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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Sou lésbica, e agora?”

 

“Tenho 20 anos e descobri recentemente que sou lésbica. Iniciei um relacionamento com uma mulher um pouco mais velha e experiente do que eu, e embora tudo esteja a correr bem entre nós não sei como contar à minha família e amigos, especialmente aos meus pais, pois acho que vão reagir mal.”

 

Liliana, Leiria

 

Cara Leitora,

Apesar de existir socialmente uma maior abertura, a questão da homossexualidade continua a ser um assunto tabu e rejeitado por muitas famílias. Neste sentido, é natural o seu receio em abordar esta questão com os seus pais. A maior expectativa dos pais é quase sempre que os filhos se casem e lhes dêem netos de modo a alargar a família. Por isso, muitas vezes, falar de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo revela-se bastante complicado.

Tente compreender a posição dos seus pais, não é fácil aceitar e lidar com uma situação que em nada tem a ver com aquela que idealizaram. Procure mostrar-lhes, de forma cautelosa, que a sua felicidade está junto da pessoa que ama, independentemente do seu sexo. Mostre-lhes que compreende a posição deles, mas peça-lhes que compreendam também os seus sentimentos. Certamente que, por gostarem de si, entenderão e respeitarão a sua decisão. Não desista de lutar pela sua felicidade!

 

O meu namorado tem horror ao tema casamento

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"Namoro à 7 anos, e gosto bastante do meu namorado, mas ele evita sempre falar em casamento, o que me deixa bastante incomodada e confusa pois já estou a entrar numa fase da minha vida em que construir família se está a tornar a minha maior prioridade, o que devo fazer?"

Carla - Montijo

 

Cara leitora,

Compreendo a sua frustração, mas acredite que isso não acontece só consigo, muitas mulheres se queixam do mesmo. O homem por natureza é um caçador, precisa saber que ainda pode caçar, mesmo que opte por não o fazer devido a estar numa relação, por isso o casamento é tão assustador para alguns homens. Para eles, casar significa deixar de caçar, ou seja, tomam consciência que nunca mais vão dormir com outra mulher, e não se sentem preparados para isso. Parece ser esse o caso do seu namorado, é obvio que ele não tem qualquer intenção de se casar tão cedo, pois se tivesse ele próprio puxaria o assunto. Avalie a relação e faça o que for melhor para si, caso procura alguém com quem partilhar a sua vida e iniciar uma família, parece-me que não está com a pessoa certa. Tenha uma conversa franca com ele e veja o que ele tem a dizer sobre o assunto!

“O meu filho irá reagir bem se eu arranjar um companheiro?"

“Sou viúva há 6 anos e conheci há pouco tempo um senhor com quem me sinto bem. Mas tenho medo da reacção do meu filho, que tem agora 15 anos. O que devo fazer?”

Maria Clara, Benfica

Cara leitora,

A sua carta demonstra que é uma mãe extremamente preocupada e interessada com o bem-estar do seu filho, mas tenha cuidado para não deixar de viver a sua vida por causa do medo de o magoar. Seis anos parece ser tempo suficiente para estar sem alguém a seu lado e agora que o seu filho
já é um adolescente, já tem idade para compreender o facto de ter arranjado uma pessoa com quem compartilhar a sua vida. Tem é que fazer com que ele perceba que tal facto não vai mudar o amor que sente por ele. É perfeitamente normal que após o falecimento do pai ele esteja mais apegado a si, pois sente-se inseguro e com medo de a perder, mas já é tempo de ele perceber que a leitora tem necessidade de ter um companheiro com quem partilhar a sua intimidade. Até porque, em breve, ou talvez até já esteja a acontecer, ele próprio se vai começar a interessar por raparigas e vai começar a namorar. Por isso, o melhor é ter uma conversa calma com o seu filho e prepará-lo para o facto de que qualquer dia a leitora quererá voltar a partilhar a sua vida. Agora que encontrou alguém com quem pretende iniciar uma relação séria, não lhe diga já de quem se trata, comece por apresentar o seu novo companheiro como um amigo e, a pouco e pouco, o seu filho verá a vossa relação com outros olhos. Não abdique da sua felicidade, mas também não o force a aceitar uma pessoa que ele mal conhece. Dê-lhe tempo para ele se adaptar e verá que tudo vai correr bem.

“A minha família recusa conhecer a minha namorada”

“Sou estudante em Coimbra e namoro uma rapariga Ucraniana há 6 meses. A minha família não a quer conhecer devido à nacionalidade dela. Não sei o que fazer nesta situação, gosto muito da minha namorada, mas a minha família também é muito importante para mim. Como devo agir?”

 

Carlos, Bragança

 

Caro leitor,

É normal que se sinta dividido entre a sua namorada de quem gosta bastante e a sua família, e esta não é uma situação fácil. É triste o facto da sua família não aceitar o seu namoro apenas devido a ela ser Ucraniana sem sequer ter hipótese de a conhecer. Converse com a sua família e faça-os ver que a sua namorada é uma pessoa com muitas qualidades, e é a pessoa de quem o leitor gosta. Enquanto não a conhecerem, não podem formar uma opinião acerca dela. O ideal seria eles ficarem felizes por si e aceitarem a pessoa que o leitor escolhe como companheira. Se continuarem a não aceitar a sua namorada mesmo depois de a conhecer, então terá de avaliar a situação tendo em mente as consequências de uma decisão qualquer que ela seja.