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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Continuo a sentir desejo sexual!”

“Tenho 64 anos e continuo com vontade de fazer amor com o meu marido. Pensava que com o avançar da idade esse desejo fosse diminuindo, mas tal não tem acontecido. Será normal?”

 

Maria do Céu, Castro Daire

 

Cara Leitora,

Infelizmente, a crença de que as mulheres mais velhas não têm vontade nem capacidade para manter uma sexualidade activa ainda se mantém nos dias de hoje. Esta noção não passa de um mito social que ficou instalado na cabeça das pessoas, e muitas têm-no como uma realidade, condicionando a própria vida sexual e afectiva. O certo é que, com o passar dos anos, surgem algumas condicionantes que limitam a performance sexual, contudo isso não significa que as pessoas não estejam aptas a ter uma vida sexual activa. Dentro das suas limitações podem definir estratégias que permitam a continuidade da actividade sexual. A verdade é que, com a idade e as suas próprias limitações, isto é, a menopausa e a consequente diminuição do nível de estrogénio, a sexualidade feminina começa a ser vivida de uma outra forma, o que não significa que a mulher tenha que dar como encerrada a sua vida sexual. Muito pelo contrário, se ainda manifesta vontade sexual não há mal nenhum em satisfazer os seus desejos. É perfeitamente saudável e natural, pois o fim da vida reprodutiva não significa o fim do prazer sexual. Neste sentido, encare este seu desejo de prolongar a sua vida sexual como algo normal e viva a sua sexualidade com a maior naturalidade, eliminando da sua cabeça qualquer sentimento de culpa.

 

“Não consigo sentir desejo!”

 

“Tenho 25 anos e nunca senti desejo sexual. Namoro há 4 anos com um rapaz que amo, mas desde que começámos a ter relações sexuais que a nossa relação se tornou um tormento. Sinto repulsa, horror e vontade de fugir. Eu sei que tenho um problema, mais diria um bloqueio. Já recorri a uma psicóloga sexóloga, porque na infância sofri de abusos sexuais, mas não ajudou muito, e tenho medo de recorrer a medicamentos porque receio que anulem o efeito da pílula. Preciso da sua ajuda porque estou a perder o meu namorado, ele não compreende o que eu sinto e eu não consigo mudar… o que hei-de fazer”

 

 

Sónia, Bragança

 

Cara leitora,

Há muitas questões a resolver nas dificuldades que demonstra na sua sexualidade. Em primeiro lugar, o trauma de ter sido abusada não é fácil de ultrapassar e tem consequências sérias. Quem inicia a sua vida sexual à força e cedo demais não pode esperar apreciar o sexo em si mesmo sem ajuda especializada e algum esforço. Por isso, aconselho-a a retomar as consultas com a psicóloga sexóloga e a seguir as suas recomendações. Infelizmente, ultrapassar uma situação dolorosa requer ainda muita dor, mas tem o benefício de a fazer sentir-se melhor consigo e na sua sexualidade futura. Não desista, valerá a pena. Dado o que conta, compreende-se como é difícil sentir prazer nas suas relações sexuais…e quem sente pouco prazer não sente o desejo a aumentar. Repare como isto aconteceu desde que começaram a fazer amor, pois antes a vossa relação não estava associada a sexo. Saiba que o desejo feminino é difícil de tratar com medicamentos…terá de ser com a sua imaginação e criatividade. Não se “obrigue” à penetração vaginal,
explore outras opções menos invasivas para si, que lhe aumentem o prazer sem a pressionar: pode ser desde massagens eróticas, a banhos de imersão em conjunto, a conversas sobre fantasias sem se tocarem… Invente à vontade a sua forma de se excitar e gostar de sexo! Por fim, aconselho que tente voltar à terapia, pois pode ser uma grande ajuda. Compreendo que custe e que os seus efeitos positivos levem tempo a sentir-se, mas é um passo
que a pode ajudar em muito nestas questões.

“Não tenho vontade de me satisfazer”

“Não tive qualquer tipo de relação sexual depois de me divorciar do meu ex-marido, há um ano, e nem sequer tenho vontade de me satisfazer sexualmente. Será que há algo de errado comigo?”

Paula, Coimbra

Cara Leitora,

O facto de não ter relações sexuais e de não lhe apetecer satisfazer-se através da masturbação não é motivo para se preocupar. Deve fazê-lo apenas se e quando se sentir estimulada para tal. Não se deve sentir diferente ou menos “normal”, pois tudo decorre dentro da normalidade. Há muitas pessoas que julgam que não ter uma vida sexual activa é um motivo para preocupações, e que é prejudicial à saúde, mas tais pensamentos estão completamente errados. Não entre em pânico e tente levar a sua vida de uma forma normal. É claro que, como se sente emocionalmente abalada devido ao divórcio, o seu apetite sexual está mais reduzido. Neste sentido, dê tempo ao tempo e quando tiver a sua vida amorosa reestruturada verá que, com toda a certeza,
irá recuperar o interesse sexual.  

“Não tenho vontade de me satisfazer”

 

“Não tive qualquer tipo de relação sexual depois de me divorciar do meu ex-marido, há um ano, e nem sequer tenho vontade de me satisfazer sexualmente. Será que há algo de errado comigo?”

Paula, Carrazeda de Ansiães

Cara Leitora,

O facto de não ter relações sexuais e de não lhe apetecer satisfazer-se através da masturbação não é motivo para se preocupar. Deve fazê-lo apenas se e
quando se sentir estimulada para tal. Não se deve sentir diferente ou menos “normal”, pois tudo decorre dentro da normalidade. Há muitas pessoas que julgam que não ter uma vida sexual activa é um motivo para preocupações, e que é prejudicial à saúde, mas tais pensamentos estão completamente errados. Não entre em pânico e tente levar a sua vida de uma forma normal. É claro que, como se sente emocionalmente abalada devido ao divórcio, o seu apetite sexual está mais reduzido. Neste sentido, dê tempo ao tempo e quando tiver a sua vida amorosa reestruturada verá que, com toda a certeza, irá recuperar o interesse sexual.
 

 

Tema de hoje: problemas sexuais femininos

Bettina Rheims

 

 

 

Bom dia,
Em Outubro de 2007 foi-me diagnosticada uma depressão e estou a ser tratada com fármacos e psicoterapia!
Por volta de Janeiro-Fevereiro comecei a notar que a minha líbido começou a diminuir vertiginosamente! Claro que isso nunca foi impedimento para diminuir o meu ritmo sexual com o meu namorado, mas a verdade é que já não obtenho tanto prazer como obtia!
Deve-se ao tratamento com anti-depressivos? E após passar esta fase da depressão tudo isto irá reverter-se?
Cumprimentos
Cara leitora,
Com efeito, a depressão e o tratamento dela têm efeitos nas várias fases da resposta sexual, desde o desejo sexual, à excitação e orgasmo – dependendo de cada pessoa e dos momentos da vida. Seja paciente e continue a medicação e a psicoterapia, falando destas questões com os técnicos que a acompanham. Não se preocupe com as alterações que sente no prazer, tal irá mudar com as suas melhorias globais, mas deve mencionar estes efeitos secundários ao seu médico assistente bem como ao terapeuta. Existem vários medicamentos no mercado com efeitos secundários diferentes, por isso nao tenha receio de conversar com o seu médico a esse respeito. Não se afaste do seu namorado, explique-lhe e peça-lhe também a sua compreensão. Há muitas formas de ter relações sexuais e de viver a intimidade, pelo que podem aproveitar esta fase da sua vida para as explorarem em conjunto e descobrirem novas formas de viverem a vossa sexualidade, que vos dêem prazer a ambos, ao ritmo que preferir e a deixar confortável.
Desejo-lhe boa sorte para o seu tratamento e para a sua relação e esteja confiante que esta fase difícil irá passar e muitas alegria e prazer a esperam no futuro!

Tema de hoje: Problemas sexuais Femininos

 

Estou muito triste porque meu casamento está a acabar porque eu não sinto vontade de ter relações sexuais com meu marido. Eu amo-o muito, mas na hora H não me interessa… Tenho vontade de fugir quando ele me procura. Quando comecei a namorá-lo tinha pouca vontade, mas agora, estou casada há três anos e só tem piorado cada dia. Preciso de ajuda urgente para que ele não procure outra. O que devo fazer?
Isabel
Cara Isabel,
A sua situação acontece em muitas mulheres – sentir pouco desejo sexual espontâneo. Talvez trabalhe muito, esteja cansada, tenha muitas tarefas para fazer em casa, pode estar desiludida com a sua relação ou simplesmente ser uma pessoa que precisa de menos sexo que o seu marido para se sentir satisfeita – isso acontece muito.
Mas o desejo das mulheres funciona de modo um pouco diferente do dos homens: em vez de ser espontâneo, por exemplo, o deles pode ser despoletado por se olhar para a beleza do parceiro/a, ver a sua nudez. O das mulheres, por seu lado, é mais vezes responsivo, ou seja, surge em resposta a alguma estimulação ou excitação sexual, por exemplo, por se sentir desejada pelo parceiro, por receber um elogio ou uma atenção especial, ou por ser acariciada ao ponto de despertar os seus sentimentos e a excitação sexual…
O desejo sexual e a vontade precisam, por vezes e em certas alturas da vida, de algum investimento da vossa parte: de tempo logo para começar e de ideias e criatividade para manter a chama acesa, de muita comunicação sobre os vossos sentimentos e necessidades sexuais… Planeiem férias juntos onde se possam dedicar ao vosso amor, guardem um tempinho semanal para namorarem e se acariciarem, sem preocupações nem obrigatoriedade de ter relações sexuais, partilhem actividades que vos davam prazer a ambos enquanto namorados (cinema, saídas, passeios, jantares românticos, banhos de imersão em conjunto - o que quer que seja).
Podem pedir ajuda a alguém da sexologia em consultas presenciais,nós estamos em Lisboa, no Saldanha e pode marcar consultas pelo telefone 21 318 25 91. Não desespere com a possibilidade de traições e invista em recuperar a sua confiança e bem estar na relação que tem – vai ver que ainda vai a tempo.

“A quimioterapia tirou o meu desejo sexual…”

 

“Recentemente comecei a fazer quimioterapia devido a ter cancro no estômago. Gostaria de saber se essa será a razão pela qual perdi o desejo sexual?”
Rita, Massamá
Cara Leitora,
De facto a quimioterapia pode afectar o desejo sexual tanto nos homens como nas mulheres. O cancro e os seus tratamentos para além de causarem efeitos a nível físico também afectam o indivíduo a nível psicológico, pois provocam alterações ao nível da auto-estima e da imagem corporal. Por outro lado, algumas pessoas sofrem imenso com os efeitos secundários do tratamento, sentindo-se cansadas e indispostas, o que diminui naturalmente a vontade de ter relações sexuais. Assim sendo, é normal que o seu desejo sexual tenha diminuído, pois o cancro e consequentemente a quimioterapia provocam oscilações físicas, psicológicas e emocionais.

“Só me apetece fugir…”

 

 

 “Tenho 32 anos e nunca senti verdadeiramente prazer no sexo. Namoro com um rapaz há dois anos e para evitar problemas nunca lhe disse, mas quando ele se mostra com vontade de fazer amor só me apetece inventar desculpas e fugir. Serei eu fora do normal?”
Lurdes
 
 
 
 Cara Leitora,
Não ter apetite sexual é um problema que aflige muitas mulheres, originando frequentemente sentimentos de frustração e de descrédito pessoal. Porém, esta situação é muito mais pertinente do que a simples falta de desejo. Assim sendo,este fenómeno pode ser motivado por diversas razões como a insatisfação sexual, tanto ao nível do próprio acto como do parceiro, o parto, a amamentação, a menopausa e as disfunções sexuais. Esta situação também pode ser provocada por doenças orgânicas, ou medicação. O stress vivido no dia-a-dia, a rotina sexual do próprio casal, o cansaço físico e mental traçam o panorama partilhado por muitos casais. Por norma, o desinteresse sexual é visto como sinónimo de falta de amor, o que não corresponde à verdade. É imprescindível que não se confunda amor e sexo, sendo o amor um sentimento verdadeiro e profundo.

“Estou insatisfeita com a minha vida sexual!”

 

“Tenho 45 anos, sou casada há 15, e ultimamente tenho-me sentido insatisfeita sexualmente. Como devo lidar com a situação?”
Carla, Sacavém
 
Cara Leitora,
Uma vez que já está com o seu marido há 15 anos pode fazer com que a vossa relação tenha caído na rotina. Reflicta um pouco para que possa averiguar o que gostaria de alterar no vosso relacionamento, e converse com o seu marido para que juntos possam delinear estratégias que devolvam alguma diversidade à vossa vida sexual. Tenha imaginação e tente descobrir, juntamente com o seu marido, novas formas de sentir prazer e de estimular a vossa imaginação, não deixe que a vossa relação caia na rotina.
 
 

Abuso Sexual e desejo

Tenho 25 anos e uma ausência total de desejo sexual.
No início do meu relacionamento isso não era problema, mas quando eu e o meu
parceiro começámos com o acto sexual em si, as coisas começaram a piorar.
Há cerca de 4 anos que vivo nesta angústia e desespero. Sinto repulsa, horror
e vontade de fugir. Eu sei que tenho um problema, mais diria um bloqueio. Já
recorri a uma psicóloga sexóloga, como sofri de abusos sexuais (por um
adolescente) na infância, mas não ajudou muito.
A única forma de ter relações sexuais é porque me obrigo a isso e é mais
fácil de dizer que fazer. Não sei o que fazer, aqui em Viseu não encontro
nenhum psiquiatra especializado.
Já tentei recorrer a medicamentos mas tenho receio que possa cortar o efeito da pílula (yasmin), a última coisa que me apetece é engravidar...
O meu relacionamento está por um fio, o meu parceiro tem desejo em abundância e ele já chegou ao limite, não entende que haja pessoas com este problema e não me parece que vá ajudar na resolução do problema.
Para piorar a situação, o acto sexual para mim é doloroso, pois tenho uma
pequena inflamação que parece não ter fim (já tentei tudo: antibióticos,
pomadas, etc).

Catarina

 

Cara Catarina,

 

Há muitas questões a resolver nas dificuldades que demonstra na sua sexualidade. Em primeiro lugar, o trauma de ter sido abusada não é fácil de ultrapassar e tem consequências sérias. Quem inicia a sua vida sexual à força e cedo demais não pode esperar apreciar o sexo em si mesmo sem ajuda especializada e algum esforço. Por isso, aconselho-a a continuar na psicóloga sexóloga e a seguir as suas recomendações, por muito que sejam dolorosas. Infelizmente, ultrapassar uma situação dolorosa requer ainda muita dor, mas tem o benefício de a fazer sentir-se melhor consigo e na sua sexualidade futura. Não desista, valerá a pena.

Dado o que nos conta, compreende-se como é difícil sentir prazer nas suas relações sexuais…e quem sente pouco prazer não sente o desejo a aumentar. Repare como isto aconteceu desde que começaram a fazer amor, pois antes a vossa relação não estava associada a sexo. Mesmo a infecção que refere e que parece difícil de tratar pode estar relacionada com a sua dificuldade em se excitar.

Sobre o seu receio de engravidar, tem de esclarecer com um médico, mas saiba que o desejo feminino é difícil de tratar com medicamentos…terá de ser com a sua imaginação e criatividade. Não se “obrigue” à penetração vaginal, explore outras opções menos invasivas para si, que lhe aumentem o prazer sem a pressionar: pode ser desde massagens eróticas, a banhos de imersão em conjunto, a conversas sobre fantasias sem se tocarem…Invente à vontade a sua forma de se excitar e gostar de sexo!

Por fim, peço-lhe que tente voltar à terapia, pois pode ser uma grande ajuda. Compreendo que custe e que os seus efeitos positivos levem tempo a sentir-se, mas é um passo que a pode ajudar em muito nestas questões. O Hospital de Viseu tem consultas especializadas de sexologia clínica, às terças e quartas feiras à tarde. Boa sorte.