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Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Consultório de Sexologia

Profª Drª Helena Barroqueiro

Problemas conjugais

Exma. Professora Helena Juergens,

Tenho 54 anos e o meu marido 66. Há 15 anos que me esforço para levar o meu marido a fazer amor. Amo-o e desejo-o, mas ele esquiva-se com um beijo e o assunto morre por ali. Portanto há 15 anos que sofro com esta rejeição. Que me aconselha e o que tem para me dizer? Grata pela atenção, cumprimentos sinceros.

Margarida

 

Cara Margarida,

Sem saber mais a respeito do seu marido e da sua relação é difícil determinar a causa do comportamento do seu marido. Algumas questões que deve colocar são as seguintes: houve alguma mudança na vossa relação há 15 anos atrás? Algum problema de saúde ou deficiência? Infidelidade? Problemas conjugais? Todos estes factores podem influenciar o desejo sexual de um indivíduo. Uma vez que a leitora gostaria de compreender o porquê da sua situação aconselho que tenha uma conversa franca com o seu marido e que tente descobrir o que está por detrás do seu comportamento. Tente ter essa conversa de forma positive e sem acusações ou insultos, pois estes apenas vão piorar a situação.

“O meu namorado não quer fazer sexo oral…”

 

 

 

“O meu namorado já me fez uma vez sexo oral, o que me deixou completamente excitada, e gostava que ele o repetisse, mas cada vez que lhe peço para o fazer diz-me que não. Porque será que ele tem tanta aversão ao sexo oral?”

Carla, Bragança

 

Cara Leitora,

Os homens são bastante diferentes entre si, tendo preferências sexuais também diferentes. Sexo oral é algo que requer bastante confiança e cumplicidade entre parceiros. O mais indicado a fazer na sua situação é perguntar ao seu namorado o que é que ele não gostou da vez que o fizeram, e tentar evitar que isso volte a acontecer. Não deverá obrigá-lo, mas deve dizer-lhe que poderá parar assim que o desejar.

 

Tive relações sexuais quando estava bêbada

 

No meu aniversário apanhei uma bebedeira e acho que tive relações sexuais com um amigo meu nessa noite, mas não me lembro bem do sucedido. Estou envergonhada e não sei como perguntar.

 

Maria

 

Cara leitora,

O álcool faz com que as pessoas acabem por fazer coisas que não fariam se não tivessem bebido, quer por se sentirem mais desinibidas, quer por não terem tanta capacidade para avaliar situações perigosas e acabarem por ser levadas na conversa por pessoas que se querem aproveitar da situação. Uma vez que a leitora não se lembra dos acontecimentos dessa noite, o mais seguro será perguntar a alguém que tenha estado consigo nessa noite se se lembra do que se passou, nomeadamente ao seu amigo, pois se acha que existe a possibilidade de ter tido relações sexuais com ele o melhor será perguntar-lhe, caso contrário vai ter sempre essa dúvida na sua mente. Uma vez que nem se lembra se teve relações sexuais nessa noite, se o fez existe a possibilidade de não ter utilizado protecção, por isso se começar a sentir alguns sintomas estranhos consulte um médico.

Tomei a pílula do dia seguinte várias vezes… faz mal?

"Já tomei 3 vezes a pílula do dia seguinte porque o preservativo rebentou e o meu namorado ejaculou dentro de mim. Tenho medo de vir a ter problemas de saúde porque já ouvi dizer que é muito forte. Será que faz mal? O que devo fazer?"

Carla - Braga

 

Cara leitora,

A pílula do dia seguinte ou contraceção de emergência é muito semelhante às outras pílulas, pelo que não precisa de se preocupar com efeitos secundários de a ter tomado. A ação desta pílula, que pode ser tomada até 150 horas depois da relação desprotegida, passa por atrasar ou adiantar a ovulação, alterar o revestimento do útero, de modo a torná-lo incapaz de receber o ovo já fecundado, impedindo a sua fixação (implantação) e portanto a evolução de uma gravidez. Se a pílula tiver sido tomada antes de acontecer a ovulação, é natural que o período menstrual atrase. Se foi tomada depois de haver ovulação apenas vai impedir a nidação, o período pode aparecer na altura certa ou até antes. As estatísticas dizem que muitas mulheres têm o período mais ou menos na altura certa, em 20 a 30% antecipa e em 10 a 20% atrasa. Apesar da eficácia desta pílula, deve escolher um método contracetivo de uso sistemático e preventivo, que a deixe mais segura, como a contraceção hormonal (a pílula contracetiva, o anel vaginal, o adesivo, as injeções hormonais), o preservativo, que vos protege igualmente de infeções sexualmente transmissíveis, ou outros métodos recomendados pelo seu médico assistente. Vai ver que se sentirá mais segura e livre para aproveitar as relações sexuais e o prazer que pode ter com elas!

Ejaculo com muita rapidez

"Quando tenho relações sexuais ejaculo muito rapidamente e não tenho a mesma reação sexual que tinha dantes. Isto aconteceu de um momento para o outro, mas tenho apenas 28 anos, o que me deixa muito assustado."

Manuel - Faro

 

Caro leitor,

Os problemas sexuais podem surgir repentinamente, depois de uma experiência que correu mal e que ficou marcada na memória. A ansiedade de antecipar o que pode voltar a acontecer pode levar a que aconteça o mesmo, pois está preocupado e menos dedicado a sentir prazer. Por outro lado, outros fatores podem influenciar a sua capacidade de ter relações sexuais e a penetração: ter um problema, estar cansado, ter bebido muito álcool. Tente abstrair-se de problemas, relaxar, não partir logo para a penetração mas demorar nas carícias, sentir o corpo da outra pessoa e o prazer e satisfação que lhe pode oferecer, descobrir as suas zonas erógenas preferidas… Apesar destas sugestões úteis, penso que deveria consultar um especialista, que lhe esclareça esta questão e lhe dê um apoio presencial, pois pode prevenir que este problema continue e o faça sentir-se cada vez pior consigo próprio e nas suas relações sexuais. Não tenha vergonha, a ejaculação precoce ou prematura é muito frequente em homens de muitas idades e tem tratamento.

Dores Sexuais

Eu tenho 21 anos e o meu namorado 19. Gostaria de perguntar se há possibilidade de sentir mal estar após terminar a relação. Durante o acto sinto muito prazer, bem estar e chego quase sempre ao orgasmo. Mas em algumas vezes sinto-me mal alguns minutos depois, sentindo fraqueza muito intensa, minha pressão quase sempre abaixa e sinto muita dor no estômago.
Meu noivo ficou assim também estes dias, mas não sei se foi decorrente a isso, mas ele passou muito mal após a relação e eu também.
Gostaria de saber se há algo relacionado a isso. Somos totalmente saudáveis.

Rita

 
Cara Rita,
 
Pela sua descrição e por email não a posso ajudar muito, mas posso dizer-lhe da urgência em que consultem ambos um médico de clínica geral, um ginecologista ou um urologista. Isto não é um diagnóstico, que não pode de modo nenhum ser feito por email e sem uma observação médica cuidada, mas podem estar a desenvolver uma infecção sexualmente transmissível, dadas as dores que refere após a relação sexual e que são sentidas por ambos. Ser ou não ser saudável, em algumas situações, não é sentido por nós, mas apenas avaliado medicamente. Não deixe de o fazer para proteger a sua saúde e a do seu namorado. Até lá e terem a certeza que não estão infectados com nada, utilizem preservativo para não piorarem, caso tenham contraído alguma infecção sexualmente transmissível. Há outras possibilidades a colocar, como estar a interpretar as contracções do seu útero, no momento do orgasmo, como dores de barriga, mas pode falar destas coisas com o médico que consultar.

“A minha mulher tem pouca lubrificação…”

 

“A minha mulher tem muitas dores durante o acto sexual devido a ter dificuldade em ficar lubrificada. A que se deve essa dificuldade?”

João, Castelo de Vide

Caro leitor,

Algumas mulheres necessitam de mais tempo para atingir uma lubrificação que permita  que o coito seja praticado de forma confortável. Para evitar que a sua mulher tenha dores durante a penetração é importante que ela esteja bem lubrificada antes de inserir o pénis, e isto pode ser conseguido através de preliminares mais demorados. Use e abuse da sua imaginação para que possa excitar a sua esposa, pois a excitação ajuda bastante no processo de lubrificação. Esta fase dos preliminares é importante para que se conheçam as zonas erógenas do parceiro de forma a promover uma relação satisfatória.
Experimentem outras posições sexuais, pois algumas posições são absolutamente desconfortáveis para as mulheres, minorando a lubrificação e dificultando a penetração. Pode também recorrer a utilização de um gel lubrificante que pode ser utilizado no sexo vaginal e anal antes da penetração. 

“Sexo depois de uma cirurgia de alta frequência”

The things that women are most worried about! - Ayoti-Blog 

“Fui submetida a uma CAF (cirurgia de alta frequência) e gostava de saber quanto tempo depois da mesma é seguro ter relações sexuais.”

 

Gabriela, Porto

 

Cara leitora,

A cirurgia de alta frequência é um tipo de biópsia feita ao colo do útero e remove uma pequena quantidade de células para análise, nas quais tenha sido detetada alguma anomalia num teste de Papanicolau ou noutro exame. É aconselhável esperar entre três a quatro semanas após a cirurgia antes de voltar a ter relações sexuais, mesmo que se sinta bem. O tecido cervical é bastante sensível e pode ocorrer sangramento nas semanas posteriores à cirurgia. Embora a penetração seja desaconselhada, pode continuar a ter prazer, estimulando a área exterior do aparelho genital, devendo sempre avaliar o seu nível de conforto para saber se é seguro fazê-lo. No período de recuperação deve também evitar o uso de tampões, que podem causar irritação. Aconselhe-se com o seu médico para que ele possa direcioná-la de acordo com o seu caso.

Ter uma vida sexual activa depois dos 60 é errado?

"Tenho 65 anos e sou viúvo. Há um ano e meio que namoro uma senhora de 59 anos de quem gosto e com quem tenciono casar. Damo-nos muito bem e temos uma vida sexual bastante boa, no entanto as pessoas criticam-nos dizendo que somos "velhos demais" para essas coisas e que devíamos ter juízo. Será que eles têm razão?"

Adelino - Carnaxide

 

Caro leitor,

Claro que não! Ao contrário do que algumas pessoas mais jovens possam pensar, muitos homens e mulheres entre os 50 e 80 anos de idade continuam a ter relações sexuais, havendo mesmo quem afirme que sentem mais prazer agora do que quando eram mais novos. Há indivíduos no entanto que reduzem a sua atividade sexual nessas idades, mas por vezes isso é devido à dificuldade em encontrar parceiro, ou deve-se a pressões sociais como as que o leitor está a ser alvo, tabus a nível pessoal acreditando que não é correto ser sexualmente ativo, ou mesmo preocupações de saúde achando que o sexo pode causar doenças. É difícil estimar a atividade sexual em indivíduos de idades mais avançadas, pois tal como os adolescentes, eles tendem a reprimir e esconder a sua vida íntima com medo de serem criticados. Não se preocupe com aquilo que os outros pensam pois provavelmente têm ciúmes da sua relação. Aproveite a boa disposição da sua companheira, divirtam-se e vivam a vossa relação da forma que vos trouxer mais felicidade. Façam aquilo com o qual se sintam confortáveis.

“Falta de apetite sexual”

“Amo o meu marido mas não sou capaz de lhe dizer que não me apetece fazer amor, pois tenho medo que não me compreenda e me deixe. Fazer amor torna-se um sacrifício! O que hei-de fazer?”

 

Soraia, Setúbal

 

Cara Leitora,

A falta de desejo a nível sexual pode ser resultante de problemas emocionais entre o casal, um parto, a amamentação, a menopausa e disfunções sexuais. Esta situação também pode ser provocada por doenças orgânicas, medicação e abuso de substâncias. O stress vivido no dia-a-dia, a rotina do próprio casal, e o cansaço físico e mental agravam ainda mais esta situação. O desinteresse sexual não deve ser confundido com falta de amor, pois este é um sentimento verdadeiro e profundo. Para que não surjam mal entendidos no seu casamento converse com o seu marido e procurem juntos descobrir a causa do seu desinteresse sexual. E, se necessário, consulte um especialista em sexologia, para que este os possa ajudar a respeito do tratamento mais eficaz para si.