Em primeiro lugar desejo, depois excitação e por fim orgasmo. Esta seria linha orientadora ideal para atingir aquilo que todas as mulheres desejam na cama: prazer.
Porém, 27% do sexo feminino português confessa que raramente atinge o clímax, contra 1% dos homens. O que pode estar por detrás desta grande diferença entre os dois sexos? A verdade é que sexo não é apenas penetração e, principalmente, para as mulheres é muito mais do que isso. Ela precisa de estar lubrificada, para se sentir preparada para o coito. A mulher deixou de fingir, nos dias que correm exige mais do seu parceiro e ele, em princípio, também fará tudo para estar à altura de satisfazê-la. Infelizmente, a repressora educação que sempre foi passada ao sexo feminino, ainda domina algumas mentes e isso pode, muitas vezes, inibir ambos.
O que contribuiu, sem dúvida, para um orgasmo insatisfatório, principalmente da parte das mulheres que necessitam pelo menos de oito minutos para atingi-lo, contra três minutos que os homens podem levar a consegui-lo. Mas afinal é tudo uma questão de timing?
Pode ser, mas não só! Há que “acertar” ritmos, passar ao parceiro informação, pois os homens gostam de ser instruídos. Utilize alguma linguagem corporal, bem como frases provocantes que permitam ao seu companheiro entender aquilo que precisa. Mas antes disso, e para saber dar instruções necessita de conhecer o seu corpo.
Para si, também os preliminares são importantes, pois quanto mais longa a excitação, maior o clímax. Alugue filmes picantes, envie mensagens eróticas ao seu parceiro, durante o dia, faça algo com ele que vos provoque muita adrenalina. Na cama, evite a rotina, experimentem novas posições, descubram-se e se necessário utilizem brinquedos sexuais para se estimularem mutuamente.
Na verdade, a imaginação não tem limites! Entregue-se ao prazer!
"Quando tenho relações sexuais com o meu namorado fico muito excitada, mas não consigo atingir o clímax; no entanto, quando estou sozinha consigo atingi-lo. Esta situação trará algum problema à minha saúde?"
Rute – Portimão
Cara leitora,
Já pensou que a inibição referente ao seu namorado poderá estar a interferir com a dificuldade em atingir o clímax? Uma mulher pode ficar muito excitada e não atingir orgasmo, sem que isto traga problemas de saúde. O que acontece é que sente uma sensação de tensão ou congestão dos órgãos genitais, que pode ser incómoda, devido ao afluxo de sangue que é maior nessa região. Quando o orgasmo não é atingido, essa congestão pode levar algum tempo a desvanecer-se embora não traga nenhum tipo de problema de saúde. Poderá, eventualmente, sentir-se frustrada, devido à dificuldade em atingir o orgasmo estando mesmo muito excitada. Relativamente ao seu namorado, provavelmente, o que sente é vergonha e preocupação das reacções que possa demonstrar quando atingir o clímax. Não tenha medo do possível descontrolo, já que numa relação sexual ambos têm de aprender a demonstrar e a aceitar os comportamentos e os efeitos dos atos sexuais. Talvez uma conversa com o seu namorado sobre esta situação possa ajudar bastante no seu caso pois, possivelmente, ele poderá ter outro tipo de receios que ainda não tenha tido abertura para falar, também, por medo da sua reacção. Troquem informações sobre estes aspetos que podem, evidentemente, ser ultrapassados e estarem a declinar a vossa relação sexual sem razão.
“Nem eu nem o meu namorado temos qualquer tipo de pudor ou preconceito, e já experimentámos as mais diversas brincadeiras sexuais. Fazemos amor dentro de água regularmente e, por incrível que pareça, é aí que mais facilmente atinjo o orgasmo. Há algum problema em continuar a fazê-lo?”
Lídia, Abrantes
Cara Leitora,
O facto de experimentar diversas brincadeiras sexuais é algo salutar pois é através dessas brincadeiras que ambos vão conhecendo a melhor forma de satisfazer o parceiro e, ao mesmo tempo, vão fazendo novas descobertas em relação ao seu próprio corpo. No seu caso, ter relações sexuais dentro de água demonstrou ser algo bastante agradável, pois trata-se de um outro contexto que proporciona a leveza do corpo e o relaxamento. Este meio, através das características a si inerentes, incita à tranquilidade e à descontracção facilitando o clímax, isto é, a obtenção máxima de prazer. Porém, como qualquer experiência levada ao extremo, pode cair na rotina e deixar de ter o efeito inicial. Procure não limitar a sua actividade sexual a apenas sexo dentro de água, pois muito facilmente a sua vida sexual pode ficar rotineira.
“Enquanto que eu atinjo o orgasmo bastante depressa, o meu marido demora bastante tempo a atingir o orgasmo. Será que eu estou a fazer alguma coisa errada?”
Ana, Évora
Cara Leitora,
Cada pessoa demora o seu tempo até atingir o orgasmo e são raras as vezes que um casal consegue atingir o clímax simultaneamente. Por isso, não se sinta tão preocupada pelo facto do seu marido demorar mais tempo a ejacular, certamente isso não está relacionado com nada que a leitora esteja a fazer. Existem factores que podem contribuir para que o homem demore mais tempo para ejacular, nomeadamente a toma de medicamentos para a depressão e ansiedade. Alguns destes medicamentos chegam a ser receitados a homens que sofrem de ejaculação precoce. Se o seu marido estiver sob o efeito de algum tipo de medicação, aconselhe-o a consultar o médico e a perguntar quais os efeitos que esses medicamentos podem ter na sua vida sexual. Se necessário, peça ao médico que lhe receite uma medicação diferente.
Entre elas costuma ser um assunto proibido, mas a verdade é que as mulheres também se masturbam, simplesmente não confessam. Não é um assunto típico das suas conversas, tão natural entre quase todos os homens. A mulher masturba-se exactamente pelas mesmas razões que o homem: obter prazer! Porém, enquanto o homem não se envergonha do acto e consegue até fazê-lo com “assistência”, a mulher não quer ajuda para masturbar-se e prefere fazê-lo sozinha, sem “público”. Elas não costumam excitar-se a olhar para fotos ou vídeos, a hora da masturbação, para o sexo feminino, é uma viagem solitária, em que atingir o prazer de olhos fechados é uma das melhores técnicas.
É através da masturbação que pode descobrir as suas verdadeiras fontes de prazer e na hora do sexo com o parceiro tudo pode ser ainda melhor. Tocar-se ensina-lhe a perceber a força ou a suavidade necessária que precisa para atingir um orgasmo.
A masturbação feminina ainda é vista por muitos homens como algo negativo e, muitas vezes, eles até se sentem inseguros com esta situação, pensando que as suas parceiras têm fantasias com outros. Contudo, a verdade é que este exercício é muito positivo para as mulheres, e ajuda a melhorar a intimidade do casal. Se ela não souber encontrar prazer em si, mais dificilmente será retribui-lo ao outro. A masturbação permite à mulher prestar mais atenção a si mesma e não esperar sempre que seja o companheiro a fazer algo para atingir o clímax.
Existem várias técnicas de masturbação feminina, sendo que a mais clássica é a estimulação do clitóris e da vagina. Para ajudá-la a obter prazer, use lubrificantes nesta hora, pois mais facilmente atingirá o orgasmo. Utilizar brinquedos sexuais, como por exemplo um vibrador, pode também tornar-se um dos métodos eficazes para obter prazer.
A masturbação feminina é também uma forma de procurar vencer a anorgasmia (dificuldade em atingir o orgasmo) e explorar o seu corpo é a melhor receita para conseguir ter com o seu marido ou namorado uma sexualidade plena.
A ansiedade é um dos maiores problemas relacionados com a dificuldade em atingir o orgasmo. Se estiver totalmente relaxada e entregar-se ao prazer, sem pensar exatamente na hora certa em que deve chegar ao clímax, a sua vida sexual será bastante mais satisfatória. A sensação de prazer nunca deve ser uma obrigação.
Não existe o momento certo para atingir o orgasmo, mesmo que anseie que ele aconteça exatamente ao mesmo tempo do seu parceiro. É logicamente um grande prazer conseguirem, através de plena sintonia e cumplicidade, ter a mesma sensação em simultâneo, mas não é menos estimulante assistir ao clímax do seu parceiro, pois é nessa altura que conseguirá estar mais atenta ao desempenho dele.
O facto de lhe dar prazer, só por si, proporciona o seu próprio prazer. O mais importante realmente é jamais forçar o orgasmo, ele chegará espontaneamente se conseguir relaxar e entregar-se totalmente. E mais, o facto de não chegar ao orgasmo em simultâneo com o seu par, vai permitir-lhe sentir, por mais tempo, mais excitação.
E para que a sua vida sexual seja realmente um sucesso, nada como partilhar todos os seus desejos com quem está ao seu lado, e finalmente quando o orgasmo chegar, liberte-se de todos os preconceitos e demonstre ao outro todo o prazer que está realmente a sentir. Soltar-se é realmente a palavra de ordem na intimidade.
“Namoro há 2 anos e sempre considerei o sexo com a minha namorada bastante satisfatório. No entanto, ela disse-me que eu só quero penetrá-la e que fujo dos preliminares. Porque será que os preliminares são tão importantes para ela? Será que eu não a satisfaço apenas com a penetração?...”
Paulo, Figueira da Foz
Caro leitor:
Infelizmente, a maior parte dos homens pensa como você, pois essa é uma das mais frequentes queixas das mulheres. Para os homens basta 2 ou 3 minutos de estimulação sexual directa com a parceira para atingir o orgasmo. Contudo, a mulher normal leva cerca de 20 a 30 minutos para tal. É natural que os preliminares sejam tão importantes para ela. A maioria das mulheres precisa de preliminares para ficarem excitadas e atingirem mais facilmente o orgasmo. Os preliminares não são apenas uma “entrada” para chegarmos ao “prato principal”. É importante ter em mente que para algumas mulheres o clímax só é atingido através dos preliminares. Pense assim: os preliminares melhorarão o sexo para ambos. Saboreie cada nova experiência, relaxe e não tenha pressas. Se ama realmente a sua namorada, leve o tempo que for necessário para que ela possa também gozar dos prazeres do sexo.
"Eu e a minha namorada temos uma relação fantástica e de há uns meses para cá acabamos por atingir o orgasmo ao mesmo tempo, ou com segundos de diferença, quase sempre que fazemos amor. Ambos estamos muito felizes um com o outro e com esta dinâmica, mas sabemos que é pouco comum. Seremos um casal fora do vulgar?"
Pedro, Lisboa
Caro leitor,
Partilhar um orgasmo, quer seja em simultâneo ou não, é uma das mais marcantes experiências da vida a dois. Embora alguns casais consigam estar de tal modo em sintonia, e atentos às necessidades e ao corpo do parceiro, que atingem o orgasmo em simultâneo, com outros tal não acontece, o que não significa que tenham menos prazer ou afinidade. Embora a ideia de atingir o clímax ao mesmo tempo que o parceiro seja romântica e excitante, não é necessário que tal aconteça pois tudo depende de inúmeros fatores e das próprias pessoas envolvidas. Desde que ambos desfrutem dessa sintonia e que, sobretudo, não acabem por sentir-se pressionados por ela ou dececionados quando ela não acontece, aproveitem em pleno essa fantástica cumplicidade e continuem a dedicar-se a explorar o prazer tanto convosco próprios como com o outro.
“ Sou casada e tenho uma vida sexual activa, mas de há algum tempo para cá não consigo atingir o orgasmo e não entendo porquê!”
Ana – Loures
Cara Leitora:
O facto de não conseguir atingir o orgasmo pode ter várias causas: andar mais cansada do que o habitual, estar a passar por um período de desequilíbrio emocional ou uma crise matrimonial, estar a fazer algum tratamento médico cuja medicação bloqueie os receptores de serotonina no cérebro (o que pode dificultar o orgasmo), ou simplesmente andar a pensar demais nesse problema. O facto de antes de começar a relação sexual pensar que pode não atingir o orgasmo já é meio caminho andado para que isso acabe por acontecer. Liberte-se de todo o stress e preocupações que a rodeiam, procure relaxar bastante, se puder goze um fim-de-semana romântico com o seu marido, e verá como o clímax acabará por chegar.
“Há já algum tempo que eu não atinjo o orgasmo quando faço amor com o meu marido. Por esta razão ele afastou-se de mim, e já não me procura. Não o quero perder! Por favor ajude-me…”
Teresa, Espinho
Cara Leitora,
A situação em que se encontra e que tem vivido juntamente com o seu marido é bastante desagradável e tem deixado algumas marcas menos positivas na vossa vida conjugal. A primeira coisa que a aconselho a fazer é ter uma conversa directa e franca com o seu marido sobre o distanciamento que tem havido e as consequências que se têm repercutido na vossa vida sexual. Sejam o mais objectivos possível para que consigam abordar este assunto com a seriedade necessária de modo a não trocarem acusações. Neste momento é extremamente importante compreenderem o que se passa na vossa relação e procurarem ser honestos um com o outro para que possam delinear estratégias que tornem a vossa relação menos rotineira e apimentem, de novo, o vosso casamento para que possam encontrar o ambiente ideal que proporcione o prazer e o entendimento que tanto anseia.
Tentem desenvolver juntos jogos que favoreçam o reacender da vossa relação e para que o seu marido consiga compreender melhor os pontos do corpo que favorecem a sua excitação e, consequentemente, a obtenção do clímax.