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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

“Descobri que fui traído”

 

“Descobri que a minha esposa traiu-me com um colega de trabalho. Estou possesso e apetece-me fazer justiça com as próprias mãos. O que devo fazer? Estou muito confuso…”

Roberto, Bobadela

 

Caro Leitor,

A situação que está a atravessar é realmente bastante complicada e desta forma o seu tipo de comportamento é perfeitamente compreensível. Porém, ressalvo-lhe que não pense em fazer justiça com as suas próprias mãos, pois por certo essa não será a melhor via de resolver os seus problemas, aliás apenas poderá trazer-lhe mais complicações. Neste sentido, por mais difícil que possa ser para si, mantenha a calma e pense numa forma coerente de abordar esta questão com a sua esposa.

Tente controlar essa revolta para que não chegue a consumar a agressão. Procure agir com razão para que não perca as rédeas da situação. Lembro-lhe que a violência não resolve nada e é importante que não percam o pouco respeito que ainda têm um pelo outro. Converse com a sua esposa e diga-lhe tudo aquilo que sente, depois de escutar o que ela tem para dizer, tome a decisão que considerar mais correta para si.

“Não quer fazer amor comigo…”

“Há mais ou menos três meses que a minha esposa se recusa a fazer amor comigo. A situação está a ficar saturante e acho que o meu casamento está por um fio.”

 

Rui, Alenquer

Caro Leitor,

Nem sempre as coisas correm da forma como mais desejamos, ainda mais numa vida partilhada a dois. É neste tipo de caso que o diálogo é extremamente fundamental para que os problemas não se arrastem por um tempo indeterminável ou que se agravem mais.

O comportamento que a sua esposa adotou é de alguma reserva e é importante que o motivo dessa apatia sexual seja averiguado. Procure perceber se a sua esposa está a atravessar um período difícil ou se existe algum mal-entendido entre vós que está a inibi-la sexualmente.

É fundamental que se lembrem que uma relação deve-se basear em atitudes de compreensão, diálogo, respeito e tolerância. Comportem-se com humildade e conversem sobre o estado em que se encontra o vosso casamento. Se se amam verdadeiramente não deixem que problemas como estes dominem a vossa vida.

“Ela olha para outras…”

“Sou lésbica e estou muito apaixonada por uma rapariga mais nova, com quem comecei uma relação há pouco tempo. No entanto, sempre que saímos ela não pára de olhar para outras mulheres, e isso deixa-me triste e insegura. Será que ela não gosta de mim e está comigo só por estar?”

Vanda, Lisboa

 

Cara leitora,

Nesta situação nada melhor do que falar muito sinceramente com a sua namorada e explicar-lhe como o comportamento dela a faz sentir insegura. Se ela gostar de si realmente será compreensiva e procurará transmitir-lhe mais segurança. No entanto, talvez o facto de ser mais nova que a leitora contribua para ainda estar muito receptiva e alerta a tudo o que a rodeia, sem sentir ainda a necessidade de assentar num relacionamento mais sério.

 

“Não sei ser fiel!”

“Sempre tive muitas mulheres e muitos relacionamentos, por vezes até em simultâneo. Agora acho que encontrei a mulher dos meus sonhos, mas não sei se conseguirei manter-me fiel a ela.”

 

Rui, Seixal

 

Caro Leitor,

o seu problema não está na dificuldade em conquistar as mulheres mas sim em manter-se fiel a apenas uma. Para si é muito complicado manter um compromisso e estar vinculado a uma pessoa, pois isso fá-lo sentir-se como se perdesse a sua independência e liberdade. Uma relação monógama requer uma maior intimidade e empenho, além de compromisso da sua parte para com a sua parceira, coisa que o leitor tem dificuldade em fazer. Porém, neste momento a situação com que se depara é outra. A sua relação está a solidificar-se e por esta razão sente-se ameaçado, pois não consegue limitar-se apenas a uma parceira. Reflicta um pouco, pois a sua tendência para a poligamia é provavelmente um mecanismo de defesa de modo a evitar a entrega emocional plena a uma só mulher e a um posterior desgosto. O seu comportamento poligâmico serve também para o proteger de rejeições e relações fracassadas. Assim, as várias relações que tem em simultâneo servem apenas para mascarar o insucesso de algumas relações, pois é mais fácil ter outra pessoa para apaziguar a situação do que se confrontar com o fracasso. Uma vez que está presentemente numa relação monógama e assim a quer manter, aconselho-o a procurar a ajuda de um especialista que o ajude a ultrapassar a sua dificuldade de se entregar física e emocionalmente a uma só pessoa.