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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

(In)submissão

Quem não deseja ser a companheira perfeita, a amante inesquecível, a sedutora a que o companheiro não resiste? No mais íntimo de cada ser humano há a necessidade de ser desejado, apreciado, de despertar atração e luxúria. Por vezes caímos na ideia errada de que, se fizermos tudo o que o outro deseja, seremos amados. Ser submissa não é o mesmo que ser uma boa amante, bem pelo contrário! Contudo, há quem se encontre a si próprio no prazer de se submeter a outrem, num jogo de domínio e submissão.

 

As exigências do dia a dia fazem com que muitas vezes nos esqueçamos que, para além de mães, filhas, funcionárias, chefes, somos, acima de tudo, mulheres. É comum à nossa identidade a sensibilidade, a sutil delicadeza, a capacidade de entrega e devoção, a força para derrubar todos os obstáculos, a resistência e resiliência e, também, a capacidade inata de seduzir e derreter o coração mais empedernido. O poder de sedução faz parte da mais profunda natureza feminina.

 

Algumas mulheres, contudo, negligenciam essa aptidão por duvidarem dela, sendo incapazes de se verem a si próprias como sedutoras ou atraentes. Para ser uma boa amante, comece por se ver a si própria como tal. Esqueça os tabus que lhe incutiram, perca os receios de ser "desavergonhada" ou de adotar comportamentos pouco próprios para uma boa esposa.

 

Entre quatro paredes, tudo é permitido entre duas pessoas que se amam e se respeitam. Fazer todas as vontades e ceder a qualquer capricho de outrem não garante a conquista do seu coração: bem pelo contrário, os homens (e as mulheres) amam pessoas com personalidade forte, que se apreciam a si próprias.

 

Quando estamos no território do BDSM, contudo, as regras alteram-se. Se existem pessoas que sentem prazer em dominar, outras há que encontram a sua maior satisfação em serem dominadas, submetidas a outrem. Os submissos devotam uma total lealdade ao seu dominador ou dominadora, servindo-o/a em tudo o que lhes é pedido, dentro dos limites que foram previamente definidos pelo contrato assinado entre ambos, que faz parte do protocolo das relações BDSM.

 

Para além dos jogos íntimos, sexuais ou não, o dominador pode determinar como é que o submisso se deve vestir (muitos submissos usam uma coleira com uma argola de metal, que os identifica como sendo aqueles que se submetem) ou aquilo que deve comer, e estas regras lembram ao submisso que o seu papel é obedecer e agir da forma como o dominador entende que ele deve fazer. O prazer que estas práticas podem proporcionar radica nos meandros secretos do nosso cérebro.

 

Por exemplo, uma pessoa a quem no dia a dia é exigido que dite as regras e as ordens que outros têm de cumprir pode achar extremamente libertador o facto de, por sua vez, se encontrar à mercê das ordens de outrem. Pessoas inseguras que precisam de constante aprovação dos outros podem retirar um enorme prazer do facto de se empenharem para cumprirem as ordens que lhes são dadas, sendo depois elogiadas, incentivadas, apreciadas e recompensadas por isso. Existem pessoas, também, que simplesmente se divertem a explorar outros aspetos da sua sexualidade e do seu erotismo, descobrindo mais sobre si próprias neste complexo jogo de "o Dom manda".

Uma Noite Ardente

 

 

 

Planeie a sua noite de sedução começando pelo menos duas horas antes da chegada do seu parceiro. Prepare um menu delicioso, seleccione a sua música favorita, ponha a mesa, e relaxe. Apague as luzes e acenda muitas velas. Crie uma iluminação exótica, adornando as lâmpadas com tecidos. A lareira acesa aquece as emoções no Inverno, bem como uma brisa balançado as cortinas numa noite quente de Verão encanta o ambiente. Monte uma mesa elegante com um simples arranjo floral para criar um ambiente romântico. Mas não se limite! Um sofá com almofadas macias e uma mesa baixa com um buffet de entradas afrodisíacas pode ser confortavelmente sensual. Ou melhor ainda, salte da mesa de jantar para o quarto de dormir, preparando uma mesa revestida com pétalas de rosa na sua cama, de forma a poder explorar os prazeres das comidas. Renda-se à magia dos aromas usando velas aromáticas de baunilha (relaxante), ou canela (hilariante). O cheiro da culinária também excita. Alho cozinhado, pimenta, cebola, especiarias…um quarto com aromas evoca excitação sensual. O que beber com o seu menu sedutor? Pode preparar cocktails e bebidas exóticas, mas não exagere no álcool pois como disse Shakespear, “o álcool provoca desejo, mas prejudica o desempenho”.

 

“É erótico falar durante o sexo?”

 

“Iniciei a minha vida sexual há pouco tempo e ainda estou a descobrir novas experiências. Gostava de agradar ao meu namorado, será que é excitante falar, gemer ou gritar durante o sexo? Até agora tenho evitado fazê-lo por timidez, mas como nos filmes e na televisão é frequente as mulheres manifestarem-se gostava de saber se me tornarei mais erótica ao emitir sons ruidosos.”

 

Cátia, Matosinhos

Cara leitora,

Numa relação sexual aberta e saudável tudo pode ser erótico, desde que agrade a ambos os parceiros e que se sintam confortáveis e sexy ao fazê-lo. Assim, a melhor forma de saber se é erótico para o seu par ouvi-la falar, gemer ou gritar durante o acto sexual consiste em colocar-lhe essa questão, mesmo que subtilmente. Quando estiverem a ver juntos uma cena de sexo na televisão ou no cinema, experimente perguntar-lhe o que é que ele acha desse tipo de comportamento. Pode, também, experimentar gemer ou falar um pouco enquanto fazem amor, e procurar perceber, pela reacção do seu par, se isso o excita mais ou se, pelo contrário, o “arrefece”. Tenha em atenção, também, aquilo que diz ao seu par durante o acto sexual. Enquanto
alguns casais preferem elogios lânguidos, sussurrados com voz suave, tais como “os teus olhos são tão profundos” ou “Fazes-me sentir tão bem”, outros são capazes de descrever cenários afrodisíacos ao parceiro e outros, ainda, preferem abordagens directas, imperativas, tais como “quero-te!”. É importante, pois, conhecer aquilo que ambos gostam, o que vos excita, pois a linguagem verbal durante o sexo, tal como qualquer outra, deve aproximar-vos, e não o contrário.

Carícias e malícias: doces torturas

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Um objeto tão inofensivo quanto uma pluma pode tornar-se, se usado por uma mão maliciosa e certeira, num torturante objeto de forte carga erótica. Saiba como dar um uso diferente a objetos que usa no seu dia a dia, como a gravata, o lenço de seda e uma pluma ou pena.

 

Na obra 'As Cinquenta Sombras de Grey', Christian Grey usa a sua gravata para prender os pulsos de Anastasia, deixando-a a arder de desejo e ansiedade em relação ao que ele lhe vai fazer a seguir.

 

De facto, quando um homem chega a casa e cumprimenta a sua parceira com um demorado beijo na boca, se ao mesmo tempo desapertar a gravata que teve vestida durante todo o dia e, com um gesto firme, a usar para imobilizar os pulsos da parceira, facilmente despertará nela arrepios de prazer.

 

O facto de combinar um acessório de vestuário que esteve à vista de todos com um ato tão secreto e privado entre o casal pode ser poderosamente estimulante. Não tem, de todo, de ser o homem a prender a mulher. Ela própria pode sub-repticiamente tirar-lhe a gravata e usá-la para atar os pulsos dele atrás das suas costas, por exemplo. Pode, também, usar um lenço de seda que ela própria tenha posto durante o dia para lhe prender as mãos ou, em alternativa, para vendá-lo. O toque da seda ou do cetim evoca cenários luxuriosos, sensuais e estimulantes, deslizando suavemente sobre a pele.

 

Estando ele vendado e/ou amarrado, experimente utilizar um divertido objeto que lhe provocará sensações inesquecíveis: a pluma. Embora possa adquirir plumas específicas para este efeito na sex-shop, pode também usar uma pena suave que tenha em casa. Use-a deslizando pelo corpo, tocando-o muito subtilmente. Alterne entre os ombros, desça e suba as costas se ele estiver voltado, os braços, o peito, a barriga, a parte exterior e interior das coxas, as pernas, o pescoço… até chegar à região genital. Faça algumas cócegas mas não abuse demasiado, pois o objetivo do jogo é provocar excitação. Use a pluma como se fosse um pincel, dando pinceladas longas e arrastadas por certas partes do corpo, depois alternando com toques rápidos com a ponta da pluma. Desenhe círculos, oitos, linhas verticais e horizontais. Escreva, desenhando a letra a letra com movimentos da pluma uma palavra no corpo dele, e obrigue-o a adivinhar qual é. A pluma é um excelente acessório para usar nos preliminares. Quando a excitação estiver ao rubro, pode passar a outras brincadeiras, como o sexo oral, a masturbação ou o coito.

“Ele gostava que eu falasse mas eu não sei o que dizer!”

“Comecei uma nova relação há um mês e sinto-me muito envolvida pelo meu namorado, mas ele é mais atrevido do que eu. Quando fazemos amor ele já me disse que se excita com palavras picantes, mas eu fico bloqueada e não sei o que dizer!”

Catarina, Seixal

Cara leitora,

Não há limites para o erotismo, pois o segredo para o sucesso de qualquer relação íntima consiste na partilha e na comunicação sincera, algo que parece estar a falhar no seu caso, pois como ainda não conhece muito bem o seu namorado tem vergonha de lhe dizer abertamente o que sente. Embora o facto de falar durante o sexo possa ser extremamente erótico para algumas pessoas, para outras não surte qualquer efeito ou tem precisamente o efeito de arrefecer o clima do momento. Assim, seja sincera com o seu par e diga-lhe que prefere estar em silêncio, ou então, quando estiverem a fazer amor, evite pensar no que vai dizer, deixando-se simplesmente levar pela intensidade, soltando gemidos, palavras ou sussurros, conforme sentir vontade. Aquilo que é dito depende também muito do casal, enquanto alguns casais preferem elogios lânguidos, sussurrados com voz suave, tais como “os teus olhos são tão profundos” ou “Fazes-me sentir tão bem”, outros são capazes de descrever cenários afrodisíacos ao parceiro e outros, ainda, preferem abordagens diretas, imperativas, tais como “quero-te!”. É importante, pois, conhecer aquilo que ambos gostam, o que vos excita, pois a linguagem verbal durante o sexo, tal como qualquer outra, deve aproximar-vos, e não o contrário. Experimente diversas abordagens e sinta o que a excita mais a si e ao seu par. 

“Tenho medo de mostrar o meu lado erótico”

 

 
“Quando tenho uma relação duradoura, não consigo mostrar as minhas garras a nível sexual, pois tenho medo que a pessoa que está comigo pense que sou uma vadia e que já devo ter tido várias companheiras sexuais!...”
Martina, Porto Côvo
 
Cara Leitora,
É normal que quando assume uma relação amorosa estável se preocupe mais com o que a sua companheira pensa acerca de si. Mas pensar que por se mostrar uma pessoa sensual e fogosa vai dar a entender que já teve várias parceiras sexuais é um raciocínio inválido, pois não é através da libido de uma pessoa que se pode avaliar quantos companheiros essa pessoa teve. Pode dar-se o caso de você estar a projectar na sua namorada aquilo que realmente sente em relação a si mesma… Isso é muito comum. Se for esse o caso, aconselho-a a procurar um psicólogo para resolver o que está por detrás desse auto-conceito tão negativo. Aceite a sua sexualidade sem preconceitos, vá-se libertando aos poucos pois nunca se sentirá completamente feliz numa relação na qual não está a ser autêntica. Relaxe e converse com a sua namorada acerca disso sem receio, vai ver que ela até vai gostar das suas “garras”.
 

“É erótico falar durante o sexo?”

 

“Iniciei a minha vida sexual há pouco tempo e ainda estou a descobrir novas experiências. Gostava de agradar ao meu namorado, será que é excitante falar, gemer ou gritar durante o sexo? Até agora tenho evitado fazê-lo por timidez, mas como nos filmes e na televisão é frequente as mulheres manifestarem-se gostava de saber se me tornarei mais erótica ao emitir sons ruidosos.”

 

Cátia, Matosinhos

Cara leitora,

Numa relação sexual aberta e saudável tudo pode ser erótico, desde que agrade a ambos os parceiros e que se sintam confortáveis e sexy ao fazê-lo. Assim, a melhor forma de saber se é erótico para o seu par ouvi-la falar, gemer ou gritar durante o acto sexual consiste em colocar-lhe essa questão, mesmo que subtilmente. Quando estiverem a ver juntos uma cena de sexo na televisão ou no cinema, experimente perguntar-lhe o que é que ele acha desse tipo de comportamento. Pode, também, experimentar gemer ou falar um pouco enquanto fazem amor, e procurar perceber, pela reacção do seu par, se isso o excita mais ou se, pelo contrário, o “arrefece”. Tenha em atenção, também, aquilo que diz ao seu par durante o acto sexual. Enquanto
alguns casais preferem elogios lânguidos, sussurrados com voz suave, tais como “os teus olhos são tão profundos” ou “Fazes-me sentir tão bem”, outros são capazes de descrever cenários afrodisíacos ao parceiro e outros, ainda, preferem abordagens directas, imperativas, tais como “quero-te!”. É importante, pois, conhecer aquilo que ambos gostam, o que vos excita, pois a linguagem verbal durante o sexo, tal como qualquer outra, deve aproximar-vos, e não o contrário.

Pornogrfia

 

 

“ Para ter relações o meu marido tem de ver filmes pornográficos”

 

“O meu marido só se interessa em ter relações sexuais depois de vermos filmes pornográficos. Porque será que ele não se consegue excitar só comigo?”

Tatiana, Aveiro

 

 

Cara leitora:

A pornografia é bastante utilizada tanto por homens como por mulheres como uma forma de excitação sexual. O facto do seu marido sentir a necessidade de ver filmes pornográficos antes de ter relações consigo pode dever-se a ele estar numa fase da vida em que se sente desinteressado por sexo e por isso necessita de ter uma ajudinha exterior para aumentar a libido. Isto talvez aconteça devido a problemas no trabalho, cansaço, ou até mesmo questões de saúde. Converse com o seu marido sobre o assunto e pergunte-lhe se há alguma outra forma de ele se excitar sem ter de recorrer a filmes. Usem a imaginação e diversifique a vossa vida sexual, pois muito frequentemente a rotina provoca desinteresse.