“Eu e o meu namorado adoramos fazer sexo mas neste momento ele tem herpes e eu não o quero apanhar. Ele disse-me que se fizermos sexo oral, o contágio não acontece. É verdade?”
Ana, Palmela
Cara Leitora,
Tem toda a razão em sentir-se preocupada com este assunto, uma vez que o herpes é uma doença sexualmente transmissível. Como tal, é necessário ter cuidados redobrados. O herpes é uma doença que dura toda a vida, pois fica incubado e quando existe uma fraqueza imunológica ela reaparece. Apesar do vírus do herpes poder ser transmitido a qualquer altura, este é mais contagioso aquando da existência de lesões na zona genital. Nessa altura não recomendo de forma alguma que tenha relações sexuais com o seu namorado nem mesmo com a utilização do preservativo. Quando não existe qualquer tipo de lesões, o herpes pode mesmo assim ser transmitido, mas as probabilidades são menores. Por isso, é importante que o seu namorado entenda a sua preocupação. Caso o seu namorado não fique satisfeito com a sua justificação, convide-o a procurar a ajuda de um médico para que possam aprender a forma mais segura de ter relações. Não se esqueçam da importância extrema do preservativo, pois este é indispensável para uma boa saúde, dado que ajuda a prevenir as DST (doenças sexualmente transmissíveis).
“Sou homossexual e há pouco tempo notei umas feridas no pénis. Consultei um médico que me disse tratar-se de herpes genital. Porém, não sei como posso ter apanhado essa doença”
João, Leixões
Caro leitor,
O herpes genital é transmitido por um vírus, e assim sendo, é uma doença contagiosa. Uma vez que um indivíduo tenha relações sexuais com outro que tenha esse vírus e não utilize o preservativo durante o acto sexual, é natural que haja o contágio. Por norma, após cinco a oito dias de incubação a pessoa contagiada começa a sentir febre e pruridos nos órgãos genitais, havendo também o aparecimento de pequenas borbulhas. Estas podem originar feridas bastante dolorosas que tendencialmente desaparecem passadas duas semanas. Contudo, o herpes genital é algo incurável, pois uma vez que os sintomas tenham passado o vírus fica inactivo mas isso não significa a cura total. Neste caso, é muito provável que, ciclicamente, o vírus venha a reaparecer. Devo lembrá-lo que o herpes é uma doença sexualmente transmissível, uma vez que o leitor contraiu essa doença deve ser bastante cuidadoso no futuro e deve usar sempre o preservativo para evitar o contágio de futuros parceiros.
Namoro com a minha namorada há dois anos e recentemente apanhei gonorreia depois de ter relações com a minha namorada. Ela diz que não me traiu e que apanhou a doença quando foi a uma casa de banho pública. Será verdade?
Diogo, Horta
Caro leitor,
Uma vez que a gonorreia e uma doença transmitida sexualmente é compreensível que o leitor esteja desconfiado em relação à fidelidade da sua namorada. Para que haja o contágio de uma doença sexualmente transmissível é necessário haver troca de fluidos entre dois indivíduos e um deles estar infectado com a doença. No caso da sua namorada, para ter contraído gonorreia teve de estar em contacto directo com o esperma ou fluido vaginal de alguém que estava infectado com a doença, por isso difícil será verdade que a tenha apanhado gonorreia apenas devido a ter utilizado uma casa de banho pública.
“Tenho um amigo que me disse que os espermicidas ajudam a prevenir o contágio de Infecções Sexualmente Transmissíveis. É verdade?”
Carlos, Monte Gordo
Caro Leitor,
Os espermicidas são contraceptivos cuja função é impedir que os espermatozóides cheguem aos ovários e fecundem o óvulo, ou seja, têm como principal objectivo a prevenção contra uma gravidez indesejada. No entanto, tem-se verificado que para além dessa função os espermicidas ajudam a eliminar alguns micróbios relacionados com algumas infecções sexualmente transmissíveis, entre as quais a clemidia e a gonorreia. É neste sentido que muitos especialistas defendem o uso de espermicida como forma de prevenção das IST para os casais que não podem utilizar o preservativo por razões alérgicas.
Todavia, esta teoria não é suportada por todos os especialistas, pois a dose de espermicida que neutraliza os espermatozóides não é a mesma para eliminar os micróbios das IST.