Tenho uma amiga que me disse que uma vez que eu sou sexualmente activa devo tomar a vacina contra a Hepatite, é verdade?
Alda
Cara Leitora,
A vacina da Hepatite é recomendada aos recém-nascidos, crianças entre os 11 e 12 anos que não tenham sido vacinadas em bebés, e adultos que pertencem a grupos de risco – aqueles que mudam frequentemente de parceiro sexual e os que estão em contacto directo com drogas, ou que trabalhem em hospitais. A vacinação é importante, pois é uma forma de prevenção e protecção. Como todas as infecções sexualmente transmissíveis, a Hepatite pode ser propagada através do contacto sexual ou através de sangue contaminado. Este vírus pode ser diagnosticado através da análise ao sangue que detecta anticorpos específicos da Hepatite. Acredite na fiabilidade da vacinação, pois a prevenção é importante para ter uma postura mais tranquila.
Tenho 55 anos e o meu pai faleceu há alguns anos devido a um cancro na próstata, por isso gostaria de saber como se pode diagnosticar esta doença, e como posso evitá-la.
Leandro
Caro leitor,
Para prevenir esta doença, é importante que, a partir dos quarenta e cinco anos, todos os homens consultem um médico e façam o exame do toque rectal, ou seja, um exame no qual o medico examina através do tacto o tamanho da próstata. Caso o médico encontre algo de anormal, é essencial que se faça uma ecografia transrectal com biopsia prostática. Através das partículas retiradas para a biopsia é possível a realização de um exame de análise de patologia, de modo a avaliar o estado do tumor, pois é necessário averiguar se o tumor está apenas restringido à próstata ou se alastrou para outros órgãos periféricos, tais como a bexiga, vesículas seminais ou recto. Os sintomas mais frequentes neste tipo de doença são a extrema dificuldade em urinar, pouca pressão ao urinar, sensação de não esvaziar a bexiga por completo após urinar e, em alguns casos, sangue na urina. Tal como em muitas doenças, a melhor forma de a evitar é a através da prevenção. Quanto mais cedo o cancro for diagnosticado melhores as probabilidades de cura.
Estou grávida de 5 meses e desde que soubemos que eu estou grávida temos evitado fazer amor. O médico diz que não faz mal, mas nós temos receio.
Maria
Cara Leitora,
Pelo que parece já tiveram um parecer médico que não colocou qualquer entrave às relações sexuais, por isso tranquilize-se. Se a gravidez estiver a decorrer dentro da normalidade não existe qualquer problema em ter relações sexuais. Obviamente, o acto sexual deve ser interrompido caso ocorram perdas de sangue, dores abdominais ou outros sintomas e aí devem solicitar de imediato a intervenção médica. Tanto o leitor como a sua esposa devem agir com tranquilidade e se as dúvidas persistirem não hesitem em conversar com o vosso médico assistente. O facto de estar grávida não quer dizer que não possa viver a sua sexualidade de forma plena e satisfatória.
“Sei que fumar faz mal ao organismo, mas continuo a fumar bastante. Li nos maços de tabaco que fumar causa impotência. Será mesmo verdade?”
João Maria, Tomar
Caro leitor,
Como sabe, o tabaco não causa apenas lesões a nível sexual, mas também em outras vertentes, pois existem milhares de pessoas que morrem diariamente vítimas do cancro do pulmão. A partir deste exemplo é possível verificar os efeitos nefastos que o tabaco pode causar.
O tabaco provoca problemas a nível respiratório, que podem causar problemas sanguíneos, e para que a ereção aconteça é necessário que haja um bom fluxo sanguíneo no pénis. Assim, quando existem problemas de circulação, esse fluxo não vai ser suficiente, o que causa a incapacidade de ter uma ereção. Portanto, o tabaco associado à má circulação pode provocar alguns problemas de saúde, entre os quais a impotência e infertilidade.
A rotina é, sem dúvida, um dos maiores inimigos de qualquer relacionamento. Enquanto que nos primeiros tempos da todo o tempo que passavam juntos parecia pouco e qualquer toque ou olhar desencadeava um incêndio que os levava para os braços um do outro, com o tempo e a habituação a excitação da novidade apaga-se. Se a isso juntarmos as exigências do dia a dia, as discussões a respeito de quem lava a louça ou vai buscar os filhos à escola e as pressões a que cada um dos dois é submetido no local de trabalho, é fácil de compreender porque é que a vida sexual se torna um problema silencioso para tantos casais.
Passamos mais tempo a trabalhar e a responder aos desafios e exigências profissionais do que a sós com quem amamos. Por outro lado, qualquer pessoa, por mais apaixonada que esteja, precisa de ter tempo para si e para sentir saudades do seu mais-que-tudo. Aquilo de que muitas vezes não nos damos conta, no entanto, é que ao afastarmo-nos no dia a dia isso cria um fosso também na nossa vida sexual, afastando-nos.
Por outro lado, é fundamental ter presente que se perder o contato com a sua própria sexualidade isso irá necessariamente afastá-la do seu par. Limitar-se a cumprir as suas obrigações enquanto mãe e profissional, esquecendo-se que também é mulher, com desejos e vontades, faz com que essa parte do seu ser e da sua vida vá ficando entorpecida. A partir daí, muitas mulheres deixam de sentir prazer na relação sexual, porque não se permitem desfrutar dela com relaxamento e descontração, passando a evitar o seu parceiro.
A anorgasmia, uma disfunção de que já falámos, pode surgir então e impedir a mulher de ter orgasmos, ou dificultando-os. Como tal, isto faz com que a mulher ainda tenha maior tendência para evitar a relação sexual, pois sabe que não lhe será fácil chegar ao orgasmo, tornando o sexo algo penoso.
Depois do parto do meu filho mais novo comecei a perder urina nas diversas actividades do dia-a-dia. Recentemente fui diagnosticada com incontinência urinária. Esta doença tem cura?
Soraia
Cara Leitora,
A incontinência (perda involuntária de urina) é uma doença que atinge muitas mulheres após o parto, principalmente se este foi demorado e a mulher danificou ou esforçou demasiado os músculos da pélvis. Assim sendo, a leitora não se deve envergonhar da situação, e o primeiro passo a dar é procurar ajuda médica. A incontinência pode ser tratada por via oral com o auxílio de medicamentos, através da intervenção cirúrgica com o implante de esfíncter artificial e, também, através de exercícios da musculatura pélvica. Por isso não perca mais tempo e procure um médico que a possa ajudar a ultrapassar esse problema de forma a voltar a ter uma vida normal sem preocupações.
Tenho 18 anos e estou apaixonado por um colega da faculdade, mas não sei se ele tem a mesma orientação sexual, por isso não sei o que fazer.
Rui
Caro leitor,
Realmente essa é uma situação difícil, pois além de não saber se o seu amor é correspondido, não sabe se o seu amigo tem a mesma orientação sexual que o leitor. Por isso tente ser cuidadoso para não prejudicar a vossa amizade, e dê tempo ao tempo. Observe os comportamentos do seu amigo quando ele interage com outros rapazes e com raparigas. Experimente também, de forma informal e sem fazer juízos de valores, abordar o tema da homossexualidade e veja o que ele diz. Se o leitor verificar que ele também se sente atraído por homens e que nutre sentimentos mais fortes por si, aí sim o leitor pode declarar o seu amor por ele. Antes disso seja cuidadoso para não perder um amigo!
Estou desolado, pois na semana passada surpreendi a minha mulher com outro homem. Estou furioso, mas não sei o que fazer, pois amo-a muito.
Leonardo
Caro Leitor,
Realmente deve ser muito difícil ver a sua mulher com outro homem, e é natural que se sinta confuso, uma vez que ainda ama a sua mulher, mas não consegue perdoar o que sucedeu. Apesar de ser difícil, o melhor é que deixe passar algum tempo para depois com alguma frieza poder tomar uma decisão mais coerente e que vá de encontro ao que realmente deseja. Neste sentido, é importante que faça uma avaliação dos sentimentos que sente pela sua mulher e apenas o leitor poderá avaliar se quer continuar a partilhar a sua vida com ela ou não. Tente não tomar uma decisão da qual se venha a arrepender mais tarde, pois agora uma vez que o leitor esta enfurecido, poderá tomar uma decisão irreflectida.
“Tenho tentado engravidar e não consigo. Acho que o meu marido é estéril. Como posso ter a certeza disso, sem magoar os seus sentimentos?”
Paula, Abrantes
Cara Leitora,
Os problemas de fertilidade podem ser diagnosticados através de exames físicos, a análise do esperma e tendo em atenção a história clínica. É importante refazer toda a história clínica do seu marido desde a puberdade até à idade atual, de modo a verificar infeções e doenças ocorridas e a medicação tomada. O exame físico deve ter em conta o tamanho e a textura dos testículos com o objetivo de averiguar a sua capacidade de produzir corretamente esperma. Caso este exame não aponte quaisquer problemas, torna-se necessário realizar um teste que determine o número de esperma encontrado na ejaculação. Se se comprovarem problemas, será necessário que um especialista verifique a formação do espermatozoide e a sua capacidade de movimentação. De forma a fazer a avaliação da fertilidade é necessário que o homem ejacule para dentro de um frasco e essa amostra deve ser entregue num laboratório nas duas primeiras horas seguintes. Um outro teste possível de ser realizado é o exame pós-coito que é feito através da recolha de uma amostra de muco uterino logo após a ejaculação do homem. Este último teste tem como intuito verificar se o muco intrauterino tem a consistência necessária para possibilitar a movimentação do esperma. É importante pois, que o seu marido vá ao médico e efetue todos os exames necessários, sem pudor nem preconceito pois é o primeiro passo para realizar o vosso desejo de ter um filho. Converse com ele com calma e procure fazê-lo entender que, apesar de difícil, este tipo de diagnóstico é muito importante para a vossa felicidade futura.
"Eu e a minha esposa estamos a pensar em ter um bebé, mas foi-lhe diagnosticado Ureaplasma num exame de rotina, e o médico disse que pode causar infertilidade. O que pode causar esta doença e o que podemos fazer, visto que queremos ser pais?”
Mário, Sintra
Caro leitor,
O Ureaplasmaurealyticum é uma infeção sexualmente transmissível relativamente comum, que geralmente não se manifesta através de quaisquer sintomas mas pode afetar o trato urogenital. É causado por uma bactéria chamada ureaplasmas, e pode levar a complicações tanto para homens como para mulheres infetados, sendo especialmente perigosa para mulheres grávidas. Ainda assim, com o acompanhamento médico adequado é possível evitar problemas para a mãe ou para o bebé. Deve consultar o seu médico para que ele possa recomendar-lhe um antibiótico adequado para tratar a infeção, e não deve engravidar até que o médico assim o recomende. Estas infeções são sexualmente transmissíveis, sendo muito contagiosas e transmitindo-se através da saliva, do sangue, da relação sexual e mesmo do ar. Os grupos de maior risco são pessoas que têm múltiplos parceiros. No caso da sua esposa, ela pode ter contraído esta doença através de um anterior parceiro que estava infetado, mas terá de ser ela a esclarecê-lo em relação a essa questão. Uma vez que manifesta poucos sintomas é relativamente difícil de detetar. Apresenta em muitos casos um odor vaginal fora do comum, sangramento vaginal atípico, ou corrimento vaginal que tem uma cor ou consistência pouco habituais. No caso de uma mulher grávida que não saiba que tem a doença, pode abortar, ter um bebé prematuro, ou nado morto, e no caso de uma mulher que não esteja grávida pode causar infertilidade. É essencial que ela seja seguida e acompanhada pelo médico, que lhe irá prescrever o tratamento mais adequado ao seu caso. Deve também pedir ao médico que lhe faça exames a si, pois existe a possibilidade de você também ter contraído a bactéria, e dessa forma ambos necessitam de tratamento médico.