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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Os anti-depressivos interferem com o orgasmo?

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Tenho estado a tomar anti-depressivos há já algum tempo e tenho notado que o meu desempenho sexual se alterou. Gostava de saber se os anti-depressivos diminuem a frequência dos orgasmos.

 Sara

Cara Leitora,

Alguns anti-depressivos, bem como medicamentos para a redução da ansiedade, têm como efeito secundário a diminuição do interesse sexual e dificuldade em atingir o orgasmo. Medicamentos como o Prozac ou Zoloft são notórios neste âmbito. O anti-depressivo que está no Mercado e que tem tido menos efeitos secundários a nível sexual e o Welbutrim. É bem provável que pelo facto de estar a ser medicada com anti-depressivos o seu desempenho sexual tenha sido afectado. Converse com o seu médico a respeito do que tem sentido, e se achar necessário peça que lhe receite outro anti-depressivo que tenha menos efeitos secundários, ou que altere a dose da medicação que está a tomar.

Quero-a de volta!

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Namorei durante alguns anos com uma rapariga porém acabei a relação com ela há alguns meses. Agora sei que ela é o amor da minha vida, mas ela ficou bastante magoada e já não quer saber de mim.”

 Ruben

Caro Leitor,

Por vezes depois de vários anos de relacionamento alguns casais sentem que a relação entrou na monotonia e decidem separar-se, porém passados alguns meses as pessoas apercebem-se de que cometeram um erro e querem uma reconciliação. No entanto, reiniciar um relacionamento nem sempre é fácil, pois muitas vezes a separação vem acompanhada de bastante dor e ressentimento. O leitor precipitou-se e terminou o namoro com a sua companheira. Agora quer que ela volte para si, por sua vez, por ter ficado magoada ela não quer considerar a hipótese de uma reconciliação. Tente compreender que ao acabar a relação magoou bastante a sua ex-namorada e é natural que ela agora se sinta relutante em aceitá-lo de volta. Tenha calma e a pouco e pouco tente ganhar a confiança e afecto da sua ex-namorada.

Serei infértil?

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Sou casado e temos tentado engravidar mas nao conseguimos, por isso eu gostaria de fazer um teste de infertilidade masculina, mas não sei como fazê-lo. 

Sandro

Caro Leitor,

A infertilidade masculina pode resultar do facto de o homem não ejacular, não produzir a quantidade necessária de espermatozóides quando ejacula, ou de os espermatozóides não se movimentarem da forma adequada para que se dê a penetração do óvulo. O exame que é feito com maior regularidade para testar a infertilidade masculina é o chamado espermograma, onde o objectivo principal é analisar o sémen. Através deste exame é possível medir a quantidade, a mobilidade e o formato dos espermatozóides, contudo deve ser complementado por outros exames. Porém, o teste não deve ser feito apenas por um membro do casal, é importante que ambos façam os testes necessários de modo a averiguar de onde podem advir os problemas.

O meu namorado é bastante ciumento!

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Namoro há um 2 anos e apesar de nunca ter dado motivos ao meu namorado para desconfiar de mim, ele é bastante ciumento.

Micaela

 Cara leitora,

Se realmente nunca deu motivos ao seu namorado para desconfiar de si tenha uma conversa séria com ele e diga-lhe que não gosta do seu comportamento. Explique-lhe que ele tem de tentar ser mais controlado de forma a que o ciúme não estrague a vossa relação pois ciúme a mais pode acabar por afastar a pessoa amada. Lembre o seu namorado de que ninguém gosta de ter um parceiro que desconfia constantemente de todos os seus comportamentos. 

“Traí o meu namorado…”

 

“Tenho 19 anos e namoro há 4 anos. É o meu primeiro namorado e amo-o, temos uma ótima vida sexual, mas a verdade é que já o traí algumas vezes. Gosto de sair sozinha e de sentir que estou a conquistar alguém, foi sempre isso que me levou a trair. Será que nunca vou conseguir ter um compromisso?”

 

Gabriela, Lisboa

 

Cara leitora,

Em primeiro lugar é de frisar que deve sempre usar preservativo e evitar comportamentos de risco, já que está a pôr em causa a sua saúde e a do seu namorado, que não sabe o que se passa. O sexo casual pode ser excitante, mas pode ser também muito perigoso. O facto de ter necessidade de aventura é natural, dada a sua idade e também uma vez que esta é a sua primeira relação séria. Mais tarde poderá, de forma natural, assumir um compromisso, mas por enquanto e dadas as circunstâncias o melhor será terminar a sua relação e desfrutar a vida, sempre de forma segura e sem se expor a riscos.

 

“Confessei-lhe que fingia o orgasmo!”

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 “Estou há três anos com o meu namorado e finalmente ganhei coragem para confessar que sempre fingi o orgasmo, pois nunca tive um orgasmo, nem com ele nem com nenhum outro parceiro. Ele foi bastante compreensivo, e não tinha tido relações sexuais antes de mim, mas neste momento sinto-me insegura, pois cada vez que começo a manifestar excitação tenho medo que ele pense que estou a fingir. O que hei-de fazer?”

Bárbara, Nazaré

Cara leitora,

O facto de ter ganho coragem para contar a verdade é extremamente positivo e é o primeiro passo para conseguir efetivamente ter prazer. A comunicação honesta e sincera entre os parceiros é fundamental para ter uma vida sexual satisfatória para os dois. Para conseguir ter um orgasmo verdadeiro, liberte-se da pressão de o conseguir. Experimente fazê-lo primeiro através da masturbação, sem pressas, e diversificando as vossas atividades sexuais, experimentando através do sexo oral, da masturbação mútua, etc. Concentre-se nas sensações, a sós ou com o seu par, sem querer controlá-las, entregando-se simplesmente a elas. Quanto mais relaxar, mais fácil será. Se mesmo assim não conseguir, não desanime. Uma vez que diz nunca ter tido um orgasmo pode ser necessário consultar um terapeuta que possa fazer um acompanhamento personalizado do seu caso.

“O que é a disfunção da excitação?”

“Ouvi falar em disfunções sexuais que estão ligadas à excitação, e gostava de saber melhor do que se trata, como se manifesta e de que forma se pode tratar. Qualquer pessoa pode sofrer dessa disfunção? Como é que se deteta?”

 Pedro, Sacavém

 

 

Caro leitor,

A excitação surge a dois níveis: por um lado sente-se e por outro observa-se em reações corporais. Por vezes, o corpo manifesta reações contraditórias em relação àquilo que se passa na mente. Por exemplo, alguns homens experimentam uma ereção quando estão expostos a uma situação que lhes provoca medo, o que naturalmente acontece sem que estejam sexualmente excitados. Assim, enquanto o corpo reage de determinado modo, como a produção de secreções vaginais ou o aumento do fluxo sanguíneo para o clítoris ou o pénis, existe por outro lado a excitação subjetiva, que consiste no sentimento interior de estar excitado, e que pode variar no aparecimento de imagens mentais estimulantes à sensação de euforia. Embora estes dois níveis de excitação ocorram geralmente em simultâneo, fala-se de disfunção quando isto não acontece. Pode dar-se o caso, por exemplo, de os genitais reagirem à estimulação, sem que a pessoa se sinta excitada ou com vontade de ter relações sexuais. Pode acontecer também o contrário, em que uma pessoa se sente excitada mas o corpo não manifesta reações de excitação, e que pode acontecer por variadas razões, como por exemplo em pessoas que sofreram abusos sexuais ou em relações que perderam o estímulo, tornando-se rotineiras, ou quando há perda de interesse pelo parceiro. Se isto suceder de forma continuada é necessário identificar as causas do problema para que este possa ser tratado de forma adequada, quer seja através de terapia individual ou de casal, a dinamização da relação através de novas práticas e mudança de posições, por exemplo. Qualquer pessoa que sinta este tipo de dissociação entre a excitação física e a nível mental de modo continuado deve consultar um médico que possa avaliar o seu caso individual.

“Gosto de ejacular no peito dela…”

 “Gosto de ejacular no peito da minha namorada, com quem tenho uma relação há cerca de dois meses. Eu acho que é uma prática de sexo seguro, mas ela diz que não é seguro. Quem tem razão?”

António, Palmela

 

Caro leitor,

Desde que a sua companheira não tenha cortes ou feridas no peito será, à partida, uma prática segura. No entanto, se ela não se sente confortável com ela, e tanto mais que a vossa relação é ainda recente, não deve, de forma alguma, fazê-la. É sempre essencial haver um respeito mútuo entre os parceiros sexuais, independentemente do grau de intimidade da relação, e nunca deve ser feito algo que desagrada a um dos dois. Provavelmente a sua namorada não se sente confortável com essa prática. Ela pode trazer riscos se houver pequenos cortes ou feridas, mesmo que estas não sejam detetáveis facilmente. Uma boa forma de descobrirem algumas práticas que tragam maior prazer a ambos consiste em fazerem, por brincadeira, uma lista com as 5 práticas que vos dão mais prazer. Uma vez que estão ainda a conhecer-se melhor, pois 2 meses de relação é ainda pouco tempo, pode ser muito excitante para ambos descobrirem pontos em comum e outras práticas que estão ambos dispostos a experimentar. Qualquer casal pode fazer isto, de vez em quando, para apimentar a relação!

“O meu clitóris fica inchado…”

“Tenho 18 anos e um problema: quando o meu namorado me masturba com a mão eu nunca tenho um orgasmo e, depois disso, o meu clitóris fica inchado durante cerca de 3 dias, diminuindo a pouco e pouco. Além de ser desconfortável isto deixa-me preocupada, pois sempre que toco em alguma coisa, como a roupa interior, sinto uma espécie de dor. O que se passa comigo?”

Alexandra, Guimarães

Cara leitora,

Quando uma mulher está sexualmente excitada o sangue flui para a área genital fazendo com que fique lubrificada, a vagina alonga-se e o clitóris e os lábios vaginais “incham”. Com a intensificação do prazer algumas mulheres atingem o orgasmo, outras não. Após o orgasmo, os genitais voltam de imediato ao seu estado “normal”. Quando não há um orgasmo, estes efeitos físicos demoram mais tempo a desaparecer. Em relação à situação que descreve, é essencial consultar o seu médico para que ele possa avaliar o seu caso. Também pode ser devido a fricção excessiva durante a masturbação, por isso pode experimentar um tipo de toque diferente e utilizar um lubrificante à base de água. Se já utiliza lubrificante pode tratar-se de alergia aos componentes, por isso deve mudar de marca e de tipo de produto e consultar um médico. O facto de não ter orgasmos faz com que não haja libertação imediata da tensão acumulada com a excitação e, se nunca consegue ter um orgasmo, ou se ainda não teve um orgasmo (não explicita essa situação), esta condição pode criar um estado crónico de congestão pélvica, pelo que deve ser vista pelo médico. Importa também saber se nunca consegue ter um orgasmo, nem mesmo sozinha, através da masturbação, ou se isso só acontece com o seu namorado.

“Perdi o interesse no sexo…”

How Your Relationship Can Survive The Winter | Dr. Karen Sherman | YourTango“Antigamente as minhas relações sexuais duravam duas a três horas e nunca tive problemas mas de há uns tempos para cá perdi o interesse no sexo. Tenho uma namorada maravilhosa mas parece que perdi o interesse nela, tenho sentido muitas saudades da minha ex-namorada, de quem me separei já há um ano. Estou com receio de ter uma depressão. O que se passa comigo?”

 

Tiago, Abrantes

 

Cara leitora,

O facto de estar a aperceber-se conscientemente daquilo que mudou na sua vida é o primeiro passo para encontrar uma solução. Nesse sentido, o acompanhamento de um psicoterapeuta pode avaliar consigo o seu caso e ajudá-lo a compreender melhor o que se passa, devendo fazê-lo para evitar uma depressão, conforme receia. Ainda assim, a situação que descreve parece ter a ver com motivos psicológicos, visto que indica ter perdido o interesse na sua atual namorada e ter saudades da sua anterior relação. Convém compreender se, de facto, ainda tem sentimentos pela sua anterior namorada, o que faz com que deixe de sentir interesse na relação sexual com a sua namorada atual, ou se, pelo contrário, é algo que na sua vida o deixa insatisfeito e, como sente que não está a corresponder às expetativas da sua namorada atual, deseja evadir-se dessa situação, regressando a uma situação anterior, quando a sua vida sexual corria sobre rodas. O stress, a ansiedade e o cansaço contribuem para o desgaste mental e comprometem a libido e o desempenho sexual. Assim, tanto pode estar a atravessar uma fase conturbada – que precisa de ser acompanhada por um terapeuta para que não tenha consequências mais graves – que não tem a ver com a sua namorada, como pode estar bem, mas já não sentir atração nem vontade de manter o seu relacionamento. Nesse sentido, o acompanhamento terapêutico será essencial para que compreenda aquilo que se passa consigo e possa resolvê-lo. Se toma medicação a perda de interesse sexual também pode ser um efeito secundário da mesma, devendo nesse caso aconselhar-se com o seu médico.