“Tenho tentado engravidar e não consigo. Acho que o meu marido é estéril. Como posso ter a certeza disso, sem magoar os seus sentimentos?”
Paula, Abrantes
Cara Leitora,
Os problemas de fertilidade podem ser diagnosticados através de exames físicos, a análise do esperma e tendo em atenção a história clínica. É importante refazer toda a história clínica do seu marido desde a puberdade até à idade atual, de modo a verificar infeções e doenças ocorridas e a medicação tomada. O exame físico deve ter em conta o tamanho e a textura dos testículos com o objetivo de averiguar a sua capacidade de produzir corretamente esperma. Caso este exame não aponte quaisquer problemas, torna-se necessário realizar um teste que determine o número de esperma encontrado na ejaculação. Se se comprovarem problemas, será necessário que um especialista verifique a formação do espermatozoide e a sua capacidade de movimentação. De forma a fazer a avaliação da fertilidade é necessário que o homem ejacule para dentro de um frasco e essa amostra deve ser entregue num laboratório nas duas primeiras horas seguintes. Um outro teste possível de ser realizado é o exame pós-coito que é feito através da recolha de uma amostra de muco uterino logo após a ejaculação do homem. Este último teste tem como intuito verificar se o muco intrauterino tem a consistência necessária para possibilitar a movimentação do esperma. É importante pois, que o seu marido vá ao médico e efetue todos os exames necessários, sem pudor nem preconceito pois é o primeiro passo para realizar o vosso desejo de ter um filho. Converse com ele com calma e procure fazê-lo entender que, apesar de difícil, este tipo de diagnóstico é muito importante para a vossa felicidade futura.
“O meu marido é responsável pela gestão de uma empresa, o que faz com que se dedique inteiramente à carreira profissional e nem queira ouvir falar em ter filhos. Ele trabalha demais e eu já não sei como lidar com a situação.”
Joana, Espinho
Cara leitora,
As exigências da sociedade actual fazem com que muitas pessoas alterem a sua rotina diária favorecendo a vida profissional em detrimento da vida familiar, verificando-se, então, uma mudança nos padrões sociais inicialmente estipulados. Hoje em dia, algumas pessoas escolhem abdicar do desempenho do papel de pais em favor do prestígio e êxito profissional. Porém, apesar de o seu marido pensar assim, parece que a leitora discorda deste tipo de vida, gostaria que o seu marido trabalhasse menos horas e que constituíssem família. Nesse sentido, aconselho-a a ter uma conversa séria e frontal com o seu marido, dizendo que respeita a sua postura, mas que para si também seria muito importante ter uma família para lhe dar o seu amor e carinho. É fundamental que cheguem a um consenso que promova o equilíbrio e a felicidade do casal.
“Namorei três anos com o meu companheiro com quem vivo há dois e sempre nos demos bem. Embora tenhamos um relacionamento sério, há algum tempo para cá comecei a sentir-me sexualmente atraída por outro homem. Não sei o que fazer…”
Marina, Alcácer do Sal
Cara leitora,
Compreendo que se encontre bastante confusa e instável a nível emocional pelo que dá a entender pela sua carta. Relativamente a esta questão, é perfeitamente normal sentir-se dividida, e isso é bastante natural. Diz que gosta do seu parceiro actual com quem se relaciona há 5 anos, mas sente-se atraída por outra pessoa a nível sexual. No inicio do vosso namoro o ser conquistada e seduzida fê-la sentir muito especial e amada acima de tudo e de todos, mas após cinco anos a vossa relação já se tornou rotineira e a excitação já não é igual à de antes. O facto de se sentir sexualmente atraída por outro homem sugere que a leitora experimenta a necessidade de voltar a sentir a excitação da conquista. Obviamente que todos nós gostamos da sensação de conquistar e de sermos conquistados, e isso faz parte da natureza humana, mas não se pode esquecer que depois da conquista e do desvendar do mistério que se encontra por detrás da pessoa desejada, facilmente se chegará a um momento de rotina, de insatisfação e de incerteza. Fazer sexo apenas por prazer carnal pode ser uma experiência memorável, mas fazer amor com a pessoa que se ama é uma sensação bem mais intensa. Tendo em conta que tem uma relação estável e com alguns anos é aconselhável que tenha uma atitude mais ponderada e consciente para não tomar precipitadamente qualquer decisão. Se pretende salvaguardar o seu relacionamento, tente quebrar a rotina que possivelmente invadiu a vossa relação e que promoveu este tipo de pensamentos.
“Sempre tive uma vida sexual muito activa, mas de há algum tempo para cá durante o acto sexual com a minha companheira ejaculo precocemente, impedindo-a de atingir o orgasmo. Sinto que isso está a prejudicar a relação mas não sei como proceder, pois não sou capaz de evitar que isso aconteça.”Marco, FunchalCaro Leitor,Em primeiro lugar deixe-me felicitá-lo pela coragem e pela identificação da situação que está a vivenciar, o que só irá facilitar a rápida resolução da mesma e um adequado diagnóstico.É importante perceber o que mudou na sua vida, o que o torna agora incapaz de exercer um controlo eficaz sobre o tempo de obtenção do orgasmo e assim impedir a vivência a dois dos momentos de prazer. Este aspecto é fundamental para o diagnóstico adequado dado que esta situação poderá ser apenas decorrente de um período, mais ou menos difícil, que está a viver e que condiciona o seu desempenho sexual. Se assim o for, a solução passa pela procura da causa da ansiedade, que o impede de dar o seu melhor durante o acto sexual. Mas se tal assim não for, seria aconselhável consultar um especialista para lhe transmitir alguma confiança e ajudá-lo nesta tarefa. No entanto, lembre-se que se trata de uma situação muito frequente entre casais, para a qual já existe tratamento, tais como a técnica Squeeze na qual o leitor deve fazer uma pausa quando sentir que está prestes a ejacular e deve apertar a base do pénis com o dedo polegar e indicador durante 5 segundos antes de recomeçar a relação sexual.
“ Namoro há um ano e há pouco mais de 3 meses iniciei a vida sexual com o meu namorado, acontece que ele não me satisfaz como eu gostava… Como hei-de fazer para que ele perceba isso sem o magoar? Apesar de ele não me satisfazer na cama eu amo-o muito!”
Cara Leitora:
Se não disser ao seu namorado aquilo que gosta que ele lhe faça, ele provavelmente nunca o irá perceber, e continuará na ilusão de que tem desempenhado o seu papel na perfeição. Também pode adoptar outra estratégia que é fazer-lhe a ele o que gostaria que ele lhe fizesse a si. Fazer comentários durante o acto sexual também pode resultar. Verbalize as suas preferências e reforce os comportamentos que quer que ele continue a ter dizendo-lhe o quão bem ele os faz. Faça sugestões de uma forma sedutora, não tenha medo nem receio de falar com o seu namorado acerca de sexo, mas faça-o de uma forma calma, sem lhe dar ordens ou fazendo-o sentir-se um fracasso. O diálogo aberto e sem tabus é fundamental entre um casal.
“Gostava de saber se existe algum produto ou objecto que eu possa introduzir para alargar a vagina, com o objectivo de facilitar a penetração. Existe algum creme para a deixar mais relaxada? Sinto muitas dores durante a penetração!”
Felícia, Abrantes
Cara leitora,
A vagina é bastante flexível, permitindo até o nascimento de uma criança, por isso não necessita de objectos para aumentar o seu tamanho. A forma mais adequada para facilitar a sua elasticidade é estar descontraída durante o acto sexual e bem estimulada. Deve também utilizar um gel lubrificante durante a penetração, pois este vai facilitá-la, fazendo com que esta seja menos dolorosa e, logo, que os músculos estejam mais descontraídos.
“A minha esposa quer fazer amor sempre da mesma maneira porque acha que se assim temos prazer não há motivo para mudar. Já tentei pedir-lhe para fazermos outras posições mas ela não quer mudar, e confesso que isto me está a fazer perder o desejo por ela. O que hei-de fazer?”
Nuno, Sacavém
Caro leitor,
A questão principal tem a ver com a comunicação entre os parceiros. Nem sempre as duas pessoas apreciam o mesmo tipo de práticas, mas importa compreender quais são os motivos que levam a sua esposa a não querer mudar. Poderá haver receios que ela não manifesta ou pode não se sentir suficientemente à vontade com o seu corpo e com a sua sexualidade, preferindo manter uma postura dentro do que ela considera tradicional. Pode, também, haver algum tipo de experiência que a marcou de forma negativa, mesmo que não tenha acontecido especificamente com ela, e que ela associe a algo que é desagradável ou indesejável. Assim, lembre-se que se não conversar abertamente com ela, deixando sobretudo espaço para que ela se sinta confortável a explicar os motivos que a levam a agir dessa forma, estará a afastar-se cada vez mais, e será cada vez mais difícil preservar a união. Quando um casal se cala em relação a algo que está a incomodar um ou os dois, está apenas a deixar que aumente a distância entre ambos, chegando a pontos muitas vezes irreversíveis. Pode ser benéfico para ambos, também, fazer terapia de casal com um terapeuta especializado, mesmo que as consultas sejam feitas por videochamada.
“Tenho 19 anos e há uns dias, quando estava a fazer amor com o meu namorado, o preservativo rompeu-se. Ficámos com medo e por isso tomei a pílula do dia seguinte, mas deixei a embalagem no meu quarto e a tenho a certeza que a minha mãe a viu. Ela não me disse nada mas estou apavorada, não sei o que lhe hei-de dizer!”
Jessica, Sesimbra
Cara leitora,
Em primeiro lugar é importante alertar que a toma da pílula do dia seguinte não deve ser nunca usada como método contracetivo, comporta riscos para a saúde e só deve ser usada como recurso em situações de emergência, como a que descreve. Em segundo lugar, deve sempre praticar relações sexuais com segurança, utilizando preservativo, como referiu ter feito. Uma vez que o preservativo pode romper-se, como sucedeu, é importante lembrar, a todos os leitores, que uma vida sexual consciente passa por conhecer o parceiro e o seu historial clínico, evitando a troca de parceiros e fazendo testes com regularidade. Por fim, compreendo que seja constrangedor falar sobre a sua vida sexual com os seus pais, mas eles querem o melhor para si e por isso é preferível ser sincera e abordar o assunto com frontalidade, explicando à sua mãe que está consciente dos riscos que corre e que por isso procurou resolver a situação. Dependendo da confiança que tem com a sua mãe em relação a este tipo de assuntos a reação dela poderá ser mais ou menos compreensiva, mas seja como for uma mãe deve sempre procurar ajudar os seus filhos, a sua mãe já teve a sua idade e saberá compreendê-la e orientá-la.
“Tenho 46 anos, sou casado há 17, mas de há uns três anos para cá eu e a minha esposa deixámos de nos dar bem a nível sexual. Embora tivéssemos recorrido ao apoio de um Psicólogo, continuámos com o mesmo problema. Será que consultar um especialista em sexualidade poderá ajudar?”
Tiago, Seixal
Caro leitor,
Sem dúvida que sim, um sexólogo credenciado tem a formação e o treino necessário para saber lidar com qualquer tipo de problema do foro sexual. Se tem tido dificuldades a nível sexual com a sua esposa, definitivamente aconselho-o a procurar um especialista. Além disso, é bastante importante que ambos sejam sinceros durante a terapia tanto um com o outro como com o vosso terapeuta, e que ambos participem activamente na terapia indo às sessões, fazendo os exercícios recomendados em casa e demonstrando empenho e vontade de melhorar, pois apenas com o empenho de ambos verão resultados.
“Nunca gostei de compromissos e sempre tive casos de uma noite ou de pequena duração, meramente sexuais e com os quais me sentia satisfeita. No entanto, conheci um homem por quem me apaixonei e com quem namoro há 6 meses, mas está a acontecer-me algo muito estranho e que me incomoda: não consigo mostrar ao meu namorado o meu lado selvagem da mesma forma que o faço com alguém com quem passo apenas uma noite, pois tenho medo que ele pense que sou muito experiente e não queira estar comigo.”
Maria, Porto
Cara leitora,
É normal que, quando inicia uma relação estável, se preocupe mais com o que o seu parceiro pensa acerca de si, mas daí a pensar que por ser uma amante fogosa ele vai pensar que tem muita experiência e não vai querer estar consigo é exagero. Não é por ter tido uma vida sexual mais “vivida” que agora não amará com toda a sinceridade o seu par, e além disso acho que são poucos os homens que vão reclamar por ter uma namorada fogosa. Pode-se dar o caso de a leitora estar a projetar no seu namorado aquilo que realmente sente em relação a si mesma. Se for esse o caso, aconselho-a a procurar um psicólogo para resolver o que está por detrás desse comportamento. Aceite a sua sexualidade sem preconceitos, pois nunca se sentirá completamente feliz numa relação na qual não está a ser autêntica. Vença o receio da intimidade e permita que o amor traga uma nova dimensão à sua própria sexualidade.