“As infecções urinárias podem ser transmitidas através das relações sexuais?”
“Ultimamente, tenho feito vários tratamentos para tratar infecções urinarias mas tenho uma dúvida, será que as infecções urinárias podem ser transmitidas através das relações sexuais?”
Sonia, Gondomar
Cara Leitora,
Existem algumas doenças sexualmente transmissíveis que podem causar inflamação na uretra, porém, as infecções do aparelho urinário e as bactérias a si inerentes não são consideradas DTS, o que não invalida que estas possam estar relacionadas com o acto sexual. Isto tendo em conta que as mulheres que têm uma vida sexual activa estão mais predispostas a estas infecções do que as não que não tem uma vida sexual activa. Em alguns casos após o acto sexual algumas bactérias instaladas na zona vaginal podem ser direccionadas para a bexiga através da uretra. Desta forma, um dos meios de prevenção é urinar logo após o acto sexual para que possa expelir as bactérias do aparelho urinário. Advirto-a para a importância do devido acompanhamento médico para estes casos, ainda para mais quando é uma pessoa bastante permeável a estas situações.
“Gostaria de saber se usar lubrificante juntamente com o preservativo durante o ato sexual diminui o risco de contrair infeções sexualmente transmissíveis.”
Tomás, Leiria
Caro leitor,
conjugar o uso do preservativo com o lubrificante durante o ato sexual diminui a fricção que pode levar à rutura do preservativo ou causar irritações nas paredes da vagina (ou do ânus) e, portanto, ajuda a diminuir de contrair infeções sexualmente transmissíveis. Mas, atenção: o lubrificante sozinho não oferece qualquer proteção! O uso de preservativo é sempre indispensável. O lubrificante deve ser à base de água ou silicone, sendo que aqueles que contêm espermicida são os menos eficazes para evitar infeções – porque são os que mais podem danificar o preservativo e causar irritações cutâneas, que aumentam a suscetibilidade a infeções.
“Ultimamente é frequente a minha mulher queixar-se quando estamos a fazer amor, especialmente quando a penetro mais profundamente. Não sei o que fazer para não a magoar.”
Joaquim, Aljustrel
Caro leitor,
O útero é um órgão bastante sensível e delicado do corpo da mulher e pode ser afectado por problemas hormonais, infecções, bactérias e tumores. Seria muito importante que a sua mulher fosse, o mais brevemente possível, a um ginecologista e realizasse alguns exames ginecológicos. Todas as mulheres, quer sejam sexualmente activas ou não, devem visitar um ginecologista pelo menos uma vez por ano para realizar exames de rotina. Exames ginecológicos de rotina incluem o exame da mama, para detectar caroços possivelmente indicativos de cancro da mama, o exame de Papanicolau, utilizado para detectar alterações celulares indicativas de cancro do colo do útero, e o rastreio de infecções sexualmente transmissíveis ou bacterianas. Os exames ginecológicos, geralmente, não são dolorosos. O médico examinará visualmente os órgãos genitais da mulher e, de seguida, utilizará um espéculo para retirar amostras de algumas células e secreções vaginais. Estas amostras são enviadas para um laboratório, onde se poderá verificar a existência ou não de anomalias. A maioria das infecções é proveniente de fungos, bactérias ou vírus adquiridos através de uma pobre higiene feminina ou contacto sexual. Muitos dos problemas ginecológicos femininos têm cura quando detectados a tempo, caso contrário poderão evoluir para problemas bastante mais sérios como lesões graves ou cancro. Caro leitor, converse com a sua mulher e tente mostrar-lhe que aquilo que ela sente poderá não ser nada sério, mas que ficaria mais descansado se ela procurasse um ginecologista.