Uma relação amorosa pode dar origem a bastante felicidade, mas também a muita mágoa e sofrimento, quando não corre tão bem quanto desejado. A maioria das pessoas passa horas a preocupar-se com as suas relações amorosas, pois estas são uma parte integrante das suas vidas.
O ser humano é curioso e procura compreender como os seus relacionamentos começam, como se desenvolvem e como, por vezes, terminam num labirinto de ódio e dor.
Segundo investigadores norte-americanos, o ser humano necessita de estabelecer relacionamentos íntimos duradouros para funcionar normalmente. Existe uma necessidade humana de ser aceite e amado pelos outros, que é satisfeita através de relacionamentos íntimos duradouros. Uma vez que essa necessidade seja satisfeita, a busca de intimidade cessa, mas se isto não for conseguido podem surgir vários problemas emocionais.
Devido a esta necessidade humana de ser aceite e amado o fim de um relacionamento pode ser muito doloroso, fazendo com que os indivíduos lutem durante muito tempo para manter relações que há muito deviam ter terminado.
Investigações norte-americanas sugerem que pessoas divorciadas, que perderam o parceiro, ou que estão sozinhas há muito tempo, têm a pressão arterial mais elevada, menor longevidade de vida e o sistema imunitário mais fraco do que as pessoas que têm relacionamentos estáveis, duradouros e felizes.
A qualidade dos relacionamentos amorosos, além de influenciar o bem estar físico de um indivíduo, influencia também a sua saúde mental. Pessoas que têm casamentos felizes têm menos depressões, menos problemas de alcoolismo, menos desordens alimentares e doenças mentais, do que aquelas que vivem relacionamento infelizes, em que as suas necessidades básicas de aceitação e carinho não estão a ser satisfeitas.
Podemos portanto dizer que o bem estar físico e emocional de grande maioria das pessoas está diretamente relacionado com a sua satisfação em relação aos seus relacionamentos íntimos. Fatores como a água, comida e abrigo são obviamente essenciais para a sobrevivência humana, no entanto, a necessidade de ser aceite e de criar intimidade é também fundamental para uma vida longa e feliz.
Não existe nenhuma fórmula mágica que possa garantir durabilidade e felicidade numa relação, mas existem vários factores que podem contribuir para o seu sucesso:
* Partilha
Um desses fatores é a partilha de sentimento, sonhos e receios, ou seja, para o sucesso de uma relação os parceiros devem sentir-se seguros e confortáveis um em relação ao outro, de forma a poderem partilhar os aspectos mais privados das suas vidas.
* Ligação forte
Outro aspeto bastante importante é o desenvolvimento de uma ligação saudável e forte entre os parceiros, pois o comportamento de um parceiro vai inevitavelmente afectar o comportamento do outro, por isso o respeito e a comunicação são fundamentais na vida de um casal.
* Dependência saudável
Nas relações amorosas, principalmente nas mais longas, existe também uma dependência entre parceiros que pode ser emocional, física e mesmo financeira. Na maioria das vezes, esta dependência pode controlar as decisões de cada parceiro durante a relação, ou mesmo depois desta ter terminado. A dependência entre um casal é saudável até certo ponto, mas por vezes pode tornar-se perigosa e doentia, se um dos parceiros for controlador e o outro for submisso e emocionalmente fraco, fazendo com que a relação se torne abusiva. Desta forma, para que uma relação seja saudável, duradoura e feliz é fundamental que a dependência entre parceiros exista com peso e medida, de forma saudável e produtiva, e não doentia e destrutiva.
* Planos a dois
À medida que uma relação evolui e as pessoas se vão sentindo mais seguras e emocionalmente envolvidas, passam a considerar-se um casal em vez de duas pessoas totalmente independentes. Desta forma, passam a ver o mundo em termos do "nós" fazendo planos a dois e não na base do "eu", na qual cada indivíduo se preocupa apenas com o seu próprio futuro e bem-estar. Esta mudança na forma de ver o futuro é um sinal de que o relacionamento está a progredir e que tem hipóteses de se tornar duradouro.
* Confiança
Outro factor fundamental num relacionamento é a confiança, pois uma vez que esta seja danificada vai fazer com que os parceiros se afastem e comecem a pensar novamente em termos do "eu" e não do "nós".
* Compromisso
O compromisso, tal como a confiança, é outro factor essencial para que uma relação se desenvolva de forma positiva. A grande maioria das relações estáveis e duradouras requerem compromisso e investimento por parte dos dois intervenientes. Este compromisso e investimento fazem com que ambos juntem forças para garantir o futuro do relacionamento. Caso isto não suceda, pessoas que já foram bastante próximas distanciam-se cada vez mais, levando, eventualmente, ao fim do relacionamento. Em conclusão, nenhum destes fatores, por si só, é responsável pelo sucesso de uma relação amorosa, mas quanto maior forem a harmonia e entendimento entre o casal a nível dos fatores mencionados previamente, maiores serão as hipóteses de que a relação seja estável e duradoura.
Somos um casal jovem, eu de 28 e a minha esposa de 26 anos, casados há 4 anos. A minha esposa, devido ao acompanhamento da doença do seu pai e ao seu posterior falecimento, ficou deprimida. Foi mal acompanhada no início da doença e já anda a tomar anti-depressivos há cerca de 2 anos. Devido à medicação não tem apetite sexual, o que a deixa ainda pior, apesar de eu compreender a situação ela sente-se mal com isso. Gostávamos de saber se existe "algo" (medicação, ocupação, etc.) que nos possa ajudar, ou onde poderemos encontrar ajuda.
Francisco, Braga
Caro leitor,
Infelizmente, a maioria das medicações para a depressão, apesar de ajudarem com os sintomas da mesma, acabam por diminuir o desejo sexual. No entanto, existem vários tipos de medicação diferentes no mercado, e cada pessoa reage de forma diferente a cada um deles, por isso há que encontrar o medicamento e a dose mais adequados para o caso da sua esposa. Medicamentos como o Prozac ou Zoloft, apesar de serem bastante eficazes no combate aos sintomas da depressão, são também conhecidos por causarem uma maior diminuição do desejo sexual do que um medicamento como o Wellbritin, que é o anti depressivo no mercado com menos efeitos a este nível. Aconselho a que a sua mulher consulte um psiquiatra, e não um médico de família, para que este possa avaliar qual a medicação mais adequada para o seu caso. Sejam claros a respeito da vossa preocupação com os efeitos que esta possa ter a nível sexual e peçam ao médico que receite um medicamento que provoque menos efeitos secundários a este nível. Aconselho também a que a sua esposa pratique exercício físico, apanhe sol, e durma bem, pois estes são factores que contribuem para o aumento do desejo sexual.
“Tenho 38 anos e embora a minha vida sexual sempre tenha sido boa noto algumas alterações ultimamente que me estão a deixar preocupada. Passei por uma depressão há pouco tempo e como ainda estou a tomar anti-depressivos gostava de saber se são eles os responsáveis pela diminuição do prazer que sinto.”
Cláudia, Lisboa
Cara Leitora,
Alguns anti-depressivos, bem como medicamentos para a redução da ansiedade, têm como efeito secundário a diminuição do interesse sexual e dificuldade em atingir o orgasmo. Medicamentos como o Prozac ou Zoloft são notórios neste âmbito. O anti-depressivo que está no mercado e que tem tido menos efeitos secundários a nível sexual e o Welbutrim. É bem provável que pelo facto de estar a ser medicada com anti-depressivos o seu desempenho sexual tenha sido afectado. Converse com o seu médico a respeito do que tem sentido, e se achar necessário peça que lhe receite outro anti-depressivo que tenha menos efeitos secundários, ou que altere a dose da medicação que está a tomar.
A minha namorada acabou o namoro que tínhamos há 2 anos. Eu tenho estado bastante deprimida e não consigo ter energia para continuar a viver sem ela. O que devo fazer?
Joana, Lamego
Cara leitora,
É natural que se sinta deprimida por a sua namorada a ter deixado, pois após dois anos de relacionamento a leitora perdeu a pessoa que ama de um momento para o outro. Apesar de a sua reacção ser normal, um estado de depressão pode ser bastante sério e deve ser tratado como tal. Uma vez que diz estar bastante deprimida e não ter energia para continuar a viver sem a sua namorada aconselho-a a consultar ajuda professional o mais rapidamente possível. Deve marcar uma consulta com um psicólogo, para que este lhe dê apoio psicológico, e com um psiquiatra que lhe receite medicação, pois desta forma terá a ajuda que necessita para ultrapassar o momento dificil pelo qual está a passar.
"Tenho 38 anos e embora a minha vida sexual sempre tenha sido boa noto algumas alterações ultimamente que me estão a deixar preocupada. Passei por uma depressão há pouco tempo e como ainda estou a tomar anti-depressivos gostava de saber se são eles os responsáveis pela diminuição do prazer que sinto."
Cátia - Lisboa
Cara leitora,
Alguns antidepressivos, bem como medicamentos para a redução da ansiedade, têm como efeito secundário a diminuição do interesse sexual e dificuldade em atingir o orgasmo. Medicamentos como o Prozac ou Zoloft são notórios neste âmbito. O antidepressivo que está no mercado e que tem tido menos efeitos secundários a nível sexual e o Welbutrim. É bem provável que pelo facto de estar a ser medicada com antidepressivos o seu desempenho sexual tenha sido afetado. Converse com o seu médico a respeito do que tem sentido, e se achar necessário peça que lhe receite outro antidepressivo que tenha menos efeitos secundários, ou que altere a dose da medicação que está a tomar.
Sou casado há 14 anos e de há um ano para cá a minha mulher desinteressou-se de vez de ter sexo. Ela tem problemas de depressão, toma anti-depressivos (fluoxetina e rivotril), mas pelo menos uma vez por mês sentia vontade de fazer sexo, mas agora não quer deixar nem que lhe toque, já conversei com ela, expliquei que devido aos problemas que ela já passou devia procurar um médico. Será que ela esta com problemas hormonais? E se ela for fazer uma reposição hormonal será que melhora? Ela também disse que hormonas causam cancro (devido familiares terem morrido de cancro). É verdade?
Filipe
Caro Filipe,
O seu email levanta várias questões: se a terapêutica de substituição hormonal causa cancro e porque terá a sua mulher um baixo desejo sexual.
Em primeiro lugar, a depressão e a medicação que a sua mulher toma causam realmente falta de desejo sexual. Pode tentar pedir-lhe que peça ao seu médico que lhe prescreva novos medicamentos, mas terá de ser paciente em relação à progressão da doença e do tratamento desta.
Neste sentido, a causa de tão baixo desejo sexual não é hormonal, mas sim emocional e da terapêutica anti-depressiva. A terapia de substituição hormonal faz-se na menopausa, quando os sintomas desta causam desconforto nas mulheres. Mais uma vez terá de ser o ou os médicos que fazem o seguimento da sua esposa a avaliarem a necessidade de tal, em conjunto com ela. Os riscos de cancro desta terapêutica não são medicamente significativos, por isso ela é recomendada em algumas mulheres. Só um técnico de saúde poderá receitar e avaliar a necessidade ou risco para a saúde e herança genética.
Tente agradar-lhe com coisas que ela gosta… criar ambientes românticos, preparar-lhe um banho de imersão de surpresa, escrever-lhe cartas de amor – o que a sua imaginação conseguir inventar e muito mais! Veja o nosso blog para mais sugestões.
“Tenho 38 anos e embora a minha vida sexual sempre tenha sido boa noto algumas alterações ultimamente que me estão a deixar preocupada. Passei por uma depressão há pouco tempo e como ainda estou a tomar anti-depressivos gostava de saber se são eles os responsáveis pela diminuição do prazer que sinto.”
Rita, Setúbal
Cara Leitora,
Alguns anti-depressivos, bem como medicamentos para a redução da ansiedade, têm como efeito secundário a diminuição do interesse sexual e dificuldade em atingir o orgasmo. Medicamentos como o Prozac ou Zoloft são notórios neste âmbito. O anti-depressivo que está no mercado e que tem tido menos efeitos secundários a nível sexual e o Welbutrim. É bem provável que pelo facto de estar a ser medicada com anti-depressivos o seu desempenho sexual tenha sido afectado. Converse com o seu médico a respeito do que tem sentido, e se achar necessário peça que lhe receite outro anti-depressivo que tenha menos efeitos secundários, ou que altere a dose da medicação que está a tomar.
Gostava de saber o que é apatia sexual, pois tenho receio de sofrer desse problema uma vez que raramente tenho desejo ou vontade de fazer amor com o meu marido. Como posso identificar os sintomas ou manifestações? O que posso fazer para evitar que isto suceda?”
Cara leitora,
A apatia sexual pode assumir várias formas diferentes, e ocorre quando a pessoa não se sente próxima ou íntima do seu par. Esta disfunção é mais comum do que pode pensar, sendo também designada de aversão sexual, desejo sexual inibido ou hipo activo. Há pessoas que sofrem desta disfunção que nunca tiveram qualquer desejo sexual, enquanto que há outras que tiveram desejo sexual no passado, mas que o perderam. Há pessoas que não sentem desejo pelo parceiro, enquanto outras não sentem desejo sexual de todo.
Por vezes aquilo que as pessoas consideram ser apatia sexual traduz-se por diferentes libidos entre os dois parceiros. O interesse e a expressão sexual é muito variável de pessoa para pessoa. Embora seja considerada uma disfunção e incomode algumas pessoas, há outras que convivem perfeitamente bem com o seu baixo desejo sexual. Sofrer de insónias, depressão e stress pode contribuir para a apatia sexual, assim como certos medicamentos e doenças, as mudanças hormonais ou até mesmo ter tido uma educação severa e repressiva.
Se desconfia que sofre de apatia sexual, em primeiro lugar é preciso saber se isso sempre lhe aconteceu ou se o passou a sentir com o seu marido, pois pode ser uma questão de diferenças entre as vossas libidos. Procure perceber o que fez com que fosse perdendo o apetite a este nível, e saiba que existem exercícios que a ajudam a recuperar o desejo.
A comunicação sincera com o parceiro é sempre o ponto de partida essencial, mas pode ser necessário pedir a ajuda de um terapeuta. Reserve tempo exclusivamente para a intimidade, aprenda a dominar o stress e a ansiedade. A variedade também é uma boa forma de recuperar o interesse pois muitas vezes a rotina e a previsibilidade desgastam a relação. Mudar de posição ou fazer amor em locais diferentes pode ser um truque simples para melhorar a vida sexual.
Acima de tudo, estar decidida a pedir ajuda para resolver este problema e a comunicação com o seu par são os factores essenciais para o ultrapassar.
“Amo muito a minha esposa e sempre nos demos muito bem a nível sexual, mas desde que ela teve o nosso filho, há 6 meses, já não tem vontade de fazer amor comigo…”
Luis, Lisboa
Caro leitor,
O nascimento de uma criança é sempre um período de adaptacao tanto a nível do relacionamento como a nivel sexual. Deixar de ter relações depois de ter um filho é bastante comum para vários casais. Alterações hormonais, depressão pós-parto ou cansaço são muitas vezes associados a diminuição de desejo, mas estas não são as únicas razões. É perfeitamente seguro ter relações após o nascimento do bebé, desde que a mulher se sinta psicologicamente e fisicamente preparada para tal. Aconselho-o a tentar aliviar algum do trabalho da sua esposa com o bebe, arranjem uma ama, ou alguem de familia que tome conta do bebe para que voces possam passar tempo juntos, criem novos cenários e fantasias, passe uns dias fora sozinhos, e isto irá ajudar o vosso relacionamento.
Em Outubro de 2007 foi-me diagnosticada uma depressão e estou a ser tratada com fármacos e psicoterapia!
Por volta de Janeiro-Fevereiro comecei a notar que a minha líbido começou a diminuir vertiginosamente! Claro que isso nunca foi impedimento para diminuir o meu ritmo sexual com o meu namorado, mas a verdade é que já não obtenho tanto prazer como obtia!
Deve-se ao tratamento com anti-depressivos? E após passar esta fase da depressão tudo isto irá reverter-se?
Cumprimentos
Cara leitora,
Com efeito, a depressão e o tratamento dela têm efeitos nas várias fases da resposta sexual, desde o desejo sexual, à excitação e orgasmo – dependendo de cada pessoa e dos momentos da vida. Seja paciente e continue a medicação e a psicoterapia, falando destas questões com os técnicos que a acompanham. Não se preocupe com as alterações que sente no prazer, tal irá mudar com as suas melhorias globais, mas deve mencionar estes efeitos secundários ao seu médico assistente bem como ao terapeuta. Existem vários medicamentos no mercado com efeitos secundários diferentes, por isso nao tenha receio de conversar com o seu médico a esse respeito. Não se afaste do seu namorado, explique-lhe e peça-lhe também a sua compreensão. Há muitas formas de ter relações sexuais e de viver a intimidade, pelo que podem aproveitar esta fase da sua vida para as explorarem em conjunto e descobrirem novas formas de viverem a vossa sexualidade, que vos dêem prazer a ambos, ao ritmo que preferir e a deixar confortável.
Desejo-lhe boa sorte para o seu tratamento e para a sua relação e esteja confiante que esta fase difícil irá passar e muitas alegria e prazer a esperam no futuro!