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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Ele não faz amor comigo!”

“Tenho 45 anos e o meu marido 50. Há 5 anos que me esforço para seduzir o meu marido para fazer amor, mas ele esquiva-se sempre. Portanto, há 5 anos que sofro com esta rejeição, e já não sei o que fazer. Que me aconselha e o que tem para me dizer?

Susana, Guimaraes

 

Cara leitora,

De facto algo se passa, pois esse não é o comportamento “típico” de um homem de 50 anos. Algumas questões que deve colocar são as seguintes: houve alguma mudança na vossa relação há 5 anos atrás? Algum problema de saúde ou deficiência? Infidelidade? Problemas conjugais? Abuso de bebida ou drogas? Alguma medicação nova? Depressão? Algum stress na vossa vida? Todos estes fatores podem influenciar o desejo sexual de um indivíduo. Sem saber mais a respeito do seu marido e da sua relação é difícil determinar a causa do comportamento do seu marido. Uma vez que a leitora gostaria de compreender o porquê da sua situação aconselho que tenha uma conversa franca com o seu marido e que tente descobrir o que está por detrás do seu comportamento. Se achar apropriado, consulte um psicólogo de casais para que este vos possa ajudar a comunicar melhor, pois apenas assim vão melhorar a situação.

 

“Nunca conseguirei ser fiel…”

 

 

 

“Sempre fui muito independente e nunca tive compromissos sérios. Consegui conquistar as mulheres que me chamavam a atenção e já tive várias relações simultaneamente. Agora estou preocupado porque namoro com uma rapariga há algum tempo, gosto muito dela, mas, por vezes, penso que nunca conseguirei ser fiel…”

Marcos, Cacém

Caro Leitor,

 

No seu caso parece que a dificuldade não é conquistar as mulheres, mas sim manter-se fiel a apenas uma. Para si é difícil estar vinculado a uma pessoa, pois isso lhe dá a sensação de perda da sua independência e liberdade. Uma relação monógama requer maior intimidade e empenho, além de compromisso da sua parte para com a sua parceira, coisa que o leitor tem dificuldade em fazer. Porém, neste momento depara-se com uma relação que se está a solidificar e sente-se ameaçado por não conseguir limitar-se apenas a uma parceira. Reflicta um pouco, pois a sua tendência para a poligamia é provavelmente um mecanismo de defesa para evitar que o leitor se entregue emocionalmente a uma só mulher e se venha posteriormente a magoar. O seu comportamento poligâmico serve também para o proteger de rejeições e relações fracassadas. Desta forma as várias relações que tem em simultâneo servem para mascarar o insucesso de algumas relações pois é mais fácil ter outra pessoa para apaziguar a situação do que se confrontar com o fracasso. Uma vez que está presentemente numa relação monógama e assim a quer manter, aconselho-o a procurar a ajuda de um especialista que o ajude a ultrapassar a sua dificuldade de se entregar física e emocionalmente uma só pessoa.

 

 

 

“Ela é casada!”

“Namorei sete meses com a mulher que julgava ser a minha alma-gémea, até que um dia descobri que ela era casada. Já tentei esquecê-la, mas não consigo, assim como não a consigo deixar. Acho que me apaixonei por ela. O que posso fazer para a esquecer?”

Jorge, Almoçageme

Caro leitor,

Sem qualquer intenção envolveu-se com uma pessoa casada e pelo que conta dá a entender que reprova esta situação. Porém, agora vê-se sem muitas alternativas, pois sente-se incomodado com a situação gerada, mas também não a consegue esquecer pelo facto de a amar bastante. Apesar de
estar a viver uma situação constrangedora, sente-se realizado com a relação de ambos, ou seja, sente que está a viver a sua história de amor devido aos bons momentos que passam juntos. Por outro lado, encontra-se a viver um pesadelo pois está apaixonado por uma mulher casada com quem não pode casar ou constituir família. Porém, cabe-lhe a si reflectir no que deseja para a sua vida daqui a frente, visto que a pessoa que ama não pretende deixar o marido. Pense na sua felicidade e veja se vale a pena estar a investir numa relação em que vai estar sempre em segundo plano.

“Ela apanhou gonorreia na casa de banho”

 

 

 

 

Namoro com a minha namorada há dois anos e recentemente apanhei gonorreia depois de ter relações com a minha namorada. Ela diz que não me traiu e que apanhou a doença quando foi a uma casa de banho pública. Será verdade?

 

Diogo, Horta

 

Caro leitor,

Uma vez que a gonorreia e uma doença transmitida sexualmente é compreensível que o leitor esteja desconfiado em relação à fidelidade da sua namorada. Para que haja o contágio de uma doença sexualmente transmissível é necessário haver troca de fluidos entre dois indivíduos e um deles estar infectado com a doença. No caso da sua namorada, para ter contraído gonorreia teve de estar em contacto directo com o esperma ou fluido vaginal de alguém que estava infectado com a doença, por isso difícil será verdade que a tenha apanhado gonorreia apenas devido a ter utilizado uma casa de banho
pública. 

“Não consigo ser fiel!”

 

 

 

“Sempre fui uma pessoa muito independente e nunca tive compromissos sérios. Consegui conquistar as mulheres que me chamavam a atenção e já tive várias relações simultaneamente. No entanto, agora conheci uma rapariga por quem me apaixonei. Gosto imenso dela e namoramos há 3 meses, mas sinto medo de a trair, pois penso que não consigo ser fiel, é algo que faz parte da minha maneira natural de ser!”
 
Pedro, Sacavém
 
Caro Leitor,
A dificuldade que sente em assumir um compromisso exclusivo com alguém tem a ver com o facto de sentir que isso o faz perder a sua independência e liberdade. Para além disso, viver uma relação séria implica que haja maior intimidade e empenho, e o leitor parece ter alguma relutância em que isso aconteça. Reflicta um pouco, pois a sua tendência para a poligamia é provavelmente um mecanismo de defesa para evitar que o leitor se entregue emocionalmente a uma só mulher e se venha posteriormente a magoar. O seu comportamento poligâmico serve também para o proteger de rejeições e relações fracassadas. Desta forma as várias relações que tem em simultâneo servem para mascarar o insucesso de algumas relações pois é mais fácil ter outra pessoa para apaziguar a situação do que se confrontar com o fracasso. Uma vez que está presentemente numa relação monógama e assim a quer manter, aconselho-o a procurar a ajuda de um especialista que o ajude a ultrapassar a sua dificuldade de se entregar física e emocionalmente uma só pessoa.

“A minha cunhada atiça-me!”


“Estou casado há 6 meses e tenho uma vida conjugal perfeitamente equilibrada. O problema é que a irmã mais nova da minha esposa vem passar muitos fins-de-semana cá a casa e está sempre a insinuar-se. Devo contar à minha esposa?

Rui, Carnaxide

 


Caro Leitor,

Esta questão é realmente bastante delicada, pois pode colocar em risco o seu matrimónio e abalar as relações afectivas dentro do seio familiar. Talvez em primeiro lugar, o leitor deva tentar chamar a sua cunhada à razão, mostrar-lhe o quanto ama a sua esposa e dizer-lhe que não pretende colocar em risco o seu casamento. Deve também, elucidá-la sobre a confiança que a sua esposa deposita nela por deixá-la passar os fins-de-semana sem desconfiar que a irmã possa ter comportamentos e atitudes menos apropriadas.

Depois dessa conversa, caso a sua cunhada continue com as insinuações, o melhor é o leitor tentar falar com a sua esposa, pois apesar do amor que ela sente por si quem poderá correr o risco de ser mal interpretado é o leitor.

Esta é uma forma de o leitor ver o seu amor colocado à prova, mas com o diálogo, compreensão e bom senso tudo poderá acabar bem.

Infidelidade e desejo

Sou casado há 15 anos e tenho 4 filhos. Sempre tive um apetite sexual bastante intenso, mas pouco entendido pela minha esposa. Enquanto eu por mim tinha apetite para fazer amor todos os dias, ela podia ser 1 vez por semana, ou 1 por mês como já aconteceu varias vezes.
Há coisa de três anos cometi uma infidelidade com outra mulher, e resolvi correr o risco de lhe contar. Obviamente e com toda a razão não foi fácil para ela, mas acho como é bastante católica e com os valores bem presentes, resolveu a bastaste custo dar-me uma oportunidade.
Que sugestão me dá para melhorar a minha relação e ter mais relações sexuais com a minha mulher?
Frederico
Caro Frederico,
Como as dificuldades na sua relação já duram há algum tempo, com feridas de parte a parte que custam a sarar na memória, sugiro-lhe que façam terapia de casal e que encontrem juntos actividades em comum que vos aumentem a confiança na vossa relação. A dimensão sexual sairá reforçada das melhorias da relação e a frequência das relações podem vir a aumentar.
Falem um com o outro sobre a vossa relação, de modo positivo, lembrem-se da vossa fase de namoro e do romantismo que viveram e tentem reencontrar esses momentos juntos. Organizem momentos especiais para estarem juntos, seja jantares, fins-de-semana ou outros que vos dêem prazer. Não pressione a sexualidade se têm ainda questões por resolver – isso virá naturalmente.
Boa sorte.