, mas ele está sempre a dizer que tem o pénis muito fino e que gostaria de o alterar.”
Maria, Vila Nova de Gaia
Cara Leitora,
Pelo que me parece a leitora tem uma relação bastante franca com o seu namorado e não têm pudor em discutir qualquer assunto da vossa relação, o que por si só é bastante positivo.
Uma vez que falou com o seu namorado em relação ao vosso desempenho sexual e que a dimensão do pénis em nada interfere na satisfação e na vossa cumplicidade sexual, talvez seja agora o momento de propor-lhe novas estratégias de cariz sexual que o façam ver a vida sexual como algo mais estimulante e inovador fazendo com que ele aumente a sua autoestima e ficando assim para segundo plano a dimensão e formato do pénis.
Apesar de eu não recomendar, caso o seu namorado queira efetivamente alterar o tamanho do pénis, hoje em dia existem cirurgias que solucionam este problema. Porém, eu sou apologista da descoberta de emoções e sensações através de novas aventuras sexuais e de uma boa estimulação efetuada pelo casal, pois as cirurgias ao pénis podem causar danos nos nervos e piorar a situação em vez de a melhor.