“Tenho 18 anos e por vezes acordo molhado, depois de ter sonhos eróticos. Serei tarado?”
Ângelo, Miraflores
Caro Leitor,
Não fique preocupado, pois o que se passa consigo é absolutamente normal na sua idade e está relacionado com o desenvolvimento hormonal. É comum no universo masculino a ocorrência de orgasmos durante o sono, podendo estar ou não directamente relacionada com perspectivações sexuais, pois as ejaculações nocturnas podem surgir de forma involuntária.
Os sonhos molhados dão-se quando as glândulas sexuais começam a produzir esperma e este se acumula nos testículos. Tal com os outros sonhos não é possível controlá-los e a sua frequência varia de indivíduo para indivíduo, sendo bastantes comuns durante a adolescência. Neste sentido, tranquilize-se e viva a sua sexualidade com naturalidade, pois estes sonhos fazem parte do seu crescimento.
“O tipo de preservativo usado pode influenciar a relação sexual?”
“Gostaria que me explicasse se o tipo de preservativo utilizado durante a relação sexual interfere na obtenção de prazer. É possível que haja interferência nesse sentido?”
Ricardo, Seixal
Caro Leitor,
De certa forma, o tipo de preservativo influência o processamento da relação sexual. O tamanho, a forma, a cor e o sabor são alguns dos indicadores a ter em conta, uma vez que, para além do preservativo se tratar de um contraceptivo e um protector das doenças sexualmente transmissíveis, pode-se transformar num excelente instrumento para dinamizar e divertir a relação sexual e proporcionar uma melhor obtenção de prazer.
Tendo em conta que existe, actualmente, no mercado uma enorme variedade de preservativos é importante saber escolher aquele que melhor se adapta à sensibilidade de cada indivíduo. O que acontece é que muitas vezes escolhe-se o preservativo pelos momentos de diversão que pode causar e não pela segurança que pode transmitir. Neste sentido, quando escolher um preservativo, verifique primeiro quais as indicações de uso, as possíveis alergias que podem causar e a data de validade, depois escolha o preservativo que melhor se adequa a si e à sua parceira e, por fim, divirta-se!
Para os pais que têm filhos numa fase de grandes mudanças, como é a adolescência, há que deixar os tabus para trás e abrir a mente.
Em primeiro lugar, tenha em atenção que, embora não se deva considerar a melhor amiga do seu filho ou da sua filha, é em si que eles devem apoiar-se para esclarecer muitas das suas dúvidas, bem como resolver alguns problemas.
Se nunca se mostrar disponível para o diálogo, então será nos amigos da mesma idade, que sabem tanto quanto eles sobre o assunto, que estes irão procurar informação sobre sexo, ou outros assuntos, que pouco ou nada se sentem à vontade para partilhar consigo.
Como muitos pais não se preparam para o início da vida sexual dos seus filhos adolescentes, estes acabam por se colocar em situações de risco, tais como: gravidez prematura, contacto com doenças sexualmente transmissíveis ou experiências sexuais desagradáveis. E não falamos apenas de países subdesenvolvidos!
Tenha em conta que não é pelo facto de falar com o seu filho sobre sexo que este iniciará a sua vida a este nível levianamente. E para que isso não suceda explique-lhe que o sexo é algo bom e natural, mas tem um momento certo para acontecer, que temos que estar psicologicamente e fisicamente preparados.
E se dúvidas houver, os especialistas dizem que meninos e meninas devem receber o mesmo tipo de orientações. Não podem existir preconceitos. O ideal é que seja o pai a dialogar com os filhos e a mãe a esclarecer as filhas.
Tenho 17 anos e ultimamente tenho andado tão stressado que cada vez que tenho relações com a minha namorada fico com torcicolos, e não sei o que fazer.
Diogo, Carcavelos
Caro leitor,
A adolescência é uma etapa da vida cheia de incertezas e emoções nas quais todos os acontecimentos do dia a dia são vividos de forma bastante intensa, principalmente aquando se dá o inicio da vida sexual. Muitas pessoas sentem sintomas físicos quando estão sob stress, o que parece ser o seu caso, uma vez que cada vez que tem relações com a sua namorada fica tão tenso que fica até com torcicolos. A não ser que o leitor pratique umas posições que necessitem de grandes malabarismos, a causa do seu torcicolo é de facto ansiedade, por isso tente descontrair mais nos momentos de intimidade com a sua namorada. Uma forma de aliviar o stress é a prática de desporto, ou de um hobby, o leitor pode também experimentar fazer massagens quando estiver bastante stressado, o que vai ajudar com a tensão muscular que tem sentido no pescoço.
“Tenho 16 anos e costumo partilhar com as minhas amigas tudo o que me acontece. Num destes dias falámos sobre a nossa primeira vez, todas elas comentaram que já tinham tido relações, mas eu menti por vergonha, pois a verdade é que ainda sou virgem. Tenho medo, pois os meus pais estão sempre a dizer que sou muito nova e que ter relações na minha idade é perigoso. Isso é realmente verdade?”
Sara, Beja
Cara Leitora,
A sua questão é um dos temas mais sensíveis na vida de uma adolescente. Para que possa dar esse passo tão importante é necessário que se questione se está preparada para tal e para enfrentar todas as mudanças que daí poderão surgir.
A preocupação dos seus pais é legítima, procure compreendê-los. Não faça nada na sua vida, seja no âmbito da sexualidade ou noutro, só para agradar ou ser aceite pelo grupo. Se cometer o erro de fazê-lo está a provar antes de mais a si própria que é imatura, o que é a prova mais do que evidente de que não está preparada para o fazer!
Lembre-se que existem alguns riscos, tais como as doenças sexualmente transmissíveis, a gravidez e as mudanças psicológicas e físicas, e tenha em conta as precauções devidas para os minimizar. É importante saber que não se deve sentir pressionada a fazer algo que não deseja, dê o primeiro passo apenas quando se sentir preparada e considerar que é o momento certo e a pessoa com quem deseja partilhar essa etapa tão importante da sua vida.
Para os pais que têm filhos numa fase de grandes mudanças, como é a adolescência, há que deixar os tabus para trás e abrir a mente. Em primeiro lugar, tenha em atenção que, embora não se deva considerar a melhor amiga do seu filho ou da sua filha, é em si que eles devem apoiar-se para esclarecer muitas das suas dúvidas, bem como resolver alguns problemas. Se nunca se mostrar disponível para o diálogo, então será nos amigos da mesma idade, que sabem tanto quanto eles sobre o assunto, que estes irão procurar informação sobre sexo, ou outros assuntos, que pouco ou nada se sentem à vontade para partilhar consigo.
Como muitos pais não se preparam para o início da vida sexual dos seus filhos adolescentes, estes acabam por se colocar em situações de risco, tais como: gravidez prematura, contacto com doenças sexualmente transmissíveis ou experiências sexuais desagradáveis. E não falamos apenas de países subdesenvolvidos!
Tenha em conta que não é pelo facto de falar com o seu filho sobre sexo que este iniciará a sua vida a este nível levianamente. E para que isso não suceda explique-lhe que o sexo é algo bom e natural, mas tem um momento certo para acontecer, que temos que estar psicologicamente e fisicamente preparados. E se dúvidas houver, os especialistas dizem que meninos e meninas devem receber o mesmo tipo de orientações. Não podem existir preconceitos. O ideal é que seja o pai a dialogar com os filhos e a mãe a esclarecer as filhas.
"Tenho 17 anos e sem querer dei um pontapé nos testículos do meu irmão. Ele tem 16 anos e ele ficou mesmo com muitas dores. A minha mãe ralhou-me e disse-me que ele pode deixar de poder ter filhos. Tenho-me sentido muito culpada, será que posso ter provocado a esterilidade do meu irmão? Ele ficou encolhido no chão a chorar durante uns bons 5 minutos e estou com muito receio…"
Cátia, Almada
Cara leitora, os testículos possuem uma concentração de terminações nervosas muito superior a outras partes do corpo, em que estas estão espalhadas, e como nem os testículos nem o pénis estão protegidos por músculos nem por ossos, qualquer agressão nessa parte do corpo masculino pode ser extremamente dolorosa. Por outro lado, o facto de serem frágeis e compostos por tecido esponjoso faz com que a dor possa fazer sentir-se no resto do corpo, mesmo quando é provocada por um apertão ou uma pancada um pouco mais forte. Felizmente, a dor provocada não indica necessariamente um problema de saúde grave como a infertilidade, mas é aconselhável que o seu irmão seja visto por um médico especialista para poder ter a certeza que não teve consequências mais graves. Quando a dor persiste de forma aguda ao fim de uma hora ou quando os testículos ganham manchas ou ficam inflamados, ou se houver uma ferida, se sentir vómitos ou náuseas, a pessoa deve ir de imediato ao hospital pois pode ter ocorrido uma lesão interna que, essa sim, pode provocar a infertilidade.
“Tenho uma filha com 14 anos que começou recentemente a namorar. Embora saiba que é normal na idade dela aparecerem os primeiros namorados preocupa-me que não esteja informada acerca das implicações e de riscos que corre. Devo falar com ela sobre sexo ou será que ainda é muito cedo? Tenho receio de abordar este assunto e ela ainda ter um namoro “inocente”, sem qualquer implicação sexual. O que devo fazer?”
Lurdes, Coimbra
Cara leitora,
Acho que não é cedo de mais para ter uma conversa (ou várias conversas) acerca da vida sexual com a sua filha. Uma vez que ela tem 14 anos e já namora, já pode saber muito mais acerca de sexo do que você pode imaginar, pois os jovens conversam sobre o assunto, e têm acesso a muita informação através de revistas e da internet. Por isso, para ter a certeza que ela toma os cuidados necessários quando decidir iniciar a sua vida sexual, fale com ela sobre como se proteger de doenças sexuais e de uma gravidez indesejada. Talvez seja bom comprar um livro sobre o assunto especialmente escrito para jovens, bem como leva-la a uma consulta do planeamento familiar.
Durante muitos anos falar de sexo em casa com a família ou na escola era tabu. Aliás, quem ousasse puxar esse tipo de assunto poderia ser imediatamente acusado de depravado.
Hoje em dia, para além das mentes estarem mais abertas, é essencial que também a escola sirva como meio de educação sexual. Dessa forma, pode evitar-se muitos problemas, tais como as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ou gravidezes indesejadas na adolescência.
Por isso, se os seus filhos chegarem a casa com muitas perguntas sobre sexo, referindo que têm dúvidas sobre aquilo que lhes ensinaram na escola, não aja como uma mulher do século XIX.
Ajude a complementar a educação que eles recebem a este nível nos seus estabelecimentos de ensino e esteja seja pronta para responder às suas perguntas, mesmo que de início se sinta um pouco mais envergonhada. Isso só fará dos seus filhos seres humanos mais esclarecidos, capazes de se orientarem sexualmente, sem se perderem pelo caminho.
“Tenho 14 anos e não me sinto nada confortável com o meu corpo, pois continuo sem ter peito, enquanto todas as minhas amigas já usam soutien e algumas têm o peito mesmo bastante pronunciado. O que se passa de errado comigo? Também ainda não tenho a menstruação, e gostava de saber se há algo que possa fazer para acelerar esse processo.”
Luísa, Évora
Cara leitora,
De fato a única coisa que pode fazer é ter experiência e esperar, pois o desenvolvimento do corpo não acontece na mesma altura para todas as raparigas e rapazes, e embora geralmente a primeira menstruação e o crescimento do peito surjam entre os 12, 13 anos, há raparigas que só passam por essa transformação mais tarde, sendo que até aos 16 anos não tem motivos para considerar essa demora preocupante. Pode perguntar à sua mãe e tias como se processou esta alteração na adolescência delas, pois há boas probabilidade de herdar o mesmo tipo de desenvolvimento. Não deixe que a falta de peito diminua a sua auto-estima, desfrute de cada fase do seu crescimento e invista na sua beleza de outras formas. A seu tempo verá que tudo vai ao seu devido lugar.