“Tenho herpes genital e gostava de saber quais são as taxas de recorrência. Vou ter de usar preservativo para o resto da vida? E se eu vier a ter filhos, posso transmitir-lhes o vírus?”
Maria, Valongo
Cara leitora,
Descobrir que tem herpes genital pode ser preocupante, uma vez que passa a precisar de ter alguns cuidados acrescidos. A taxa de transmissão do vírus é menos quando este não está ativo, mas ainda assim existe sempre o risco de contágio por via oral, vaginal ou anal. Nesse sentido, usar barreiras de proteção, como o preservativo ou barreiras dentais, além de uma comunicação franca entre parceiros, é fundamental. A taxa de recorrência é difícil de prever; algumas pessoas têm apenas um caso isolado de incidência mais forte. Depois dele, pode reincidir com uma frequência progressivamente menos, dependendo do seu sistema imunitário, do tipo de Herpes e de onde ele se instalou no seu corpo. O seu médico pode receitar-lhe um medicamento que, quando tomado no primeiro dia que sente sintomas, pode reduzir a duração e descomforto causado por um novo episódio. É muito raro haver transmissão do vírus a um feto, mas se suceder pode trazer graves problemas de saúde tais como parto prematuro ou nascimento com peso abaixo do normal. Se a mãe já tiver Herpes, o risco de contágio diminui porque os anticorpos que o combatem propagam-se ao filho. Se contrair Herpes durante a gravidez os riscos são maiores. Existem casos nos quais uma cesariana pode ser efectuada para prevenir o contágio do bebé, mas apenas um médico pode avaliar cada caso e fazer essa recomendação. Aconselho a que fale com o seu médico pois ele conhece o seu caso e pode ajudá-la não só em relação à reincidência do vírus no seu caso específico como na proteção numa futura gravidez.
Sou divorciado e tenho duas filhas a viver comigo, mas a mais velha tem dado comigo em doido… Ela tem 17 anos e está no liceu, ultimamente quando sai com os amigos não volta para casa ou então volta embriagada. Tenho medo que ela ande com más companhias e que isso interfira com a escola.
Manuel
Caro leitor,
Nunca ninguém disse que educar filhos era tarefa fácil, principalmente adolescentes. Essa é uma fase de descoberta e de mudanças na vida de qualquer jovem, sendo normal que ela se sinta desorientada e acabe por fazer coisas que não deve. Esta é uma fase em que os jovens precisam de bastante supervisão por parte da família, pois sem orientação é muito provável que se deixem influenciar por más companhias. Converse com a sua filha explicando-lhe os perigos associados aos comportamentos que ela tem tido ultimamente. Faça perguntas sobre os amigos com quem ela costuma andar e sobre os lugares que frequentam.
Não tenha medo de se intrometer na vida da sua filha, pois por mais que resmungue e amue, ela vai acabar por ouvi-lo.
Tenho 3 filhos entre os 8 e os 12 anos, e não sei como abordar o tema da sexualidade com eles. Preciso de ajuda!
Luís
Caro leitor,
A maioria dos pais considera dificil abordar o tema da sexualidade com os seus filhos, por isso o leitor não é o único pai a debater-se com esse problema. Muitos pais acham que se derem informação a mais aos seus filhos ou se abordarem o tema cedo demais vão fazer com que eles iniciem a sua vida sexual mais cedo. De facto, acontece justamente o contrário, quanto mais informados os jovens estiverem em relação ao sexo, mais tarde vão iniciar a sua vida sexual, e de forma mais segura e responsável. Aborde o assunto de forma natural, dando aos seus filhos informação a respeito de sexo seguro e responsável, de forma a que eles estejam equipados com o conhecimento necessário para iniciar uma vida sexual saudável e positiva.
“Sou casado e temos tentado engravidar mas nao conseguimos, por isso eu gostaria de fazer um teste de infertilidade masculina, mas não sei como fazê-lo. ”
Simão, Fundão
Caro Leitor,
A infertilidade masculina resultar do facto de o homem não ejacular, não produzir a quantidade necessária de espermatozóides quando ejacula, ou de os espermatozóides não se movimentarem da forma adequada para que se dê a penetração do óvulo. O exame que é feito com maior regularidade para testar a infertilidade masculina é o chamado espermograma, onde o objectivo principal é analisar o sémen. Através deste exame é possível medir a quantidade, a mobilidade e o formato dos espermatozóides, contudo deve ser complementado por outros exames. Porém, o teste não deve ser feito apenas por um membro do casal, é importante que ambos façam os testes necessários de modo a averiguar de onde podem advir os problemas.
“Amo muito a minha esposa e sempre nos demos muito bem a nível sexual, mas desde que ela teve o nosso filho, há 6 meses, já não tem vontade de fazer amor comigo…”
Luis, Lisboa
Caro leitor,
O nascimento de uma criança é sempre um período de adaptacao tanto a nível do relacionamento como a nivel sexual. Deixar de ter relações depois de ter um filho é bastante comum para vários casais. Alterações hormonais, depressão pós-parto ou cansaço são muitas vezes associados a diminuição de desejo, mas estas não são as únicas razões. É perfeitamente seguro ter relações após o nascimento do bebé, desde que a mulher se sinta psicologicamente e fisicamente preparada para tal. Aconselho-o a tentar aliviar algum do trabalho da sua esposa com o bebe, arranjem uma ama, ou alguem de familia que tome conta do bebe para que voces possam passar tempo juntos, criem novos cenários e fantasias, passe uns dias fora sozinhos, e isto irá ajudar o vosso relacionamento.
“Sou divorciada, tenho 45 anos e um filho com 20. Considero-me uma pessoa de mente aberta e de bem com a vida, e sempre tive uma relação muito próxima com o meu filho, ele sempre falou comigo acerca de tudo. Sempre conheci bem os seus amigos, mas o problema é que recentemente apaixonei-me e acabei mesmo por me envolver sexualmente com um amigo do meu filho, que é 20 anos mais novo do que eu. O que devo fazer? Embora me sinta apaixonada não quero que o meu filho sofra!”
Mariana, Lisboa
Cara leitora,
As relações entre pessoas com uma grande diferença de idades são mais comuns do que imagina, bem como os receios que sente em assumir um relacionamento com um rapaz 20 anos mais novo. A nossa sociedade faz ainda muitos juízos de valor acerca desse tipo de relações, por isso seja cautelosa e veja se realmente quer fazer-se a si e ao seu filho passar por uma situação dessas. Se acha que esse relacionamento é apenas uma paixão passageira, não vale a pena assumi-la e meter a sua família ao barulho. No entanto, se acha que realmente quer fazer vida com esse rapaz, aí então, mais cedo ou mais tarde vai ter de enfrentar tanto o seu filho, como a família do outro rapaz e a sociedade em geral.