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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Confessei-lhe que fingia o orgasmo!”

“Estou há três anos com o meu namorado e finalmente ganhei coragem para confessar que sempre fingi o orgasmo, pois nunca tive um orgasmo, nem com ele nem com nenhum outro parceiro. Ele foi bastante compreensivo, e não tinha tido relações sexuais antes de mim, mas neste momento sinto-me insegura, pois cada vez que começo a manifestar excitação tenho medo que ele pense que estou a fingir. O que hei-de fazer?”

 

Cara leitora,

O facto de ter ganho coragem para contar a verdade é extremamente positivo e é o primeiro passo para conseguir efetivamente ter prazer. A comunicação honesta e sincera entre os parceiros é fundamental para ter uma vida sexual satisfatória para os dois. Para conseguir ter um orgasmo verdadeiro, liberte-se da pressão de o conseguir. Experimente fazê-lo primeiro através da masturbação, sem pressas, e diversificando as vossas atividades sexuais, experimentando através do sexo oral, da masturbação mútua, etc. Concentre-se nas sensações, a sós ou com o seu par, sem querer controlá-las, entregando-se simplesmente a elas. Quanto mais relaxar, mais fácil será. Se mesmo assim não conseguir, não desanime. Uma vez que diz nunca ter tido um orgasmo pode ser necessário consultar um terapeuta que possa fazer um acompanhamento personalizado do seu caso.

"Tive um orgasmo enquanto fazia abdominais!"

Exercícios abdominais: entenda a importância e conheça os melhores - A  revista da mulher 

"Pratico desporto diariamente e aqui há tempos estava a fazer abdominais com um aparelho que comprei e tive um orgasmo! Fiquei estupefacta, mas a verdade é que agora acontece-me com frequência. Já li que as mulheres podem ter orgasmos a andar a cavalo ou de bicicleta, entre outras atividades, mas não entendo como posso ter orgasmos apenas ao contrair os abdominais! Passa-se algo estranho comigo?"

 

Diana, Aveiro

 

Cara leitora,

De facto é possível ter orgasmos de inúmeras formas, nomeadamente através do exercício que se pratica, pelo que deve considerer-se uma sortuda, pois além de tonificar os abdominais ainda tem prazer! Enquanto que algumas mulheres apenas atinngem o orgasm através da estimulação directa do clitoris e/ ou pela penetração, outras conseguem atingi-lo através de uma grande variedade de sensações, pensamentos e experiências. Enquanto faz exercício físico, as contrações pélvicas e os agachamentos podem provocar o orgasmo, pois os músculos são apertados e relaxados repetidamente, e estas contrações repetidas podem causar excitação e provocar uma resposta corporal. Por outro lado, a roupa pode também roçar nos pontos certos, causando uma massagem rítmica que provoca excitação. Pode, ainda, ter descoberto por acaso um ponto erógeno do seu corpo em particular – por isso aproveite!

“Como posso ter um orgasmo enquanto faço amor com o meu marido?”

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 “Amo muito o meu marido e adoro fazer amor com ele. No entanto, não sinto nada quando ele me penetra. Sinto o pénis, mas não tenho nenhuma sensação, nada! A verdade é que foi sempre assim, mesmo com anteriores namorados. Consigo ter orgasmos quando me masturbo, e até quando ele me faz sexo oral, mas quando me penetra não sinto nada. Gostava de poder fazer alguma coisa… Pode ajudar-me?”

Letícia, Cacém

Cara leitora,

Muitas mulheres têm dificuldade e sentem frustração por não conseguirem atingir o orgasmo através da penetração. Na verdade, é muito mais provável que a mulher sinta prazer através da estimulação do clítoris, que é extremamente sensível e cheio de terminações nervosas, proporcionando uma miríade de sensações. Em comparação, as paredes vaginais contêm relativamente poucas terminações nervosas: apenas um terço da vagina contém terminações nervosas suficientes para sentir a estimulação de um pénis, um dedo ou um vibrador, o que diminui a probabilidade de a mulher ter um orgasmo através da penetração. Uma vez que relata ter orgasmos através da masturbação e do sexo oral, procure encontrar, com o seu marido, uma posição que permita a estimulação do clítoris em simultâneo com a penetração, quer seja através da masturbação – ele pode estimular o seu clítoris com a mão ou com um vibrador, ao mesmo tempo que a penetra, ou pode você mesma fazê-lo – da fricção do corpo dele no seu clítoris, ou até da pressão. Usem lubrificante enquanto o fazem, aumentando assim as sensações que sente.

“Não a deixo chegar ao orgasmo!”

What Does Being Bored In A Relationship Mean? 

“Sempre tive uma vida sexual muito activa, mas de há algum tempo para cá durante o acto sexual com a minha companheira ejaculo precocemente, impedindo-a de atingir o orgasmo. Sinto que isso está a prejudicar a relação mas não sei como proceder, pois não sou capaz de evitar que isso aconteça.” Marco, Funchal Caro Leitor,Em primeiro lugar deixe-me felicitá-lo pela coragem e pela identificação da situação que está a vivenciar, o que só irá facilitar a rápida resolução da mesma e um adequado diagnóstico.É importante perceber o que mudou na sua vida, o que o torna agora incapaz de exercer um controlo eficaz sobre o tempo de obtenção do orgasmo e assim impedir a vivência a dois dos momentos de prazer. Este aspecto é fundamental para o diagnóstico adequado dado que esta situação poderá ser apenas decorrente de um período, mais ou menos difícil, que está a viver e que condiciona o seu desempenho sexual. Se assim o for, a solução passa pela procura da causa da ansiedade, que o impede de dar o seu melhor durante o acto sexual. Mas se tal assim não for, seria aconselhável consultar um especialista para lhe transmitir alguma confiança e ajudá-lo nesta tarefa. No entanto, lembre-se que se trata de uma situação muito frequente entre casais, para a qual já existe tratamento, tais como a técnica Squeeze na qual o leitor deve fazer uma pausa quando sentir que está prestes a ejacular e deve apertar a base do pénis com o dedo polegar e indicador durante 5 segundos antes de recomeçar a relação sexual.   

Orgasmo sim, por favor!

Em primeiro lugar desejo, depois excitação e por fim orgasmo. Esta seria linha orientadora ideal para atingir aquilo que todas as mulheres desejam na cama: prazer.

Porém, 27% do sexo feminino português confessa que raramente atinge o clímax, contra 1% dos homens. O que pode estar por detrás desta grande diferença entre os dois sexos? A verdade é que sexo não é apenas penetração e, principalmente, para as mulheres é muito mais do que isso. Ela precisa de estar lubrificada, para se sentir preparada para o coito. A mulher deixou de fingir, nos dias que correm exige mais do seu parceiro e ele, em princípio, também fará tudo para estar à altura de satisfazê-la. Infelizmente, a repressora educação que sempre foi passada ao sexo feminino, ainda domina algumas mentes e isso pode, muitas vezes, inibir ambos.

 

O que contribuiu, sem dúvida, para um orgasmo insatisfatório, principalmente da parte das mulheres que necessitam pelo menos de oito minutos para atingi-lo, contra três minutos que os homens podem levar a consegui-lo. Mas afinal é tudo uma questão de timing?

 

Pode ser, mas não só! Há que “acertar” ritmos, passar ao parceiro informação, pois os homens gostam de ser instruídos. Utilize alguma linguagem corporal, bem como frases provocantes que permitam ao seu companheiro entender aquilo que precisa. Mas antes disso, e para saber dar instruções necessita de conhecer o seu corpo.

 

Para si, também os preliminares são importantes, pois quanto mais longa a excitação, maior o clímax. Alugue filmes picantes, envie mensagens eróticas ao seu parceiro, durante o dia, faça algo com ele que vos provoque muita adrenalina. Na cama, evite a rotina, experimentem novas posições, descubram-se e se necessário utilizem brinquedos sexuais para se estimularem mutuamente.

 

Na verdade, a imaginação não tem limites! Entregue-se ao prazer!

O sexo contribui para uma vida mais saudável

Estudos indicam que o sexo contribui para uma vida mais saudável e até actua como 'medicamento' preventivo em certas situações. De que forma e em que aspectos isto pode ser verificado?

 

A sexualidade é uma dimensão muito importante da vida dos humanos, ainda mais hoje em dia, em que a sociedade está muito "sexualizada". Os estímulos sexuais chegam-nos de toda a parte e por qualquer coisa. Nunca se falou e mostrou tanto sexo na história. No entanto, tal não significa mais informação adequada e sempre correcta. Provavelmente há tantos mitos e tabus como antes.  

O que constitui uma vida saudável depende muito de cada pessoa, mas para a maior parte de nós certamente que a sexualidade (e o sexo é apenas uma parte dela!) é uma fatia relevante do bolo. Os afectos entre as pessoas, as relações familiares e íntimas, os contactos físicos e de proximidade são necessidades e factores de boa saúde mental e qualidade de vida no geral, que fazem parte da nossa sexualidade enquanto seres humanos. Pode prevenir-se assim a depressão e a ansiedade, o isolamento social e a solidão, as somatizações que alguns de nós têm (sintomas físicos - como dores de cabeça, de costas ou outros - que reflectem problemas inconscientes de foro psicológico) e mesmo doenças que surgem a longo prazo na vida e que uma satisfação e qualidade de vida podem retardar o seu aparecimento.

Ao nível do sexo propriamente dito, das relações sexuais, o provérbio popular responde bem: "A função faz o órgão" – ter ao longo dos anos uma vida sexual saudável e satisfatória previne o aparecimento de disfunções sexuais como a disfunção eréctil (a impotência como se dizia antes), a falta de desejo ou libido, as dificuldades de excitação e de atingir o orgasmo. Desde que seja sexo seguro, protegido pelo preservativo e seguido medicamente pelo menos uma vez por ano (para avaliar possíveis infecções sexualmente transmissíveis, células pré-cancerígenas, fazer o acompanhamento da contracepção utilizada, etc.) é saudável e muito desejável para o corpo e a mente terem uma vida sexual activa e feliz.

 

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“Clítoris inchado”

Tenho 18 anos e cada vez que eu e o meu namorado curtimos ele toca-me no clítoris, mas eu nunca atinjo o orgasmo, o problema é que passados alguns dias este ainda está inchado e dói-me. O que será que devo fazer?

 

Margarida, Alcácer
do Sal

 

Cara leitora,

Quando as mulheres estão sexualmente excitadas dá-se um aumento da circulação sanguínea na zona genital, e algumas mulheres atingem o orgasmo e outras não. No seu caso, a leitora fica excitada mas acaba por não atingir o orgasmo, o que se deve à sua pouca idade e inexperiência sexual. Por isso não se preocupe pois uma vez que conheça melhor o seu corpo, vai ver que se tornará mais fácil sentir prazer sexual. Quanto ao inchaço do seu clítoris este deve ser devido a um excesso de estimulação por parte do seu namorado, por isso fale com ele para que a estimule de forma mais gentil e durante menos tempo. Experimente também utilizar um gel lubrificante durante a masturbação mutua, ou experimente guiar a mão do seu namorado, para que ele saiba onde e de que forma a deve tocar sem causar desconforto.

 

“Não consigo atingir o orgasmo…”

“Tenho 30 anos, já estou há três anos a morar com o meu o namorado e nunca consegui atingir o orgasmo. Será que tenho algum problema ou é normal isto acontecer?”

Teresa, Matosinhos

Cara leitora,

Atingir o orgasmo depende muito de mulher para mulher e das situações em que sente o prazer. A maioria das mulheres não atinge o orgasmo com a penetração, mas mais facilmente com masturbação, com sexo oral, com estimulação do clítoris… não valorize demasiado a questão de atingir ou não o orgasmo, pois a sua atenção irá desviar-se do prazer e não se entrega às sensações físicas, tirando menos satisfação daquilo que sente.

Como não sei se alguma vez terá sentido orgasmo é difícil responder-lhe, mas procure como gosta do prazer na masturbação sozinha, acaricie-se e à sua vagina – se a leitora souber do que gosta melhor poderá guiar o seu parceiro ou parceira nessa descoberta.

Disfunções sexuais

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Não existem dúvidas, o seu prazer sexual pode ser afetado por diversas disfunções sexuais, que podem causar dor ou algum sofrimento psicológico.

Muitas mulheres, passam uma vida inteira a pensar que o seu desempenho na intimidade é fraco ou diferente, mas aquilo que não entendem é que as suas respostas aos estímulos sexuais podem não ser mais melhores, simplesmente porque sofrem de um problema físico ou psicológico, que pode ser perfeitamente tratado.

Vaginismo, dispareunia, anorgasmia ou desejo sexual hipoativo são alguns dos problemas que se podem manifestar na mulher. Para resolvê-los basta que procure a resolução para eles, junto de algum terapeuta sexual ou do seu ginecologista.

 

Os mais usuais:

Desejo sexual hipoativo (falta de prazer no ato sexual): Não existe ou diminui o desejo e as fantasias sexuais.

Aversão sexual (fobia no ato sexual): Existem sentimentos de repulsa pelo parceiro, na intimidade, acompanhados de alguma ansiedade e medo.

Transtorno de excitação (frigidez): Existe uma capacidade quase permanente de manter a lubrificação vaginal até ao final do ato sexual. A mulher tem também falta de excitação.

Anorgasmia (inibição do orgasmo): Mesmo após um estímulo sexual adequado, a mulher pode não conseguir atingir o orgasmo.

Dispareunia: É a dor genital que a mulher sente durante um ato sexual, desde que não existam outros fatores como nódulos ou infeções.

Vaginismo: Quando existe uma contração permanente dos músculos da vagina que impedem a penetração pelo pénis.

Disfunção sexual devido a uma condição médica: Quando existem outras doenças, como por exemplo a diabetes que fazem com que o desejo sexual diminua.

Disfunção sexual induzida por substâncias: Quando existe diminuição do desejo sexual devido à ingestão de algumas substâncias orgânicas, como por exemplo, antidepressivos.

“O que é e onde se situa o Ponto G?”

 

 

“Eu e a minha namorada gostaríamos de saber o que é e onde se situa o Ponto G para que ela possa ter orgasmos mais intensos.”

 

Bruno, Oeiras

 

Caro leitor:

A existência, localização e importância do Ponto G para o orgasmo feminino foi descoberto recentemente pelos sexólogos americanos Perry e Whipple. O Ponto G é constituído por uma pequena aglomeração de terminações nervosas e glândulas no interior da vagina que, quando estimulado, pode fazer a mulher alcançar um grau de excitação extremamente intenso capaz de provocar o que os autores definem como “orgasmos uterinos”. O Ponto G situa-se na parede superior da vagina e é uma zona particularmente sensível que pode fazer qualquer mulher perder o controlo. Para conseguir proporcionar este tipo de orgasmo à sua companheira aconselho-o a estimular manualmente o interior da vagina conversando com a sua namorada sobre o que lhe dá mais prazer. Um factor bastante importante é que ela relaxe e não se sinta pressionada a atingir o orgasmo, pois só assim ele surgirá naturalmente.