“Tenho dois primos de quem sou muito amigo, e um deles disse-me que uma noite viu o pai dele a abusar da própria filha, irmã dele. Queria muito ajudá-los mas não sei como devo proceder. Será que me poderia ajudar?”
Bruno, Santo Tirso
Caro Leitor,
A situação que me descreve é bastante preocupante, dado que se trata de uma violação, sendo também incesto. Como tal, é muito difícil para uma jovem lidar com este tipo de investidas sexuais por parte de um adulto, principalmente sendo este o próprio pai. Tal situação deve ser informada imediatamente às entidades competentes, pois é punida por Lei e, como tal, o pai da sua prima deve ser detido. O Incesto significa a prática de relações sexuais com indivíduos da mesma família e com os quais não podemos casar, tal como irmãos, pais, etc. Infelizmente o abuso sexual de menores acontece, na sua maioria, entre membros da mesma família, principalmente entre pais e filhos, e entre irmãos. Estes indivíduos, vítimas de incesto, evidenciam perturbações muito graves a nível psicológico quando adultos. A melhor atitude que poderá tomar em relação à sua prima é informá-la e apoiá-la neste momento tão difícil para ela, incentivando-a a que não pode consentir que isto aconteça, e que deve apresentar queixa, mesmo tratando-se do pai. Fale com ela e com o seu primo, juntos tentem saber qual a sua relação com a mãe de modo a que possam falar com ela, se não se sentirem à vontade para tal, pois nem sempre isto acontece, tente que ela se dirija a uma pessoa adulta com a qual haja confiança, tal como um médico, um professor ou um psicólogo. Qualquer um deles poderá agir de forma que esta situação pare e não haja mais ameaças à saúde tanto física como psicológica da sua prima.
“Ultimamente noto que a minha filha de 7 anos tem brincadeiras muito estranhas com as suas bonecas, e no outro dia apercebi-me de que ela estava a fazer de conta que as bonecas estavam a ter relações sexuais. Este comportamento deixou-me preocupada. Será que a minha filha está a ser abusada sexualmente por alguém?
Susana, Lisboa
Cara leitora,
o facto de a sua filha estar a fazer de conta que a sua boneca está a ter relações sexuais não quer obrigatoriamente significar que ela está a ser abusada sexualmente, embora esse comportamento possa ser um indício de abuso sexual, uma vez que as crianças têm tendência a repetir com os seus brinquedos aquilo que vêem os adultos fazer. Pode dar-se o caso de ela a ter visto a fazer amor com o seu marido, ou que tenha visto algo na televisão e que esteja agora a repetir essa cena durante as suas brincadeiras. O melhor a fazer é conversar com a sua filha abordando o assunto e perguntando-lhe onde ela aprendeu essas brincadeiras. Se vier a descobrir que ela de facto está a ser abusada sexualmente por alguém, faça de tudo para proteger a sua filha e não deixe de fazer queixa à polícia.
Ultimamente apercebi-me que a minha filha de 7 anos tem brincadeiras muito estranhas com as sua bonecas, e no outro dia apercebi-me de que ela estava a fazer de conta que as suas bonecas estavam a ter relações sexuais. Sera que a minha filha esta a ser abusada sexualmente por alguém?
Susana, Lisboa
Cara leitora,
Realmente esse pode ser um dos sinais de abuso sexual, uma vez que as crianças têm tendência a repetir com os seus brinquedos aquilo que vêem os adultos fazer. No entanto o facto de a sua filha estar a fazer de conta que a sua Barbie está a ter relações sexuais não quer obrigatoriamente significar que ela está a ser abusada sexualmente. Pode dar-se o caso de ela a ter visto a fazer amor com o seu marido, ou que tenha visto algo na televisão e que esteja agora a repetir essa cena durante as suas brincadeiras. O melhor a fazer é conversar com a sua filha sobre onde ela aprendeu essas brincadeiras. Se vier a descobrir que ela de facto esta a ser abusada sexualmente por alguém, faça de tudo para proteger a sua filha e não deixe de fazer queixa à polícia.
Tenho dois primos de quem sou muito amigo, e um deles disse-me que uma noite viu o pai dele a abusar da própria filha, irmã dele. Queria muito ajudá-los mas não sei como devo proceder. Será que me poderia ajudar?”
Bruno, Porto de Mós
Caro Leitor,
A situação que me descreve é bastante preocupante, dado que existe a possibilidade de existir incesto. Como tal, é muito difícil para uma jovem lidar com este tipo de investidas sexuais por parte de um adulto, principalmente sendo este o próprio pai. Tal situação deve ser informada imediatamente às entidades competentes, pois é punida por Lei e, como tal, o pai da sua prima deve ser detido. O Incesto significa a prática de relações sexuais com indivíduos da mesma família e com os quais não podemos casar, tal como irmãos, pais, etc. Infelizmente o abuso sexual de menores acontece, na sua maioria, entre membros da mesma família, principalmente entre pais e filhos, e entre irmãos. Estes indivíduos, vítimas de incesto, evidenciam perturbações muito graves a nível psicológico quando adultos. A melhor atitude que poderá tomar em relação à sua prima é informá-la e apoiá-la neste momento tão difícil para ela. Fale com ela e com o seu primo, juntos tentem saber qual a sua relação com a mãe de modo a que possam falar com ela, se não se sentirem à vontade para tal, pois nem sempre isso acontece, tente que ela se dirija a uma pessoa adulta com a qual haja confiança, tal como um médico, um professor ou um psicólogo. Qualquer um deles poderá agir de forma que esta situação seja rapidamente encaminhada e resolvida nos trâmites legais, para que não haja mais ameaças à saúde tanto física como psicológica da sua prima.
Gostaria de saber se é possível os homens serem violados? Parece-me difícil que possa acontecer mas às vezes ouço falar disso nas revistas, será verdade?
Carlos, Alvor
Caro leitor,
Compreendo a sua dúvida, uma vez que a maioria das pessoas pensa que se o homem não quiser ter relações sexuais basta dizer não e não há quem o obrigue, mas infelizmente a realidade é bem diferente. Segundo uma estatística Norte-Americana uma em cada 10 vitimas de abuso sexual é um homem, e 86% dos homens que foram abusados sexualmente foram abusados por outros homens. As estatísticas também indicam que os homens têm menos probabilidade de apresentar queixas às autoridades depois de um caso de abuso sexual do que as mulheres quer por vergonha ou medo que ninguém acredite. Por isso como vê, os homens podem sofrer abusos sexuais da mesma forma que as mulheres.
Tenho 25 anos e uma ausência total de desejo sexual. No início do meu relacionamento isso não era problema, mas quando eu e o meu parceiro começámos com o acto sexual em si, as coisas começaram a piorar. Há cerca de 4 anos que vivo nesta angústia e desespero. Sinto repulsa, horror e vontade de fugir. Eu sei que tenho um problema, mais diria um bloqueio. Já recorri a uma psicóloga sexóloga, como sofri de abusos sexuais (por um adolescente) na infância, mas não ajudou muito. A única forma de ter relações sexuais é porque me obrigo a isso e é mais fácil de dizer que fazer. Não sei o que fazer, aqui em Viseu não encontro nenhum psiquiatra especializado. Já tentei recorrer a medicamentos mas tenho receio que possa cortar o efeito da pílula (yasmin), a última coisa que me apetece é engravidar... O meu relacionamento está por um fio, o meu parceiro tem desejo em abundância e ele já chegou ao limite, não entende que haja pessoas com este problema e não me parece que vá ajudar na resolução do problema. Para piorar a situação, o acto sexual para mim é doloroso, pois tenho uma pequena inflamação que parece não ter fim (já tentei tudo: antibióticos, pomadas, etc).
Catarina
Cara Catarina,
Há muitas questões a resolver nas dificuldades que demonstra na sua sexualidade. Em primeiro lugar, o trauma de ter sido abusada não é fácil de ultrapassar e tem consequências sérias. Quem inicia a sua vida sexual à força e cedo demais não pode esperar apreciar o sexo em si mesmo sem ajuda especializada e algum esforço. Por isso, aconselho-a a continuar na psicóloga sexóloga e a seguir as suas recomendações, por muito que sejam dolorosas. Infelizmente, ultrapassar uma situação dolorosa requer ainda muita dor, mas tem o benefício de a fazer sentir-se melhor consigo e na sua sexualidade futura. Não desista, valerá a pena.
Dado o que nos conta, compreende-se como é difícil sentir prazer nas suas relações sexuais…e quem sente pouco prazer não sente o desejo a aumentar. Repare como isto aconteceu desde que começaram a fazer amor, pois antes a vossa relação não estava associada a sexo. Mesmo a infecção que refere e que parece difícil de tratar pode estar relacionada com a sua dificuldade em se excitar.
Sobre o seu receio de engravidar, tem de esclarecer com um médico, mas saiba que o desejo feminino é difícil de tratar com medicamentos…terá de ser com a sua imaginação e criatividade. Não se “obrigue” à penetração vaginal, explore outras opções menos invasivas para si, que lhe aumentem o prazer sem a pressionar: pode ser desde massagens eróticas, a banhos de imersão em conjunto, a conversas sobre fantasias sem se tocarem…Invente à vontade a sua forma de se excitar e gostar de sexo!
Por fim, peço-lhe que tente voltar à terapia, pois pode ser uma grande ajuda. Compreendo que custe e que os seus efeitos positivos levem tempo a sentir-se, mas é um passo que a pode ajudar em muito nestas questões. O Hospital de Viseu tem consultas especializadas de sexologia clínica, às terças e quartas feiras à tarde. Boa sorte.