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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Ela não aceita as rapidinhas

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"A minha vida sexual é bastante ativa, mas quando peço à minha namorada para darmos uma rapidinha, pois o meio envolvente não nos permite irmos mais longe ela nega-mo. Porque será?"

 

Caro leitor:

Nesta situação a lógica é bastante básica…o ser humano tem tendência a repetir aquilo que lhe dá prazer e a evitar o que lhe causa mal estar ou desconforto. Assim sendo, a sua namorada nega porque provavelmente uma rapidinha não é suficiente para lhe dar prazer, por isso ela não vai estar interessada em fazê-lo. O homem e a mulher são seres completamente diferentes no que diz respeito ao prazer sexual. A mulher necessita de tempo para estar totalmente excitada e lubrificada para que haja uma penetração sem dor e para que possa atingir o orgasmo, enquanto que o homem está pronto para a ocasião sem necessidade de grandes preparativos. Pergunte à sua namorada o que ela sugere que você faça para que ela também sinta prazer na rapidinha, pois não é justo que apenas você se divirta!!!!

“Não consigo ter prazer…”

“Sempre gostei de praticar sexo, mas nunca consegui atingir o orgasmo, apesar de já ter tido vários parceiros. Será que o problema é meu? As minhas amigas já me disseram que poderei ser frígida...”

Sara, Carcavelos

 

Cara leitora:

A anorgasmia, ou ausência de orgasmo, é infelizmente bastante frequente nas mulheres. Essa situação deve-se, normalmente, a factores do foro  psicológico, como uma educação severa, crenças religiosas, ou ansiedade durante a relação sexual. Se essa for a questão…lembre-se que não há nada de mal no sexo. É algo que faz parte da vida de todos os seres, é tão natural como respirar. Comece por conhecer o seu próprio corpo, através da masturbação, para que depois possa ensinar ao seu companheiro quais as partes do corpo que são mais sensíveis. Se achar necessário, aconselho-a a marcar algumas sessões com um terapeuta sexual.

“Ela queixa-se que não lhe faço sexo oral!”

 
 

“Sou lésbica e tenho um relacionamento que já dura há 8 meses. Eu e a minha namorada temos uma vida sexual bastante ativa, no entanto ela queixa-se que eu não lhe faço sexo oral.”

                                                                                              Madalena, Lisboa

 

 

Cara leitora,

É esse tipo de atitude que faz com que a vida sexual de um casal acabe por morrer após algum tempo de união. Não é justo para si que a sua namorada esteja descontente, apenas porque uma das necessidades dela não é satisfeita. É natural que as relações se tornem monótonas após alguns anos, mas cabe ao casal diversificar e ser criativo para manter a chama acesa. No entanto, se o sexo oral é algo importante para a sua namorada então tente identificar uma forma de o tornar mais tolerável para si. Por exemplo, experimente usar lubrificantes com sabores. Converse com a sua namorada, tentem descobrir novas práticas sexuais que ambas estejam interessadas em experimentar, de forma a reacender a chama entre ambas.

 

"Será impossível penetrar-me?"

 

“Eu e o meu namorado iniciámos recentemente a nossa vida sexual. O pior é que a minha vagina se contrai tanto que não conseguimos consumar o acto. Será impossível o meu namorado penetrar-me? É normal isto acontecer?”

 

Ana, Alcobaça

 

Cara Leitora,

Se ainda é virgem esta situação pode ser causada pela resistência do hímen, e nesse caso será necessária ajuda do médico ginecologista. Por outro lado, aquilo que está a sentir pode estar ligado a um problema de disfunção sexual, chamada vaginismo. Esta disfunção sexual feminina pode afectar tanto as mulheres virgens como as mulheres com alguma experiência sexual. Existem várias causas para este problema, quer sejam físicas quer psicológicas. Geralmente, o que se verifica são espasmos musculares involuntários da vagina que tornam a penetração dolorosa e, por consequência, a dor aumenta a ansiedade e pode levar a uma situação muito penosa, em termos emocionais para a mulher, impedindo por completo a penetração. Este problema pode surgir devido a uma grande variedade de razões. No entanto, a situação que descreve pode estar ainda relacionada com outro tipo de disfunção sexual chamado Dispareunia, que consiste na existência de um excessivo número de nervos sensitivos na entrada da vagina fazendo com que sinta muito mais dor na entrada da vagina do que as outras mulheres. A única forma de resolver esse problema é através de cirurgia. Também pode dar-se o caso de ter uma irritação das paredes da vagina devido a alergia a determinados produtos como sabonetes e tampões. Deve consultar um ginecologista especializado, pois esta condição deve ser tratada através de medicação ou intervenção cirúrgica. Evidentemente que todo este processo pode levar algum tempo, pelo que a compreensão e o apoio do seu namorado serão de extrema importância para a resolução deste problema.

 

A masturbação faz o clítoris perder sensibilidade?

“Tenho 22 anos e a minha namorada comprou um vibrador. No entanto, gostava de saber se não existe o risco de o clítoris perder a sensibilidade com o uso de brinquedos sexuais ou pela prática constante de masturbação. No caso de isso acontecer, como é que se pode recuperar?”

 

Sérgio, Bragança

Caro leitor,

A ideia de que a masturbação frequente danificar o clítoris, impedindo o orgasmo, não corresponde à realidade. Na verdade, a masturbação promove o aumento do prazer feminino, por permitir à mulher conhecer melhor o seu corpo e descobrir aquilo que lhe dá mais prazer, aumentando as sensações. Ainda que ao utilizar um vibrador durante muito tempo ou de forma demasiado vigorosa possa sentir algum desconforto, o efeito é passageiro e idêntico a ter relações sexuais com muita intensidade ou duração. O uso de vibradores pode ajudar a mulher a ter mais orgasmos e orgasmos mais intensos, diversificando também a vida de casal e proporcionando outros tipos de estímulos. Não substituem a partilha de carícias e a cumplicidade que se experiencia com um parceiro, mas ajudam a dinamizar a vida sexual do casal.

 

“Amo um mas desejo o outro…”

“Sei que isto não parece bem, até pode ser suscetível de vários julgamentos, mas a verdade é que amo o meu namorado só que não consigo alcançar o prazer com ele. Porém, envolvi-me com um colega que é casado e que sei que não é a pessoa certa para mim, mas sexualmente parece que fomos feitos um para o outro. Estarei a ser leviana?

 

Diana, Lisboa

 

Cara Leitora,

Em primeiro lugar é importante que não tenha uma imagem tão negativa de si que a leve a fazer autodesignações destrutivas. Neste momento, a leitora está a viver um verdadeiro dilema, ou seja, está dividida entre o afeto e o companheirismo de uma pessoa e a aventura e o ritmo sexual que outra lhe proporciona. Para que possa tomar uma decisão da qual não se arrependa mais tarde, aconselho a que faça uma reflexão séria e ponderada. Talvez essa dúvida, seja fruto de alguma imaturidade e inconsciência que concerteza irá adquirir com a idade e com a experiência de vida. Pense com consciência aquilo que realmente deseja para o seu futuro. Veja se prefere uma vida estável e com verdadeiros momentos de ternura ou se prefere apenas uma vida sexual bastante ativa, mas sem consistência. O ideal seria encontrar uma pessoa que amasse de verdade e que tivessem um bom entendimento sexual. Pense bem, pois talvez nenhum dos dois será a pessoal ideal para si. Dê tempo ao tempo.

 

“Devo falar com a minha filha sobre sexo?”

“Tenho uma filha com 14 anos que começou recentemente a namorar. Embora saiba que é normal na idade dela aparecerem os primeiros namorados preocupa-me que não esteja informada acerca das implicações e de riscos que corre. Devo falar com ela sobre sexo ou será que ainda é muito cedo? Tenho receio de abordar este assunto e ela ainda ter um namoro “inocente”, sem qualquer implicação sexual. O que devo fazer?”

 

Lurdes, Coimbra

 

Cara leitora,

Acho que não é cedo de mais para ter uma conversa (ou várias conversas) acerca da vida sexual com a sua filha. Uma vez que ela tem 14 anos e já namora, já pode saber muito mais acerca de sexo do que você pode imaginar, pois os jovens conversam sobre o assunto, e têm acesso a muita informação através de revistas e da internet. Por isso, para ter a certeza que ela toma os cuidados necessários quando decidir iniciar a sua vida sexual, fale com ela sobre como se proteger de doenças sexuais e de uma gravidez indesejada. Talvez seja bom comprar um livro sobre o assunto especialmente escrito para jovens, bem como leva-la a uma consulta do planeamento familiar.

“Deixei de ter prazer…”

“Há cerca de um mês para cá, deixei de ter prazer com o meu namorado. A nossa vida sexual era ótima, mas já não consigo ter um orgasmo. Consigo sentir-me com vontade de fazer amor, mas assim que a relação sexual começa deixo de sentir o que sentia. Por vezes dói, outras vezes não. O que é que se passa comigo?”

 

Carla, Bragança

 

Cara leitora,

As mudanças na vida sexual tanto podem ser excitantes, como frustrantes e preocupantes. Há muitas coisas que interferem negativamente com o prazer sexual e, consequentemente, com a relação, pois provocam dor e desconforto. Uma vez que até há pouco tempo não tinha este tipo de problema, é aconselhável consultar um ginecologista pois pode estar com um problema de saúde tal como uma infeção vaginal. Alguns medicamentos, como os antidepressivos e tranquilizantes, podem interferir com o prazer, fazendo com que tenha maior dificuldade em ficar excitada, o que naturalmente lhe causará desconforto e até mesmo dor. A secura da vagina também pode causar dor, e pode surgir se não estiver suficientemente excitada ou lubrificada antes da penetração, o que pode ser resolvido se dedicarem mais tempo aos preliminares. Aconselho-a a consultar um ginecologista, pois a situação que descreve aponta para a forte probabilidade de se tratar de um problema físico.

 

“Gostava de ver a minha namorada masturbar-se”

“De há uns tempos para cá tenho a fantasia de ver a minha namorada a masturbar-se. Gostava de lhe pedir mas tenho receio que ela leve a mal.”

 

Ricardo, Sesimbra

 

Caro Leitor,

Não se sinta incomodado pela sua fantasia porque a masturbação faz parte de um processo de descoberta do próprio corpo e do prazer que este lhe pode dar.

O receio que sente em pedir à sua namorada para se masturbar à sua frente é perfeitamente compreensível, pois o ato de masturbação é geralmente praticado num ambiente privado. Desta forma, é natural que às primeiras impressões a sua namorada se sinta desconfortável com a sua presença e queira evitar que o leitor faça parte de um mundo que é só seu. Porém, a partilha desse momento a dois pode ser a plataforma que falta para quebrar a rotina instalada na vossa relação. Assim sendo, sinta-se à vontade para falar com a sua namorada, pois a honestidade e a frontalidade podem ser cruciais para a vossa realização sexual. Liberte-se, dê asas à sua imaginação, seja ousado, sensual, muito erótico  e aproveite ao máximo esses momentos.

“O orgasmo do homem é igual ao da mulher?”

Gostaria de saber se o homem e a mulher experimentam o orgasmo da mesma forma, sito é, se sentem o mesmo.”

Bernardo, Beja

 

Caro leitor,

Tanto o homem como a mulher sentem prazer quando têm os seus órgãos genitais estimulados. Masters e Johnson realizaram um estudo sobre
o orgasmo e descobriram que homem pode ter de 6 a 9 contracções da zona pélvica durante o orgasmo enquanto que a mulher pode ter de 9 a 12 contracções durante o orgasmo. Os autores não estabeleceram um valor máximo de contracções da zona pélvica durante o orgasmo, mas os números podem variar bastante, pois cada pessoa é um caso único tendo orgasmos de diferentes intensidades. Em regra geral, o orgasmo masculino é acompanhado de ejaculação enquanto que o feminino não. No entanto, existem excepções nas quais os homens podem ter orgasmos sem ejacular e mulheres podem ejacular durante o orgasmo. Outra diferença entre o orgasmo feminino e o masculino é o facto de a mulher poder ter vários orgasmos
múltiplos durante o mesmo acto sexual enquanto que o homem necessita de algum tempo após terminado o acto sexual até que possa recomeçar e ter outro orgasmo.