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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Será que o meu marido é gay?”

Estou casada há 5 anos e há já 2 anos que eu e o meu marido não temos relações sexuais. Ele não mostra qualquer interesse em mim. Será que ele é gay?

Teresa, Lagos

 Cara Leitora,

De facto algo se passa, mas não deve precipitar-se e assumir que é uma questão de orientação sexual. Muitos factores podem estar por trás da aparente falta de desejo do seu marido. A dificuldade é decifrar a razão sem causar brigas e conflitos no relacionamento. Existem homens que têm falta de desejo sexual devido a depressão ou a medicamentos que estão a tomar, ou devido a terem problemas de ejaculação precoce ou dificuldade em ter uma ereção, e por isso evitam ter relações sexuais com as suas parceiras para evitar o embaraço que sentem. Existem tambem outros homens que têm fetiches, ou amantes, ou mesmo que preferem masturbar-se com a utilização de pornografia em vez de ter relações com as parceiras. Como vê, existem muitos factores em jogo, por isso há que falar com o seu marido e talvez consultar a ajuda de um sexólogo para decifrar este dilema.

“Ainda não conseguimos ter relações sexuais…”

Premium Vector | Young couple on autumn natural landscape hills, trees,  flying birds, natural landscape in a trendy flat cute style. horizontal  vector“Tenho 19 anos e comecei este ano a namorar com um colega da faculdade. No entanto, sou virgem e ainda não conseguimos ter relações sexuais. Tentámos por duas vezes mas tivemos de parar porque eu sentia muitas dores, a minha vagina é muito apertada. Fui ao médico e não tenho infeções nem nenhum problema de saúde. Agora estou com muito medo de o perder porque estamos separados, só no final de Dezembro voltamos a estar juntos. Ele diz que me ama e que espera, mas não quero perdê-lo…”

Ana, Mértola

 

Cara leitora,

A dificuldade que tem tido em ter relações sexuais relaciona-se, pelo que descreve, no seu receio e na pressão que coloca sobre si própria em ter um bom desempenho. A relação sexual não garante um romance feliz, embora seja uma parte fundamental do mesmo. A cumplicidade, a confiança e o diálogo são essenciais para construir uma relação, e se estes existirem de forma sólida o seu relacionamento aguentará não só o afastamento como todo o tempo que tiver de esperar até sentir-se pronta. A resposta sexual do seu corpo, “fechando-se”, pode estar relacionada com o medo que sente e a pressão em não desiludir o seu companheiro. Assim, aproveite este tempo em que estão afastados para incrementar a confiança entre vós, estimulando a vossa relação sexual mesmo que não se possam ver. Explorem as vossas fantasias, converse pelo telefone e através da Internet, escreva-lhe cartas e envie-lhe bilhetes picantes, para manter acesa a chama da paixão. Dediquem o máximo de tempo possível a conhecerem-se melhor, para que quando voltarem a estar juntos possa sentir-se mais segura na relação e, dessa forma, relaxar e saborear o momento, sem pressão.

 

Sexo Baunilha ou com sabor extra forte?

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A designação "Sexo Baunilha", refere-se à relação sexual convencional, por oposição ao sexo praticado em relações de BDSM. A expressão deriva do inglês "vanilla sex", por analogia com o sabor de gelados: aqueles que têm medo de arriscar podem pedir baunilha, pois será sempre aquele sabor familiar, sem surpresas nem riscos. Há, contudo, muitas pessoas para quem "extra forte" nunca é picante demais.

 

Qualquer relação sexual beneficia do "amor" e dos gestos e momentos de puro carinho e troca de carícias com meiguice e cuidado. No entanto, a vida sexual de dois adultos pode, de vez em quando, precisar de alguns elementos mais picantes e de arrebatamentos de paixão para não cair na rotina, que leva à monotonia e, por consequência, ao arrefecimento e à apatia. Nem todas as pessoas gostam de gestos impetuosos ou de soltar a fera que há em si quando têm relações sexuais, e as relações BDSM (com e sem sexo) não são para toda a gente. É importante, antes de mais, ter bem claro que nunca deve ir além daquilo que realmente deseja fazer.

 

O prazer de magoar

O sadismo é uma das atividades do BDSM, e define o prazer em infligir dor no outro, retirando deleite e satisfação do facto de estar a fazer sofrer. Para descanso dos mais suscetíveis, saiba que assim como existem sádicos, há também masoquistas, pessoas que sentem real prazer na dor que lhes é causada. Enquanto que no domínio o dominador procura ter controlo sobre o submisso, no sadismo é na dor que assenta o foco de prazer. Esta dor não é, contudo, cruel: é uma dor apaixonada, na medida em que o que a provoca deseja que ela seja sentida com paixão, e o que a sofre deseja que ela seja infligida com paixão. A excitação é aqui retirada do facto de estar submetido à vontade do outro, no caso dos masoquistas, e de humilhar, fazer sofrer, no caso dos sádicos. O facto de dominar os sentidos do outro excita o que pratica o sadismo, que se sente estimulado pelo seu próprio poder. Este é um jogo de contornos extremos, em que pode haver limites negociáveis e outros indiscutíveis, por serem mais pesados.

 

Uma questão de confiança

Tenha sempre presente que a confiança é a pedra basilar que sustém este tipo de relação. Os praticantes de BDSM (Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo) regem-se por três princípios básicos: ser são, ser seguro e ser consensual. Como tal, existem códigos de conduta que são respeitados. Numa relação de sado-masoquismo, por exemplo, aquele que exerce o domínio apresenta ao que se submete a ele um contrato, onde todos os limites são definidos, assim como o tempo durante o qual o submisso está sob o domínio do seu dominador. A palavra de segurança, que tem de ser acordada entre os dois, é no caso do sado-masoquismo ainda mais importante, pois é ela que define até onde o sádico pode ir. Esta palavra deve ter um significado distanciado do ato praticado, como por exemplo "tangerina" ou "amarelo", pois neste contexto dizer "pára!" ou "não!" pode ser um incentivo a prosseguir…

“Gostava de ver a minha namorada masturbar-se”

“De há uns tempos para cá tenho a fantasia de ver a minha namorada a masturbar-se. Gostava de lhe pedir mas tenho receio que ela leve a mal.”

 

Ricardo, Sesimbra

 

Caro Leitor,

Não se sinta incomodado pela sua fantasia porque a masturbação faz parte de um processo de descoberta do próprio corpo e do prazer que este lhe pode dar.

O receio que sente em pedir à sua namorada para se masturbar à sua frente é perfeitamente compreensível, pois o ato de masturbação é geralmente praticado num ambiente privado. Desta forma, é natural que às primeiras impressões a sua namorada se sinta desconfortável com a sua presença e queira evitar que o leitor faça parte de um mundo que é só seu. Porém, a partilha desse momento a dois pode ser a plataforma que falta para quebrar a rotina instalada na vossa relação. Assim sendo, sinta-se à vontade para falar com a sua namorada, pois a honestidade e a frontalidade podem ser cruciais para a vossa realização sexual. Liberte-se, dê asas à sua imaginação, seja ousado, sensual, muito erótico  e aproveite ao máximo esses momentos.