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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Tema de hoje: Lubrificação Vaginal

 

(Diego Rivera)

 

 
 
Comecei a ter este problema sem perceber porquê: sempre fiquei muito lubrificada mas desde há uns dias que não fico muito e torna-se muito difícil ter relações sexuais sem lubrificação, pelo que tenho que usar lubrificante. Eu consigo ter relações e até me sinto muito excitada, mas não fico molhada. Isto preocupa-me muito.
 
Aldina
 
Cara Aldina,
 
A lubrificação vaginal pode acompanhar a excitação, mas não necessariamente. Deve consultar um médico ginecologista para perceber se há alguma causa fisiológica que possa estar a influenciar a sua repentina falta de lubrificação, como uma infecção sexualmente transmissível ou infecções fúngicas ou bacterianas. Alguns medicamentos que possa estar a fazer podem também ter alguma influência no modo como sente o sexo e como responde fisicamente a ele.
Reflicta se há algum aspecto que tenha mudado na sua vida que possa influenciar o seu bem-estar geral e as suas relações sexuais em particular: a relação com o seu parceiro ou parceira, a estimulação e excitação sexual que fazem antes de tentarem a penetração, que poderá não estar a responder às suas necessidades em tempo ou qualidade ou outros factores externos a vós e que não pode controlar (família, casa, trabalho)…
Alguns factores hormonais da menopausa podem influenciar a capacidade de lubrificação da mulher, mas não sei a sua idade e se tal poderá ser a razão. Terá de fazer uma avaliação médica para perceber o seu perfil hormonal actual.
Procure numa farmácia ou numa sex-shop lubrificantes adicionais, que podem ter sabores, aquecer e lhe podem resolver este problema e até apimentar a sua relação sexual. É muito natural em algumas mulheres adicionarem estes produtos para resolver o problema que sente. Os lubrificantes à base de água são compatíveis com o preservativo, mas pode também encontrar à base de silicone, óleo (como a conhecida vaselina).
Não se preocupe demasiado com este pormenor, pois a descrição da sua excitação e desejo de ter relações sexuais é bem mais importante para o seu prazer. Demore-se nos preliminares e carícias e experimente falar sobre o que gosta mais de sentir para se excitar… pode ser que tal lhe resolva os seus problemas de lubrificação e se não o fizer compre lubrificantes e aproveite o prazer.

Posso usar Vaselina como lubrificante?

Utilizei vaselina como lubrificante nas últimas vezes que tive relações sexuais, mas apercebi-me de que na caixa diz que é para uso “externo”. Será que a vaselina me vai fazer mal?

 

Sandra, Tavira

 

Cara leitora,

 

De facto a vaselina foi utilizada durante muito tempo como forma de lubrificante, mas a sua indicação mais adequada é para a pele seca em zonas não genitais. Uma vez que a Vaselina é feita à base de óleo, as bactérias alojam-se com mais facilmente na zona da vagina, pénis ou ânus. Quando utilizados com o preservativo, os lubrificantes à base de óleo podem romper os preservativos mais facilmente, podendo originar uma gravidez indesejada ou uma Infecção Sexual. Desta forma os lubrificantes fabricados à base de água são mais recomendados, quer por não romperem os preservativos, quer por não causarem infecções bacterianas com tanta facilidade.

“A minha esposa não faz sexo oral porque não gosta do sabor”

“Gostava que a minha mulher praticasse sexo oral comigo, mas ela raramente o faz porque diz ficar enojada com o sabor. Existe alguma solução para esta situação?”

Guilherme,
Condeixa-a-Nova

 

Caro leitor,

Existe uma solução bastante simples para resolver esse problema. Se a razão para a sua esposa não praticar sexo oral é apenas porque não gosta do sabor, então experimente utilizar lubrificantes com sabores. Existem vários no mercado que não danificam os preservativos, podendo escolher entre um variado leque de sabores como banana, morango ou chocolate. Escolha aquele que mais lhe agradar, ou pergunte à sua esposa qual deles ela prefere, e surpreenda-a utilizando-o da próxima vez que fizerem amor. Se quiser, pode também sugerir à sua esposa que o utilize em si e verá que a sensação é bastante agradável. Desta forma vai trazer variedade e divertimento à vossa relação, pois os lubrificantes, além de terem um gosto agradável, provocam uma erecção mais rápida no homem e ajudam na penetração. Use a imaginação e faça a sua esposa delirar! 

 

Clítoris inchado

 

 

Tenho 17 anos e cada vez que eu e o meu namorado curtimos ele toca-me no clítoris, mas eu nunca atinjo o orgasmo, o problema é que passados alguns dias este ainda está inchado e dói-me. O que será que devo fazer?

 

Margarida, Alcácer do Sal

 

Cara leitora,

Quando as mulheres estão sexualmente excitadas dá-se um aumento da circulação sanguínea na zona genital, e algumas mulheres atingem o orgasmo e outras não. No seu caso, a leitora fica excitada mas acaba por não atingir o orgasmo, o que se deve à sua pouca idade e inexperiência sexual. Por isso não se preocupe pois uma vez que conheça melhor o seu corpo, vai ver que se tornará mais fácil sentir prazer sexual. Quanto ao inchaço do seu clítoris este deve ser devido a um excesso de estimulação por parte do seu namorado, por isso fale com ele para que a estimule de forma mais gentil e durante menos tempo. Experimente também utilizar um gel lubrificante durante a masturbação mutua, ou experimente guiar a mão do seu namorado, para que ele saiba onde e de que forma a deve tocar sem causar desconforto.

Os mistérios da masturbação feminina

 

 

Entre elas costuma ser um assunto proibido, mas a verdade é que as mulheres também se masturbam, simplesmente não confessam. Não é um assunto típico das suas conversas, tão natural entre quase todos os homens. A mulher masturba-se exactamente pelas mesmas razões que o
homem: obter prazer! Porém, enquanto o homem não se envergonha do acto e consegue até fazê-lo com “assistência”, a mulher não quer ajuda para masturbar-se e prefere fazê-lo sozinha, sem “público”. Elas não costumam excitar-se a olhar para fotos ou vídeos, a hora da masturbação, para o sexo feminino, é uma viagem solitária, em que atingir o prazer de olhos fechados é
uma das melhores técnicas.

É através da masturbação que pode descobrir as suas verdadeiras fontes de prazer e na hora do sexo com o parceiro tudo pode ser ainda melhor. Tocar-se ensina-lhe a perceber a força ou a suavidade
necessária que precisa para atingir um orgasmo.

A masturbação feminina ainda é vista por muitos homens como algo negativo e, muitas vezes, eles até se sentem inseguros com esta situação, pensando que as suas parceiras têm fantasias com outros.
Contudo, a verdade é que este exercício é muito positivo para as mulheres, e ajuda a melhorar a intimidade do casal. Se ela não souber encontrar prazer em si, mais dificilmente será retribui-lo ao outro. A masturbação permite à mulher prestar mais atenção a si mesma e não esperar sempre que seja o companheiro a fazer algo para atingir o clímax.

Existem várias técnicas de masturbação feminina, sendo que a mais clássica é a estimulação do clitóris e da vagina.
Para ajudá-la a obter prazer, use lubrificantes nesta hora, pois mais facilmente atingirá o orgasmo. Utilizar brinquedos sexuais, como por exemplo um vibrador, pode também tornar-se um dos métodos eficazes para obter prazer.

A masturbação feminina é também uma forma de procurar vencer a anorgasmia (dificuldade em atingir o orgasmo) e explorar o seu corpo é a melhor receita para conseguir ter com o seu marido ou namorado uma sexualidade plena.

Lubrificação e excitação

Gostaria de perceber porque é que sempre que não atinjo o orgasmo, isto é, não fico lubrificada, fico com infecção urinaria...porque será??
Paula Cristina
 
Cara Paula Cristina,
 
Vou primeiro esclarecer alguns conceitos, para não lhe dar uma informação errada. A resposta sexual humana tem várias fases: desejo, excitação, planalto, orgasmo e resolução. O desejo é a fase da vontade, do apetecer, que pode variar muito as situações em que surge. Na fase da excitação, na mulher, há um aumento do ritmo respiratório e de tensão muscular e surge a lubrificação vaginal produz-se um aumento das dimensões dos pequenos lábios e os grandes lábios ficam menos visíveis. A parte externa da vagina separa-se, o útero encolhe e a vagina torna-se maior. O clítoris aumenta de volume e fica erecto. Também os mamilos ficam erectos e produz-se um aumento de volume dos seios. Na fase seguinte, de planalto, estas mudanças fisiológicas intensificam-se. Na fase de orgasmo há uma libertação da tensão sexual acumulada e sentem-se intensas sensações de prazer. Nem todas as mulheres atingem esta fase, mesmo tendo muita excitação e prazer. Na fase de resolução, o retorno ao estado de repouso produz uma sensação de relaxamento por todo o corpo.
 
Assim, a lubrificação vaginal está associada à excitação e o orgasmo a um certo culminar da excitação. Quando não fica lubrificada, pode significar que está pouco excitada, a sua vagina está mais apertada e os lábios vaginais menos preparados para a relação sexual. Se tentar a penetração, a fricção pode magoar a mucosa vaginal, pode levar ao desenvolvimento de bactérias da urina (presentes no pénis ou na sua vagina, se não se limparem com cuidado depois de urinar) – o que facilita uma infecção urinária.
Aconselho-a a falar com o seu parceiro sobre ele se limpar cuidadosamente; utilize roupa interior de algodão e roupa pouco apertada; não use sabões vaginais agressivos, apenas de PH neutro. Antes de cada relação sexual beba água e logo depois do orgasmo, da ejaculação e da penetração, urine e lave com água os seus genitais – pode reduzir o aparecimento de infecções urinárias.
Se tem dificuldades de lubrificação, apesar de se sentir excitada, compre lubrificante artificial, em farmácias, sexshops ou supermercados e resolva esse problema.

“Sexo anal sem dor…”

“Eu e o meu namorado, por várias vezes, já fizemos sexo anal e devo confessar que até gosto da experiência. O único inconveniente é que sinto algumas dores. Como devo contornar esta situação?

 

Alexandra, Lisboa

Cara Leitora,

Existem inúmeras formas de obter uma relação sexual mais prazerosa e menos dolorosa. Deve ter sempre em conta que sexo deve ser sinónimo de prazer e não de dor. 

Para que possa ter uma relação menos dolorosa, deve evitar estar tensa, pois desta forma facilitará a contração da musculatura tornando este ato mais difícil.

A região do ânus por ser rica em terminações nervosas e sensível às carícias torna-se, por excelência, uma zona que permite a excitação e obtenção plena de prazer.

De forma a diminuir as dores durante o sexo anal, deve apostar nos preliminares para que possa ser estimulada até à excitação e usar lubrificantes, pois o ânus não produz uma lubrificação natural tal como a vagina.

 

Será ejaculação retardada?

Vivo com o meu namorado há mais de dois anos e antes dele tive alguns parceiros sexuais. Não querendo entrar em comparações, porque cada pessoa é diferente, acho que o meu namorado pode sofrer de ejaculação retardada.
Não atinge o orgasmo com sexo oral nem com algumas posições sexuais. Nas posições em que chega lá demora muito tempo (para cima de 20 min de penetração contínua) e por vezes nem atinge o orgasmo com penetração, pelo que muitas vezes só acontece se se masturbar.
Isso não parece incomodá-lo mas para mim por vezes chega a ser penoso pois não consigo manter a excitação tanto tempo e a partir do momento em que atinjo o orgasmo perco mesmo a vontade.
Há alguma coisa que possamos fazer para aumentar a sua sensibilidade?
Rosa
 
Cara Rosa,
 
A ejaculação retardada, tal como outras disfunções sexuais, só devem ser diagnosticadas por técnicos de saúde ou de sexologia. Dirija-se com o seu parceiro a uma consulta especializada de sexologia se pensa que a vossa relação está a ser significativamente prejudicada por esta situação.
Pode tentar aumentar a sensibilidade utilizando lubrificante que aquece, pois irá trazer mais irrigação sanguínea ao pénis e pode facilitar o orgasmo, mas certamente que outras condições terão igualmente de estar controladas para que tal aconteça (ele estar à vontade, sem preocupações, nem pressões, o ambiente ser adequado e seguro para ambos, terem tempo para relaxar…).
Não encare a sexualidade de uma forma pré-determinada… Não há problema de um membro de um casal não atingir o orgasmo em algumas relações sexuais, pode haver satisfação suficiente na excitação e no prazer do outro, não há problema se um membro do casal se masturbar depois da penetração (depois de estarem ambos satisfeitos com a penetração). Uma grande vantagem da utilização de lubrificação extra, para além da vossa natural é não se magoar, depois do seu orgasmo e enquanto ele tenta o seu. Fale com ele sobre como o pode ajudar, sem criticar nem pressionar e divirta-se com o prazer que podem ter os dois!

“Tenho tido dificuldade em ficar lubrificada.”

“Tenho 36 anos e estou casada há 8. Eu e o meu marido nunca tivemos problemas a nível sexual, mas ultimamente tenho tido dificuldade em ficar lubrificada. Será que passado todos estes anos estou a ficar seca?”

Vânia, Matosinhos

 

Cara leitora:

Existem várias explicações para o seu problema. Pode dar-se o caso de ter uma infecção vaginal, que causa desconforto durante a penetração e, logo, dificuldade na lubrificação. Pode também dar-se o caso de estar a tomar algum medicamento que diminua o desejo sexual, fazendo com que tenha mais dificuldade em excitar-se sexualmente e atingir a lubrificação necessária para a penetração. Outra possibilidade é a leitora estar em fase de pré-menopausa. Apesar de a maioria das mulheres atingirem a menopausa em idades mais avançadas, existem excepções nas quais mulheres entram em fase de pré-menopausa por volta dos 35 ou 36 anos de idade. Se esse for o seu caso, a dificuldade em ficar lubrificada é devida a níveis irregulares de estrogénio, que nem sempre são acompanhados por ausência de menstruação. Aconselho-a a consultar um médico para descobrir qual a causa da sua dificuldade em ficar lubrificada, mas entretanto utilize lubrificante o que tornará a penetração bastante mais confortável.

Menopausa

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A menopausa marca o fim da fertilidade da mulher e ocorre, geralmente, entre os 45 e os 55 anos de idade. Durante a fase de preparação para a menopausa – perimenopausa, os níveis de estrogéneo oscilam e a ovulação torna-se inconstante. Nesta fase a mulher pode ter menstruação nalguns meses, seguindo-se de um período de ausência de vários meses. Devido às alterações hormonais que ocorrem durante a menopausa a mulher pode começar a experimentar variadíssimos sintomas, tais como afrontamentos e suores noturnos, ansiedade, irritabilidade, alterações de humor e tendência para a depressão, esquecimento, dificuldade de concentração, dores nas articulações, fadiga, secura da pele, cabelo, olhos e boca. A oscilação dos níveis das hormonas pode provocar também dificuldades físicas e emocionais durante as relações sexuais.

 

Alívio e tratamento

Alguns métodos de autoajuda, bem como os Tratamentos de Substituição Hormonal (TSH), podem ajudar a restabelecer os níveis de estrogéneo e aliviar os sintomas físicos.

O TSH alivia os sintomas da menopausa, previne a atrofia genital e as mudanças ao nível do corpo. Pensa-se que este tratamento pode ajudar a proteger de doenças como o cancro e a osteoporose, mas no entanto há médicos que acreditam que este tipo de tratamento pode acelerar o desenvolvimento de quistos. Os TSH podem ser prescritos em forma de comprimidos, adesivos e implantes. Os cremes de estrogéneos podem ser aplicados na vulva e na vagina. A hormona testosterona pode ser receitada para ajudar a recuperar a libido.

 

 Se a menopausa está a afetar a sua vida sexual, alguns dos métodos que se seguem podem ajudá-la:

 1 – Para ficar bem lubrificada, não ignore os preliminares e, caso seja necessário, use um bom lubrificante.

2- A uretra e a vagina podem ficar menos almofadadas após a menopausa e os movimentos durante o acto sexual podem provocar dor e irritação. Se tem tendência para sofrer infecções urinárias, esvazie a bexiga após o ato sexual.

3 – Pratique exercício, mantendo o seu corpo em forma. Coma alimentos que nutram a pele e o cabelo. Pode usar suplementos alimentares.

4 – A medicina alternativa, a homeopatia, a naturopatia e a medicina chinesa têm à disposição tratamentos para as mulheres na fase da menopausa.

5 – Não perca a auto-estima e cuide da sua imagem.