Há 2 anos namoro com um rapaz e há 8 meses tivemos relações sexuais pela primeira vez. Correu bem e com muita cautela, fui ao medico antes, receitou-me exames e orientou-me sobre as sensações que possivelmente iria ter...
Eu já tomava anticoncepcional desde os meus 14 anos, porque a minha menstruação tem um fluxo muito forte. O meu namorado entretanto fez uma cirurgia e passamos mais de dezoito dias sem ter relações e quando o médico dele o permitiu de novo, eu não sinto vontade nenhuma, nenhum desejo. Quando tentei forçar senti muitas dores e continuo a sentir e sinto que a minha vagina está com um odor diferente, com muito corrimento.
É normal eu sentir essa falta de interesse por ele? Gosto de ficar juntinhos, beijar abraçar, mas quando passa para a parte mais quente peço que pare e tenho vontade de chorar. Tenho medo que seja alguma infecção.
Luísa
Cara Luísa,
O seu caso apresenta tantas coisas que deve mesmo falar abertamente com o seu médico para melhor o esclarecer.
O facto de fazer contracepção é positivo, para ficar descansada quanto a possíveis gravidezes indesejadas, mas não a protege de contrair infecções sexualmente transmissíveis e isso pode ainda preocupá-la.
Não sei como reagiu às suas primeiras relações sexuais, se gostou, se se sentiu confortável, como ficaram depois. Não sei a causa da cirurgia do seu namorado e se pode relacionar-se com a sua falta de desejo. Também não sei se a vossa relação sofreu alguma mudança nesses dias em que não tiveram relações. Qualquer um destes factores pode influenciar o seu desejo sexual e a sua vontade de ter sexo.
Reflicta um pouco, sozinha ou acompanhada, sobre o que poderá estar a ter impacto nos seus sentimentos em relação à sexualidade.
No que toca a dores, odores e corrimento tem mesmo de fazer um diagnóstico presencial com um médico, pois pode ter desenvolvido apenas algumas bactérias vaginais (a vagina como mucosa tem uma flora vaginal que pode desequilibrar-se e dar tais sintomas), como pode ter sido infectada com uma infecção sexualmente transmissível e estar a reagir negativamente ao sexo por lhe causar dores.
“Tenho notado que a minha esposa inventa cada vez mais desculpas para não fazermos amor. A verdade é que somos casados há já seis anos e nunca tivemos uma vida sexual muito activa, por isso gostaria de saber se ela sofre de frigidez.
César, Coimbra
Caro Leitor,
É normal que o desejo sexual da mulher diminua devido a diversas condicionantes físicas e psicológicas, por exemplo o nascimento de filhos, o stress causado pelo trabalho ou a entrada na menopausa. A frigidez é uma disfunção sexual que afecta as mulheres, fazendo com não sintam prazer durante o acto sexual e, consequentemente, não consigam atingir o orgasmo. Em termos práticos, tanto as mulheres que sofrem de frigidez como as que sofrem de falta de desejo sexual raramente procuram o parceiro, e quando este as procura a tendência é para rejeitá-lo. Esta situação causa constrangimentos e tensão no ambiente familiar, pois o facto de a esposa não estar muito receptiva a participar do acto sexual muitas vezes pode gerar incompreensão por parte do marido. Aconselho a que fale abertamente com a sua esposa, pois através do diálogo e da compreensão esta situação pode ser ultrapassada.
Meu nome é Sandra, namorei 5 anos com o meu marido antes de casar. Hoje sou casada há 9 meses com ele. Mas minha vontade de ter relação com ele esfriou, amo-o e sei disso. Quando ele chega é só encostar em mim que ele se excita, eu vejo que realmente ele tem grande atracção por mim. Gostaria de poder reverter esse quadro e ter um apetite sexual normal. Tenho 22 anos e também gostaria de saber se existe remédio estimulante.
Cara Sandra,
O desejo sexual pode ser muito diferente entre homens e mulheres: os primeiros têm-no mais espontaneamente, por estímulos visuais (vê-la de certa maneira que considera sensual, por exemplo) e as mulheres mais em resposta a qualquer coisa que lhes agrada (um gesto romântico, um jantar à luz das velas, um elogio muito esperado…). Não tem de se sentir mal consigo própria por não conseguir ter o mesmo desejo do seu marido – não há um nível “normal”, mas sim o que serve bem cada casal e vocês têm de comunicar bem os dois para encontrarem um compromisso que sirva o desejo de ambos, provavelmente menos do que o seu marido desejaria e mais do que a Sandra actualmente deseja.
Lembrem-se que ter relações sexuais não é apenas fazer penetração vaginal, podem explorar outras formas de se darem prazer um ao outro, como a masturbação, as carícias e massagens, sexo oral… Estas e outras formas podem ser alternativas a ter as relações vaginais e que podem excitar-vos e satisfazer-vos.
Pense se precisa de fazer alterações na sua vida e na sua relação para a deixarem com mais tempo para a sua sexualidade. Com efeito, se andar muito cansada, com muitas tarefas em casa e no trabalho, sem tempo de relaxamento é difícil apetecer-lhe fazer amor espontaneamente e deve expressar as suas necessidades ao seu marido e pedir a sua ajuda.
Existe ainda um suplemento vitamínico chamado "Argimax" que parece ter resultados positivos quando tomado com regularidade durante algumas semanas. Existem estudos feitos pela Universidade de Harvard e de Stanford, nos Estados Unidos, que mostram a eficácia deste produto. Há também a possibilidade de fazer terapia de substituição hormonal, mas não é muito recomendável na sua idade (apenas mulheres que não desejam mais ter filhos e que estejam na menopausa). Há alguns tipos de gel lubrificantes que estimulam a circulação sanguínea na zona genital e ajudam a mulher a atingir o orgasmo. A utilização destes pode ajudar a aumentar o desejo sexual pois quanto mais orgasmos se tem mais se quer ter.
Se ainda assim precisar de ajuda, contacte um profissional da sexologia e peça mais conselhos.
Estou casado há 20 anos e desde há algum tempo que não tenho relações sexuais com a minha mulher, apesar de a amar muito e ela a mim. A minha mulher tem sintomas depressivos (em acompanhamento médico) e apresenta sinais de entrada na menopausa (tem 44 anos), recusa assumir, perante os próprios médicos, a sua não apetência para uma vida sexual, é extremamente clássica e muito ortodoxa no que diz respeito a uma vida sexual.
Eu amo a minha mulher, eu respeito-a como pessoa, tento tudo para que a vida em casal seja o mais linear e feliz possível e, apenas queria que o nosso relacionamento fosse mais completo e feliz para ambos, tanto mais que ambos caminhamos para um momento da vida em que cada vez mais estaremos apenas os dois, dependentes apenas um do outro.
Francisco
Caro Francisco,
Actualmente, como a sua esposa está deprimida e em tratamento devo dizer-lhe que a diminuição do desejo é devida à doença e aos tratamentos anti-depressivos Enquanto essa situação persistir a sexualidade da sua mulher dificilmente mudará, mas devem falar com o médico que a acompanha para tentarem uma outra medicação.
A menopausa pode ter efeitos igualmente na sexualidade da sua mulher, pois algumas mulheres sentem-se diminuídas pela perda da capacidade reprodutiva e mesmo fisicamente a lubrificação vaginal é mais difícil e pode levar a algumas dores. Compre lubrificantes para experimentar nas relações sexuais com ela, para resdolver este problema, se ela o tiver.
Quando refere estar disposto a tudo para a seduzir e melhorar a vossa vida sexual tem de ter em conta a abertura da sua mulher à descoberta da sua sexualidade. Posso recomendar-lhe banhos de imersão, leituras eróticas (desde Mário Vargas Llosa à banda desenhada de Manara), filmes eróticos (Nove Semanas e Meia, filmes pornográficos com histórias do vosso agrado), viagens a destinos paradisíacos, descobertas de produtos eróticos de sexshops… Mas tem de haver uma certa abertura a tais planos e só o Francisco pode saber se a sua mulher a terá.
O acompanhamento sexológico seria igualmente desejável, por isso contacte-nos pelo telefone 21 318 25 91.
“Tenho 30 anos e estou casada há seis meses com o homem que amo. Iniciei a minha vida sexual muito jovem e sempre gostei de sexo. A verdade é que não consigo deixar passar um dia sem fazer amor com o meu marido… será que isso pode fazer mal à saúde?”
Alexandra
Cara leitora,
Desde que ambos sejam saudáveis, e façam consultas médicas de rotina frequentemente para se certificarem de que está tudo bem, em princípio não tem com que se preocupar. Não existe nenhuma regra que determine qual a frequência com que um casal deve ter relações sexuais, e geralmente os casais mais jovens fazem amor com muita frequência. Desde que estejam de acordo no que diz respeito ao número de vezes que têm relações sexuais por semana, não existe nenhum problema em fazê-lo todos os dias!
Não existem dúvidas, o seu prazer sexual pode ser afetado por diversas disfunções sexuais, que podem causar dor ou algum sofrimento psicológico.
Muitas mulheres, passam uma vida inteira a pensar que o seu desempenho na intimidade é fraco ou diferente, mas aquilo que não entendem é que as suas respostas aos estímulos sexuais podem não ser mais melhores, simplesmente porque sofrem de um problema físico ou psicológico, que pode ser perfeitamente tratado.
Vaginismo, dispareunia, anorgasmia ou desejo sexual hipoativo são alguns dos problemas que se podem manifestar na mulher. Para resolvê-los basta que procure a resolução para eles, junto de algum terapeuta sexual ou do seu ginecologista.
Os mais usuais:
Desejo sexual hipoativo (falta de prazer no ato sexual): Não existe ou diminui o desejo e as fantasias sexuais.
Aversão sexual (fobia no ato sexual): Existem sentimentos de repulsa pelo parceiro, na intimidade, acompanhados de alguma ansiedade e medo.
Transtorno de excitação (frigidez): Existe uma capacidade quase permanente de manter a lubrificação vaginal até ao final do ato sexual. A mulher tem também falta de excitação.
Anorgasmia (inibição do orgasmo): Mesmo após um estímulo sexual adequado, a mulher pode não conseguir atingir o orgasmo.
Dispareunia: É a dor genital que a mulher sente durante um ato sexual, desde que não existam outros fatores como nódulos ou infeções.
Vaginismo: Quando existe uma contração permanente dos músculos da vagina que impedem a penetração pelo pénis.
Disfunção sexual devido a uma condição médica: Quando existem outras doenças, como por exemplo a diabetes que fazem com que o desejo sexual diminua.
Disfunção sexual induzida por substâncias: Quando existe diminuição do desejo sexual devido à ingestão de algumas substâncias orgânicas, como por exemplo, antidepressivos.
Eu estou com a minha parceira há 10 anos e tínhamos uma vida sexual activa. Nos últimos 3 anos mudou tudo e é raro termos sexo, já lhe perguntei a razão e diz que é só cansaço. Esta situação é normal?
Rogério
Caro Rogério,
O cansaço influencia realmente a sexualidade, no geral, e o desejo, no particular. Algumas pessoas conseguem lidar com o cansaço de forma a que o casal funcione harmoniosamente a nível sexual, apesar de o sentirem e diminuírem o seu desejo espontâneo, aquele que “surge do nada”. Para outras é mais difícil contrariar os pedidos da fadiga de descanso, pouca actividade ou conversa. Não posso dizer-lhe se é ou não normal, pois tudo depende de cada pessoa e de cada casal – os números da frequência das relações sexuais variam muito em cada pessoa e ao longo do tempo. Têm os dois de encontrar o meio-termo que vos satisfaz melhor, que vos deixa próximos e felizes na vossa relação.
Há uma coisa que pode fazer para ajudar a sua namorada: se vivem juntos, pode oferecer-se para partilhar tarefas em casa, que costumam fazer o “segundo emprego” das mulheres, que até nem sabem pedir ajuda aos parceiros para ficarem menos “cansadas”.
Por vezes não é só o cansaço que leva à redução do desejo de ter relações sexuais, mas outros problemas e preocupações, no trabalho, na família, na própria relação, por exemplo, que deixam a sua marca na sexualidade e no prazer.
Tente conversa com a sua namorada, perceber o que a preocupa e como a pode ajudar. Mostre-lhe tranquilamente como é importante para si ter relações sexuais mais frequentes e encontrem entre vós actividades que vos dêem prazer, independentemente do sexo: tomar banhos de imersão juntos, ir ao cinema, jantares românticos, passeios de fim-de-semana – verá que esta partilha de tempo de qualidade pode aumentar o desejo da sua parceira.
Se perdurar a falta de desejo sexual podem consultar ainda um especialista em sexologia, que vos ajude mais especificamente no tratamento desta dificuldade.
Estou casado há 10 anos e ultimamente a minha mulher tem tido um desejo sexual insaciável, e eu já não sei o que fazer. Será que esta tudo bem com ela?
Simão, Tavira,
Caro leitor,
A libido tanto dos homens como o das mulheres passam por várias alterações durante a vida de cada indivíduo, e pode ser afectada quer por factores internos como externos. Ou seja, pode ser afectado por factores internos tais como a como a medicação, gravidez, ou estados de doença, como por factores externos como situações do dia a dia ou estímulos visuais, auditivos ou gustativos. Tente ver o que mudou na vida da sua mulher nos últimos tempos de forma a identificar o porque desse interesse sexual mais elevado por parte dela. Entretanto vá aproveitando esse desejo desenfreado que ela sente por si.
Apesar da informação ser, muitas vezes, escassa a verdade é que o desejo sexual, a ereção, a lubrificação ou a ejaculação não terminam à medida que a idade vai avançando.
Tanto o homem como a mulher podem ser potencialmente ativos a nível sexual até ao fim da vida. É normal, no entanto, que necessitem de mais estímulos, pois há certamente algumas mudanças fisiológicas que merecem também algumas mudanças a nível de ação. Muitas vezes, é até mesmo o pessimismo ou a ansiedade (de não ser capaz) que geram o fracasso sexual.
Existe ainda um preconceito em relação às pessoas mais velhas que deve e tem que ser ultrapassado. E há ainda que ter em conta que se a quantidade de vezes com que pratica sexo diminui com a idade, não significa que o desejo sexual desapareceu.
A qualidade deve, nesta altura, passar a ser muito mais importante do que a quantidade, esta sim tão importante para os mais jovens. O homem é potente sexualmente e consegue ter uma ereção até estar vivo, e consegue igualmente ejacular até aproximadamente aos 100 anos.
Existe ainda a ideia errada de que a mulher, depois de deixar de menstruar, deixa também de ter desejo sexual. Uma ideia formada na sociedade e que está completamente errada.
A menopausa não interfere em nada com o desejo sexual ou com a capacidade da mulher de continuar a ser atraente e sensual. Existem sim, nesta fase, algumas alterações na mulher que se prendem com a redução da lubrificação e da mucosa vaginal, mas que podem ser colmatadas também com o aumento de preliminares antes da penetração, capazes de estimulá-la mais facilmente.
Tal como o homem, a mulher pode ser sexualmente activa até ao final da vida. Quando entra na terceira idade, tanto ele como ela só necessitam aprender a explorar melhor o todo o seu potencial sexual!
“Sei que isto não parece bem, até pode ser suscetível de vários julgamentos, mas a verdade é que amo o meu namorado só que não consigo alcançar o prazer com ele. Porém, envolvi-me com um colega que é casado e que sei que não é a pessoa certa para mim, mas sexualmente parece que fomos feitos um para o outro. Estarei a ser leviana?
Diana, Lisboa
Cara Leitora,
Em primeiro lugar é importante que não tenha uma imagem tão negativa de si que a leve a fazer autodesignações destrutivas. Neste momento, a leitora está a viver um verdadeiro dilema, ou seja, está dividida entre o afeto e o companheirismo de uma pessoa e a aventura e o ritmo sexual que outra lhe proporciona. Para que possa tomar uma decisão da qual não se arrependa mais tarde, aconselho a que faça uma reflexão séria e ponderada. Talvez essa dúvida, seja fruto de alguma imaturidade e inconsciência que concerteza irá adquirir com a idade e com a experiência de vida. Pense com consciência aquilo que realmente deseja para o seu futuro. Veja se prefere uma vida estável e com verdadeiros momentos de ternura ou se prefere apenas uma vida sexual bastante ativa, mas sem consistência. O ideal seria encontrar uma pessoa que amasse de verdade e que tivessem um bom entendimento sexual. Pense bem, pois talvez nenhum dos dois será a pessoal ideal para si. Dê tempo ao tempo.