Tenho 31 anos, e nunca tive uma vida sexual muito activa. Mas a ultima relação sexual que tive foi com uma pessoa que amava muito, mas não consegui satisfazer o meu ex companheiro, não consegui ser penetrada, tenho bastantes dores, mas acho que é um problema psicológico meu porque não relaxo. Mas isso está-me a prejudicar bastante. É que agora estava a começar um relacionamento e parece que tenho trauma de ter relações, envolvo-me bastante e tenho desejo de continuar mas de repente (parece que se passa algo) e paro e o meu companheiro não entende porque faço isso. Acho que é um problema que não consigo resolver.
Gostava que me ajudassem a suportar este problema e perguntar se devo procurar ajuda clínica ou psicológica. Patrícia
Cara Patrícia,
O seu caso pode ser de uma perturbação sexual feminina, mas tal diagnóstico só pode ser feito numa consulta presencial e com avaliação fisiológica médica e sexológica. Existem duas perturbações sexuais femininas da dor: o vaginismo e a dispareunia. Estes problemas acontecem a muitas mulheres e não deve deixar de tentar viver a sua sexualidade por isto lhe acontecer, nem sentir-se culpada. Deve procurar ajuda especializada para esclarecer se as suas dificuldades são psicológicas ou fisiológicas e reflectir sobre um tratamento adequado.
Por enquanto podem explorar outras formas de ter relações sexuais, não só através da penetração… Explorem as massagens, as carícias, a masturbação mútua (pode começar sozinha para descobrir como gosta de ser tocada e o que lhe dá mais prazer), o sexo oral, os brinquedos eróticos… Usem a vossa imaginação para reinventarem a vossa sexualidade sem limites!
“Desde há uns tempos para cá a minha esposa tem andado muito estranha, fala muito pouco e na cama está bastante apática. Já tentei falar com ela, mas não consigo compreendê-la. Será que ela já não me ama?”
Fábio, Lisboa
Caro Leitor,
É difícil responder literalmente à sua questão, pois esta é uma situação bastante delicada, que deve ser resolvida no seio conjugal.
Possivelmente, a sua esposa está a atravessar um momento menos positivo da sua vida e pensa que não deve incomodá-lo com essa situação.
Com certeza a sua esposa está preocupada com alguma situação, ou stressada com algo que se tenha passado. Porém, não vale a pena especular sobre possíveis hipóteses.
Porque não cria um ambiente romântico e com uma palavra de conforto? Deixe a sua esposa à vontade para abordar o assunto. Mostre-lhe que realmente está preocupado com ela e apenas deseja o melhor. Diga-lhe que para além de marido, pretende ser o melhor amigo dela e que devem estar sempre juntos para enfrentar qualquer que seja a adversidade.
“Comecei uma nova relação há um mês e sinto-me muito envolvida pelo meu namorado, mas ele é mais atrevido do que eu. Quando fazemos amor ele já me disse que se excita com palavras picantes, mas eu fico bloqueada e não sei o que dizer!”
Catarina, Seixal
Cara leitora,
Não há limites para o erotismo, pois o segredo para o sucesso de qualquer relação íntima consiste na partilha e na comunicação sincera, algo que parece estar a falhar no seu caso, pois como ainda não conhece muito bem o seu namorado tem vergonha de lhe dizer abertamente o que sente. Embora o facto de falar durante o sexo possa ser extremamente erótico para algumas pessoas, para outras não surte qualquer efeito ou tem precisamente o efeito de arrefecer o clima do momento. Assim, seja sincera com o seu par e diga-lhe que prefere estar em silêncio, ou então, quando estiverem a fazer amor, evite pensar no que vai dizer, deixando-se simplesmente levar pela intensidade, soltando gemidos, palavras ou sussurros, conforme sentir vontade. Aquilo que é dito depende também muito do casal, enquanto alguns casais preferem elogios lânguidos, sussurrados com voz suave, tais como “os teus olhos são tão profundos” ou “Fazes-me sentir tão bem”, outros são capazes de descrever cenários afrodisíacos ao parceiro e outros, ainda, preferem abordagens diretas, imperativas, tais como “quero-te!”. É importante, pois, conhecer aquilo que ambos gostam, o que vos excita, pois a linguagem verbal durante o sexo, tal como qualquer outra, deve aproximar-vos, e não o contrário. Experimente diversas abordagens e sinta o que a excita mais a si e ao seu par.
“Quando tenho uma relação duradoura, não consigo mostrar as minhas garras a nível sexual, pois tenho medo que a pessoa que está comigo pense que sou uma vadia e que já devo ter tido várias companheiras sexuais!...”
Martina, Porto Côvo
Cara Leitora,
É normal que quando assume uma relação amorosa estável se preocupe mais com o que a sua companheira pensa acerca de si. Mas pensar que por se mostrar uma pessoa sensual e fogosa vai dar a entender que já teve várias parceiras sexuais é um raciocínio inválido, pois não é através da libido de uma pessoa que se pode avaliar quantos companheiros essa pessoa teve. Pode dar-se o caso de você estar a projectar na sua namorada aquilo que realmente sente em relação a si mesma… Isso é muito comum. Se for esse o caso, aconselho-a a procurar um psicólogo para resolver o que está por detrás desse auto-conceito tão negativo. Aceite a sua sexualidade sem preconceitos, vá-se libertando aos poucos pois nunca se sentirá completamente feliz numa relação na qual não está a ser autêntica. Relaxe e converse com a sua namorada acerca disso sem receio, vai ver que ela até vai gostar das suas “garras”.
Tenho 23 anos e namoro com uma rapariga há quase 4 anos. Sentimos muito amor um pelo outro, porém, há alguns meses observei que minha namorada está muito inconstante na vida sexual.
Eu preocupo-me em excitá-la ao máximo, fazendo carinhos e conversando sobre as suas fantasias. Costumamos ter sexo em casa dela, o problema é que muitas vezes ela pára no meio da relação, dizendo que não está relaxada ou simplesmente pára e chora nos meus braços. Conversamos muitas vezes sobre isso, ela dá uma desculpa diferente, ora dizendo que não estava com vontade (mas eu percebia que ela estava excitada), ora dizendo que se sente mal por fazer sexo comigo na casa dela. Já tentamos ir a outros lugares, como um hotel bonito, mas além de ser muito caro, já houve vezes em que ela também parou. Já não sei o que fazer! Faço tudo para excitá-la, converso, pergunto, mas mesmo assim isto acontece com frequência. Já houve vezes em que eu a satisfazia 13 vezes em menos de 2 dias. Percebi que fazemos menos sexo hoje, o meu desejo continua o mesmo, mas o dela diminuiu. Que conselhos me dá?
Pedro Miguel, Matosinhos
Caro leitor, A sua namorada parece estar a sofrer dificuldades sexuais, mas pela sua descrição não saberei bem quais. Por vezes as mulheres sentem-se culpadas ou envergonhadas de ter uma vida sexual activa, pelos preconceitos de que “uma senhora” não gosta de sexo, não o faz antes do casamento…ou outras ideias feitas e preconceituosas, principalmente em relação à mulher. As exigências sociais sobre a mulher são muito duras com elas e mais brandas com o homem (embora também sejam uma forma de pressão sobre eles) e, por vezes, influenciam a felicidade individual que não se consegue libertar e viver à vontade o prazer. Tem de falar com ela honestamente e sem pressões, sobre o que a preocupa, como ela gostava que fosse a vossa vida sexual, o que poderá ter mudado para ela… Sem pressões nem preconceitos, pelo vosso amor. Pode tentar ter relações noutro local, onde se sintam à vontade, íntimo e privado e criar um ambiente especial. Tente explorar com ela o prazer sem a pressão da penetração: diga-lhe em sussurro que vão fazer amor sem penetração e veja como ela reage (pode ser que ela goste mais da excitação do que da penetração, o que é muito frequente em muitas mulheres); faça-lhe massagens e carícias sem fim; dê-lhe um banho perfumado; leia-lhe histórias eróticas como se fossem vós as personagens principais…use a sua imaginação para lhe oferecer pedaços de prazer inesquecíveis! Se as suas tentativas não funcionarem, deve precisar de bastante tempo para sentir alterações, pense em ir com ela a uma consulta de planeamento familiar ou de sexologia para falarem com um especialista sobre a questão e tentarem encontrar soluções em casal. Boa sorte.
“Sou um estudante universitário e por vezes tenho a sensação de que sou o único que não tem relações sexuais, ainda por cima continuo a ser virgem. Será que os outros também não fazem sexo, embora apregoem que sim?”
Pedro, Braga
Caro leitor,
Ainda que fosse o único rapaz virgem da sua universidade isso não faria de si um a pessoa com um comportamento “anormal”, ou diferente dos outros. No que à sexualidade diz respeito, fazer aquilo com que se sente bem é a regra principal. Se não está ainda confortável com a ideia de iniciar a sua vida sexual, é porque ainda não chegou o momento de o fazer, e independentemente da experiência que os seus colegas tenham você não tem de os imitar apenas para “não ficar para trás”. A percepção que os alunos universitários têm da vida sexual dos seus colegas nem sempre corresponde à realidade, pois nesta fase da vida a necessidade de afirmação e de impressionar os outros pode fazer com que muitas vezes as pessoas apregoem mais experiência do que efectivamente têm, tanto para causar impacto como para disfarçar e esconder as próprias inseguranças que, acredite, até os seus colegas que se dizem mais experientes também têm. Por outro lado, o meio universitário propicia um tipo de contacto que pode não ir à consumação do acto sexual, um colega seu pode dizer-lhe que passou a noite após uma festa com uma rapariga sem que tenham necessariamente tido relações sexuais. Dentro destas existem também variáveis, por vezes as carícias podem chegar ao sexo oral mas não ir além disso, outras vezes podem ficar-se por alguns beijos mais escaldantes. Assim, “passar a noite com alguém” não implica necessariamente uma vasta experiência sexual, por isso não se deixe impressionar por aquilo que lhe contam, siga o seu percurso académico normal e, quando encontrar uma rapariga com quem sinta vontade de ir mais longe, deixe que aconteça de forma natural.
“Já tenho 37 anos e sou solteiro. No entanto, conheci uma rapariga com quem comecei a namorar há 3 meses. Gosto muito da minha namorada e gostaria de a apresentar à minha família mas não sei se é ainda muito cedo, e se ela está preparado para isso!”
Luís, Albufeira
Caro leitor,
Quando uma mulher conhece a família do namorado pode-se criar bastante ansiedade, pois ela sente-se desconfortável e avaliada pelos familiares do seu amado. No seu caso aconselho-o a ter certeza que a quer apresentar à sua família mas se acha que é uma relação sem futuro e que pode acabar a qualquer momento, então não o faça pois vai estar a criar falsas expectativas tanto na sua família como na sua namorada. Depois de ter a certeza do que quer fazer, tem de verificar se a sua namorada se sente preparada para dar esse passo. Se ela não estiver preparada corre o risco de a assustar fazendo com que ela se sinta pressionada a assumir um compromisso para o qual ela não se sente preparada. Aborde o assunto de forma casual dizendo-lhe que vai jantar com os seus pais na próxima semana e se ela esta gostaria de o acompanhar. Não a pressione, e espere para ver a sua reacção. Se ela disser que não pode e inventar uma desculpa “barata” então fica a saber que é cedo demais para a apresentar à sua família.
Será possível alguém ser viciado numa relação, que não é saudável?
Vou tentar explicar me melhor: eu namoro há 2 anos com o homem com que me vejo casada e tenho um caso com um homem 8 anos mais velho, há cerca de 5 anos. Às vezes tenho a sensação que este meu caso é doentio, é um "relacionamento" muito pouco saudável em quase tudo, existe muita agressão verbal de parte a parte, milhentas vezes termos dito um ao outro desaparece da minha vida, nunca mais te quero voltar a ver, etc... E no máximo passado 2 semanas já estamos envolvidos novamente, sem nunca se pedir desculpas pelo que foi dito anteriormente... E muitas das vezes quando saio de ao pé dele, venho com quase 100% de certezas de que foi a ultima vez, porque cada vez é pior, porque eu saio de lá frustrada, que isto só me faz mal, porque estou farta de tudo (dele, da situação).... mas até agora este fim ainda não apareceu.
Anabela
Cara Anabela,
O seu caso é bastante complexo e requer alguma reflexão da sua parte e muita coragem e força. A dependência que existe é sua e dele, do homem com quem tem uma relação escondida e cabe-lhe a si procurar no seu intimo o que ele lhe oferece que a sua relação de compromisso não faz: perigo de ser descoberta? Nervosismo de estar às escondidas? Sexo que lhe agrada mais? Sensação de liberdade por não haver compromisso? Paixão em vez de amor? Intensidade em vez de tranquilidade amorosa?
Se ambos voltam a encontrar-se e se mantêm esta relação há 5 anos cada um terá as suas necessidades emocionais a que este modelo de relação responde.
Repare como escreve “até agora o fim ainda não apareceu”, sem se identificar a si mesma como autónoma e independente para o fazer aparecer, por vontade própria, esse fim, na sua vida pessoal e de mulher. Se ele tiver de acontecer, terá de ser a Anabela a decidi-lo… Ou estará à espera que ele o faça por si?!
A decisão é sua (ou dele) de continuar ou de acabar com esta relação, todas as relações têm os seus pós e contras.
Por pouco romântico que tal pareça, pode escrever numa folha o que ganha e o que perde com as suas duas relações e assim terá uma pequena ajuda na sua reflexão sobre as partes da balança que estão envolvidas na sua vida emocional.
Quando tomar a sua decisão, seja ela qual for terá de partir para a acção e resistir ao que for contrário a ela. São precisas forças e determinação, mas elas estão em si, visto que conseguiu lidar até agora com a complexidade de ter duas relações, de aguentar frustrações, agressões verbais… saiba que quando uma pessoa se vincula a alguém que nos trata mal pode haver uma identificação com o agressor (mesmo que se trate apenas de agressão verbal), acreditar no que ele nos diz, assumir o papel de vítima que ele nos impõe e, ao longo do tempo, ir ficando com a auto-estima em baixo e deixar de se sentir forte sem o agressor a tratar da vítima. Pelas suas palavras não sei se tal terá acontecido entre vós, mas não desvalorize a força das agressões verbais – são igualmente agressões, magoam e deixam feridas difíceis de sarar.
Leia mais sobre violência conjugal para perceber melhor o que tento mostrar-lhe.
Se achar que pode beneficiar de ajuda profissional, nós damos consultas presenciais em Lisboa, no Saldanha, marcadas no número de telefone 213 182 591.
"Tenho 28 anos e namoro há 7. Gosto bastante do meu namorado, mas ele evita sempre falar em casamento, o que me deixa bastante incomodada e confusa pois já estou a entrar numa fase da minha vida em que quero construir família. O que devo fazer?"
Ana, Porto
Cara leitora
Compreendo a sua frustração, mas acredite que isso não acontece só consigo, muitas mulheres se queixam do mesmo. O homem por natureza é um caçador, precisa de sentir que ainda pode caçar, mesmo que opte por não o fazer devido a um compromisso. Por esse motivo o casamento pode tornar-se bastante assustador para alguns homens. Para eles, casar significa deixar de caçar, ou seja, tomam consciência que nunca mais vão dormir com outra mulher, e muitos homens não se sentem preparados para isso. Talvez seja esse o caso do seu namorado, pois parece bastante óbvio que ele não tem a intenção de se casar tão cedo, pois se tivesse, após 7 anos de namoro ele já a teria pedido em casamento. Avalie a relação e faça o que for melhor para si, pois se procura alguém com quem partilhar a sua vida e iniciar uma família, parece-me que não está com a pessoa certa. Tenha uma conversa franca com ele, diga-lhe como se sente, e pergunte-lhe directamente se ele tem a intenção de se casar consigo ou não e veja o que ele tem a dizer sobre o assunto!
“Namoro há um ano e há pouco mais de 3 meses iniciei a vida sexual com o meu namorado. Acontece que ele não me satisfaz como eu queria… Gostava que me aconselhasse sobre como hei-de fazer para que perceba isso sem o magoar, pois apesar de ele ser mau na cama amo-o muito!...”
Tânia, Sesimbra
Cara Leitora:
Se não disser ao seu namorado aquilo que gosta que ele lhe faça, ele provavelmente nunca o irá perceber, e continuará na ilusão de que tem desempenhado o seu papel na perfeição. Também pode adoptar outra estratégia que é a de fazer-lhe a ele o que gostaria que ele lhe fizesse a si, talvez assim ele perceba a dica, ou fazer comentários durante o acto sexual pode também resultar. Verbalize as suas preferências pedindo-lhe que continue ou que experimente fazer algo de outra forma. Reforce os comportamentos que quer que ele continue a ter dizendo-lhe o quão bem ele os faz. Faça sugestões de uma forma sedutora, não tenha medo nem receio de falar com o seu namorado acerca de sexo, mas de uma forma calma, sem lhe dar ordens ou fazendo-o sentir-se um fracasso.
O diálogo aberto e sem tabus é fundamental numa relação a dois, não tenha medo de falar com o seu namorado acerca desse assunto.