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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Penetração anal e vaginal…”

“Tenho 26 anos e eu e o meu namorado temos uma relação sexual saudável e descontraída. Costumamos praticar a penetração anal com o pénis e com os dedos, mas da última vez que o fizemos fiquei preocupada pois ele pôs um dedo no meu ânus e, logo depois, pôs
o mesmo dedo na minha vagina. Tenho medo que isso me traga infecções e doenças… existe esse risco?”

Maria, Esposende

Cara leitora,

De facto a prática que refere pode acarretar riscos para a sua saúde, porque o dedo que explorou as profundidades da cavidade anal pode ter apanhado a bactéria E.coli. O facto de esta bactéria do cólon chegar de alguma forma à uretra é uma das causas mais frequentes de infecções urinárias, por isso ao colocar na vagina um dedo que esteve no ânus está a aumentar a probabilidade de transmissão desta bactéria. Para evitarem que isto aconteça o seu namorado pode usar uma mão para a penetração anal e outra para a penetração vaginal. As mãos devem ser bem lavadas após a penetração do ânus (o uso de sabão é fundamental) e ele pode também usar luvas de látex caso se sinta confortável ao fazê-lo. É essencial manterem as unhas curtas, porque as bactérias alojam-se mais facilmente nas pontas dos dedos em unhas compridas.

 

“Há prazer sem clítoris?”

“Tenho uma dúvida, provocada por aquilo que já tenho lido, e que gostava que me esclarecesse. Uma vez que em certas culturas se retira o clítoris às meninas, seja por razões religiosas ou culturais, gostava de saber se, quando crescem, conseguem ter prazer. O prazer de uma mulher depende exclusivamente do clítoris?”

 

Tatiana, Porto

 

Cara leitora,

Não há uma resposta fácil para essa questão, pois o prazer sexual varia conforme o corpo de cada pessoa e o tipo de remoção genital que foi feita. Estima-se que 80 milhões de mulheres em todo o Mundo sofreram este tipo de mutilação, por diversas razões e crenças. Nos Estados Unidos a remoção do clítoris era feita como forma de “curar” a tendência para a masturbação. Uma mulher pode ter um orgasmo a partir da estimulação do clítoris, mas algumas mulheres também têm prazer pela estimulação do ponto G, localizado na parte frontal da parede vaginal. Também existe a possibilidade de a mulher sentir prazer com a estimulação dos lábios, dos mamilos, ou até com a penetração anal. O tipo de experiência dolorosa que a mutilação representa, contudo, faz com que a mulher tenha mais tendência a sentir medo e ansiedade associados ao ato sexual, o que naturalmente inibe o prazer.